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História No Mercy. - Choque de Realidade.


Escrita por: Suicide_Bad

Notas do Autor


Penúltimo capítulo, comentem, boa leitura.

Capítulo 29 - Choque de Realidade.


Fanfic / Fanfiction No Mercy. - Choque de Realidade.

"E se o único jeito de não se sentir mal

for parar de sentir qualquer coisa 

para sempre?"




Acordo com sons leves de algo se chocando contra o chão, rapidamente me levanto vendo a minha casa totalmente vazia, foi alucinação minha de certo... A casa estava escura e pela cortina mal passava uma fresta de sol, ouvia o som da chuva fraca, engulo um seco ao ver que estou nua e rapidamente começo a chorar... O nojo que senti de mim mesma... A raiva e... Corro até a porta a fechando, tomara que o lixo que fez isso comigo, nunca mais apareça, tomara que ele morra e vá para o inferno, mas quem sou eu para julgar?

Vou cambaleando para meu quarto, por estar fraca e com muita dor, vejo meu celular em cima da cama... Depois eu ligo para ele que, deve estar desesperado.

Vou até meu armário pegando uma muda de roupas e seguindo para o banherio, entro no boxer sentindo a água quente acariciar meu corpo, me deixando mais pesada, sentia o nojo, na minha própria carne, a raiva me preenchia e eu afundava as unhas nas minhas costas enquanto me abraçava, deixando as lágrimas irem para o ralo.

Saio do banho me enrolando numa toalha e me olho no espelho, totalmente imunda, com os olhos fundos e cheios de orelhas, marcas da mão dele na minha cara e de seus dentes cravados no meu ombro, manchas pretas no meu busto e a boca inchada com alguns cortes, sentia uma fraqueza, caindo de joelhos no chão, colocando o rosto entre as mãos e deixando as lágrimas rolarem, deixando minha alma se esvaziar por completo.

Saio do banheiro já vestida e vou para meu quarto me deitando na cama, pego meu celular e vejo que está descarregado, bufo, deveria tê-lo deixado carregando enquanto me banhava.

Tento dormir me virando para o lado e para o outro, eu deveria estar desesperada, mas no que isso ajudaria? Eu não tenho mais consciência do que estou fazendo, eu... Eu estou morta por dentro.

— ______! — A voz se expandiu na minha casa e ouvi um estrondo forte e a voz se repetiu, corri até a porta do meu quarto e a fechei, por medo e por não reconhecer a voz que berrava o meu nome.

Depois de um tempo ouvi um barulho alto e algo pesado caindo sobre o chão, engoli um seco me ajoelhando no chão e rolando para baixo da cama, ouvi passos apressados correndo pela casa, me encolhi, eu estou com medo de...

— ______? — Ouço uma voz familiar, até o tom de choro na fala era familiar, e o toque manso na porta, trazia toda a delicadeza e receio do mesmo. — Você está ai? — Via a sombra do corpo do moreno que estava por trás da porta.

— Baek? — Pergunto falha indo até a porta, ele suspirou fundo parecendo aliviado.

— Você está bem? — Vejo ele tentar abrir a porta. — Pode abrir a porta por favor, pequena? — Perguntou parecendo cansado.

— Baek... — Destravo a porta mas não a abro porque o mesmo a abriu me olhando, estava com orelhas e os olhos marejados além de estarem vermelhos.

— Me desculpa... — Me abraçou, enlaçando os seus braços em volta de meu corpo. — Vamos para a sala. — Se afastou limpando o rosto, não entendi muito bem mas apenas o segui, quando cheguei na sala consegui ver o que era.

— Senhorita. — Dois oficiais da polícia se levantam do sofá ao me ver. — Precisamos conversar. — Disse o óbvio um oficial ignorando meus hematomas.

— Fique calma... — Baek sussurrou no meu.ouvido me ajudando a me sentar no sofá.

