História No Homo, No Alpha - Cada um tem o Jungkook que merece

Décimo Nono Capítulo: “Cada um tem o Jungkook que merece”

- Início do Ponto de Vista: Jeon Jeongguk

Jimin deixara os filmes de Harry Potter salvos em minha TV, dessa forma, assisti os que pude ainda aquele dia, assim que Hoseok foi embora. Fiquei com o celular em mãos o tempo todo, me comunicando com ele e me senti um idiota ao mandar a ele um áudio, chorando vergonhosamente quando Cedrico – quem diria que meu vampiro favorito se transformaria em um bruxo? – morreu no quarto filme. Inicialmente, o maldito ficou extremamente preocupado ao me ouvir chorar, no entanto quase morreu de rir quando lhe disse o motivo.

- Não é p-p-pra rir de mim! – esbravejei pelo telefone enquanto os créditos de Cálice de Fogo passavam em minha tevê. – Eu te o-odeio, e-eu não quero mais a-assistir a isso! Me recuso – falei secando as lágrimas que ainda escorriam pelo meu rosto, sentindo o meu sangue ferver quando Jimin voltou a rir. – Eu n-não acredito que ainda está rindo! Você é cruel, Park Jimin!

- Me desculpe, desculpe! – Jimin disse recuperando o fôlego antes de prosseguir. Ele provavelmente estava chorando também, mas era de tanto rir. - Eu disse que tinha uma surpresa para você no quarto filme. Imagino o quão eufórico você deve ter ficado quando Robert Pattinson apareceu para o Torneio Tribruxo, aposto que não imaginava que o seu Edward também participou de Harry Potter - Jimin disse agora mais calmo e eu suspirei, escorregando no sofá e me deitando.

- Nem me fale nessa droga desse torneio. Caramba, só serviu pra dar merda – falei, realmente puto, já controlando a minha tristeza anterior. – E sim, fiquei eufórico quando o “meu Edward” apareceu... mas também não imaginava que ele fosse só um porco pro abate nesse filme! – concluí. – Você foi maldoso em pedir para que eu assistisse esse filme, juro que se morrer mais alguém importante, eu vou te matar.

- Cedrico não era importante. Ele era realmente mais um porco pro abate, como você disse. Aliás, grave bem essa expressão, você irá precisar para o último filme – Jimin disse e eu suspirei raivoso, imediatamente me sentando no sofá. Antes que eu pudesse respondê-lo, ele prosseguiu. – E acho que irei embora de Seul para fugir de sua perseguição, porque ainda tem muita gente pra morrer, como verdadeiros porcos para o abate.

- Que droga Jimin, não fale assim do Cedrico! Você fala como se ele fosse um personagem completamente vazio e sem valor pra história! Se não fosse por ele, o Harry sequer teria chegado até a taça! – falei indignado e Jimin deu uma risadinha que me deixou ainda mais inconformado. – Aliás, porque diabos você faz de tudo para me deixar ainda mais curioso? – suspirei e decidi mudar o assunto antes que brigássemos. – A sua mãe melhorou?

- Sim, omma Byul-yi já voltou para casa e pediu folga para amanhã, então tudo ficará bem. Ela já tomou um chá e alguns remédios, então está tudo tranquilo. Eu já estou retornando para casa, parece que vai chover... o céu está bem carregado – Jimin disse e eu me levantei do sofá, indo até a porta de vidro e observando o lado de fora. Ventava um pouco e ao longe era possível ouvir trovoadas.

- Você voltará para casa de táxi, não é? Seu carro ficou no estacionamento da empresa – perguntei e ao ver que começara a chover, suspirei. – Diga ao motorista não dirigir rápido, aparentemente vai cair uma verdadeira tempestade, e... o asfalto fica mais escorregadio, e...

- Está preocupado comigo, Jungkook-ah?

- Sim.

Eu ainda me impressionava com a naturalidade com a qual as palavras vinham saindo da minha boca, principalmente sendo elas direcionadas a Jimin. A alguns meses atrás eu jamais imaginaria que estaria tão envolvido com outra pessoa, ainda mais um homem, nem que toda a vergonha e receio que eu tinha antes iria diminuir. Não posso dizer que não tenho absolutamente nenhuma vergonha de Jimin, no entanto, melhorei muito desde que o conheci.

