1. Spirit Fanfics >
  2. No mundo de Harry Potter >
  3. Grifinória versus Corvinal

História No mundo de Harry Potter - Grifinória versus Corvinal


Escrita por: Biafernds

Capítulo 14 - Grifinória versus Corvinal


Fanfic / Fanfiction No mundo de Harry Potter - Grifinória versus Corvinal

Tal como Hermione previra, os períodos livres do sexto ano não eram as horas de abençoada descontração imaginadas por Rony, mas aquelas em que se tentava dar conta da vasta quantidade de deveres que eram passados. Não somente eles estavam estudando como se tivessem exames diariamente, mas as aulas em si estavam exigindo mais do que nunca.

A biblioteca ficou tão cheia na tarde de terça e quarta que depois que todos os assentos foram ocupados os alunos começaram a se espalhar pelo chão em pequenos grupos, com os livros e papéis espalhados ao redor.

- Então, o que aquele grupinho de meninas do quarto ano da Corvinal queria? – perguntou Rony curioso, quando Hermione se sentou com Harry e Rony na biblioteca, após a última aula.

- Saber o que realmente aconteceu no Ministério. – respondeu a garota, séria.

- Elas e o mundo inteiro – fungou Rony. – O pessoal não parou de interrogar a gente no trem, não foi?

- Foi. Todos queriam saber se você é realmente O Eleito... Harry. – comentou a garota.

- Tem havido muita discussão sobre o assunto até entre os fantasmas – interrompeu Nick Quase Sem Cabeça, inclinando para Harry a cabeça mal presa, fazendo-a balançar perigosamente, sobre a gola de tufos engomados. – Sou considerado uma espécie de autoridade em Potter; todos sabem que somos amigos. Mas afirmei à comunidade dos espíritos que não o incomodaria com perguntas. “Harry Potter sabe que pode confiar inteiramente em mim”, falei. “Prefiro morrer a trair sua confiança.”

- O que não me parece grande coisa, porque você já morreu. – observou Rony.

- Mais uma vez, você demonstra ter a agudeza de um machado cego. – retrucou Nick Quase Sem Cabeça em tom ofendido e saindo de perto dos garotos, foi para o outro lado da biblioteca e atravessou a parede.

- O que foi? – resmungou Rony, para o olhar de censura de Hermione.

Hermione simplesmente ignorou e novamente se concentrou no seu dever.

 

 

O interesse pela partida; Grifinória versus Corvinal aumentava extraordinariamente em toda a escola, porque o confronto decidiria o campeonato, que continuava em aberto. Os dias que precederam essa partida crítica apresentaram todos os problemas costumeiros: os jogadores das Casas rivais tentavam intimidar as equipes adversárias nos corredores; cantavam refrãos grosseiros sobre os jogadores à sua passagem; os membros das equipes se exibiam pela escola, deliciando-se com as atenções. Por alguma razão, na mente de Harry, o jogo se tornara indissociável do sucesso ou fracasso.

 

 

 

 

Acordei um pouco mais cedo do que deveria na sexta, o dia amanheceu muito claro e frio. Eu realmente ainda não havia me acostumado com todo aquele frio que fazia, mas era fantástico, e estava ansiosa para que começasse a nevar pra valer. Estava ansiosa também para passar antes do café da manhã na enfermaria. Aqueles curativos no meu antebraço já estavam me irritando muito, muito mesmo!

O teto do Salão Principal estava serenamente azul, raiado de leves farrapos de nuvens, como nos quadrados de céu que se viam pelas janelas de caixilhos. Enquanto comiam mingau de aveia ou ovos com bacon, Harry e Rony cochichavam sobre o último encontro de Harry com Dumbledore.

- É isso aí, né? – disse Rony ao Harry, engolindo um ovo frito inteiro.

 Quando me sentei na frente deles, encerraram um assunto.

