História No Homo, No Alpha - Mostra-me tu talento, papi

Vigésimo Sétimo Capítulo: “Mostra-me tu talento, papi”

Primeira Parte: o cio

Jimin correu até a primeira farmácia que encontrou e comprou tantas camisinhas que a beta que o atendeu chegou a ficar envergonhada. Seu lobo encontrava-se em desespero, já que por algum motivo desconhecido por si, o cheiro de Jungkook podia ser percebido pelo alfa mesmo que ambos estivessem a alguns poucos quilômetros de distância um do outro. O Park lutava com todas as suas forças para que seus instintos não aflorassem e que ele se transformasse em sua forma metade lupina, metade humana – esta que era realmente parecida literalmente com um lobisomem –, já que seu corpo e seu lobo estavam sensíveis o suficiente para que os instintos animais ficassem difíceis de controlar.

Saiu da farmácia às pressas. Pela segunda vez em menos de um mês, Jimin pisou no acelerador do seu carro sem se importar com as multas por excesso de velocidade que viriam para si em breve. De tal forma, seguiu com rapidez e ultrapassando qualquer veículo em sua frente para que pudesse logo chegar até Jungkook. Chegou até a desrespeitar os semáforos e os outros motoristas, afinal, seu ômega era mais importante do que qualquer outra coisa no mundo. Foi com toda essa rapidez que o alfa finalmente chegou em seu prédio, quase gritando desesperado pois sabia que Jungkook estava ali, já que o cheiro deste parecia extremamente nítido.

Jimin estacionou o carro de qualquer jeito e subiu às pressas até o piso onde ficavam os elevadores. Trêmulo, levou a mão livre até o painel da caixa prateada e digitou o número do seu andar. Estranhamente naquele dia o elevador parecia mais lento que o normal, tanto que o Park já começava a soar dentro do mesmo. Estava realmente desesperado, como se também estivesse entrando no cio. Só queria entender porque diabos o cio do seu namorado o afetava tanto, desde os primeiros sintomas, no início do pré-cio.

Quando a porta do elevador finalmente se abriu, o paladar de Jimin se tornou uma mistura sensual e refrescante de cereja e menta, como se o alfa tivesse acabado de provar do delicioso lubrificante do seu chefe. Enquanto caminhava apressado até seu apartamento, sua mente se transformou numa confusão de sensações prazerosas e tortuosas de modo que o chão sob seus pés pareceram gelatina. Era como se suas pernas afundassem no solo a cada passo que dava, no entanto o Park buscou se desligar daquelas sensações estranhas e destrancou a porta do apartamento, entrando e se perdendo no aroma de Jungkook.

- Hyung.

Antes que pudesse raciocinar, o próprio Jungkook já puxava Jimin pela gravata até a cozinha, empurrando o mesmo contra o balcão e imediatamente enfiando o rosto no vão entre o pescoço e o ombro do alfa. De maneira involuntária, o mais velho segurou na cintura do ômega e apertou, suspirando contra a pele nua do mesmo – Jungkook fora um garotinho bastante esperto, se despindo totalmente assim que chegara ao apartamento de Jimin. Claro que a febre inicial do cio ajudou bastante na decisão do ômega em se despir – este que agora cheirava o seu pescoço com possessividade para depois começar a lamber o local. Jimin não conseguiu fazer nada além de suspirar, ao mesmo tempo que sentia o membro duro do Jeon pulsando contra o seu, que mesmo coberto, podia sentir o calor emanando do outro.

Sem nenhuma palavra, Jungkook cravou suas presas no pescoço de Jimin, marcando-o temporariamente. O alfa urrou de dor e de prazer, sentindo a sede de sexo dobrar de intensidade, já que agora sentia ao menos metade de tudo o que o Jeon sentia naquele momento. Ao perceber que seu membro já encontrava-se malditamente duro, Jimin segurou firmemente na cintura de Jungkook e o virou de costas para si, fazendo-o ficar apoiado sobre a mesa da cozinha. Empurrou com não tanta delicadeza o tronco do ômega sobre a mesa e começou a abrir a braguilha da sua calça, retirando seu próprio membro de dentro da cueca com pressa e em menos de trinta segundos, desenrolando a camisinha em sua extensão.

