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História No game, no life. - Love lies


Escrita por: Luna_Moon

Notas do Autor


Boa noite minhas queridas e meus queridos!

Capítulo 46 - Love lies


11 de Março de 2021. Stratford, Inglaterra.

 

Sasuke pov’s

 

O perigo era real quando nos disseram que a Mansão estava sob mira de ataque. Já se passaram dois dias que havia chegado, dois dias que pelo menos dez agentes já não voltariam para casa. Suspirando contra a janela, observei através da chuva o ponto mais longe e a vista da cidade, onde silenciosamente enganava a todos com sua aura pacifica.

Saindo daquele quarto, voltei a descer as escadas e me encaminhei para a Ala de treino, onde até mesmo sob chuva as crianças e os adolescentes treinavam arduamente lado a lado com os agentes mais velhos. Me sentindo pesado e ansioso, fiquei observando cada criança ali se esforçando ao máximo, algumas crianças que eram tão jovens que talvez ainda não soubessem ler e escrever.

- Sasuke. – Chamou Shizune. – Sakura acabou de chegar em Stratford.

- Mid e Lady vieram junto? – Perguntei e então ela negou com a cabeça. – Certo.

Sem um rumo específico, caminhei até a biblioteca e passei a olhar os livros ou o grande mapa-múndi que decorava a parede. De certa forma, mesmo me sentindo bem e seguro, algo dentro de mim estava completamente inquieto. Sem ter necessariamente nada que pudesse fazer ali, decidi mesmo na chuva caminhar por entre o pequeno bosque e jardim da Mansão.

Com o capuz do moletom sob a cabeça passei pelos agentes que ainda continuavam treinando arduamente e então passei a caminhar pela trilha de tijolos de paralelepípedo. Independentemente não sendo um bosque grande e não tendo nada muito de especial a não ser as árvores, calmamente caminhei por ali sentindo que aquilo já foi o suficiente para esfriar a cabeça, literalmente.

Em menos de cinco minutos, logo já estava de frente para as enormes paredes que cercavam a propriedade. Andando rente ao muro e dessa vez com as gotas de chuva caindo diretamente sobre mim parei quando em um lugar que não tinha nenhuma outra planta ao redor, lá estava uma roseira branca. Apenas a encarando olhei para o muro e então me lembrei de algo relacionado ao passado de Sakura e então passei a olhar com atenção para cada tijolo, até que finalmente o encontrei.

- Esta quase sumindo. – Disse uma voz baixa e suave atrás de mim fazendo minha pressão subir levemente quando meu coração bombardeou sangue com um pouco mais de velocidade devido ao susto.

- Sim. – Concordei enquanto olhava o nome de Sasori marcado contra o muro.

- Venha, suba. – Ela disse finalmente entrando no meu campo de visão ao mostrar o caminho para escalar o muro. Assim como eu, a rosada também vestia um moletom preto e com toda a graciosidade escalou aquele muro com quase nenhuma dificuldade, exatamente como um felino sem medo de altura. Depois de seguir seus mesmos passos, e sem a mínima graciosidade, consegui me juntar a si, sentando ao seu lado e observando o horizonte. – Faz muitos anos desde que subi aqui pela última vez.

- Quantos anos? – Perguntei com curiosidade.

- Desde a morte de Sasori, há quase seis anos. – Falou e então suspirou.

- Você acha que tudo seria diferente se Sasori estivesse vivo? – Perguntei. – Será que Kakashi teria a enviado nessa missão desde o inicio?

- Talvez sim, talvez não. – Respondeu. – Se Sasori ainda estivesse vivo talvez ele estivesse sentado junto com nós nesse instante ou estaria caçando e me deixando na equipe de suporte.

- Por alguma razão mesmo eu não o conhecendo, Sasori é o tipo de cara que eu respeito. – Falei. – Se é que isso faça algum sentido para você.

