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História No mundo de Harry Potter - Convite inesperado


Escrita por: Biafernds

Capítulo 15 - Convite inesperado


Fanfic / Fanfiction No mundo de Harry Potter - Convite inesperado

Eu caminhava em um lugar sombrio e deserto. Havia casas que pareciam ter sido desocupadas há séculos, e o que iluminava aquela rua era a luz pálida da lua. Após caminhar por alguns minutos, nuvens cobriram a luz do luar, deixando o lugar ainda mais sombrio e assustador. Um vento forte soprava e zunia em meus ouvidos, fazendo o meu corpo congelar.

Vozes e ruídos começaram a surgir e se intensificar, não conseguia entender o que falavam, mas a cada passo que eu dava essas vozes se tornavam mais altas e arrepiantes. Avistei uma luz verde muito forte, que iluminava a janela de uma dessas casas, cada vez mais forte, cada vez mais forte...

Abri os olhos, me lembrando do pesadelo que tivera, pisquei os olhos para me acostumar com a claridade, mas não foi preciso muito tempo para isso. Olhei para o céu, através da fresta deixada pela cortina, não havia muita luz lá fora devido às nuvens no céu, que agora atingiam um tom de cinza mais escuro, fazendo-me supor que logo mais choveria.

 

 

­­­­­___

Madame Pomfrey, liberou Harry pela manhã de domingo, antes do café, com sua saúde perfeita, graças aos seus cuidados. Hermione e Rony chegaram a acompanhar ele sair da enfermaria e foram juntos para o salão principal. Hermione trouxe a notícia de que Emily tinha discutido com Jonathan.

- Ele estava rindo do Bernado ter acertado aquele balaço em você. Ela ouviu a conversa quando passou pelo corredor e ficou furiosa. – contava Hermione. – Não foi nada engraçado! – replicou a garota indignada. – Foi horrível, e se Coote e Peakes não tivessem ajudado na hora, poderia ter se machucado seriamente!

- Como se uma fratura no crânio, não fosse algo sério. – ironizou Rony.

 Hermione lhe lançara um olhar sério e continuou:

 - Eu acabei nem avisando a ela que eu iria até a enfermaria ver o Harry.

Harry sentiu uma fisgada no estômago. Sentiu-se feliz de Emily ter discutido com Jonathan por causa dele. Ele é uma das pessoas mais babacas que Harry conhecia e não merecia a amizade de Emily. Pra dizer a verdade, a de ninguém, a não ser de seus amigos de nariz empinado que nem ele. 

___

 

 

- Não precisa ficar tão nervosa assim! – resmungou Jonathan, me virando de frente para ele, no saguão de entrada.

- Você é muito idiota. – puxei meu braço.

- Tá! Eu sei que você é amiga dele. Só que estávamos jogando e no jogo vale tudo. Você sabe que não fui eu. – ele disse sério.

- Vale mandar os outros para a enfermaria e depois ficar rindo. E se fosse com você? – cruzei os braços e o encarei ameaçadoramente.

Jonathan tentou argumentar, não queria perder a amizade de Emily, ele gostava dela.

- Emily, qual é! Por favor... – resmungou quando a viu se virar e se afastar, mas ele foi mais rápido e parou diante dela. – Desculpa... Foi mal, não vou rir mais. E... Eu pelo menos posso te fazer uma pergunta?

- Humm... – bufei.

- O que tá rolando entre você e o Potter, hein? – os seus olhos estavam fixos na garota, os braços cruzados sobre o peito e uma expressão dura no rosto.

- Se for o que está pensando... Somos amigos! – desviei um pouco o olhar. Tenho quase certeza de que o ouvi soltar o ar com força, como se o estivesse prendendo antes.

- Não quero que fique brava comigo... Você é... Uma garota incrível! – diz com um sorriso misterioso no canto dos lábios. – Foi sorte ou destino? – questionou.

- O que? – fiquei confusa.

- Ter te conhecido.

- Você é... Inacreditável! – revirei os olhos.

- De um jeito bom ou ruim? – ele questionou, bem ao meu lado, correndo para me acompanhar.

- O que você acha? – eu o fuzilei com os olhos.