- Você disse que queria o meu nó com certa urgência, não foi, amor? – Jimin perguntou segurando as nádegas firmes e branquinhas do ômega, vendo o mesmo gemendo sôfrego somente com aquele toque. – Eu não vou enrolar muito, sei o quão necessitado você está. Sei o quanto me deseja agora, você quer o hyung todo enterrado em você, não quer? Estava louco para que eu lhe devorasse por cinco dias, não é? Pois é isso que seu alfa fará. Manterei nós dois muito bem alimentados e satisfeitos, você terá todo o licor do mundo para si.

Disse somente aquilo. Introduziu-se com força no interior completamente molhado e quente do mais novo, que com o impacto teve o corpo impulsionado para frente. A sensação de ter seus mamilos raspando naquela superfície gelada enquanto tinha seu alfa todo dentro de si foi mais que suficiente para que o seu lobo finalmente tomasse posse do seu corpo. Jimin viu que o cio do seu ômega havia finalmente chegado quando Jungkook olhou pra si com os olhos azuis e as presas saltadas. Merda, pensou. Jungkook fica ainda mais gostoso quando está dominado pelos seus instintos carnais.

O ômega só conseguia gemer e gritar, espremendo o pau de Jimin em seu interior. Sua coluna e seu membro doíam de forma tortuosa, mas pela primeira vez Jungkook sentia um tremendo prazer com aquela dor, já que sabia que dessa vez, teria uma recompensa deliciosa no final. Teria algo inchando dentro de si várias vezes, por quase uma semana. Mal podia esperar para terminar toda aquela sessão de sexo completamente destruído. Queria sentir Jimin dentro de si até seu próximo cio. Se bem que naquele instante, não era bem nisso que estava pensando. Sequer estava pensando. Somente ficava nas sensações que embalavam seu corpo, todas elas sendo proporcionadas por Jimin.

Este que rosnava alto enquanto arremetia contra o corpo trêmulo de pele leitosa que encontrava-se curvado sobre a mesa. Jimin chegou perto de perder a consciência humana ao penetrar Jungkook, já que por estar no cio, o corpo alheio parecia mais empenhado em fazê-lo ainda mais delicioso e atraente. O Park apertava as nádegas do Jeon enquanto se movia em seu interior, em um ritmo tão gostoso que fazia até mesmo com que o alfa girasse os olhos nas órbitas. Gemia alto enquanto observava seu membro entrando e saindo do Buraquinho rosado do seu ômega, este que se encontrava completamente molhado, todo melado de lubrificante. A boca de Jimin encheu de água, precisava provar do mel do seu garotinho.

Foi quando decidiu sair de dentro do mais novo e caiu de joelhos, ficando com o rosto colado na bunda do mesmo. Imediatamente, introduziu sua língua na entrada de Jungkook e sentiu o lubrificante doce e refrescante invadindo seu palato. Naquele instante, o ômega gemeu tão alto que sentiu a garganta arder. Seus pés retorceram a ponto de estalarem e suas garras cravaram-se e arrastaram-se na superfície da mesa de granito, deixando oito marcas profundas na mesma, quatro de cada lado. O Jeon começou a rebolar contra o rosto do seu alfa, completamente absorto no prazer, até que o próprio Jimin se levantou, virando Jungkook agora de frente pra si.

O empresário quase gritou com manha ao ver o quão sexy estava seu assistente naquele momento. Os cabelos que agora estavam um pouco mais longos caíam sobre os olhos de Jimin, estes que encontravam-se dourados. Um lado do seu lábio inferior possuía um corte profundo e a boca do alfa mal ficava fechada devido as suas presas. Mesmo machucado, com a boca vermelha de sangue e os cabelos desgrenhados, o Park era sem sombra de dúvidas a presença mais sexual do universo na visão do ômega. Sem dar tanto tempo para que Jungkook o apreciasse, Jimin segurou as pernas longas do mais novo e enlaçou-as em sua cintura, logo se enfiando dentro do mesmo novamente. O Jeon gemeu em desespero, cravando suas presas nos braços do alfa, este que encontrava-se ainda vestido. O mais velho rosnou e o membro de Jungkook pulsou dolorosamente em resposta.