- Olhem! – levantei a manga da capa para mostrar meu antebraço sem curativos e abri um sorriso que desapareceu rapidamente após ter que observar as pequenas cicatrizes, que só davam para perceber olhando atentamente.

Rony percebeu a minha infelicidade e disse com um pouco de dificuldade, com a boca cheia de ovo frito: “Pelo menos o seu braço está inteiro”.

O correio-coruja chegou, as aves mergulharam pelas janelas. A maioria dos alunos estava recebendo mais correspondência que o normal; pais ansiosos queriam saber notícias dos filhos e, por sua vez, tranquilizá-los de que tudo corria bem em casa.

Peguei o Profeta Diário, e abri deixando cobrir todo o meu rosto.

- Algo interessante? – perguntou Rony, enquanto eu passava os olhos pelas manchetes.

- Hum...  Aqui está falando sobre um tal de... Mundungo Fletcher... Mas está tudo bem, ele não morreu, ele foi preso e mandado para Azkaban! Parece que andou fingindo ser morto-vivo em uma tentativa de arrombamento... E alguém chamado Otávio Pepper desapareceu... Ah, que coisa horrível, um garoto de nove anos foi preso por tentar matar os avós, acham que ele estava dominado pela Maldição Imperius...

- Posso dar uma olhada? – pediu Harry.

- Claro! – entreguei o jornal a ele, que quando abriu trocou olhares com Rony, se eu não me engano sua expressão era de certo... Alívio?

 

 

 

- Então, o que vocês vão fazer hoje de tarde? – perguntou Hermione para Harry e Rony, quando saíam do salão depois do café.

- Faz tempo que não vamos visitar o Hagrid. – lembrou Harry.

De tardezinha os três seguiram até a cabana de Hagrid. Harry contava a Hermione sua última conversa com Dumbledore e que seria provável se um dia Voldemort tornaria a colocar alguém no castelo novamente.

- Como é que vocês sabem que Voldemort não precisa mais colocar uma pessoa em Hogwarts? Não seria a primeira... – comentava Harry a caminho da cabana de Hagrid.

- Eu gostaria que você parasse de falar esse nome, Harry. – repreendeu-o uma voz às suas costas. Ele espiou por cima do ombro e viu a cara de desaprovação de Rony, balançando a cabeça.

- É o nome que Dumbledore usa. – insistiu Harry.

- É, mas isso é o Dumbledore! – disse Rony com ar misterioso.

- Oi! – gritou uma voz. – Hagrid saíra de um canto da cabana usando um grande avental florido e trazendo um saco de batatas na mão. Seu enorme cão, Canino, que o acompanhava de perto, deu um tremendo latido e avançou para os garotos. Canino cumprimentava Hermione e Rony aos pulos, tentando lamber suas orelhas. – Estive com o Grope, cheguei faz pouco tempo. – falou Hagrid satisfeito. – Não vi o tempo passar. Ele agora tem uma casa nas montanhas, foi Dumbledore que arranjou, uma bela caverna. Ele está muito mais feliz do que na Floresta. Estivemos batendo um bom papo.

- Sério?! – exclamou Harry, tomando o cuidado de não olhar para Rony; a última vez que encontrara o meio-irmão de Hagrid, um gigante selvagem com talento para arrancar árvores pela raiz, seu vocabulário tinha apenas cinco palavras, duas das quais ele não conseguia pronunciar direito.

- Ah, ele melhorou muito. – explicou Hagrid orgulhoso. – Você ficaria espantado. Estou pensando em treinar Grope para ser meu assistente.

Rony abafou uma gargalhada pelo nariz, fazendo parecer que era um violento espirro.

A cabana de Hagrid tinha um único cômodo, e a um canto havia uma cama gigantesca coberta com uma colcha de retalhos. Uma mesa igualmente enorme com cadeiras ficava diante da lareira, sob uma quantidade de presuntos, e aves mortas que pendiam do teto. Os garotos se sentaram à mesa enquanto Hagrid preparava o chá e logo se deixaram absorver por mais uma discussão sobre os últimos acontecimentos.