- Vai ficar tudo bem, Jungkook-ah... – disse ele em um tom baixo e arrastado, que muitas vezes ele usava para me tranquilizar ou me provocar. – Prometo te enviar uma mensagem assim que chegar em casa, tudo bem? Esteja atento. Aliás, é melhor você ir dormir... nada de ficar em casa amanhã, entendido? Você tem uma empresa para comandar – concluiu, me fazendo rir. Era até engraçado toda aquela vista grossa que ele fazia, quase sendo um pai ou... um namorado atencioso.

- Prometo que irei dormir... na verdade, estou realmente com sono – disse bocejando, logo me lembrando que tinha algo para dizer à Jimin. – Hey, hyung, hoje chamei Hoseok aqui e... bem, ela me disse uma coisa que faz bastante sentido, eu diria – falei, logo me sentando no sofá novamente e suspirando. Pensar naquilo definitivamente iria me tirar noites de sono. – O que o meu appa pode achar de tudo isso? Digo, pensamos a vida toda que eu era um alfa...

Era até estranho para mim mencionar meu appa naquele momento. Jeon Yongguk simplesmente havia sumido quando a Big Hit começou a se tornar mais visível no mercado, afinal, dessa forma eu pude liberar mais dinheiro para minha omma e ele. Jeon Jungyeon ainda me contatava com um pouco mais de frequência, sempre me perguntando se eu estava bem e me alimentando direito – coisas que toda mãe faz. Ao fim de todas as ligações dela, sempre me era dito que meu pai havia mandado um abraço ao seu “alfa favorito”, e isso era tudo.

Entretanto, o que ele não sabe é que eu nunca fui o seu alfa favorito, até porque eu sequer sou alfa. Os únicos que atualmente sabiam de minha real classe eram Jimin, Seokjin, Seolhyun, Hoseok, Yoongi e Jaebum. Por passar a maior parte da empresa – ou também com um alfa que me desconcentra – sequer me recordo em ligar para meu appa. Sei que terei de ter com ele uma conversa séria e obviamente terei de me abrir sobre minha “homossexualidade”, mesmo eu ainda não tendo descoberto totalmente se sou mesmo gay.

Sinceramente não dependo das opiniões de meus appas, afinal já sou adulto e todo dinheiro que ganho é sob meu próprio mérito – sem contar que sou eu quem financia as várias viagens dos meus progenitores. No entanto, realmente preciso me abrir, pois é óbvio que algo irá mudar, pelo menos por parte de meu appa, que nunca pareceu ser um homem de mente aberta, ainda mais considerando toda a exclusão que ele promovera quando Hoseok e eu éramos adolescentes.

- O que ele irá achar ou não definitivamente não será sua culpa, correto? – Jimin questionou, em um tom de voz compreensivo e calmo. – Digo, você nasceu como um ômega, e ainda cresceu como um falso alfa somente por pressão, esta que foi infligida por ele. De qualquer forma, se abra para ele e independente do que ele dizer, Hoseok, Seokjin e eu estaremos a sua total disposição, tudo bem? Somente não tenha medo de ser você mesmo.

A última frase dita por Jimin me deixou com as pernas bambas. Era quase como se meu lobo estivesse falando através dele e aquilo era bizarro. Meu lobo, por sua vez, observava e ouvia atentamente cada palavra dita pelo alfa. Diria que até mesmo ele ficara um tanto chocado, entretanto deu uma risadinha animada e orgulhosa em seguida. “Eu realmente gosto muito, muito e muito de Jimin. E claro, do lobo dele. Ambos são bastante sincronizados e decididos.”

Por que você deixa tão claro que gosta dele?

“Porque você não está pronto para saber o que eu realmente sinto.”

- Eu farei isso. Irei ligar para eles pedirei para que venham ate Seul... confesso que terei de me preparar muito bem para tudo isso – falei em um suspiro e me levantei, subindo as escadas lentamente em seguida. – Jimin, eu quero que você e Hoseok estejam comigo quando eu for contar tudo para eles. Você topa?

- Claro que sim. Aliás, Jungkook-ah, acabei de perceber algo... seu nome é uma espécie de acrônimo? – ele perguntou e eu sorri grandemente. Ele realmente prestava muita atenção em mim.

- Sim. “Jeon” de Jeongyeon, o nome real de minha mãe, mas todos a chamam de Jungyeon, assim como me chamam de Jungkook. E o “Gguk” é de Yongguk, obviamente – falei ainda sorrindo e cheguei ao meu quarto, começando a me despir para tomar um novo banho. Possivelmente meu costume mais “estranho” era o de tomar dois banhos por dia.

- É uma mistura interessante. Você está sorrindo, Jungkook? – ele perguntou e eu entreabri a boca, basicamente de queixo caído. Como diabos ele sabia?! – Seu tom de voz fica diferente quando você sorri.