— Bem... — Um dos oficiais começou. — De madrugada recebemos uma ligação do Sr.Baekhyun, nos ligou com uma emergência que... Infelizmente só estivemos livres para ir para cá agora. — Diz coçando a nuca. — Meu nome é Sehun, o seu é ______, certo? — Perguntou pegando um bloco de anotações, concordei abaixando a cabeça. — O porteiro, Luhan, está como testemunha por ter ouvido gritos, ele também nos contatou. — Diz anotando alguma coisa.

— Iremos começar a fazer perguntas agora, se você se sentir desconfortável, apenas diga. — Falou um dos oficiais. — Aliás meu nome é Jin, sou um advogado mas também trabalho como detetive na polícia. — Diz sorrindo amigável, estava com os olhos profundos e aparência detonada apesar do sorriso.

— Começando, você deixou a porta da sua casa aberta? — Me lembro do assaltante, não o vi entrar.

— A porta estava fechada, ele meio que “arrombou” a porta. — Baek explica, mesmo que a pergunta não tenha se direcionado para o mesmo.

— O que ele fez de imediato quando entrou na casa? — Olhou para Baek e depois para mim.

— Ele disse que era um assalto, e perguntou se havia mais alguém na casa. — Diz pensativo. — Depois eu fiquei “gritando” quem era ele e que era para ele sair. — Baek resmungou um desculpa no pé do meu ouvido ao talvez ter se lembrado de algo indesejado.

— Me lembro que foi ai que eu apareci, eu tinha ido trocar minha blusa. — Sorri forçado ao me lembrar da forma que Baek me pedia desculpas ao me imundar de lágrimas, na real, encharcar a(s) minha(s) blusa(s).

— Por que você tinha ido trocar de blusa? — Me questiono o que essa porra tem haver com meu... Estupro.

Derramei suco em mim. — Minto parecendo convincente para ele que anotou.

— O que o assaltante fez quando você apareceu? — Jin pergunta receoso. — Aah, Baek estava lá, né? — Fala de imediato parecendo um pouco aliviado ao se lembrar do mais novo que estava sentado comigo no outro sofá.

— Ele correu até a mim, ficando por trás de mim e, ele me segurou pela cintura e colocou uma arma na minha cabeça. — Suspiro piscando os olhos, é difícil mais do que parece aceitar que isso aconteceu, parece que eu estou agindo normalmente mas, estou morrendo por dentro.

— Ah, e depois? — Falou sem nos olhar. — O que ele fez? — Nos olhou esperando algum argumento.

— Ah... — Tento me lembrar de algo. — Ele ameaçou Baek falando que se ele não saísse ele me mataria... — Apenas fiz mais merda ao falar para Baek sair, preferia ter morrido com uma bala no meio da cara do que ter sido...

Ah, oi? — Ouço uma voz familiar vindo da porta, que estava no chão, franzi o chenho ao ver o médico que me atendeu no dia do meu acidente.

— Kai? — Ele sorriu fraco ao me ver mas, fechou a cara ao ver dois polícias na minha frente.

— Posso entrar...? — Falou pensando em estar atrapalhando algo. — Eu posso voltar outra hora... — Me levanto indo na direção dele.

Claro, pode entrar... — Digo desajeitada indo até ele e deixando os oficiais sem entender o que estava acontecendo.

— Querida... — Jungkook brota do nada atrás de Kai fazendo eu dar um pulo para trás, isso fez os policiais ajeitar a postura.

— O que aconteceu contigo? — Kai pergunta colocando a mão no meu ombro e olhando a mancha roxa na minha clavícula.

— Vocês, podem entrar. — Digo sem jeito, não estava esperando que eles viessem, na verdade, não esperava que ninguém viesse.

— Eu sou Sehun... — O oficial se levanta cumprimentando o Kai por o mesmo estar com o uniforme de médico e isso o chamou a atenção.

— Pode me chamar de Kai, e eu apenas vim para cuidar de minha paciente porque soube que ela saiu dos cuidados do amigo. — Engulo um seco olhando para o chão.

— Aconteceu algo com ela? — Jin perguntou olhando de lado Jungkook que estava encarando Baek que estava sentando no sofá distraído.