- Por que vocês não convidaram a Emily para vir também? Gosto da garota, é uma ótima aluna e muito inteligente. – questionou Hagrid com um enorme sorriso.

- Bem... É que precisávamos conversar sobre alguns assuntos. – explicou Hermione.

 - Posso até imaginar... "Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado" Não é? – perguntou Hagrid, fazendo o sorriso de seu rosto sumir. Os garotos apenas balançaram levemente a cabeça afirmando. – E vocês não acham que ela seja boba? Que não saiba de nada?

- Claro que sabe... Mas não tudo. – disse rapidamente Hermione, lançando um olhar sereno a Harry, que concordou balançando levemente a cabeça.

- É mais uma que pode enfrentar o pior que está por vir... – pensou Harry em voz alta. Hermione lhe lançara um olhar rapidamente.

- Ela sabe muito bem se cuidar! – disse Hermione, séria.

- Eu sei! – exclamou Harry irritado. – Mas Hermione... Dumbledore trouxe alguém de muito longe, não que seja errado. Mas... Olha só o que pode estar por vir. – replicou.

- Dumbledore sabe o que faz! – falou Hagrid, dando tapinhas nas costas de Harry, fazendo o garoto se envergar para frente.

Do caminho de volta da cabana de Hagrid, Hermione lançava olhares a todo o momento a Harry, como se quisesse questionar alguma coisa, mas se manteve calada.

 

 

No jantar Fred e Jorge discutiam sobre algumas futuras novidades para a futura loja que logo eles pretendiam abrir no beco diagonal.

- Talvez quando a loja estiver sendo um sucesso podemos pensar em abri-la em outros países. – disse animadamente Jorge.

- Ou exportar, apenas! – argumentou Fred.

- É... Emily você vai voltar ao Brasil quando se formar aqui, não vai? – perguntou Jorge. E seu irmão também ficou me encarando.

- Sim! – afirmei.

- Talvez... Você pudesse ver se alguém se interessaria por lá, fazer algum acordo para ampliarmos nosso negócio. – concluiu Fred, muito seguro de si.

- Hum... Bom... Não tenho tantos contatos assim... Mas quem sabe, não encontro alguém interessado. – disse me divertindo com o entusiasmo dos garotos.

- Mamãe nem pode ouvir isso. – falou Rony em bom tom, abafando uma risada. – Vocês são tão cabeças duras! – retrucou.

- Sim, somos! – exclamou Fred, dando uma palmadinha na cabeça do irmão que se sentava ao seu lado, fazendo Harry, eu e Neville rir.

- Lutamos quando sabemos o que queremos! – concluiu Fred, fazendo uma postura rígida.

 

 

Voltamos para a sala comunal da Grifinória, e fui convidada a jogar uma partida de Snap Explosivo com Neville e depois joguei com Gina, eu até que fui bem, não ganhei todas, mas era melhor do que em xadrez, que eu não era boa nem com o de bruxo e nem com os dos trouxas que era basicamente a mesma coisa.

- Você realmente quer voltar para o Brasil quando acabar a escola? – perguntou Gina, depois de Neville comentar sobre a conversa dos gêmeos na hora do jantar.

- Sim. Tenho família lá e...

- Ah! Mas você vai vir nos visitar, não vai? – perguntou Hermione com um sorriso.

- Eu... Bem... Creio que vai ser meio difícil, mas... Quem sabe, não é?

- Humm... Bom... Quem sabe... – Gina estava pensativa e com a expressão chateada.

- Ainda tem tempo para acabarmos a escola. – comentou Harry, sério. – ele deu de ombros, encostando-se no estofado, aquele assunto não estava o agradando.

- É verdade! Bom eu vou deitar... Boa Noite! – despediu-se Gina.

- Eu vou também... Ainda tenho que terminar de ler um livro de Herbologia. – lembrou Neville. – Boa noite!