- A-A-Al... fa... – gemeu entrecortado, sentindo o seu interior doer ainda mais, assim como sua uretra. Imediatamente Jungkook segurou seu próprio membro e passou a masturbá-lo rápido, sentindo seu orgasmo vindo. Jimin também gemeu naquele momento, sentindo o aperto ao redor do seu membro aumentar tanto que sentira até um pouco de dor, no entanto, foi a dor mais satisfatória que já sentira em toda a sua vida. O alfa curvou-se sobre o corpo de seu ômega e tomou o mamilo do mesmo em sua boca, sugando-o e deslizando a língua macia sobre o pequeno botão róseo, o que obviamente fez com que Jungkook gemesse ainda mais alto e com força, mais uma vez ferindo sua garganta.

Jimin percebeu de canto de olho que sua camisa lentamente estava se fingindo de vermelho devido às marcas que Jungkook fizera em seus braços e riu ladino, se curvando sobre o tronco do mais novo e lambendo devagar os mamilos do mesmo, contrastando com os movimentos que fazia no interior do ômega. Choramingou em desespero, o Jeon sentia a dor aumentando e se tornando mais insuportável, mas era por estar agora finalmente próximo ao seu primeiro gatilho de alívio. Mordeu o lábio com força e fechou os olhos, girando os mesmos nas órbitas mesmo que estes estivessem cobertos por suas pálpebras.

Quando o primeiro orgasmo de Jungkook chegou, o mesmo se levantou da mesa e ficou com o corpo preso somente no tronco forte de Jimin. Caminhando desajeitado, o alfa foi até a parede mais próxima e colou as costas do ômega na mesma, apoiou as duas mãos na parede ao lado da cabeça do ômega e se moveu com ainda mais força no interior do Jeon, que gritou o nome do mais velho e marcou-o mais uma vez, agora no ombro. Ao soltá-lo, teve os lábios de Jimin em seu pescoço e ao sentir as sucções do alfa em sua pele, agarrou-se nas costas do mesmo com uma das mãos e deslizou suas garras ali, fazendo com que o mais velho gemesse dolorido, mas com prazer ao mesmo tempo. Prazer demais.

A mão livre de Jungkook foi para a nuca de Jimin, logo perdendo-se entre os fios negros e lustrosos, que agora estavam úmidos de suor. Foi quando o alfa rosnou contra o pescoço do ômega que o membro deste voltou a endurecer e a doer. Precisava gozar. De novo. Sorriu ladino quando sentiu a glande do alfa inchar dentro de si, indicando que seu namorado estava finalmente gozando. A sensação de ter o pau alheio inchando dentro de si foi tão gostosa que Jungkook acabou gozando novamente, sujando o terno de Jimin. Aquele era o seu cio, então.

O alfa saiu de dentro de Jungkook e retirou seus sapatos com pressa, segurou o pulso do mais novo e levou-o até a sala, empurrando-o contra o sofá macio. Enquanto admirava a bagunça que Jeon Jeongguk se encontrava, Jimin se despiu com pressa, atirando tanto a camisa quanto a gravata para perto da porta. Com um novo pacote de camisinha em mãos, retirou a que usava e deu um nó, jogando a mesma sobre suas roupas. Jogaria no lixo depois; seu ômega era sua prioridade.

- D-Dói tanto ficar s-sem você aqui, hyung – Jungkook gemeu, observando com certa fome seu alfa desenrolando uma nova camisinha em seu membro. Sendo sincero, seu maxilar doía apenas em olhar para o pau rosado do mais velho. Queria tê-lo em sua boca, indo fundo em sua garganta, queria sentir as mãos de Jimin contra seus cabelos, empurrando seu rosto para perto da pélvis do alfa, queria ter a sensação de sufocamento com o nó do Park se formando contra sua úvula. Oh, os pensamentos eram tão fodidamente sujos que se estivesse em seu juízo perfeito, Jungkook acabaria de envergonhando. – S-Sem você d-dentro... Ahn, eu quero tanto ter você me fodendo, hyung. Estou quase implorando pra você desistir da merda dessa camisinha... – antes que pudesse terminar, Jimin já estava sobre si, entre suas pernas. Sequer falou ao colocar as pernas de Jungkook em seus ombros, deixando-o completamente exposto para si.

