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História NO EXIT - Imagine Jooheon(Monsta X) - Capítulo 36


Escrita por: EuSouMonbebe

Notas do Autor


Oii!
Olha só quem voltou!! Sentiram saudades? Depois de mais de um ano, estou aqui de novo ><
Espero que esteja tudo bem com cada um(a) de vocês.
Obrigada pelas mensagens de apoios e por tudo mais, agradeço infinitamente. Desculpem pela demora mais longa de todas, eu precisava desse tempo.

Mas, vamos ao que interessa, não é mesmo? Eu só peço uma coisinha pra vocês.... Aconselho a ler a história de novo, sei que alguns de vocês leram mais de três vezes kkkkkk fico muito feliz por isso. Eu fiz alterações, nada muito extravagante mas muda alguns momentos pequenos e até seria bom pra vcs relembrarem de tudo direitinho ><

Boa leitura, leitores preciosos! <3

(Desculpem qualquer erro!)

Capítulo 36 - Capítulo 36


Fanfic / Fanfiction NO EXIT - Imagine Jooheon(Monsta X) - Capítulo 36

Coisas ruins acontecem no mundo todos os dias. Nesses dois meses em que eu estava participando da rotina de um dos Clãs mais perigosos e evoluídos da Coréia, aprendi que se acontecesse uma situação ruim a qualquer momento ela poderia ficar pior e crescer como uma enorme bola de neve, extraindo toda a alegria do seu interior.

O Clã estava em perseguição, atrás de um dos responsáveis por espalhar a notícia mais temida e esperada de todos os tempos: “A última peça do quebra-cabeça” era assim que chamavam. Na minha opinião, estava mais para intrometida. Quando começo a acreditar, vem o Shownu e conta mais uma histórinha bem a cara deles para me deixar sem acreditar novamente. Se tudo não indicasse somente para mim, talvez teria acreditado por completo.

O suspeito dirigia o carro com mais alguém ao seu lado.

I.M tinha conseguido invadir o GPS do carro em poucos minutos descobrindo o destino, ele ia para o aeroporto. Em menos de trinta segundos, o carro já estava encurralado. Hyungwon atirou no para-brisa traseiro que se estilhaçou formando um buraco. Minhyuk saiu pela janela do carro, se jogando por cima do porta-malas, o motorista do Clã inimigo começou a dar zigue-zague sem controle tentando derrubá-lo. Minhyuk conseguiu se segurar enquanto dava dois chutes fortes ligeiros no para-brisa traseiro para quebrar o restante do vidro, facilitando a sua entrada para dentro do carro.

- Chin-Sun?! – Minhyuk falou surpreso para a garota aterrorizada que gritava feito louca com a cabeça entre os joelhos e as mãos na nuca, tentando se proteger de alguma forma.

O motorista soltou o volante e tentou esfaquear o Minhyuk com uma faca que ele não tinha visto antes. Só bastou dois tiros e o homem não se moveu mais. Pareceu que tinha finalizado a missão, mas não. O carro estava desgovernado sem um motorista e Minhyuk não foi rápido o bastante para pará-lo, o automóvel deslizou de lado capotando pelo menos umas três vezes até no meio fio, batendo em um poste.

Nem os meninos que estavam no outro carro logo atrás puderam impedir, só assistiram aflitos ao amigo mais como irmão dentro do carro que capotava. Eles estavam em choque, nunca tinham passado por uma situação tão mortal como aquela, sempre tinham controle da situação. Ligaram para a emergência o mais rápido possível. Aquilo era um problema que não seria fácil para o Clã resolver sozinho. Havia um muitas testemunhas no local, não seria fácil passar aquele acidente de despercebido. Atentado no cinema, na balada, e entre outros como aconteceu, isso eles poderiam dar um jeito de ficar em sigilo. Mas, aquilo? Eles não tinham as mãos cuidadosas e milagrosas do Minhyuk para o próprio Minhyuk.

Isso tudo foi o que o Jooheon me contara enquanto estávamos a caminho do hospital. Ele havia ficado muito estranho depois da ligação do Kihyun mais cedo. Era óbvio que aquela quietação toda significava tristeza, ninguém recebe uma notícia dessas e fica feliz. Jooheon brigou com o Minhyuk mais cedo, e agora isso. Não duvidava de forma alguma de que ele estava triste, arrependido e mais.