Até nisso ele prestou atenção?

- Você está me deixando vermelho, imbecil – falei rindo e ele também riu do outro lado da linha.

- Me desculpe. Uma última pergunta, Jeon... por que você é sempre tão doce comigo, mas sempre dá patadas em Seokjin? Ele te conhece a muito mais tempo que eu...

- Cada um tem o Jeon Jeongguk que merece, hyung – respondi e ele riu baixinho, antes de murmurar um “boa noite” e desligarmos.

Assim que a ligação foi desfeita, suspirei e disquei o número dela. Era melhor já apressar tudo isso do que ficar somente esperando as coisas se resolverem sozinhas. Sim, eu estava com medo por mais que Jimin basicamente tivesse feito um breve discurso motivacional. Eu realmente não queria estragar a relação com meus appas – essa que já não estava totalmente bem, já que eu sempre estava ocupado e eles nunca ligavam, ao menos não com frequência. Suspirei e levei o celular ao ouvido, e o mesmo foi atendido no terceiro toque.

- Jungkook? Você está bem? O que houve? – perguntou e eu senti o desejo de rir pelo seu desespero, e ao mesmo tempo de chorar por ouvir a voz de minha omma depois de tanto tempo. Eu estava realmente com saudades dela, saudades de sua voz e do sorriso doce que ela tinha. Talvez toda essa saudade e vontade de chorar que eu sentia estivesse mais acentuado pelo cio que se aproximava.

- Omma... eu estou bem, nada aconteceu. Você está bem? – perguntei e caminhei até a janela do quarto, observando os raios e imediatamente me preocupando com Jimin mais uma vez.

- Oh céus, que susto, Jungkook! – ela disse do outro lado e eu ri. Logo ela me acompanhou e eu quase morri de amores pelo som de seu riso. – Eu estou bem, meu amor. Estamos em Varsóvia agora, é um lugar fascinante e eu realmente não entendo absolutamente nada do que eles falam – ela disse e eu ri, feliz por ela estar tão animada com um novo lugar. – Apesar de até as risadas deles parecerem uma língua de outro mundo, estou realmente maravilhada com a forma que eles falam. Acho que quero aprender a falar a língua polaca.

- Você tem potencial para aprender quantas línguas quiser, omma. Aliás, deixe-me perguntar... a quantos dias vocês estão aí? – perguntei. Não iria atrapalhar a viagem de minha omma se ela estivesse lá a somente dois dias, por exemplo.

- Já tem uns quinze ou dezesseis dias meu amor, por quê? Você precisa falar comigo pessoalmente?

Malditas sejam as mães por lerem as mentes dos filhos.

- Na verdade, preciso falar contigo e com appa – falei e engoli em seco. – É muito... muito importante – concluí e ouvi um leve ofego do outro lado da linha.

- Jungkook, o que aconteceu? – ela perguntou, usando um tom realmente sério e eu suspirei. O medo estava voltando com força.

- Por favor, venham logo – disse apenas. Meu corpo estava arrepiado e meu lobo parecia um pouco assustado e agitado, o que obviamente estava me afetando também. – Eu preciso desligar, omma... boa noite, eu amo você.

Antes que ela me respondesse, desliguei o telefone e o joguei sobre a cama. Sabia que eles não chegariam no outro dia, entretanto ainda me sentia assustado com a situação. O que eu diria, afinal? “Olá, appa, omma, a quanto tempo? Gostaria de dizer que nunca fui alfa, minha maturação foi falsa e a culpa é sua, pai.” Isso estava totalmente fora de cogitação!

Provavelmente eu teria que ensaiar por bastante tempo o que eu diria quando chegasse a hora. Por sorte, Hoseok e Jimin com certeza estariam comigo e eu me sairia bem... eu ao menos esperava isso.

Enquanto caminhava para o banheiro, decidi fazer algo para tentar acalmar o meu lobo, no entanto, meu celular tocou antes que eu fizesse algo. Pelo toque característico, quem me ligava era Jimin. Corri até a cama e peguei o aparelho, o desbloqueando e atendendo. A voz de Jimin parecia diferente.

- Jungkook, você está bem? – perguntou ele e eu estranhei a pergunta. Antes que eu dissesse algo, ele continuou. – Meu lobo está agitado...

Como isso era possível?

- J-Jimin, eu estou bem – falei e senti meu lobo se acalmar, provavelmente por eu estar falando com Jimin. O mais velho suspirou do outro lado.