- Faz. – Ela disse e então olhou para mim. – Porque mesmo não conhecendo seu irmão e seu tio, eu ainda admiro e respeito eles. – Completou e quando o silêncio recaiu sobre nós, apenas ficamos encarando a extensão por um tempo.

- Você pensa em continuar como agente mesmo depois que tudo isso acabar? – Perguntei e dessa vez seu suspiro foi prolongado.

- Eu realmente não sei. – Ela disse olhando fixamente para frente respirando profundamente quando um vento mais forte passou por nós. – Planejei toda minha vida para que esse dia chegasse, o dia do conflito com os Visards, então quando tudo isso acabar e se eu sair viva, cumprirei minha promessa de vida e viverei até que Sue seja adulta o suficiente para viver a vida e que Mid consiga passar por sua velhice, e quando isso acontecer não sei se terei outro objetivo.

- Hn.

- E você Sasuke? Porque depois de almejar tanto sua vida antiga, porque voltou a se juntar como agente na CORPU’s? – Perguntou e voltou a olhar para mim, e dessa vez também olhei para si e fui sincero ao responder.

- Não importa o quanto eu tente seguir com minha vida normal, você sempre acaba voltando até mim. – Falei e então um sorriso mínimo brincou com seus lábios quando seus olhos se desviaram do meu.

- Então eu sou o seu karma? – Perguntou e dessa vez quem sorriu fui eu.

- Talvez. – Falei e então dei de ombros. – Ou eu que seja o seu karma.

- Faz sentido. – Respondeu e então ambos sorrimos mesmo quando a chuva engrossou e as rajadas de vento começaram a nos acertar com ainda mais violência.

 

Sakura pov’s

 

Era de tarde quando finalmente Tsunade nos convocou em sua sala. Com o coração martelando no peito, controlei minha vontade em correr até sua sala, e lado a lado com o Uchiha, caminhamos até a sala pessoal da líder.

- Entrem. – Disse Shizune antes mesmo que batêssemos a porta, e assim que entramos na sala, a loira apenas indicou as cadeiras em frente a sua mesa e por fim nos sentamos.

- Kakashi já deve ter lhe contato sobre mais ou menos qual a razão por eu tê-la convocado até aqui certo? – Falou e logo assenti. – O motivo pelo qual vocês dois estão aqui nesse momento é porque eu irei contar o que exatamente aconteceu há 17 anos, ou pelo menos tudo o que sei.

- Okay. – Assentimos.

- Aparentemente tudo começou na equipe de pesquisa médica...

 

17 anos atrás. 01 de junho de 2003. Los Angeles, EUA.

 

Mentiria se dissesse que acordei cedo quando na realidade eu ainda nem sequer havia fechado os olhos. Com toda a parte interna da minha boca mastigada em nervosismo, cansei de rolar de um lado para outro e finalmente resolvi sair daquela cama. Caminhando para o banheiro, acendi as luzes e me olhei no espelho, não ficando nem um pouco surpresa quando encontrei bolsas negras em baixo dos meus olhos.

Suspirando tirei a roupa e me enfiei em baixo do chuveiro, ficando por mais tempo que o necessário antes de realmente me lavar. Enrolada na toalha, sai do banheiro e caminhei até o armário, pegando minhas coisas o mais silenciosa possível.

- Não se preocupe, estou acordado. – Disse Thomas. – Também não consigo dormir.

- Está ansioso também? – Perguntei.

- Ansioso, com medo, nervoso, apavorado... – Disse ao se levantar e por as mãos sob meus ombros. – Tudo que você conseguir por em palavras é o que estou sentindo.

- Eu estou morrendo de medo Thomas, não consigo nem fechar os olhos ao pensar que daqui a algumas horas podemos perder tudo. – Falei e então me aconcheguei contra si. Guardando em minha memória a sensação de ter meu corpo envolvido pelo seu, de ser reconfortado com seu calor e por seu amor.

- Anne, olhe para mim. – Pediu e então quando olhei para si, encontrei esperança em seus olhos. – Vai dar certo. No final do dia iremos voltar para casa e iremos jantar com nossas meninas como se esse pesadelo nunca fosse real.