A Chin-Sun também estava no carro, quando soube, meu estômago revirou de uma forma que eu nunca tinha sentido antes. Não dava para acreditar!

Foi quando comecei a ligar os pontos...

Ela havia pedido um táxi ou seu pai tinha mandado algum amigo dele levá-la até ao aeroporto? Aquilo estava começando a fazer um pouco de sentido para mim. Se o homem fosse mesmo do Clã inimigo, não levaria ela para o destino sabendo que tinha relação comigo, provavelmente a sequestraria, ou algo do tipo que eu não queria imaginar. A não ser, que o GPS tenha servido de distração para eles pensarem que iam para o aeroporto, talvez, previram que I.M teria acesso facilmente a rede.

Porém...

Se o homem fosse realmente um amigo do pai da Chin-Sun? E se o Clã tivesse matado o homem errado? Ou, possa ser que o pai dela tenha alguma relação com o Clã inimigo, por isso ordenou que a filha voltasse imediatamente para a China...

Comecei a me sentir sufocada com meus próprios pensamentos.

Eu estava muito preocupada com a Chin-Sun, minhas reações estavam em choque, não sabia se eu chorava, se mandava o Jooheon dirigir mais rápido ainda apesar da velocidade estar quase ultrapassando o limite.

Assim que o carro parou, não consegui esperar Jooheon estacionar. Tirei o cinto e abri a porta, saindo em disparada até a entrada do hospital. Escutei Jooheon me chamando e resmungando, provavelmente dizendo todos os palavrões que ele sabia, mas não dei ouvidos, tinha outras coisas mais importantes agora. Andei passos ligeiros indo para a recepção, onde tinha uma fila com três pessoas. Passei na frente delas sem me importar nem um pouco com os sussurros que me xingavam ainda mais.

- Onde fica as salas de emergência? – disse rápido e agoniada sem nenhum cumprimento adequado, querendo logo uma resposta.

- Você tem que esperar as informações como todo mundo nessa fila! – falou a recepcionista sendo menos receptiva ainda, indicando a fila que agora tinha seis pessoas e todas com olhos raivosos. Eu queria esganar aquela mulher.

- Por favor! Não posso esperar muito tempo! – supliquei angustiada tentando fazê-la entender.

- Eu também não posso! – uma mulher na fila disse impaciente. Ignorei.

- Sinto muito, mas deve... – a interrompi. Me inclinei na bancada da recepção encarando-a.

- MINHA IRMÃ E MEU AMIGO ACABARAM DE SOFRER UM ACIDENTE DE CARRO! EU NEM SEI SE ELES SOBREVIVERAM! EU PRECISO AGORA SABER ONDE ESTÃO! – meus olhos se encheram embaçando um pouco minha visão. Uma mão pousou nas minhas costas me tranquilizando por não estar sozinha, imaginei que fosse Jooheon por isso permiti aquele gesto, sem me importar muito. As primeiras lágrimas desceram. – Por favor... – implorei, começando a chorar.

A recepcionista olhou para o Jooheon, depois para mim. Suspirou e encarou a tela do computador.

- Quem são os pacientes? – aquelas palavras aliviaram tanto quanto o toque do Jooheon em minhas costas. Graças a Deus!

- Chin-Sun e Minhyuk.

- Lee Minhyuk. – Jooheon corrigiu facilitando o trabalho da mulher. A recepcionista procurou no computador e perguntou meus dados para registrar como família da Chin-Sun, só assim eu poderia vê-la sem poder está no horário de visita. Ela me entregou o papel e disse:

- Segundo andar. Chin-Sun, sala 4... – consegui respirar adequadamente quando ela disse aquilo. – Lee Minhyuk não pode receber visitas agora, só a partir das três horas da tarde. – Jooheon bufou e olhou a hora no celular no mesmo momento, faltavam horas para o horário de visitas.

Agradeci a ela pelas informações e me desculpei por tudo que causei. Corri em direção as escadas, subindo disparadamente ao segundo andar, fiquei sem paciência alguma para esperar o elevador. A cena que minha cabeça tinha criado do Minhyuk e da Chin-Sun em cima de macas descordados, talvez mortos, repletos de ferimentos havia me dado forças para correr o máximo.