- E a fulana da Lufa-Lufa, ainda anda perturbando você? – comentou Rony de repente.

- Não! Ela passou por mim algumas vezes e manteve a distância. – disse com um ar superior, que durou poucos segundos, pensando que talvez ela não ficasse tão na dela tanto tempo.

Vendo minha expressão, Harry sorriu e completou:

- Ela deve estar tendo pesadelos, do que você poderia ter feito com ela aquele dia... Como... Hum... Arrancar a língua dela... Ou talvez...  Manda-la para o espaço.

- Não exagera, Harry! – exclamei tentando segurar o riso. – Talvez... Fazer ela se desintegrar. – falei mostrando um ar pensativo, e depois não pude mais conter o riso.

Harry riu, observando atentamente o sorriso descontraído de Emily, quando lembrou o que Dumbledore dissera: “Se você pode fazer uma garota sorrir, com sinceridade e simplicidade, você pode qualquer coisa”. No mesmo instante conteve o sorriso, a lembrança o deixou envergonhado. Passou a mão nos cabelos para tentar disfarçar, como se Emily, Rony e Hermione tivessem lido a sua mente. “Bobagem” pensou o garoto.

- Queria fazer Malfoy se desintegrar. – comentou Rony, com um ar sonhador.

O comentário de Rony fez Harry despertar de seus pensamentos, como se o amigo tivesse aparecido ali do nada.

 

 

Os alunos da Corvinal assoviavam e vaiavam alto cada jogador da Grifinória que entrava no Salão Principal, na manhã de sábado (menos Luna). Harry olhou para o teto e viu um céu claro e azulado: um bom sinal. A mesa da Grifinória, uma mancha compacta vermelha e ouro, aplaudiu quando Harry e Rony se aproximaram. Harry sorriu e acenou; Rony fez uma espécie de careta e agradeceu com a cabeça.

- Anime-se, Rony! – gritou Lilá. – Sei que você vai ser genial!

Rony fingiu não ouvir.

- Vocês vão arrasar! – eu disse em bom tom, empolgada.

Eu estava realmente muito animada para ver o jogo como todos ali, fiz uma trança lateral meio frouxa. Alguns fios ficaram soltos, mas achei que ficou bem bacana. Então com um feitiço simples fiz cair sobre o meu cabelo purpurina dourado e vermelho, mas bem pouco, para também entrar no clima como os outros.

- O fez com o seu cabelo? – perguntou Harry me observando atentamente. – Ficou bem legal!

- Obrigada!

- Você vai se sair bem, Rony! Você vai ver... Vão vencer! – Hermione falou super empolgada.

Rony abriu um leve sorriso preocupado. Harry sorriu para a amiga.

O salão começou a se esvaziar no ritmo que os alunos foram para a quadra.

- Boa sorte, Harry! – uma voz surgiu nas costas de Harry, animada e aguda. Harry se virou e se deparou com Romilda Vane com um laço nos cabelos; vermelho e dourado. Ela se abaixou e deu um beijo em sua bochecha fazendo o garoto corar, por ser pego de surpresa, com todos olhando.

Rony engasgou com um pedaço grande demais de bacon, tentando segurar o riso. Harry olhou feio para o amigo.

- Você nunca foi tão interessante e para ser sincero, nunca foi tão desejável. – brincou Fred, se levantando com o irmão da mesa.

Eu ri, era engraçado ver Harry corado e constrangido. “Mas porque a voz daquela menina tinha que ser tão aguda e irritante?”

 

Sai do salão principal acompanhada de Hermione, Gina e Luna.

- Bom... Boa sorte para as duas equipes. – comentou Luna, com o seus olhos brilhando. Ela seguiu para o outro lado da quadra para se ajuntar com os outros alunos da Corvinal.

- Você não vem? – perguntou Gina quando percebeu que eu não dei nenhum passo.

- Já vou! Eu... Volto já! Pode subir para a arquibancada encontro com vocês daqui a pouco. – sai dali rapidamente, mas no caminho dei de cara com Jonathan.