- Promete? – Pedi.

- Prometo. Vamos passar por esse desafio juntos e voltaremos para casa juntos.

- Hoje é apenas mais um dia como outro. – Falei reencontrando minha própria paz.

- Apenas um dia como qualquer outro. – Concordou.

- Certo, então vou aproveitar que já estou acordada e vou fazer um super café da manhã para as meninas. – Disse e então recebi um beijo na testa.

- Uma maravilhosa ideia. – Concordou. – Enquanto isso vou tomar banho, pode deixar que hoje eu tiro elas da cama.

- Obrigada. – Agradeci e então beijei sua mão antes de me virar de frente para o armário novamente.

Me arrumando como em qualquer outro dia, vesti minha saia mais confortável juntamente com uma camisa de botão, e então de pantufas me encaminhei para a cozinha, pensando exatamente qual café da manhã poderia fazer.

Decidindo fazer aquilo que certamente iria levar as meninas a felicidade, tirei da dispensa as gotas de chocolate que praticamente são reservadas para este fim específico. Decidindo fazer a massa na mão, peguei uma bacia e o batedor manual, buscando assim que o ato de estar cozinhando afastasse da minha cabeça todos os prováveis eventos que sucederiam no dia.

- Bom dia mãe. – Disse Lucy sorrateiramente.

- Bom dia meu amor. – Cumprimentei a olhando por cima do ombro enquanto batia a massa.

- Sakura não levantou ainda. – Disse Lucy. – Acho que dessa vez ela esta em coma mesmo.

- Ela ainda é uma criança, você na idade dela tinha o sono tão pesado quanto ela. – Falei com uma risada a ver seu rosto se contorcer.

- Bom dia princesa. – Disse Thomas para Lucy ao entrar na cozinha e beijar seus cabelos. – Sakura não acordou?

- Só na base do choque. – Resmungou Lucy.

- Achei que abrir as cortinas do quarto já fosse o suficiente. – Falou Thomas um pouco surpreso.

- Não com a Sakura.

- Sakura, está na hora de levantar! – Chamei.

- Não vai adiantar.

- Lucy, tenta acordar sua irmã. – Pedi e então passei a montar as panquecas. – Arruma a mesa amor.

- Certo. – Respondeu. Enquanto fazia as panquecas, conseguia escutar o barulho da mesa sendo posta, e um por um fiz grossas fatias de panquecas com gotas de chocolate. – Bom dia querida.

- Bom dia papai. – Cumprimentou Sakura com voz sonolenta enquanto puxava a cadeira para sentar.

- Café está pronto. – Disse ao desligar a chama do fogão e pegar a travessa, servindo a mesa e depositando um beijo na testa de cada um ao servi-los.

- Panquecoelho! – Gritou Sakura animada quando percebeu que havia feito seu café da manhã favorito.

- Exatamente, hoje é um dia especial. – Disse e, mesmo não querendo, pensamentos do que poderia vir a acontecer neste dia fizeram meu coração se apertar, porém abanando aqueles pensamentos para longe voltei a me concentrar em minha família e arrumei o um dos cachinhos dourados de Lucy que quase sempre insistiam em se desfazer e também de endireitar a tiara nos cabelos de Saky, e aproveitei esse momento quando nenhuma das duas olhavam diretamente para mim observando-as e as amando silenciosamente. – Vou precisar ir mais cedo para o trabalho. – Falei e então controlei o embargamento na minha voz.

- Então deixa que eu levo as meninas para a escola. – Disse Thomas se levantando para dar um beijo e um afago em minha bochecha como em todas as manhãs. – Vai dar tudo certo. – Sussurrou de forma que apenas eu pudesse escutar, e então assenti para si antes de retirar o avental e pegar minha bolsa e minhas chaves. Olhando uma última vez para trás, controlei a vontade de voltar para abraça-las e dizer o quanto as amava, porém aquilo não era uma despedida e então prometi a mim mesma que quando voltasse para casa no fim da tarde iria poder dizer o quanto eu as amava.