- Ruim. Muito ruim. – falou em um tom chateado, respondendo de acordo com a expressão e o tom de voz de Emily. – Emily, espera!

Mas dessa vez ele não conseguiu me alcançar, andei depressa até a mesa da Grifinória, enquanto ele era abordado por amigos da Corvinal.

 

 

- Harry! – exclamei contente, quando o vi se sentando a mesa junto com Rony. – Como você está? Não imaginava que você iria sair logo cedo!

- Estou bem melhor, obrigado! Hermione queria ter te avisado, mas... Bem, você estava resolvendo outra coisa. – respondeu Harry.

- Ah! – coloquei as mãos no rosto e bufei. – É... Eu a vi, mas acabei ouvindo certos assuntos que me tiraram do sério. 

- Já sabemos... Espero que não tenha se metido em mais encrencas. – comentou Rony com a boca cheia de biscoitos.

- Eu... Eu não me meto em encrencas. Elas em geral que me perseguem. – respondi ofendida. 

- Então você é que nem o Harry. – Rony deu uma risadinha. 

 

 

 

De tarde Harry e Rony esperavam no saguão Hermione trazer um dos deveres de casa de Rony revisado.

- Pronto! Tem muitas coisas para arrumar Rony. Sinceramente você precisa prestar mais atenção nas aulas. – bufou a garota.

- Valeu! Valeu mesmo, Hermione! – agradeceu Rony, um pouco sem graça.

- Conseguiu terminar os seus deveres, Harry? – questionou a garota.

 - Vou tentar fazer isso agora. – respondeu desanimado.

- É falta de educação apontar. – Rony ralhou com um aluno do primeiro ano particularmente pequeno quando o garotinho passava por eles. O garoto que disfarçadamente estivera murmurando alguma coisa para o amigo, ficou escarlate e assustado. Rony deu uma risadinha. – Adoro estar no sexto ano.

- Espere aí! – exclamou Hermione, esticando o braço e fazendo parar um aluno do quarto ano, que tentava passar por ela segurando com firmeza um disco verde-limão. – Os Frisbeesdentados são proibidos, me dê isso aqui. – pediu com severidade. O garoto, amarrando a cara, entregou o disco que rosnava, passou por baixo do braço de Hermione e saiu no encalço dos amigos. Rony esperou que ele desaparecesse e roubou o Frisbee da mão de Hermione.

- Ótimo, sempre quis ter um.

O protesto de Hermione foi abafado por uma risadinha alta. Pelo visto, Lilá Brown achara o comentário de Rony engraçadíssimo. E passou por ele ainda rindo, olhando-o por cima do ombro. Rony pareceu muito satisfeito e começou a jogar com o Frisbee que Hermione confiscara do aluno do quarto ano. O brinquedo voou pelo saguão, rosnando. Bichento acompanhou-o com seus olhos amarelos e bufou quando o Frisbee se aproximou demais.

- Harry! – chamou uma voz meiga.

- Ah, oi, Luna.

- Fui procurar você na ala hospitalar. – disse Luna vasculhando a mochila. – Mas disseram que você já tinha saído... – ela empurrou nas mãos de Rony uma coisa que parecia uma cebola verde, um grande chapéu-de-cobra e uma bolada de outra coisa que lembrava argila absorvente para caixa de dejetos de gatos e por fim, tirou um pergaminho meio sujo que entregou a Harry. – ... Mandaram lhe entregar isto.

Era um rolinho de pergaminho no qual Harry reconheceu imediatamente, era de Dumbledore.

- Hoje à noite. – informou ele a Rony e Hermione, quando abriu o pergaminho.

- O que é isso? – perguntou Rony a Luna, erguendo a tal cebola à altura dos olhos.

- Ah, é raiz-de-cuia – disse ela, devolvendo a argila e o cogumelo à sua mochila. – Pode ficar com ela se quiser, tenho muito. É excelente para a gente se proteger das Dilátex Vorazes. – ela se afastou, deixando Rony ainda segurando a raiz-de-cuia na mão e rindo.