- Oi! – ele cumprimentou sem jeito.

- Oi! – cumprimentei séria, e depois apertei o passo.

- Espera um pouco. – Jones puxou Emily pelo braço, com delicadeza. – Quero falar um instante com você.

- Fala logo que estou com pressa. – ele ficou me observando durante alguns segundos. – Bem... O que está esperando? – disse, um pouco mais alto do que deveria.

- Eu... Quero te pedir desculpas. Sei que não fui muito...

- Tudo bem! – me apressei em dizer, não o deixando continuar.

- Sério? – ele arregalou os olhos e franziu a testa.

- Sim Jonathan. Deixa pra lá! Agora eu estou com um pouco de pressa, tá? – me virei e sai dando passos largos, mas ele foi rápido e parou na minha frente.

- Não vai me desejar boa sorte? – murmurou com um sorriso abestalhado.

- Sou da Grifinória esqueceu? – arqueei as sobrancelhas. Ele continuou me observando, com o cenho franzido.

- Sinceramente se eu pudesse te colocaria na Corvinal. – continuou me encarando com uma expressão divertida e atrevida. Então ele desviou o olhar para alguns amigos que o chamavam. – Bom... Eu já vou! Até mais. – ele se virou e saiu correndo em direção aos amigos.

Revirei os olhos e sai correndo até dar de cara com quem eu procurava.

- Harry... Nem consegui dar boa sorte pra você e para o Rony! – falei ofegando, por causa da corrida.

Um sorriso esplêndido curvou os lábios do garoto e chegou a seus olhos.

-  Rony está no vestiário, nervoso como nunca. – falou, passando a mão em seu cabelo.

- Imagino! – eu ri. – Bom... Então... Boa Sorte!

- Obrigado! – Harry sorriu um pouco tímido e sentiu um leve loop no estômago.

 

 

- Andem, vamos! – disse em bom tom Harry, apanhando a Firebolt e endireitando os óculos. E sem dizer mais nada, entrou em campo sob vaias e aplausos ensurdecedores.

Harry apertou a mão do capitão da Corvinal; Jonathan Jones, com muita força e quando Madame Hooch apitou, deu impulso e levantou voo, ganhando uma altitude maior do que o resto da equipe, para sobrevoar os limites do campo à procura do pomo. Por um momento o olhar dele se encontrou com o de Cho, que olhava para ele brava e com superioridade.

 “E lá vai Cho Chang atrás do pomo que... Oh! Era apenas um reflexo”, ecoou uma voz pelos terrenos de Hogwarts. Ernesto McMillan narrava o jogo. “Ah, olhem, Katie da Grifinória perdeu a posse da goles... E agora Jones quase deixou passar uma bola... E Harry Potter agora está discutindo com o batedor da Corvinal”, irradiou McMillan. Enquanto as torcidas, aplaudiam e vaiavam.

Xingando enraivecido, Harry tornou a girar e recomeçou a contornar o campo, varrendo o céu à procura de um sinal da bolinha de ouro alada. Corvinal e Grifinória permaneciam empatados.

- Manda um balaço nele! – gritou Jones, enquanto via Cho se esforçar para chegar perto do pomo.

Harry não ouviu o que Jones gritou, mas percebeu que estava dando ordens. Ele estava muito atento ao pomo, com um dos braços erguidos para agarra-lo. Apenas os batedores que estavam rodeando perto dos aros puderam ouvir. 

 

Uma dor nauseante de cegar... Um lampejo... Gritos distantes... E a sensação de despencar por um longo túnel... Quando recuperou os sentidos, Harry se viu deitado em uma cama extraordinariamente quente e confortável, olhando para um lampião, no alto, que projetava um círculo de luz dourada no teto escuro. Harry ergueu a cabeça desajeitado, piscou os olhos e olhou ao redor. Claro: encontrava-se na ala hospitalar. O jogo devia ter acabado havia horas...