Assim que cheguei a CORPU’s, estacionei em uma das vagas mais próximas ao elevador, e resolvendo prevenir, deixei a chave na ignição e então finalmente desci do carro. Trêmula, me esforcei ao máximo para não transparecer o quanto estava nervosa. Em nossa sala, esperei pacientemente até Thomas chegar e assim que ele chegou me senti um pouco mais confiante.

- Alguma coisa alterada ou suspeita? – Perguntou assim que chegou.

- Não, nada. – Falei e então assim como eu vestiu seu jaleco e passou a trabalhar. – Vamos fazer como o combinado, você ativa o software e eu elimino todos os dados.

- Okay. – Assentiu.

Foi necessário o resto da manhã, o almoço, e boa parte da tarde para que realmente todo nosso sistema fosse completamente formatado. Uma das nossas maiores preocupações era que eles colocassem as mãos nesses arquivos, ou que aquela caixa fosse aberta. Tremendo cada vez mais olhei a barra de porcentagem e então enviei um pedido a Deus que aquilo realmente fosse mais rápido.

Sem nenhum sinal de Thomas, tentei ligar para si apenas uma única vez, e quando fiz isso do outro lado da sala ouvi seu aparelho tocar. Duplamente nervosa, fiquei andando de um lado para outro, torcendo que Thomas também tivesse sucesso na ativação do software. Era quase quatro horas da tarde e até então não obtive nenhuma noticia sua, batendo os dedos na mesa fiquei observando a barra lentamente se arrastar.

- Vai caralho! – Xinguei o monitor enquanto a porcentagem ainda se mantinha nos 82%.

Com o barulho de uma explosão não muito distante senti todo o sangue do meu corpo parar de circular no exato momento em que a sirene foi acionada. Com falta de ar, precisei me apoiar sobre a mesa enquanto meus piores pesadelos passaram a ser reais. Tirando e jogando o jaleco para longe, corri até mesa pessoal de Thomas e abri a ultima gaveta, revirando tudo para conseguir abrir um fundo falso e de lá retirar uma arma.

Eu não sabia usá-la, durante toda minha vida tive pavor verdadeiro de realmente usar uma arma, porém sabia que nesse momento eu teria que usa-la. Mesmo que a porta estivesse trancada e abrisse apenas com leitura ocular ou senha PIN, por alguma razão eu não conseguia tirar meus olhos de lá. Tremendo olhei o monitor e a barra de porcentagem, sentindo cada vez mais meu coração querendo explodir com o nível de adrenalina.

- 93%, vamos lá Deus, por favor... – Pedi aos céus e então dei um pulo quando a maçaneta da porta foi girada, não uma, mas duas vezes. Com a bile na garganta escutei quando a senha foi inserida e a trava foi liberada. Lentamente a porta foi aberta e de lá Thomas surgiu, andando com certa dificuldade. – Ai meu Deus, você esta bem?

- Fique ai. – Ele disse no exato momento em que um segundo corpo surgiu segurando uma arma apontada diretamente para sua cabeça.

- Oi Anne, quanto tempo.

- Kabuto... – Falei seu nome incrédula. – Por que esta fazendo isso?

- Por ideais. – Respondeu dando de ombros. – E também porque nunca gostei de vocês ou dessa equipe de merda.

- Pensei que erámos amigos. – Disse.

- Para de mimimi e aceita Anne, não seja apenas a loira burra, e vamos direto ao assunto. – Onde está?

- Protegido de vocês e de qualquer um. – Respondeu Thomas. – Vocês nunca vão conseguir por as mãos nele.

- Nunca diga nunca. – Falou e então mirou a arma para mim. – Me diga onde esta ou eu atiro nela. – Falou e então petrificada apenas congelei no lugar e esperei fielmente que Thomas não falasse. – Diga! – Gritou e dessa vez disparou a arma contra o armário que estava logo atrás da minha cabeça.