Entrei às pressas no segundo andar, vendo outra bancada de recepção.

- Com licença, onde fica a sala 4? – perguntei quase atropelando as palavras.

- A sala 4 não pode receber visitas agora. – falou paciente. Isso de novo? Ah, pelo amor de Deus!

- Eu tenho permissão. Sou irmã dela. – menti, só dessa forma poderia vê-la naquele momento. Entreguei o papel a recepcionista que analisou cada palavra com cuidado.

- S/n? – a voz ecoou familiar no lugar quase deserto. Direcionei o olhar para a pessoa que tinha dito meu nome. Era Kihyun. Todos estavam sentados nas cadeiras de espera. Observei aqueles rostos sem nenhum traço de positividade, meu coração estremeceu de tanta infelicidade, aquilo me deixou com mais vontade de chorar. Alguns estavam com a cabeça entre as mãos com cotovelo apoiado no joelho. 

- Pode ir. Só não poderá demorar muito. – assenti freneticamente. – O quarto fica nesse corredor. – Apontou para o corredor imenso da minha esquerda. Desanimada, caminhei rapidamente até eles que se levantaram quando me aproximei. Eu cheguei perto de Chang que estava mais perto enquanto me aproximava e dei um abraço apertado, abracei todos sem me importar até chegar em Shownu. Meus olhos marejavam, me deixando vermelha. 

- Como ele está? – perguntei ao Shownu que suspirou antes de responder, procurando as palavras certas. Comecei a enxugar as lágrimas.

- Não conseguimos vê-lo ainda. O médico disse que ele teve algumas fraturas e bateu a cabeça com muita força.... O que poderia ser muito pior pra falar a verdade. – Shownu passou a mão no cabelo. – Foi um milagre ele não ter morrido, o que graças a Deus, não aconteceu. – assenti compreensiva, desviando o olhar de Shownu para os garotos.

- Ele está consciente? – continuei o assunto. Shownu negou. – E vocês? – não evitei a pergunta. – Estão bem? Precisam de alguma coisa? Eu posso... – me apressei nas palavras oferecendo ajuda sem receber algo em troca, mas fui interrompida.

- Não. Estamos bem. – Assegurou Shownu. Assenti de leve e o abracei. 

- Vai ficar tudo bem! – disse olhando para todos os rostos. – Vai dar tudo certo... – suspirei pesadamente. – Preciso ir agora. – dei as costas, andando apressadamente na direção do quarto onde minha melhor amiga estava. Cada vez mais perto, mais apreensiva eu ficava. Não sabia o que estava por vir.

Sala 4.

Toquei a maçaneta com as mãos nervosas e abri, esperando me deparar com o pior.

 

 

 

 

 

 

 

 

A cena não foi tão aterrorizante como eu esperava que fosse, mesmo assim aquilo não impediu que eu desabasse em lágrimas, elas rolaram enquanto eu dava pequenos passos até ao encontro da Chin-Sun.

Lá estava ela, em cima da maca, em um hospital, desacordada. Fruto de um ato de teimosia minha.

Estava claro demais que eu era a responsável por todo o ocorrido. Tinha prometido a mim mesma que nada iria acontecer a ela. Era de minha responsabilidade deixa-la fora de qualquer perigo... Fracassei mais uma vez. Ela podia ter morrido, sem saber de nada do que aconteceu, e seria minha culpa. Imagina se isso poderia mesmo ter acontecido?

Puxei a cadeira que estava ali por perto para se sentar ao lado dela. Toquei sua mão gelado com as minhas e segurei firme, e desabei completamente.

- Chin-Sun – balbuciei desejando que abrisse os olhos. Seu braço direito estava todo enfaixado, o lado direito do seu rosto, da testa até a bochecha, havia sido quase totalmente tampado com curativos. Tentei entender o que tinha acontecido ali. Como seria que o Minhyuk estava?

“... Foi um milagre ele não ter morrido...”

As palavras do Shownu ecoaram nos meus pensamentos. Imaginei se ele ficaria com sequelas. Eu até pensei que conseguiria suportar, mas tudo que eu vinha acumulando extravasou naquele momento. Era tudo culpa minha. 