— Ela sofreu um acidente no trânsito, um amigo dela a trouxe para o hospital. — Me lembro de Tae, como ele deve estar? Não pude falar com ele faz um tempo significativo.

— Tudo bem, podemos voltar as pergu... — Kai corta a fala de Sehun.

— Desculpe-me mas, eu tenho que fazer de imediato o tratamento com ela. — Falou e eu ergui o rosto, e ao mesmo tempo tomando um susto ao ver o Jungkook me encarar.

— Ah, tudo bem então... — Sehun fala se sentando e Jin se senta também.

— Vamos ao seu quarto ou quer fazer o tratamento aqu... — O corto sorrindo forçado.

— Não vou tirar a minha roupa na frente de cinco homens nem sonhando. — Sussurro para o mesmo que sorri de lado, mas acho que todos ouviram por estarem rindo fraco e sem jeito.

— Já voltamos, o procedimento durará uns vinte minutos. — Kai diz para Sehun que apenas assentiu, eu acho que vai durar quarenta minutos porque, 'tô com uma certeza grande que ele vai fazer um interrogatório.

— É por aqui. — Digo indo até meu quarto e entrando no mesmo que estava escuro, acendo a luz e vou até a janela, apenas abrindo um lado da cortina.

— O que houve? — Kai diz fechando a porta e vindo até a mim preocupado, puxando uma mecha de cabelo e a colocando atrás da minha orelha.

Nada. — Respondo curta evitando o olhar, eu simplesmente não posso falar.

— Pode me contar... — Me olhou sério e eu apenas continuei desviando o olhar. — Eu vou te ajudar, não precisa ter medo. — Segurou-me com as duas mãos nos meus ombros.

— Mas não aconteceu nada... Eu juro. — Ando mentindo muito, mas tudo bem, não devo agir como se as pessoas também não mentissem para mim.

— Me conta o que houve, eu vou te entender... Eu sei que aconteceu algo. — Insistiu segurando meu queixo com uma mão, fazendo eu o encarar.

— Não aconteceu nada. — Suspiro tirando a mão dele do meu ombro e do meu queixo. — Não precisa fingir estar preocupado. — Ele se afasta colocando a maleta dele na cama e a abrindo, ignorando o que eu disse.

— Eu preciso que me conte, 'tá bom? — Diz me puxando pela mão e parando ao ver algo escuro em volta do meu pulso, puxou minha manga da blusa, deixando o hematoma mais a vista.

— Eu... — O que eu posso inventar agora?

— Por que você não tenta parar de mentir, e falar a verdade? — Kai pega uma vasilha, despejando sei lá o que dentro e com uma pinça, não aquelas que você estraga a sua sombrancelha tentando “tirar os pelos em excesso ” e tentando fazer um desenho daora, não, não são elas, é uma pinça de enfermagem, voltando ao assunto, pegou a pinça e com ela pegou um algodão, o molhando no líquido transparente.

— Mas eu não estou mentindo. — Bufo ao soar chorosa, vendo-o passar o algodão na minha ferida do lado da testa já cicatrizada.


— Mentir só vai piorar tudo. — Me disse calmo, franziu o cenho ao me ver com os olhos lacrimejando. — Me fala. — Se sentou na cama junto comigo.

— Eu não aguento mais... — Sinto a lágrima quente descer a minha bochecha e escorregar na minha clavícula, sinto a mão dele acariciar a minha e seus braços me enlaçarem, o barrulho da chuva fizia tudo ser mais deprimente.

— Pelo seu estado, já sei o que aconteceu.. — Meu corpo estava tão pesado, minhas costas doíam como se eu tivesse sido atropelada por um caminhão, a minha cabeça latejava e meus olhos ardiam junto com meu útero massacrado. — Tudo vai ficar bem, ouvi? Não fica assim, por favor, calma. — Disse ao pé do meu ouvido, solucei tentando ao máximo não fazer barrulho de choro.

— N-não... — Meus pulsos doíam, como um ser humano pode ser capaz de causar tanto sofrimento assim?