- No último andar do prédio, na última sala. – Thomas disse e então abaixou a cabeça derrotado. – Quando você for lá, não terá duvidas de onde ele vai estar.

- Estou lhe dando meu voto de confiança Thomas. – Avisou Kabuto e então através da escuta cochichou para alguém e em poucos segundos, outro homem estava na sala. – Marcos, os vigie e fique atento na escuta para caso se eu te chamar.

- Sim senhor. – Respondeu e então engatilhou a arma e também a apontou para nós. Assim que Kabuto saiu da sala, ninguém mais ousou dizer nada, éramos apenas nós três.

Com a perna sangrando, Thomas tinha uma expressão de dor enquanto tentava se manter em pé. E enquanto o homem mantinha os olhos em nós ele também mantinha os olhos na porta, sempre atento a qualquer movimento.

– Sim, estou na escuta. – Falou Marcos de repente, ao fixar os olhos em nós e então apontou a arma para mim novamente. – Qual é a senha?

- Eu não sei. – Respondi.

- Qual é a senha? – Perguntou novamente, dessa vez para Thomas.

- Está no computador. – Respondeu apontando para a mesa atrás de mim, e então sem hesitar manteve firme a arma apontada para nós ao se aproximar do fundo da sala, e então entendendo que aquele era o momento perfeito para agir, girei o corpo de forma que minhas costas estivessem virada para Thomas, deixando a vista a arma que estava no cós da minha saia.

Assim que ele passou por mim, Thomas o mais rápido que pode tirou a arma de mim, fechando os olhos consegui escutar três tiros rápidos e então o som de um corpo caindo fortemente contra o chão. Com um grito preso a garganta abri os olhos e senti meu mundo parar quando vi que havia uma arma apontada contra minha testa.

- Acho melhor você não tentar nenhuma gracinha comigo, ou vai acabar do mesmo jeito que seu marido. – Falou e então indicou com a cabeça em direção ao chão onde Thomas estava caído de barriga para baixo.

Com lágrimas silenciosas, senti minha voz morrer dentro de mim quando pânico verdadeiro tomou posse do meu corpo. Enquanto ele mexia no mouse furiosamente e apertava nas teclas do computador para ligar o monitor, apenas esperei o próximo momento onde ele com toda certeza tentaria arrancar de mim qualquer informação. Como exatamente um rato na boca da cobra, apenas esperei pacientemente o momento em que suas presas se fechariam ao meu redor.

- Por que o computador não liga? – Perguntou.

- Porque eu ativei a função de autodestruição, não existe mais nenhum arquivo. – Falei e então vi quando suas narinas dilataram de raiva enquanto avançava em minha direção ao me pegar pelo pescoço. – Qual a senha então?

- Não sei, apenas Thomas sabe e provavelmente se ele guardou em algum lugar, nem eu e nem você vamos saber. – Disse com um sorriso de deboche. – Vocês nunca vão por a mão naquilo. Vocês são um bando de perdedores. – Disse então senti sua segunda mão se fechar contra meu pescoço, e mesmo que eu arranhasse seus braços ou as puxasse para longe ele não cedia.

- Vocês são os perdedores daqui, tenha certeza disso. – Ele disse enquanto apertava ainda mais minha garganta, me fazendo tossir e espernear para conseguir me livrar do seu aperto, porém não importava quanto eu o chutasse ou o arranhasse, eu não conseguia me livrar de si e então quando minha mente começou a se escurecer e meus ouvidos zumbir, desisti de lutar e deixei que a imagem da minha família fluísse livremente por minha mente.

Desculpa princesas, mas a mamãe e o papai irão se atrasar para ir busca-las na escola hoje. – Pensei e então com lágrimas silenciosas, escutei um último ”mamãe” manhoso de Sakura antes do mundo realmente se apagar.

 

Sasuke pov’s

 

Sakura estava completamente pálida e inerte ao meu lado. Conforme Tsunade nos contava todos os detalhes sobre como eles invadiram a CORPU’s, e toda a carnificina além do que aconteceu naquele dia com os pais de Sakura, tudo que ela contava, a rosada apenas mantinha a cabeça semi baixa e olhava vidrada para suas próprias mãos.