 

 

 

Harry seguiu para sala de Dumbledore, no horário combinado. A gárgula saltou para o lado ao ouvir falar em bombas de caramelo, e Harry subiu a escada de dois em dois degraus.

- Entre – falou Dumbledore, mas quando Harry estendeu a mão para empurrar a porta ela foi escancarada pelo lado de dentro. À sua frente estava a professora Trelawney.

- Ah-ah! – exclamou ela, apontando dramaticamente para Harry e piscando os olhos por trás das lentes que aumentavam seus olhos. – Então esta é a razão por que fui expulsa sem a menor cerimônia de seu escritório, Dumbledore!

- Minha cara Sibila, – respondeu o diretor ligeiramente exasperado – não é uma questão de expulsá-la sem a menor cerimônia de lugar algum, Harry tem uma hora marcada comigo, e realmente acho que já terminamos a nossa conversa.

- Muito bem – retrucou a professora Trelawney profundamente magoada. – Se você não quer banir o pangaré usurpador, então seja... Talvez eu encontre uma escola onde os meus talentos sejam mais bem apreciados... – ela passou por Harry e desapareceu pela escada em espiral; eles a ouviram tropeçar na descida, e Harry imaginou que tivesse tropeçado em um dos seus longos xales.

- Por favor, feche a porta e sente-se Harry. – ordenou Dumbledore.

- Então a professora Trelawney continua infeliz porque Firenze está dando aulas para outras turmas? – perguntou Harry.

- Continua. – respondeu Dumbledore. – Adivinhação está me saindo uma disciplina bem mais complicada do que pude prever, uma vez que eu mesmo nunca a estudei. Não posso pedir a Firenze para retornar à Floresta, onde agora ele é um proscrito, nem posso pedir a Sibila Trelawney para sair.

- Então, continuaremos a nossa história do ponto em que paramos. Você lembra onde foi? – disse o diretor mais brandamente.

- Lembro, sim, senhor. – respondeu Harry prontamente. – Voldemort matou o pai e os avós e fez parecer que o culpado era o seu tio Morfino. Voltou, então, a Hogwarts. E o senhor falou que iria me contar a respeito das Horcruxes.

- Contudo, tenho duas últimas lembranças que gostaria de partilhar com você. – Dumbledore indicou os dois frasquinhos de cristal que refulgiam ao lado da Penseira. – Depois, gostaria muito de saber se você acha prováveis as conclusões que extraí dessas lembranças.

 

 

 

 

Na quinta-feira Hermione e eu saímos atoladas de deveres da aula de Runas. O dia estava realmente frio e a próxima aula era de Trato das Criaturas Mágicas. Nos embrulhamos ainda mais com o cachecol e luva e fomos em direção à saída do castelo, mas no saguão de entrada fomos informados que pelo mal tempo teríamos que assistir à aula de Hagrid em uma sala de aula.

- Que bom! – exclamou Rony – Espero que seja uma sala com lareira.

- Acho que hoje será uma aula teórica. É engraçado viver essa troca de estação. Lá no Brasil deve estar um calor de rachar, nesta época do ano. – disse, enquanto seguíamos para a sala no térreo.

- Olá turma! – cumprimentou Hagrid, contente. – Hoje a aula vai ser teórica, infelizmente não vamos poder estudar a criatura que eu havia preparado para hoje.

- Ainda bem! – murmurou Rony na minha frente, que se sentava ao lado de Harry.

- Gostaria de começar com uma pergunta. – Hagrid tossiu, para melhorar a voz. – Vocês sabem como é que a comunidade bruxa esconde os animais?

Levantei a mão rapidamente, porque é automático, eu sabia o que responder e não porque eu queria mostrar que sabia mais que todo mundo, porém Hermione levantou a mão junto comigo. Hagrid me deu permissão de responder, justificando que eu fui mais rápida que Hermione ao levantar a mão. 

- É possível que o passo mais importante para ocultar as criaturas mágicas seja a criação de hábitats seguros. Os Feitiços Antitrouxas impedem que invasores penetrem nas florestas, onde centauros e unicórnios vivem, e nos lagos e rios designados para uso dos sereianos. Em casos extremos, como o do quintípede, áreas inteiras foram tornadas imapeáveis. Bem... Algumas dessas áreas seguras precisam ser mantidas sob constante supervisão bruxa.