Totalmente responsável por aquilo. 

Encostei minha testa na mão que segurava firme, chorando silenciosamente fazendo com que as lágrimas descessem livremente em meio a soluços.

- Me desculpe. – sussurrei lutando para que as palavras saíssem coerentes em meio ao choro. – Esperto que um dia você possa entender... E-Entender tudo isso que está acontecendo... E t-talvez... Poder me perdoar finalmente. – não podia dizer mais nada, se eu contasse, quebraria minha promessa de uma vez por todas, traindo o Clã inteiro que nunca mais confiariam em mim. A mão que eu segurava estremeceu de leve fazendo minha cabeça se direcionar para a garota que acordava aos poucos.

Ela havia escutado toda a minha lamentação?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CHIN-SUN - ON

 

Já tinha acordado duas vezes.

Da primeira vez, foi muito chocante e doloroso, meu corpo todo doía muito, uma dor insuportavelmente incomum. Não fazia ideia do por que de estar no hospital, até as lembranças sombrias retornarem complementando o espaço em branco que faltava na minha mente. O Doutor explicou tudo o que havia acontecido assim que acordei justificando toda aquela dor que eu sentia, ele disse também que no dia seguinte iria ser transferida para o hospital em Shangai para melhores tratamentos. O que foi uma enorme coincidência até, mas havia total certeza que meu pai teve influência naquilo.

Quando despertei pela segunda vez, escutei alguns sussurros maçantes que estavam fazendo minha cabeça doer. Imaginei que seria o Doutor com a sua voz irritante, virei minha cabeça um pouco devagar devido a dor pronta para pedir educadamente para que fosse embora e me deixasse sozinha, mas, me deparei com outra pessoa que fez meu coração apertar até não conseguir mais aguentar a falta de ar que aquela cena me causou. S/n estava de bruços segurando minha mão, soluçando e chorando como eu nunca tinha visto antes.

- S/n. – foi a única coisa que eu consegui falar com a voz rouca e horrorosa que me impossibilitava de falar. Ela levantou a cabeça em um pulo, me admirando com os olhos encharcados e vermelhos. Abriu a boca algumas vezes para falar, mas logo desistiu e se aproximou para um abraço tão delicado como se estivesse com medo de me quebrar. Comecei a chorar também em meio ao abraço, tentei acalmá-la acariciando o seu cabelo.

Ela deu distância depois de um tempo, voltando a se sentar na cadeira.

- Como você está? – perguntou abrindo um sorriso, e fungou em seguida.

- Bem. Mas, cheia... de... dor. – dei algumas pausas por conta da garganta que arranhava quando tentava falar. – Estou bem. Isso que... Importa. – sorri tentando assegurar e acalmar a tensão do momento.

- Você... Quer falar do acidente? – perguntou verbalizando com um pouco de medo da resposta. Desviei o olhar encarando o teto. Suspirei vagando pelas lembranças vivendo aquilo tudo de novo.

- Eu já sabia que aquilo iria acontecer. – disse depois de um tempo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

S/N - ON

 

Arregalei os olhos assim que aquelas palavras saíram da boca dela. Ela sabia? Nem sonhando ela saberia! Se soubesse de algo, seria por mim, mas eu não contei nada a ela.

Ela estaria se envolvendo com algum Clã? Mas, como? Algum Clã contatou com ela? OU PIOR!??

- Mas... Como você soube...?

- Não, S/n. Mas... é claro que não né! Eu... não previ isso! – disse alterada com a voz arrastada. 

- Então o que você quer dizer com “eu já sabia”? – perguntei passando as mãos no cabelo trazendo para trás tentando ser paciente. Eu quase deixei escapar algo sobre o Clã quando ela disse que sabia algo, aquilo causou frio na minha barriga.

- Meu pai... Mandou um homem da e-empresa chamado Chao Chang para... me levar ao aeroporto – começou a explicar, de vez em quando ela olhava para o teto, depois olhava para mim. – Mas, não foi Chao Chang que foi me buscar. – ela parou por um tempo. – Outro homem apareceu... que eu nunca tinha visto antes, com uma tatuagem no rosto... Naquele momento, eu sabia... Sabia que alguma coisa estava errada.