- Falando com você eu me acalmo, isso é bom. Estranho, mas bom – disse ele e eu arregalei os olhos. Nossos lobos se acalmaram ao mesmo tempo?

O que estava acontecendo?

- Aliás, acabei de chegar em casa. A chuva está bem forte, acabei encharcando meu terno enquanto descia do táxi e corria até meu prédio... – ele dizia. Jimin falava várias coisas e eu estava desligado demais, não entendia absolutamente nada do que ele dizia, afinal, ainda estava confuso com o fato de nossos lobos estarem tão sincronizados. Conectados.

Era coincidência, não era?

- Jungkook-ah? Ainda está aí? – ele perguntou e eu acordei, logo prestando atenção no que ele dizia.

- Deve ser o sono, hyung... estou variando... – falei, levando a mão até a cabeça e coçando ali.

- Oh... então te deixarei dormir. Durma bem, Ggukie, até amanhã – Jimin disse baixinho e eu sorri pequeno, murmurando um “boa noite” em resposta e desligando o telefone.

Tudo parecia demasiado estranho... talvez, só talvez, eu perderei o sono pensando em meus pais e na imensa proximidade do lobo de Jimin com o meu.

- Fim do Ponto de Vista: Jeon Jungkook

Jungkook não dormiu por sequer um segundo. De manhã, quando seu despertador soou em vão, o empresário sentia suas pálpebras pesando, porém não sentia sono. Sua noite foi repleta de pensamentos sobre o lobo de Jimin e a revelação que o ômega teria de fazer aos seus pais. Houve até uma longa conversa entre o Jeon e seu lobo interno, onde ocorreu até um pedido de desculpas por parte do CEO. O mesmo se desculpou por jamais ter notado o motivo pelo qual seu lobo se sentia até acanhado quando Yongguk estava por perto.

Talvez tenha sido a primeira vez que o lobo interno e o ômega tenham se sincronizado tão perfeitamente. O primeiro citado se sentiu um tanto especial ao ter seu “recipiente” tão preocupado consigo, com seus próprios sentimentos, no ponto de pedir desculpas. Foi como se Jungkook estivesse pedindo perdão a si mesmo, por não ter notado o quanto algo no seu interior gritara por liberdade ao longo de todos esses anos.

“Que culpa você tem?”, questionou o lobo interno do ômega enquanto este se sentia extremamente culpado por ter se focado mais em sua vida profissional do que na pessoal. Era como se tudo aquilo que ele pregava em sua empresa estivesse se virando contra si, ao menos era assim que ele pensava até seu lobo se manifestar. “Você sabe que tudo isso só aconteceu pelo nosso appa ter colocado tantas coisas em sua cabeça e deixado tanto eu quanto você com um receio implícito de sermos ômegas. Ouça, Jeongguk, o lobo interior sempre sabe o que ele realmente é, no entanto, só temos forças para nos comunicar com nosso “eu” após a maturação. No entanto, o medo que eu sentia me impediu de falar com você quando sua verdadeira maturação ocorreu, sem contar que seu cérebro inibiu os efeitos do cio e você sequer notou que o tivera. Você não tem culpa de nada, na verdade, nessa situação você é vítima.”

Podia discutir com seu interior várias vezes, no entanto, Jungkook jamais poderia negar que possuía um lobo interno extremamente sábio. Sempre recebia os melhores conselhos e mesmo sendo um tanto abusado na maior parte do tempo, o ômega interior sempre lhe apresentava as melhores soluções para os seus problemas, sempre foi assim. O empresário se sentia realmente grato em ter um lado tão incrível como seu lobo. E não, isso não era falta de modéstia. Era bem notável que, apesar de ser parte de Jungkook, seu lobo era independente.

O ômega se levantou de sua cama e tratou de se encaminhar ao banheiro. Lavou o rosto, se higienizou e ao olhar para o espelho, acabou se assustando com a visão que tivera. Os olhos estavam inchados e vermelhos, e abaixo deles, a pele estava tão arroxeada que parecia ter levado um murro. Suspirou, teria de exagerar na maquiagem naquela manhã, que amanheceu ensolarada mesmo com a tempestade que caíra na noite anterior.

Ao ter tudo pronto, Jungkook se vestiu e desceu as escadas de sua mansão, percorreu o mesmo trajeto de todos os dias e logo encontrava-se no estacionamento de sua empresa. A recepção estava movimentada, era dia de uma reunião e os acionistas estavam chegando um atrás do outro. Cumprimentou Seulgi e pegou o elevador, e assim que saiu do mesmo, encontrou Jimin conversando com uma garota.