Sua cabeça parecia estranhamente pesada; ele ergueu a mão e sentiu um turbante compacto de bandagens.

- Que aconteceu?

- Fratura no crânio. – respondeu Madame Pomfrey, aproximando-se, enérgica, e obrigando a deitar de novo nos travesseiros. – Não precisa se preocupar, emendei tudo na hora, mas vou mantê-lo aqui até amanhã. Você não deve fazer maiores esforços por algumas horas.

- Não quero ficar aqui até amanhã. – respondeu Harry, aborrecido, sentando-se e atirando as cobertas para longe. – Quero achar o Jones e matar ele. Vi ele dando ordens aos batedores e...

- Creio que isso se enquadre entre “maiores esforços”. – disse Madame Pomfrey, empurrando-o, com firmeza, na cama e erguendo sua varinha ameaçadoramente. – Você vai ficar aqui até que eu lhe dê alta, Potter, ou chamarei o diretor. – a bruxa voltou depressa para a sua sala, e Harry afundou nos travesseiros, espumando.

- Harry! – entrei apressadamente na enfermaria, junto com Rony e Hermione. Estava muito preocupada e aflita.

- Você está bem? – perguntou rapidamente uma Hermione super preocupada.

- Acho que sim. – murmurou, colocando seus óculos. – Você sabe de quanto perdemos? – perguntou Harry para Rony, entre os dentes.

Hermione se virou para mim e murmurou baixinho: Garotos, revirando os olhos.

- Bem, sei. – respondeu Rony em tom de quem pede desculpas. – O placar final... Terminamos empatados. Cho não chegou a pegar o pomo. Quando você foi atingido pelo balaço ela se assustou e cambaleou e caiu da vassoura.

- Torceu o pé. – comentou Hermione.

- É... E bem a professora Minerva decidiu parar e bom... – continuava Rony, passando a mão nos cabelos bagunçados. – Corvinal vai jogar com Sonserina e quem ganhar vai para a final com a gente... Já que temos uma boa quantidade de pontos.

- Genial! – exclamou Harry com ferocidade. – Realmente genial! Quando eu pegar o Jones...

- Você não quer bater no Jones, ele é bem maior que você, Harry! – argumentou Rony. – Pessoalmente, sou mais a favor de azarar ele com um feitiço.

- O que o Jonathan fez? – perguntei.

- Seu amiguinho deu ordens para me mandarem um balaço na cabeça. – falou Harry, sua expressão era dura e sombria.

- O que? – disse eu e Hermione juntas.

- A professora Minerva deve ter visto alguma coisa, eu acho... – comentou Rony.

- Mas se ela não viu, o difícil vai ser provar alguma coisa. – falei chateada. – Não consigo acreditar que ele possa ter chegado a este ponto. Bom os balaços tem mesmo essa função de... Tentar atacar... Quer dizer... Tentar atrapalhar os jogadores, mas...

- Não é possível que você vá ficar se questionando se ele fez ou não por mal. – urrou Harry.

- Não é nada disso! – retruquei de imediato. – Se ele realmente mandou fazer isso, ele é um completo idiota. Mas talvez Fred e Jorge não conseguiram chegar a tempo para te defender e... E apenas era um balaço descontrolado. – cruzei os braços, franzindo o cenho.

Harry comprimiu os lábios, olhando para frente, parecendo ainda mais exasperado e nem me respondeu. Bufei e sai da ala hospitalar.

- Harry ela não estava defendendo ninguém. Não sei por que ficou tão bravo! – repreendeu Hermione. Harry deu de ombros e Hermione fez uma cara de desaprovação, e então também saiu da ala hospitalar.

Depois que Madame Pomfrey mandou Rony se retirar para Harry poder descansar. Harry ficou ali, contemplando o retalho de luz no teto, sua cabeça recém-emendada não estava exatamente doída, mas parecia sensível sob aquelas bandagens.