- Isso mesmo! 10 pontos para a Grifinória. – bradou Hagrid, entusiasmado. – E podem me dar mais exemplos?

- Reservas de dragões. – respondeu Hermione rapidamente.

- É uma das áreas que precisam ser mantidas sob constante supervisão bruxa. Muito bem! Mais 10 pontos para a Grifinória. Unicórnios e sereianos se contentam em permanecer nos territórios destinados ao seu uso, os dragões aproveitam qualquer oportunidade para sair à caça fora dos limites de suas reservas. Em alguns casos os Feitiços Antitrouxas não funcionam, pois os poderes do próprio animal poderão cancelá-los. Tal é o caso do cavalo do lago, cujo único objetivo na vida é atrair para si seres humanos, e o do Pogrebin, que sai à procura deles.

- Meu irmão trabalha com dragões é trabalho dobrado. – comentou Rony.

- Imagino! E acredito que está em boas mãos o Nober... Ham... Os dragões, não é? – Rony e Harry concordaram com um aceno de cabeça e depois se entreolharam. – Continuando... Algumas espécies não precisam de muita ajuda para evitar serem vistos pelos trouxas. Criaturas como o tebo, o seminviso e o tronquilho têm maneiras próprias e extremamente eficientes de se camuflar, e nunca foi necessário o Ministério da Magia intervir para ajudá-los.

- Grande coisa. Isso tudo já vimos, em um livro; Animais fantásticos, não é? – argumentou Malfoy, entediado. 

- Sim! Mas não custa nada o Hagrid revisar. Já que não podemos estudar lá fora, em aula prática. – retrucou Simas.

- Nunca é demais revisar, principalmente falar do livro do Newt Scamander, ex-aluno de Hogwarts. – argumentou Hagrid orgulhoso. Malfoy soltou um muxoxo. – Alguém pode me dizer algum animal que graças à inteligência ou à timidez inata, evitam a todo custo o contato com os trouxas.

- O unicórnio e o centauro. – comecei a falar logo que levantei a mão. – Outras criaturas mágicas habitam lugares inacessíveis aos trouxas, como o caso da acromântula, nas profundezas da floresta virgem de Bornéu, e da fênix, que faz ninho nos picos de montanhas inalcançáveis sem usar magia alguma. Finalmente, o que é mais comum, temos os animais que são pequenos demais, velozes demais ou gostam demais de passar por animais mundanos e não atraem a atenção dos trouxas, como; chizácaros, gira-giras e crupes pertencem a esta última categoria.

Enquanto Emily falava, Malfoy a imitava fazendo caretas e só alguns alunos da Sonserina sentados no fundo, viram e davam risadinhas abafadas.

- Foi legal essa revisão sobre Criaturas Mágicas, não acham? – perguntei aos meninos, na saída.

- Foi melhor do que os bichos malucos do Hagrid. – falou Rony, satisfeito.

- Eu estudei bastante Magizoologia no Brasil e sempre admirei muito o Newt Scamander. – comentei animada. – O meu professor comentou uma vez de um fato que aconteceu em Nova York, há anos atrás, que Newt se meteu por lá e ele teve muitos problemas, porque alguns animais que ele levou em uma maleta, escaparam pela cidade. – contei o que meu professor nos contou em uma das aulas de Magizoologia, ele não entrou em detalhes, mas era muito curioso.

- Oi Harry. – chamou uma vozinha extremamente aguda e enjoada.

- Oi. – cumprimentou Harry.

- Que bom que está melhor. – disse uma Romilda Vane muito envergonhada. Fazendo de conta que eu, Hermione e Rony não estávamos ali.

 Rony se afastou um pouco e eu me ajuntei a ele, ficando ao seu lado. Hermione seguiu para a biblioteca novamente para devolver um livro.

  “Porque a voz dessa garota consegue ser tão irritante.”

- É, graças a Madame Pomfrey. – Harry respondeu.

- Bom... Foi bom ver você... Tchau! – Romilda sorriu e saiu apressadamente.