— Vai passar sim, eu tenho fé que vai. — Meus olhos pesavam, a vontade de mandar todo mundo embora e me afundar na cama e ficar lá pelo resto da eternidade até mofar não parecia uma má idéia.

— Não vai, e não precisa dizer isso para me “alegrar” porque só 'tá piorando… — Me impressionou dizer isso firme, Kai afunda a cabeça no meu pescoço, afagando meus cabelos.

— Oi? — Ouvi-se três batidas seguidas na porta e a voz grave e rouca falando um oi baixo, isso fez-me esquecer o céu e a Terra me desprendendo dos braços de Kai e indo em passos rápidos até a porta e a abrindo. — Pequena... — Me entrego aos braços dele o abraçando, afundando meu rosto em seu peitoral. — Você está bem? — Perguntou passando os dedos entre os fios de meu cabelo.


∆Quebra de Tempo∆ (recomendo ouvir a música "Te vi na rua ontem" do Konai)


- Ainda penso muito em ti, sua falta me assusta. — Diz ao finalmente estarmos sozinhos. — Meu Deus, o que é que eu fiz? —  Falou colocando a cabeça entre aos mãos.

— Não foi nada demais... — As gotas da chuva escorria na janela, enquanto tomava um gole longo de chá, preferia estar sozinha.

— Como não foi nada, eu estava parecendo um pevertido! — Bufou frustado. — Desculpa, por favor. — Pediu novamente fazendo biquinho, ah meu Deus, o que é que eu fiz para merecer isso? Só queria estar em paz.

— Tudo bem... — Suspirei, como ele consegue ser tão irritante? Está difícil de olhar na cara dele porque, realmente quero bater nele até parar de drama.

— Agora me conta. — Ele me pegou pelas coxas e me trouxe para o seu colo. — Por que está machucada? — Notou os hematomas, bufei.

— Tipo, eu não tinha sofrido um acidente há cerca de uma semana? — Gesticulo na fala, tentando parecer realista, mas estava tão falsa...

— À uma semana, não acha que estariam mais suaves? — Rio fraca parecendo convicta.

— Claro que não, foi uma caminhão que me atropelou, não uma bicicleta. — Revirou os olhos negando.

— Isso está com cheiro de mentira. — Suspirei saindo do colo dele.

— Primeiro: Eu não minto. Segundo; Não é mentira. Terceiro; Mentira não tem cheiro. — Riu sem graça parecendo desconfortável.

— O que é que tem demais em contar o que aconteceu para mim? Você é minha... — Travou e suspirou pesado após. — Nós somos grandes amigos, desde a muito tempo. — Falou cabisbaixo. — Eu preciso saber, sério. — Ele ficou tão tristonho de repente.


∆Narradora P.O.V'S on∆


Eles brigaram, por falta de maturidade e por causa dela não contar a verdade, ela falou que estava bem, e na cara dura mandou ele embora. Ela não estava bem, estava morrendo por dentro, nem com mil canções de amor, seu coração vai se amolecer, nem com mil armas apontadas para si, ela vai se render, nem com a alma lavada no sangue do Cordeiro e com o coração mais puro que há, ela vai deixar de matar o vagabundo que fez ela se cortar.

A lâmina dançava na pele do pulso dela, a pele que não tinha mais brilho e estava machucada, um corte grande se formou na forma vertical ao lembrar que não conseguiu chamar por ajuda anteriormente, o corte transbordava sangue e abria conforme a lâmina ia mais fundo e mais rápido, a pele se rasgava, dava para ver as veias, seu braço estava cansado e ardia que nem o inferno, ela só sentia culpa e nojo, ela não conseguia parar de chorar, seus olhos estavam ardendo e lacrimejando, seu coração doía e alma estava dilacerada... Ela estava sozinha e sofrendo, e ninguém se incomodou em perguntar como ela se sentia.





"Um dia eu vou morrer,


um dia eu chego lá


e eu sei que o piloto automático


vai me levar".


Notas Finais


Obrigado por ler até aqui, comenta, please.


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