- Eu prometo... que vou te devorar bem gostoso durante esses cinco dias. Fique tranquilo, seu alfa não dará descanso pra você – disse Jimin, antes de se introduzir novamente no interior dolorido de Jungkook, que gemeu deliciosamente ao ter o pau grosso e grande do mais velho enterrado em si pela segunda vez em um período tão curto. Se pudesse pensar com coerência naquele momento, Jungkook com certeza estaria xingando Jimin de todas as coisas que existissem, pois era humanamente impossível que um homem fosse tão, tão gostoso daquela forma. Entretanto, no fim das contas, Jimin e Jungkook não eram humanos, mesmo.

Jimin se enterrava no interior alheio com uma velocidade e força que não havia usado da primeira vez que teve o prazer de transar com o Jeon. Segurou as mãos do seu ômega acima da cabeça do mesmo e continuou a meter com cada vez mais força, o fodendo como um verdadeiro animal. O lobo de Jungkook, este que agora dominava o corpo do mesmo sentia seus instintos completamente sedentos pela marca do outro, mesmo tendo dito ao seu “recipiente” que Jimin com certeza não o marcaria durante o cio. Entretanto, parecia malditamente tentador ter aquelas presas enfiadas no seu pescoço, o enchendo ainda mais de prazer.

Eram almas gêmeas, afinal de contas. Sabia que não iria sentir dor ao ter as presas de Jimin contra a carne do seu pescoço.

Pela primeira vez naquela noite, o Park buscou os lábios famintos de Jungkook, tomando a boquinha macia na sua. Os dois se beijavam rapidamente, no entanto o ósculo era tão intenso quanto os dos beijos lentos que costumavam dar. À medida em que a língua de Jimin se movia contra a sua, enrolando-se ao redor da mesma, o ômega sentia ainda mais dor e desejo de ter a mordida e os nós de Jimin em seu interior dolorido, todos de uma vez. Era um desejo avassalador e que doía, doía pois só parecia suficiente quando sentia o prazer do seu alfa literalmente crescendo dentro de si, mas logo a insatisfação voltava e fazia com que Jungkook quisesse mais e mais.

Era um inferno, e obviamente Jimin era o próprio demônio. Graças a isso, Jungkook definitivamente não gostaria de ir para o céu, somente para desfrutar do prazer até o fim de sua vida ao lado daquele alfa. Sentia seu interior queimando a cada estocada firme que Jimin dava em ali, o desestabilizando, falava uma quantidade absurda de palavrões a cada instante – com a língua praticamente enrolada, já que o prazer e a dor que sentia eram tão grandes que o impossibilitavam de falar com coerência – e ao ver os sorrisos maldosos adornando os lábios bonitos do alfa, sentia mais pré-sêmen molhando sua glande. Se fosse capaz naquele momento, estaria falando coisas capazes de fazer Jimin ter seu orgasmo sem precisar de muita coisa.

Quando Jimin soltava a cintura de Jungkook, era somente para direcionar as mesmas até os mamilos do ômega, para puxá-los com certa intensidade, deixando o mais novo ainda mais desestabilizado. Houve um momento, então, em que a consciência do Jeon finalmente se apagou e naquele instante o Park teve a completa certeza de que a partir dali, as memórias de seu namorado estariam um completo branco. Isso entristecia o alfa de certa forma, entretanto sabia que teriam muito tempo para fazer o que quisessem enquanto lúcidos.

Dos lábios inchados de Jungkook, tudo o que saíam além dos gemidos e rosnares eram os pedidos desesperados pelo “seu alfa”. O nome de Jimin sumiu do vocabulário do mesmo, pois querendo ou não o cio focava bem mais no ato sexual do que no romance. Era por essa razão que o Jeon faltava gritar quando seu alfa falava palavras realmente sujas para si enquanto arremetia em seu interior com força, no entanto, isso não significava necessariamente que seu lobo não se revirava quando via o brilho apaixonado nos olhos do Park.

- T-Tão b-bom... alfa... m-mais... me d-dê m-... A-Ahhhn! – Jungkook choramingou quando Jimin segurou uma das suas pernas e colocou-a sobre seu outro ombro, deixando os dois membros inferiores sobre seu ombro esquerdo, o que fez com que o ômega ficasse ainda mais apertado, e assim, a fricção entre o pau do alfa e a próstata do mais novo ficasse mais forte. Inevitavelmente, o Jeon gritou e deslizou as garras não tão finas agora no peitoral de Jimin, que urrou e meteu com ainda mais força, tanta que dessa vez o sofá tremeu e fez um som um tanto estranho.