Antes do jantar os outros jogadores da grifinória visitaram Harry e depois vieram Gina, Luna e Neville.

 

 

Jantei rapidamente, pois eu queria ir novamente ver o Harry, mesmo ele ainda estando irritado comigo ou não. 

 

Quando Gina, Luna e Neville saíram da ala hospitalar, Harry jantou e depois encostou nos travesseiros e ficou ali olhando para o círculo de luz no alto, refletindo... “Como eu fui tão babaca de ficar irritado com a Emily... Só porque o Jones é amigo dela? Ela não tem nada a ver com isso e...”

- Harry? – chamei, pela segunda vez observando um Harry olhando para o teto, com os pensamentos longe.

- Hã... Oi. Eu... Eu... Estava... humm... Meditando sobre... – ele passou a mão no rosto e ajeitou os óculos.

- Como você está?

- Bem. – ele desviou os olhos para as suas mãos.

- Que bom! Fiquei preocupada... Foi uma porrada e tanto... – falei o observando, ele ainda encarava as suas mãos. – Vai me ouvir agora? – perguntei e ele me encarou com a testa franzida.

- Desculpa! Eu não quis... Foi um jogo e o dever do outro time é derrubar o adversário em sinal de ameaça. Principalmente quando o apanhador do outro time está prestes a pegar o pomo. – ele balançou a cabeça, escondendo o rosto nas mãos e suspirou com tristeza.

- Eu entendo como estava irritado, pelo o que aconteceu. Afinal... Quem não ficaria não é mesmo?

 - A professora Minerva veio falar comigo... E ela não viu nada demais, a não ser um jogo brutal como pode ocorrer normalmente. – ele bufou. – Esta, – refletiu Harry. – é a terceira vez que me trazem para a ala hospitalar por conta de um acidente de quadribol. Da última vez, eu caí da vassoura por causa da presença de dementadores em torno do campo e da vez anterior, perdi todos os ossos do braço pela incompetência incurável do professor Lockhart... Fora de longe o meu acidente mais doloroso... – ele se lembrou da agonia de restaurar todos os ossos do braço em uma noite. Então observou Emily com uma expressão curiosa, e contou um pouco de cada uma dessas vezes que o fizera  ficar na ala hospitalar.

- Como seu padrinho foi parar em Azkaban? E como ele conseguiu fugir de lá? Como veio parar em Hogwarts sem ser visto de imediato? – perguntei em um ritmo frenético. 

Harry havia mencionado o padrinho, que foi o motivo de ter dementadores em volta da escola no terceiro ano.

- São muitas perguntas! – Harry observou Emily, uma fina névoa de confusão embotava nos olhos dela. – Mais longas histórias. – soltou um suspiro tristonho.

- Desculpa... Sei que tem muitas coisas que não quer me contar. – meu rosto se incendiou e a curiosidade falava mais alto. Os olhos dele brilhavam, e um pequeno sorriso surgiu no canto de sua boca ao me contemplar. – Bom... Eu tenho que ir... Se não Madame Pomfrey vai acabar me tirando a pontapés daqui. Ela quase não me deixou entrar, por já ser tarde. Melhoras Harry! Boa Noite! – eu fiquei ali encarando ele que nem uma boba, eu queria tanto abraça-lo, foi terrível a cena dele levando um balaço na cabeça. Não suportava ver meus amigos machucados e sofrendo.

- Boa noite! – ele sorriu de leve.

Emily saiu e depois de alguns segundos, Madame Pomfrey saiu de sua sala, desta vez trajando um grosso roupão. Era mais fácil fingir que estava dormindo; Harry virou para o lado e ouviu as cortinas se fecharem quando a bruxa acenou com a varinha. As luzes diminuíram e ela voltou à sua sala; ele ouviu o clique da porta ao fechar, e entendeu que ela se recolhera.

“Ah Emily... Eu queria te contar tantas coisas...”  pensou o garoto antes de adormecer.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...