- Por que foi com ele mesmo assim? – perguntei com certa injustiça no tom de voz.

- Ele estava usando a farda com o logotipo da empresa – deu de ombros. – Sei que... não era o suficiente para dar confiança, mas a preocupação com a minha mãe era tanta que me cegou... – sua voz falhou querendo começar a chorar de novo, ela cobriu os olhos. – Ele disse que Chao Chang não poderia me levar.... E acabei acreditando nele. – tirou as mãos do rosto e cravou os olhos nos meus. – Mas... Aconteceu outra coisa muito estranha no carro. – falou confusa juntando o máximo de lembranças possíveis.

- O que? – perguntei aflita. Teria descoberto algo sobre o Clã?

- Tinha uma pessoa, era ela que atirava no carro em que eu estava e... Me conhecia. – Chin-Sun dizia as palavras espantada. Minhyuk. – Disse meu nome! – meus olhos se encheram ao saber que ela estava falando do Minhyuk. 

- Você viu o rosto? – queria me certificar que a barra estaria limpa para o Minhyuk.

- Não. Mas, sua voz... Tinha algo na voz dele... parecia muito... Muito familiar. Eu senti que o conhecia quando escutei meu nome. O que me deixa mais confusa... é o fato dessa pessoa querer nos matar e depois que me reconheceu, fez de tudo para me salvar... Não pode... – a porta abriu brutalmente batendo na parede quase nos matando do coração. Quando eu ia começar a reclamar pelo ato, o Doutor entrou no quarto com mais duas enfermeiras.

- Sinto muitíssimo pelo susto, senhoritas. A paciente terá que ser transferida imediatamente. – As enfermeiras começaram a desativar os aparelhos da Chin-Sun.

- Agora? Não seria amanhã? – Chin-Sun falou perplexa olhando para mim e para o profissional.

- Você sabia que ia ser transferida e não me contou? – franzi o cenho, colocando a mão na cintura esperando uma justificativa.

- Eu ia contar, só não disse antes porque pensei que a transferência seria amanhã, não hoje. Teríamos... muito tempo para conversar.

O Doutor e as enfermeiras destravaram a maca e começaram a empurrar para fora do quarto. Comecei a me desesperar, não sabia se parava o que estavam fazendo ou pedia mais alguns minutos. Segui eles saindo do quarto apressando os passos, entrando no corredor enorme.

- Para que hospital estão levando-a? – perguntei ligeira com mil borboletas na barriga.

- Shangai. – o Doutor disse meio incomodado desejando que eu parasse de segui-lo.

- COMO? – quase gritei para o prédio todo escutar – SHANGAI? – disse elevando a voz mais uma vez. O Doutor fez uma cara incrédula me ignorando e continuou a andar, dessa vez um pouco mais rápido querendo se livrar de mim.

- S/n, por favor, ficarei bem... – Chin-Sun disse. – Já ia para lá mesmo. 

Eu não ia deixar ninguém a levar de mim para tão longe naquelas condições. Tinha coisa arranjada ali, não era coincidência... CERTEZA!

- Então, nesse caso de transferência, eu deveria acompanhá-la! – disse firme com certo direito. A maca parou em frente ao elevador, a enfermeira apertou o botão.

- Você não poderá acompanhar a paciente. A enfermeira... – ele iniciou a explicação se esforçando muito para manter a calma, conseguia ver nitidamente nos seus olhos cansados.

- É claro que eu posso! Sou a única pessoa que ela tem agora! – encarei mortalmente. Ele quase riu de mim, talvez, meus traços bronzeados não combinassem muito com as orientais como a da Chin-Sun, talvez, tivesse lido o papel que tinha escrito como “família” da paciente. Taquei o dane-se pra aquilo.

- Perdoe-me, mas isso não é um passeio de férias, é uma longa e séria transferência, por isso, quem irá acompanhar a sua “irmã” – destacou a palavra. – será a enfermeira Li. – disse insensível, machucando todo meu interior. Eu queria matar aquele médico, dar um soco nele, fazer qualquer coisa que o fizesse sentir dor, a dor que eu estava sentindo.

Fechei meu pulso o mais forte que eu pude, descontando toda raiva ali, com a unhas cravando a palma da minha mão até sentir elas molharem.