Jimin, por sua vez, agora parecia tão atordoado quanto o mais novo. Se movia duramente e sentia um novo orgasmo próximo, já que ainda encontrava-se sensível devido ao orgasmo anterior. De tal forma, deslizou uma de suas mãos até o membro de Jungkook, masturbando apenas a glande, o que levou o corpo do empresário a um tremor extremamente intenso. Com um gemido mais parecido com um grito, o Jeon deixou que a primeira lágrima de prazer escorresse por seu rosto. O lobo ômega sentia-se definitivamente no trono do demônio, tamanho era o calor que sentia e os pensamentos completamente promíscuos que tomavam sua imaginação nublada.

- F-Forte, a-alfa... me devore, manche a sua boca com o meu sangue, tome o meu corpo todo pra você, Jimin. Ele já é seu de qualquer forma – a fala do lobo interno de Jungkook imediatamente chegou à consciência do alfa e subiu como um choque elétrico pela coluna de Jimin, que rosnou literalmente como o animal que ela e então levou a mão que masturbava o mais novo até o pescoço do mesmo, apertando o local com moderada força, o que fez com que o Jeon tivesse quase imediatamente o seu orgasmo. Com um rosnar que se mesclou aos gemidos de prazer, o empresário se desfez em um jorrar intenso, manchando sua barriga, esta que tremia o tempo todo já que seus músculos não paravam de se contrair. Mesmo naquele momento, agarrou seu próprio membro e continuou se masturbando, sentindo o pau de Jimin lentamente inchando dentro de si.

- Eu não quero somente o seu corpo, Jeongguk. Quero sua essência, quero a sua alma ligada à minha. Quero que você seja meu do fim do seu espírito ao início da sua aura. Mas eu quero que você se lembre dos meus dentes cravados em você, quero que possa lembrar do prazer que sentiu enquanto eu te mordia. Quero que seja especial – o lobo de Jimin comunicou ao outro, o que fez o brilho nos olhos de Jungkook mudar do azul translúcido para o índigo, a cor favorita do seu alfa. O símbolo da sinceridade e do respeito, indicando que o ômega era verdadeiramente sincero diante seus sentimentos em relação ao Park, sincero em cada palavra que dizia ao mesmo e que sobretudo, o respeitava, o respeitava e o amava. Aquilo mexeu com Jimin de uma maneira tão inexplicável, tão dolorosa ao mesmo tempo que bela, que por um momento, pensou que seu peito iria explodir, tamanho era o amor que sentia por aquele garoto sob o seu corpo.

- Nós iremos nos lembrar de tudo, meu amor... porque nós dois compartilhamos da mesma alma, Jimin. Mesmo sem ter me marcado, nós já somos ligados, você não vê? Eu estou destinado à você, desde o início da minha vida, desde a minha primeira respiração. Tudo que envolva você me é especial, pois você é, inegavelmente, a coisa mais especial que já me aconteceu. Não tenha medo, jagi... por mais que seja de praxe perder a memória após o cio, isso não vai acontecer comigo. Sei que isso tudo pode parecer precipitado, estamos namorando a pouquíssimo tempo e é tudo tão recente, mas, sinceramente, eu não quero ter de esperar até o fim do meu cio para ter sua marca cravada em meu corpo, até porque de todo estou preso à você. Me torne definitivamente seu, alfa, ligue-me oficialmente à você. Deixe que eu saiba o que você sente, exatamente o que sente, e eu deixarei que faça o mesmo comigo. A sua alma é a minha, e a minha alma é a sua. E isso não vai mudar até que um de nós dois morra – disse o lobo interno do ômega, fazendo com que Jimin imediatamente parasse de se mover. Jungkook sentiu tudo doer e gemeu alto, retorcendo os pés e entrando em desespero. Ainda tinha o membro alheio dentro de si, mas a falta de movimentos o deixara completamente sem chão.