- Tchau! – murmurou Harry, observando a garota se afastar e se ajuntar com um bando de meninas, que davam risadinhas. – Ei! Por que se afastaram? – questionou surpreso para mim e para Rony.

- Ela veio falar com você e não com a gente. – Rony apontou para si e depois para Emily.

 

Seguimos para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, quando chegamos na porta, Lupin já esperava para nos conduzir para outra sala. Era obvio que seria mais uma aula prática. 

- Muito bem! Hoje vamos fazer mais um treinamento com feitiço mudo. Vamos usar um feitiço simples para começar, que vocês já conhecem... Geminio. Como podem observar as mesinhas espalhadas pela sala, há em cima de cada uma delas um jarro de água. O propósito é duplicar o jarro, sem derrubar a água ou até mesmo quebrar a jarra, evitando qualquer tipo de acidente.  – explicou Lupin, que lançou um olhar a Emily, quando comentou sobre “qualquer incidente com a jarra”.

A aula foi bem divertida, tivemos outras formas de praticarmos ainda mais feitiço mudo. Do feitiço mais fácil até o mais complexo, alguns se deram muito bem, já outros ainda tinham um pouco de dificuldade.

 - Eu tenho mais um desafio para vocês... Mas não é obrigado a participar. – começou Lupin, animado. – Capturei um bicho papão, mas antes de dar um fim nele... Gostaria de saber quem quer tentar conjurar um patrono. Sem pronunciar o feitiço. Acredito que esse seja o feitiço mais difícil de conjurar de forma muda, pois ele exige muita exigência de emoção.  Então... Quem quiser tentar, façam uma fila em frente a este baú.

Praticamente a metade da sala entrou na fila, curiosos para testar a sua capacidade. O primeiro da fila foi Simas Finnigan. Quando o professor ordenou que todos se concentrassem em um dementador, os alunos começaram a ficar cada vez mais tensos. E assim todos tentaram, mas sem sucesso. Apenas alguns conseguiram fazer que uma luz se acendesse de sua varinha. Rony ficou tão nervoso, que acabou gritando o feitiço, e conseguiu fazer sair da sua varinha um jorro de luz, um patrono não corpóreo.

- Estão muito tensos! – exclamou o professor. – E olha que é só um bicho papão. Imaginem se fosse um dementador de verdade. Tem que se concentrar mais! E não deixar a lembrança feliz escapar... Mas vamos continuar... Harry sua vez.

Harry se posicionou na frente do baú e quando o professor o abriu, Harry tentou o máximo se concentrar em sua melhor lembrança e pensou com firmeza no feitiço “Expecto Patronum” e assim da ponta de sua varinha o patrono de Harry deu as caras afastando o dementador e depois passeou pela sala de aula até sumir.

- Muito bem, Harry! Muito bem! – bradou um Lupin animado.

Harry corou e sorriu, guardou a sua varinha e depois foi se juntar aos outros que estavam ao lado direito da sala, observando quem ainda estava na fila, que agora só restava Emily.

- Vamos lá, então Emily. – incentivou Lupin com um sorriso, como fazia com todos.

O baú abriu e dentro de alguns segundos uma coruja-das-neves saiu da ponta da varinha de Emily, afastando o dementar e voando pela sala graciosamente. Fazendo o professor sorrir.

Harry ficou admirado, ele sabia que era uma coruja o patrono de Emily, mas não uma coruja-das-neves, ele sorriu observando o patrono voar pela sala. Depois admirou Emily, que estava um pouco vermelha, mas estava com um belo sorriso no rosto. Derrepente um tum, tum, tum... Cada vez mais forte e mais alto, dentro do peito do garoto, que ficou um pouco constrangido, como se alguém pudesse ouvir. “Foi emoção de ver alguém conjurando um patrono, é um feitiço incrível... É... É isso mesmo!” Afirmou Harry, para si em pensamento.

- Então por hoje é só! Todos estão de parabéns! – disse Lupin. – Ah... Emily gostaria de falar com você.

- Claro! – respondi com um ar de curiosidade e preocupação. 