- Você sabe que negócio é esse que eles tanto estavam atrás? – Perguntei com expectativa de acabar com aquele suspense sobre o que poderia haver de tão precioso dentro daquela caixa.

- Não. – Respondeu. – Mesmo eu sendo próxima a eles, nós nunca tínhamos verdadeiramente conversado sobre nossos trabalhos, tanto por questão de segurança como por questão de falta de tempo.

- Tudo que sabemos sobre aquele dia foi assistindo todas as câmeras de vídeos e perguntando diretamente para os pouquíssimos sobreviventes, anotando e colhendo informações sobre quem teria começado o ataque. – Disse Shizune.

- E quem começou isso? – Perguntei.

- Um homem chamado Orochimaru. – Respondeu Tsunade com um longo suspiro. – Ele era um dos pesquisadores chefe e trabalhava junto com os pais de Sakura no setor de pesquisa. – Respondeu com rancor. – Foi ele e seu assistente, Kabuto, que permitiram a entrada aos invasores.

- A Lucy... – Disse Sakura se pronunciando pela primeira vez. – Como ela se envolveu nisso?

- Nós também pensávamos que a pessoa que recolheu o corpo de Lucy foi alguém da CORPU’s para realizar a ficha de óbito, porém quando analisamos o vídeo novamente não conseguimos identificar quem que levou o corpo dela e para onde a levou.

- Quem quer que seja essa pessoa, ela teve todo o cuidado de se caracterizar como um legista e manter seu rosto oculto das câmeras além de forjar sua morte e até mesmo um caixão. – Completou Shizune.

- Das poucas pessoas que sobreviveram, tem apenas uma única pessoa que trabalhou com seus pais e que talvez possa nos ajudar a descobrir alguma coisa. – Anunciou Tsunade. – Você já deve ter conhecido o Dr. Parkson?

- Sim. – Assenti enquanto lembrava do homem que usava o bastão de choque no dia em que conheci Midnight.

- Ele foi transferido para a sede em Londres. – Contou a loira. – Shizune conseguiu entrar em contato e ele está nos esperando.

- E quando vamos? – Perguntei.

- Agora mesmo. – Respondeu a loira ao se levantar. – Londres fica a aproximadamente 9,12 Km daqui.

- Isso leva quanto tempo até chegarmos lá? – Perguntou Sakura.

- Uns quinze minutos. - Respondeu e então abriu a cortina e olhou para o horizonte onde um helicóptero se aproximava.

 

Sakura pov’s

 

O vento fazia meus cabelos açoitarem meu rosto, porém mesmo assim apenas fiquei observando a paisagem logo abaixo de nós, aproveitando ao máximo aquele momento. Sentindo minha mão ser envolvida antes de gentilmente ser apertada, olhando para o dono da mão que envolvia a minha, vi quando ele gesticulou a cabeça em minha direção como se perguntasse se eu estava bem. Sorri minimamente para si e então voltei a olhar para longe, onde aos poucos os prédios e os grandes arranha-céus começavam a tomar conta do cenário.

Mesmo sendo treinada para conseguir lidar com as mais diversas situações, e mesmo passando por tudo aquilo que mais poderia mexer com a sanidade de qualquer pessoa, todos esses últimos acontecimentos com os pais de Sasuke e agora com os meus pais, vem realmente mexendo com minha cabeça.

- Sakura? – Chamou Sasuke parado em minha frente ao retirar os protetores auriculares de mim. – Você realmente está bem? – Perguntou novamente enquanto dessa vez soltava meu cinto.

- Estou bem. – Respondi enquanto aceitava sua mão e saltava em direção ao chão finalmente percebendo que havíamos pousado.

- Não parece. – Respondeu e então indicou o caminho onde todos nos esperavam próximo a saída do terraço. Soltando minha mão da sua respirei fundo e então com força acertei meu próprio rosto com um tapa, fazendo o som ecoar e um Uchiha me olhar meio boquiaberto.