- Isso, está perfeito. Você tem uma eficiência admirável, senhorita Jung, foi realmente uma sábia escolha de Seokjin lhe colocar como nova secretária – disse o alfa com um tom sereno e a garota, que não tinha nenhum cheiro característico, sorriu amigável, parecendo sentir orgulho de si mesma. Observando rapidamente a garota, Jungkook concluiu que a mesma era bastante fofa. Os cabelos castanhos eram curtos, perfeitamente alinhados e brilhavam mesmo de longe.

- Bom dia...? – Jungkook disse se aproximando devagar e Jimin sorriu grandemente ao ver o CEO. A garota sorriu e se levantou, curvando-se em direção de seu novo chefe. O ômega curvou-se também e estendeu a mão para a nova secretária, que retribiu o cumprimento. – Meu nome é Jeon Jungkook, sou o dono da empresa... presumo que você me conheça, certo?

- Sim, senhor. Meu nome é Jung Wheein – a beta disse e Jungkook sorriu para a garota. – Seokjin-ssi já me adiantou sobre a política aplicada na empresa e eu posso lhe dizer com certeza que estou aqui somente para ajudar no melhor funcionamento e administração da empresa, e que jamais prejudicaria nenhum outro funcionário.

- Uau! Jimin, ela é uma prima distante sua ou algo assim? – Jungkook disse sorrindo radiante. Por mais que tivesse passado a noite em claro, somente o empenho daquela garota já o havia cativado. – É realmente incrível ouvir isso, senhorita Wheein. Espero que goste da empresa e dos funcionários, já deve ter notado que são todos muito amigáveis aqui, não é? – Jungkook perguntou sem deixar de sorrir. – Bem, imagino que que tudo já esteja esclarecido então. Estarei em minha sala caso precise de algo, Jimin já lhe deu relatórios para revisar? – perguntou e a beta somente acenou em concordância, educadamente. – Perfeito. Bem, excelente trabalho e seja bem vinda.

Jungkook e Jimin entraram no escritório, e antes mesmo que o empresário deixasse sua maleta sobre a mesa, o alfa já começou a falar quase sem parar.

- Im Jaebum está retornando de uma das filiais de Tóquio junto de dois acionistas para a reunião que irá ocorrer na sexta, as vendas de produtos relacionados à Big Hit subiu cerca de duzentos e oitenta por cento e nós estamos literalmente deixando a S.M. comendo poeira – Jimin disse e Jungkook piscou atortoado. Muita informação. – Aliás, essa pilha de papeis é para que você assine – concluiu, mostrando um amontoado branco sobre a mesa do presidente.

- Eu já tinha me esquecido do quão eficiente você é, Jimin – Jungkook disse rindo e estalou os dedos antes de pegar a caneta e já começar a assinar todos aqueles papéis. – Aliás, a nova secretária também parece ser bastante aplicada. Você sabe quais são os dados dela?

- Vinte e três anos, fala quatro línguas. É o que eu sei por enquanto, Seokjin hyung com certeza teria o dossiê completo... Jungkook, você dormiu? – Jimin soltou de repente e o empresário suspirou. Puta merda, aquele alfa o conhecia tão bem que as vezes era irritante!

- Não dormi absolutamente nada... e você? – Jungkook respondeu e Jimin foi até a cadeira que ficava em frente a do ômega, sentando-se na mesma.

- Passou a noite preocupado com os pais, não é? Jungkook, eles serão compreensíveis... – Jimin disse com o timbre calmo e o Jeon suspirou, abandonando a caneta e balançando a cabeça.

- Você não está convicto sobre isso. Está tão amedrontado quanto eu – Jungkook disse e o alfa engoliu em seco. Os dois estavam assustados. Jimin estava preocupado pois já havia notado que o mais novo se preocupava com as opiniões de seu pai sobre si, mesmo que ambos não pudessem mais interferir na vida pessoal ou profissional do ômega, visto que dependiam dele.

- Eu tenho certeza... que sua mãe será compreensiva – Jimin se corrigiu e o corpo de Jungkook tremeu levemente. O empresário mordiscou o lábio apreensivo e procurou as mãos do alfa com as suas, apertando-as.

- M-Mas é justamente com meu appa que estou preocupado, Jiminnie... é com el-

O telefone tocou, assustando os dois no escritório. Jungkook atendeu e a voz de Wheein soou.

- Senhor Jeon, um homem chamado Yongguk deseja falar com o senhor agora. Devo transferir a chamada?