Expulsei meu lado grosseiro e violento, pelo menos por enquanto, optando pelo lado dramático e melancólico para tentar convencê-lo. As portas do elevador abriram e as enfermeiras levaram a Chin-Sun para dentro.

- Doutor, por favor! – segurei a manga do jaleco dele para que me escutasse. – Nós precisamos ficar juntas. Eu não posso ir para Shangai... – não consegui conter os meus olhos de marejarem. – Não posso. 

- S/n – Chin-Sun disse – Não se preocupe... – seus olhos também estavam prestes a liberar as lágrimas mais uma vez. – Eu vou ficar bem. – disse assentindo. 

Soltei a manga do Doutor e entrei rapidamente no elevador que ainda estava aberto graças ao braço da enfermeira que impediu, e dei um abraço apertado nela.

- Não é um adeus. – sussurrei. – Prometo que vamos nos ver em breve.

O Doutor me puxou quando ainda abraçava a Chin-Sun para fora do elevador. É agora que ele leva um soco no meio da cara!

 Mas não deu tempo. Ele entrou no elevador me obrigando a encarar as portas se fecharem. Dei um soco na porta de raiva. 

Se eu for me tornar uma médica ignorante e arrogante como ele, eu tranco meu curso agora!

Eu só queria que aquelas portas abrissem e revelassem a Chin-Sun em pé, forte e saudável. Passei as mãos no cabelo trazendo-os para trás, pousando-as na nuca. Levantei o rosto, encarando o teto dando um suspiro longo e pesado.

Ainda atordoada, querendo desabar em lágrimas, decidi que já era hora de voltar e se juntar aos meninos que estavam esperando para ver o Minhyuk.

Nem tinha dado dois passos quando me deparei com Hyungwon encostado de braços cruzados com lástima estampado no rosto. Tentei me recompor, desviando o olhar enquanto enxugava os rastros molhados das lágrimas.

- O que você quer? – eu não estava a fim de falar com ninguém naquele momento. Encarei a minha mão machucada.

- Vim ver se estava tudo certo com você. – se aproximou de mim, acompanhando meus passos.

- Na verdade, te mandaram – enfatizei o real motivo, ele não parecia se preocupar muito comigo.

- É... Está certa! – senti um sorriso se formar embaixo da máscara preta. – Estávamos preocupados com você, e quando escutaram seu grito, enlouqueceram! – ficamos andando de lado a lado até a recepção. – Então, vim vê-la.

Preocupados comigo? Ele só podia estar brincando!

- Estou bem. Obrigada. – Balbuciei. Consegui avistar a jaqueta de couro preta transparecendo músculos e braços fortes. 

Wonho. 

- Sinto muito pela sua amiga, S/n. Ela logo estará bem. – Hyungwon desejou entristecido. Assenti agradecendo.

Todos os meninos estavam em pé formando uma roda meio torta e desajeitada enquanto conversavam baixo. Quando cheguei na recepção no campo de visão de todos, as poucas pessoas que estavam presentes ali não me fitavam da melhor forma.

A enfermeira fofocava “secretamente” com a recepcionista que me atendera antes lançando um olhar de reprovação para mim, obviamente contando todo o ocorrido do corredor. Na minha percepção, eu não tinha feito grande coisa, havia feito um escândalo? 

Os garotos perceberam minha chegada olhando de relance, fiquei impressionada com tal atitude. Nada daquilo parecia com o que Hyungwon tinha me contado antes. Onde estavam os rostos preocupados?

Shownu falava seriamente com os outros membros do grupo, Hyungwon saiu do meu lado e se juntou a eles sem hesitar. Infelizmente, não consegui ouvir nem uma palavra de tão baixa que estava sua voz, e eu não estava com paciência para aquilo, meu estado de curiosidade estava no zero, não queria saber de nada do que estavam falando. Minha cabeça estava doendo muito. Eu só queria fechar os olhos um pouco. 

Não pude deixar de notar a feição triste do Wonho enquanto me observava. Mesmo quando fui sentar, senti seu olhar nas minhas costas. Ignorei seu olhar de pena assim que enterrei meu rosto em minhas mãos com os cotovelos pousados nos joelhos.