- Bem melhor. – Respondi enquanto concentrava minha atenção na dor e afastava todos aqueles sentimentos conflitantes.

- Agora sim parece a Sakura que conheço. – Falou com um sorriso de lado.

- Vamos. – Sorri para si e então nos juntamos a todos.

 

***

 

Era desconfortável estar no mesmo ambiente que o mesmo homem que jurei enfiar uma lâmina no pescoço há alguns anos atrás. Agora em uma única sala, estávamos todos nós e a mesma equipe de anos atrás, e quase cem porcento dessa equipe não parecia muito contente em me ver novamente. Tsunade assim como Sasuke e Shizune, pareciam cientes do clima ruim implantado entre nós, porém nenhum deles tornou esse assunto público.

- Louise querida, poderia por gentileza nos trazer algumas xícaras de chá para nossas visitas? – Pediu Dr. Parkinson para uma das assistentes.

- Não será necessário, viemos aqui para tratar de um assunto rápido. – Disse Tsunade. – Um assunto que preferia que fosse apenas entre nós doutor.

- E que assunto seria esse? – Perguntou.

- Um assunto que está enterrado entre nós há 17 anos. – Disse Tsunade simples e direta.

- Entendo. – Respondeu e então depois de alguns segundos sem dizer nada apenas olhou para cada uma de suas assistentes e então todas elas se retiraram, uma por uma e sem olhar para trás. – Sobre o que exatamente você precisa de mim Tsunade?

- Antes de tudo, você sabe quem é essa garota? – Questionou enquanto falava de mim, fazendo dessa maneira seus olhos recaírem como navalhas sobre mim novamente.

- Sim. – Respondeu. – Uma agente que acha que é dona do mundo e da razão. – Respondeu sem disfarçar a arrogância para mim, de maneira que Sasuke prendeu um riso esganiçado.

- Além disso. – Falou Tsunade e dessa vez não consegui evitar de olhar semi boquiaberta para a loira antes de lançar um olhar mortal para o moreno do meu lado que segurava os lábios com força para não rir ao tentar manter a pose séria.

- Além disso nada.

- Certo. – Falou Tsunade e então se virou para mim. – Poderia dizer qual o seu nome para ele?

- Sakura Haruno. – Falei com tédio sem entender todo aquele melodrama. Porém no mesmo segundo o homem em minha frente arregalou os olhos e então seu lábio inferior tremeu ao me avaliar dos pés a cabeça.

- Isso só pode ser brincadeira. – Ponderou e então se virou para Tsunade. – Ela é a filha do Thomas e da Anne?

- Sim. – Assentiu Tsunade e então o senhor a minha frente apenas secou as pequenas gotículas de suor em sua testa.

 - Não sabia que a filha deles estava trabalhando para a CORPU’s. – Falou e então estalei a língua pela sua surpresa. – Thomas realmente entraria em colapso se soubesse disso.

- Se soubesse o que? – Perguntei.

- Que você é uma agente da CORPU’s, ele nunca aprovou sequer cogitar essa ideia. – Respondeu o homem de idade a minha frente.

- Isso não faz sentido, minha irmã era treinada pela CORPU’s e ele não se mostrava contra.

- Ele não tinha o direito de opinar sobre as decisões no futuro de Lucy. – Respondeu e então Tsunade endireitou a coluna e Shizune apertou os lábios um contra o outro.

- O que você quer dizer com isso? – Perguntei quando um arrepio subiu pelas minhas pernas.

- Thomas nunca foi o pai da Lucy.


Notas Finais


Desta vez eu me superei na demora dhaushdaushdau

Além de desculpas pela demora, peço também por quaisquer erros gramaticais.

Até o proximo meus amores, deixem comentário que assim que eu entrar aqui denovo irei responde-los. Se tiverem alguma duvida também estou completamente a disposição.

Um beijão, amo vocês ♥


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