Todos os alunos seguiam para a saída, enquanto eu pegava as minhas coisas e esperava em frente a uma mesa de madeira, onde Lupin deixara as suas coisas.

- Emily... Dessa vez você controlou a sua ansiedade, não é mesmo? – comentou Lupin, fechando a porta. Lupin percebeu o constrangimento de Emily e acabou rindo. – Sua magia é forte. Use-a com sabedoria e nunca em benefício próprio.

Apenas concordei com a cabeça. Lupin acenou com a varinha e fez aparecer duas cadeiras e em cima da mesa apareceu uma chaleira e duas xícaras de chá, junto a um açucareiro.

- Sente-se! – convidou.

- Acho que o senhor, quer conversar sobre o episódio da aula do Prof. Flitwick. – sentei, colocando as minhas coisas no chão.

- Sei que não foi culpa sua. Você se assustou com as Adenium, que McMillan fez aparecer. Sempre quando estamos em perigo e nos assustamos, o nosso poder pode ficar mais forte. E quero dizer que estou orgulhoso de você de não ter ferido a aluna que provocou você, mesmo você apontando a varinha e apertando contra a garganta dela.  

 - O senhor viu o que ela fez comigo? – levantei a manga e mostrei algumas pequenas cicatrizes no antebraço esquerdo. Eu já estava um pouco alterada.

- Beba um pouco do chá e acalme-se... Sim eu fiquei sabendo. Só quero orientar você, sei que quando somos jovens não controlamos os nossos impulsos. Mas eu estou te orientando para usar isso quando for realmente necessário. E tentar não mandar algum dos alunos para a enfermaria.

- Eu sei... – bebi um pouco do chá. – Mas me mandaram para enfermaria... E isso não é justo, nem um pouco. – eu estava séria e um pouco irritada, mas para a minha surpresa Lupin acabou rindo.

- Bom... Se acaso não houver outro jeito... – e o riso não desapareceu do seu rosto. – Mas tem uma coisa que devo te lembrar... O ministério está ciente sobre você. E se alguma coisa grave acontecer com algum aluno por qualquer razão... Você pode ser mandada de volta para o Brasil. – seu rosto ficou sério.

- E se... For algo muito sério? – o olhei fixamente, ainda com a xícara na mão.

- O caso será verificado, mas sempre é bom evitar qualquer tipo de complicação.

Conversamos por um longo tempo, recebi muitos conselhos e sai da sala, quase na hora do jantar.

 

 

 

No dia seguinte, Harry encontrou logo cedo na mesa do café da manhã; Hermione. Ele a convidou para ir até o saguão de entrada.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou a garota preocupada.

- Não. Hermione, eu estive pensando e... E eu acho que devemos voltar com a AD.

- Ah Harry! Que bom que você chegou a esta conclusão. Podemos pensar em nos organizar novamente nas férias de final de ano. E... Harry o que fez você mudar de ideia? – Hermione coloca as mãos na cintura. – Ah... Por acaso se deu conta que temos uma ótima professora para aprendermos outros feitiços avançados? – arqueou as sobrancelhas e deu uma risadinha satisfatória.

- É Hermione. Ela é... Bem você sabe.

- O que? – Hermione o encarou desconfiada.

- Eu acho que a sua ideia é ótima. – ele correu a mão pelos cabelos e bufou.

- Eu falei! Vamos esperar o momento certo para falar com ela. Ah... Harry. – lembrou Hermione. – Antes que eu me esqueça, você precisa se cuidar. Entrei no banheiro pouco antes de vir para cá e tinha umas doze garotas lá, inclusive aquela Romilda Vane, discutindo meios de dar a você uma poção de amor. Todas têm esperança de fazer você namorar com alguma delas e todas parecem ter comprado às poções de amor de Fred e Jorge. Não é certeza se realmente funcionam, mas é melhor tomar cuidado.

- Por que você não as confiscou? – quis saber Harry. Parecia extraordinário que a mania de Hermione de defender o regulamento pudesse tê-la abandonado nesse momento crítico.

- Elas não tinham levado as poções para o banheiro. – respondeu com desdém. – Estavam apenas discutindo táticas. Bem, tenha cuidado com o que beber, porque pelo jeito, a Romilda Vane não estava brincando. – disse Hermione séria.