Eu não estava conseguindo acreditar nem um pouco no que havia acontecido. Olha a que ponto eu fui parar por conta da minha teimosia! Tinha sonhado tanto com esse intercâmbio, tudo foi por água abaixo. 

Chin-Sun, Minhyuk...

E essa lista poderia crescer a qualquer momento.

Senti alguém tocar meu ombro fazendo meus pensamentos voarem para longe. Me endireitei na cadeira deixando a mão do Wonho desencostar do meu ombro.

- Você está bem? – perguntou. Aquelas palavras soaram preocupadas demais para alguém do porte dele, o que me pareceu forçado por um momento.

- Estou sim. – tentei esbouçar um sorriso sincero, mas aquilo doeu mais que o esperado.

- Não parece que você está... – Pois é. – Sinto muito pelo o que houve com a Chin-Sun. – senti um aperto sufocante quando escutei o nome dela – Hyungwon disse o que você fez no corredor. Foi muito legal da sua parte tentar ficar com sua amiga... Ela tem muita sorte de ter você – deu uma pausa. – Todos nós temos! – se referiu ao Clã.

Sorri com a finalização. Quem diria, não é mesmo? Uma hora colocando uma arma na sua cabeça, outra agradecendo por fazer parte disso tudo. Foi engraçado para mim, não consegui levar a sério. Wonho retribuiu o gesto sorrindo também.

- Não estamos acostumados com a S/n quieta e triste... É bem deprimente vê-la dessa forma. – passou a mão na nuca enquanto desviava o foco em outro lugar. Dava para ver que era desconfortante se abrir daquele jeito. – Prefiro a S/n sorridente e brigona... Talvez, até a tagarela.

- Ah, não! A tagarela, não! – Kihyun se aproximou participando da conversa. Wonho olhou mortalmente para ele o ameaçando com o punho cerrado.

- Estamos indo almoçar. O que quer comer? – perguntou Wonho, simpático. Quando eu ia falar, Changkyun apareceu.

- Pare de tanto blá blá blá e vamos logo! – I.M disse imitando o Wonho falar.

Levantei motivada pela palavra “almoço”, só naquele momento percebi o quanto estava faminta.

- Obrigada por levantar um pouco meu ânimo – disse, dessa vez sorrindo de verdade, depois me inclinei para dar um abraço nele.

Assim que abracei o Wonho, vi um vulto preto por cima de seu ombro andando para fora do local. Me distanciei de Wonho, finalizando nosso abraço. Meus olhos pararam nas costas de um homem de preto com cabelos loiros. Jooheon olhou por cima do ombro bem disfarçadamente com os olhos enfurecidos para o Shownu que o seguia logo atrás.

Os dois desceram as escadas, me impossibilitando de ver o que ia acontecer em seguida. Estava tão desmotivada e entristecida com a situação que havia me esquecido dele.

- Parece que alguém está morrendo de ciúmes. - Hyungwon chegou perto do Kihyun de braços cruzados e um sorriso malicioso estampado no rosto.

- Do que você está falando? – ele não estava se referindo ao abraço, não é?

- Estou me referindo ao abraço. – Hyungwon apontou para o Wonho e para mim. Jooheon pode ser tudo, principalmente para o lado negativo, mas não parecia ser ciumento. Era o tipo de cara que dizia "foda-se" para tudo, não se importava. Então, não era por causa do abraço, não mesmo.

- Pare de aumentar as coisas, ele não ficaria com ciúmes de um abraço, não tem motivos para isso. Jooheon está chateado pelo Minhyuk, não conseguiu se desculpar. – Wonho falou para Hyungwon.

- É. Não ligue para Hyungwon, S/n. Ele não sabe que tem hora de parar de brincar! - Kihyun olhou mortalmente para ele. 

- Não vamos nos preocupar com isso agora. Sei que ele surta muito, mas o Jooheon vai ficar bem, ele está com o Shownu. – Changkyun disse puxando Kihyun e o Wonho para irmos embora – Nada de ruim vai acontecer com ele. Vamos logo comer!

Caminhamos até as portas do elevador, esperando que parasse no nosso andar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Que a força esteja com você"

- Star Wars

 

 

 

[...]


Notas Finais


<3 Até logo!


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