Jimin pôs se a refletir naquele momento. Era verdade que ambos estavam ligados desde o início, era tudo o que explicava o fato de que o alfa jamais se apaixonara por ninguém, mas sim pelo seu chefe a quem havia visto uma única vez. Sentiu o coração palpitar assim que viu o rosto de Jungkook pela primeira vez – isso dois anos antes de entrar na empresa, quando o Jeon ainda estava se tornando um empresário – e jamais entendeu o motivo de toda aquela dor que sentiu em seu peito somente com uma reportagem. A forma como o seu lobo se derreteu ao ter Jungkook em seu colo pela primeira vez, quando o ômega caiu de exaustão e precisou ser carregado, ou de como se sentiu o idiota mais feliz do mundo no primeiro jantar. Aquele pulsar nas suas artérias e aquele calor gostoso e aconchegante que sentia em seu interior não eram comuns, não poderiam ser comuns. A forma como seu sorriso instantaneamente se alargava quando se lembrava somente da silhueta de Jungkook não podia ser normal. Assim como não era normal o fato de Jimin sentir o desespero do ômega no dia que este ligou para a mãe. Não era normal ele sentir um desejo e uma paixão – esta que não demorou quase nada para se transformar em amor –, ambos tão dolorosos que chegaram a fazê-lo chorar em desespero tantas vezes, por medo de arruinar sua vida profissional e os laços de amizade que constituíra no início com o Jeon.

Era aquilo, então. Ele havia encontrado algo que jamais pensou que encontraria. Jimin não encontrou somente um novo amigo, um novo chefe ou um novo namorado. Encontrou o homem com quem passaria o resto dos seus dias na terra – e todos os outros que viriam, mesmo depois da morte. O pai dos seus filhos, definitiva e literalmente o amor da sua vida. Jeon Jungkook.

- Eu não vou permitir que as nossas almas se separem nem quando um de nós partir – disse Jimin em voz alta, saindo de dentro do ômega que gemia de dor, retirando as pernas do mesmo de cima de seus ombros e o penetrando de uma só vez, ao mesmo tempo que apreciava os gemidos agora apreciativos de Jungkook e se curvava sobre o mesmo, colando seus troncos e por pouco tempo os seus rostos, pois logo os lábios do alfa encaminharam-se ao pescoço alheio. Murmurando um “eu te amo” entrecortado, seguido de dezenas de selares na pele branquinha, as presas de Jimin saltaram e cravaram no músculo do Jeon, que imediatamente teve seu membro endurecendo mais uma vez, diante do prazer que sentira somente com aquilo.

A sensação foi estranha, mas deliciosa ao mesmo tempo. À medida que Jimin fechava a boca em torno do pescoço de Jungkook, aumentava a velocidade em seu interior e tinha seu membro inchando cada vez mais. Não era prazeroso somente para o ômega, afinal. O Park gemeu com os lábios em torno da pele do Jeon, esta que agora encontrava-se completamente manchada de vermelho e teve o orgasmo mais avassalador de todos os que já tivera em toda a sua vida. Aquele era o sexo com Jungkook, mas sobretudo, o amor que fazia com ele. Lambeu a marca que fizera e não parou de se mover dentro do mais novo, mesmo já tendo gozado. Enquanto se movia, passou a língua pelas presas e tornou a morder seu ômega, dessa vez no ombro, dobrando as sensações de prazer que os rodeavam. Acompanhando o – oficialmente “seu” – alfa, Jungkook gozou e revirou os olhos, sentindo tanto tesão que mesmo tendo seus olhos abertos, sua visão tornou-se escura, no entanto, por mais que não pudesse ver Jimin, Jeon não deixou de sorrir enquanto sentia o mais velho se mover dentro de si, satisfeito por agora entender a insistência do mais velho em conhecê-lo melhor.

Por toda a vida, Jungkook jamais sentiu um amor tão forte emanando por suas veias, como o amor de Park Jimin. Jamais pensou que existiria alguém que o amaria daquela forma, jamais passou por sua cabeça que alguém seria capaz de guardar tanto amor em silêncio. Seu alfa era, definitivamente o homem mais especial e incrível de todos, era isso o que pensava enquanto tinha seu tronco e ombros marcados pelas presas alheias, que pareciam marcar território de certa forma. A cada mordida, a dor do cio ficava menor, ao menos naquele momento.

Jimin era, sem dúvidas, o homem com quem dividiria a sua vida.

Sempre.