- Calma aí um instante, – disse ele lentamente. – pensei que Filch tivesse proibido qualquer tipo desses artigos.

- E algum dia alguém ligou para o que Filch proíbe? – perguntou Hermione. – Fred e Jorge estão camuflando como perfume ou xarope para tosse.

- Você está por dentro, hein?

Hermione lhe lançou o mesmo olhar irritado

- Estava tudo impresso no verso das garrafas que eles mostraram a Gina e a mim. – informou ela com frieza. – Não ando por aí pondo poções nas bebidas das pessoas.

 

 

 

 

 

- Oi... – cumprimentou Hermione, quando me encontrou na biblioteca a tarde. Ela se sentou na minha frente e começou a tirar seus livros e pergaminhos, se misturando com os meus espalhados pela mesa.

- Não dá para acreditar que estamos já no sexto ano... – Hermione sorri, pasma. – Não é? Emily... Emily?

- Oi... Desculpa Mione. Eu me distrai.

- Estava no mundo da lua? – riu Hermione.

- É que... Eu tive um sonho estranho esses dias! Fiquei com isso na cabeça. Bom... Tenho tanto dever, que eu não deveria ficar me preocupando com isso. É só um sonho. O que você estava falando mesmo?

- Que já estamos no penúltimo ano. Tudo passa tão rápido.

- É verdade!

- Você já conseguiu se adaptar aqui? Conseguiu se acostumar bem? – ela puxou para cima da mesa um longo pergaminho em que estava fazendo o trabalho de Aritmância e continuou a arranhá-lo com a pena.

- Acho que a única coisa que eu vou demorar um pouquinho para me acostumar é com o frio. Eu estou amando Hogwarts, está sendo uma nova experiência que vou levar para sempre. Principalmente as pessoas incríveis que tive oportunidade de conhecer... Todos meus novos amigos. – Hermione abriu um sorriso. – Ainda tenho mais um ano e meio aqui Até eu...

- Voltar não é? – interrompeu Hermione, baixinho.

- Sim. – abri um sorrisinho triste.

- Vamos sentir sua falta! Mas não podemos perder contato. – falou Hermione séria, colocando seus cabelos para trás.

- Claro que não podemos, Mione! Mas está longe ainda. Por enquanto a minha vida toda está aqui. – abro os braços e Hermione ri,  concordando com um aceno de cabeça.

- Vai passar as festas de final de ano em Hogwarts?

- Acho que vou passar com a Sophia.

- Achei que iria conseguir ir para o Brasil.

- Só nas férias, quando acabar o ano letivo.

 

 

 

 

- Harry Potter! – chamou uma garota do quinto ano, enquanto ele Rony e Hermione subiam ás escadas. – Me pediram para lhe entregar isso.

- Obrigado... – Harry sentiu-se apreensivo ao receber o rolinho de pergaminho. Quando a garota se distanciou, ele comentou: – Será que Dumbledore quer me ver de novo? – Harry desenrolava o pergaminho; mas em vez da letra longa, fina e inclinada de Dumbledore, ele deparou com uma caligrafia irregular e espalhada, muito difícil de ler devido à presença de grandes borrões nos lugares em que a tinta escorrera.

 

Caros Harry, Rony e Hermione,

Aragogue morreu ontem á noite. Harry e Rony, vocês o conheceram e sabem como ele era especial. Hermione, eu sei que você teria gostado dele. Significaria muito para mim se vocês dessem uma passada aqui mais tarde para o enterro. Pretendo fazer isso após ás onze horas. Sei que é proibido saírem tão tarde, mas podem usar a Capa. Eu não pediria se pudesse enfrentar esse momento sozinho.

Hagrid

 

- Dá uma olhada nisso – disse Harry, entregando o bilhete a Hermione.

- Ah, pelo amor de Deus! – exclamou ela, correndo os olhos pelo bilhete e passando-o a Rony, que o leu com uma expressão de crescente incredulidade.

- Ele é maluco! – exclamou furioso. – Aquela coisa mandou a turma dele nos devorar! Disse para se servirem! E agora Hagrid espera que a gente vá lá embaixo chorar por aquele defunto peludo!

- E não é só isso. – acrescentou Hermione. – Ele está nos pedindo para sair do castelo à noite, sabendo que a segurança está mil vezes mais rigorosa e que nos meteríamos em uma baita encrenca se fôssemos apanhados.

- Já descemos para ver Hagrid à noite antes – lembrou Harry.

- Mas por um motivo desse? – replicou Hermione. – Já nos arriscamos muito para ajudar o Hagrid, afinal o Aragogue morreu. Se fosse uma questão de salvar a vida dele...

- Eu teria ainda menos vontade de ir – interpôs Rony com firmeza. – Você não o conheceu, Hermione. Pode acreditar, morto ele deve estar bem melhor.

Harry recolheu o bilhete e olhou para os borrões de tinta. Sem dúvida, tinham caído lágrimas no pergaminho, grossas e sucessivas...

- Eu não vou... E tenho muito que fazer... E Harry, você não pode estar pensando em ir – falou Hermione. – Não tem o menor sentido pegar uma detenção por uma coisa dessas.

- É, sei disso. – Harry suspirou. – Presumo que o Hagrid vá ter de enterrar Aragogue sem a nossa presença.

Eles seguiram para a sala comunal da Grifinória que estava alegre e aconchegante como sempre. As chamas da lareira iluminavam as inúmeras poltronas fofas onde os alunos estavam sentados lendo, conversando, fazendo o dever de casa ou no caso de Fred e Jorge Weasley, tentando descobrir o que aconteceria se a pessoa fizesse uma salamandra comer um fogo Filibusteiro. Fred “salvara” o lagarto de couro laranja, que vive no fogo, de uma aula de Trato das Criaturas Mágicas, ele agora fumegava suavemente em cima de uma mesa rodeada de meninos curiosos.

Hermione deu boa noite para os meninos, dizendo que tinha muito o que estudar, recebendo um olhar de desaprovação de Harry. Ela então subiu rapidamente para o quarto.

- Você não vai... Não é? – questionou Rony, se jogando em uma poltrona.

Harry bufou e analisou mais uma vez o bilhete de Hagrid, pensativo.

 

 

Estava no quarto conversando com as gêmeas Patil. Depois de arrumar as minhas coisas resolvi descer para a sala comunal. Encontrei Harry e Rony, jogados nas poltronas, me aproximei quando eu ouvi Rony resmungar: “Você não vai... Não é?”.

Sentei em uma poltrona próxima a deles e comecei a conversar com Rony, sobre assuntos alheios. Percebi que Harry se mantinha muito quieto e pensativo.

- Harry... Você tá legal? – perguntei.

- Hã?... – ele me olhou confuso e tirou os óculos e coçou os olhos.

- Você tá legal? Está tão quietinho. 

- Harry quer sair do castelo... Mas não é uma boa ideia. Principalmente para se arriscar por um motivo bobo. – contou Rony.

- Não é um motivo bobo. – Harry olhou feio para Rony. – Hagrid está triste.

- O que aconteceu com Hagrid? – perguntei rapidamente. Harry me entregou o bilhete.

- Bom... Eu vou dormir. – Rony forçou um bocejo, inventara estar com muito sono para o caso de Harry o arrastasse, para o enterro.

 Harry percebeu de imediato o fingimento e fez cara feia.

Ele, Rony e Hermione já haviam comentado sobre a tal acromântula, que Hagrid criava na floresta. Neste caso nem eu iria, tinha aflição de insetos gigantes. “Tem o tamanho de um pequeno elefante”, lembrei-me das palavras de Rony. Mas... Hagrid o tratava bem, era de estimação, mesmo isso me parecendo loucura. E Hagrid era tão legal. Harry gostava muito do amigo e garanto que iria mesmo sozinho. Então...

- Eu vou com você! – me peguei dizendo a Harry.

- Hã? – ele arregalou os olhos surpreso.

- Eu vou com você! É claro... Se você quiser... – sorri brevemente, desviando o olhar.

Um sorriso lento curvou os lábios de Harry.



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