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História No próximo eclipse - O primeiro eclipse


Escrita por: chaootics

Notas do Autor


Depois de um longo tempo, voltei com uma fic shinyoung! *fogos*
Essa é uma história 100% de fantasia e um tanto pirada, mas espero que gostem ^^
Vou tentar atualizar sempre que possível~

Capítulo 1 - O primeiro eclipse


Fanfic / Fanfiction No próximo eclipse - O primeiro eclipse

“Às vezes, penso no sol e na lua como amantes que se encontram raramente, que sempre se procuram e que quase sempre sentem falta um do outro. Mas, de vez em quando eles se alcançam e se beijam e o mundo admira extasiado o seu eclipse” – Anônimo.

 

Uma marca de nascença em forma de meia lua em minha testa decidiu meu destino antes mesmo que pudesse encher meus pulmões de ar pela primeira vez. Todo o continente asiático comemorou embevecido o nascimento do herdeiro da lua, o novo sucessor do trono após quinhentos anos. E eu, que mal conseguia abrir meus olhos sozinho, não fazia ideia do que o destino me preparava.

 Meu nome é Jung Jinyoung e eu sou um imortal. Ou melhor, a imortalidade foi-me dada quando completei dezoito anos e me tornei o novo guardião da lua. A cada quinhentos anos, um novo herdeiro é colocado no mundo e a coroa é passada adiante. Dizemos que são as forças poderosas dos céus que escolhem qual bebê será agraciado com esse poder, portanto não há nenhum tipo de interferência humana nessa escolha. Há guardiões em cada um dos continentes do planeta Terra, sendo cada um responsável apenas por onde nasceu. Eu não apenas era o guardião asiático, como também o primeiro guardião da lua nascido na Coreia do Sul. Meus pais eram simples camponeses que jamais imaginavam que teriam um filho destinado a tanto poder e responsabilidade. O país ficou em êxtase ao celebrar meu nascimento, pois eu não era apenas o primeiro guardião da lua nascido aqui, como também o segundo guardião escolhido pelos céus no mesmo local e no mesmo ano.

Sim, alguns meses antes de mim a Coreia do Sul havia brindado o nascimento de seu segundo herdeiro do sol. O primeiro, pelo que soube, foi um homem nascido no ano quinhentos e alguma coisa. Depois disso, os seguintes guardiões foram da Indonésia e da China. Mas então, em junho de 1991, um bebê nascido com um sol no meio da testa foi reconhecido como o novo guardião. Os outros países não podiam acreditar que dois herdeiros haviam sido gerados no mesmo ano e no mesmo país e nem mesmo eu podia crer em tamanha coincidência. Contudo, nós dois nunca nos encontramos.

Sol e lua nunca se encontrarão... A não ser que haja um eclipse.

Assim que os poderes de guardião da lua foram transferidos a mim quando completei dezoito anos, descobri que não poderia mais viver durante o dia, que minha existência se extinguiria quando o sol estivesse na regência. No início não sabia o que aconteceria, até perceber que, quando os primeiros raios de sol surgiam no horizonte, meu corpo se apagava e era como se eu desmaiasse, acordando quando a lua começava a subir ao céu. Com o passar do tempo, tudo aquilo se tornou rotina e hoje, sete anos depois, ser um guardião da lua me é algo tão natural quanto respirar.

 Toda a noite sento em minha confortável poltrona vermelha e desfruto de um delicioso banquete, com música e belas dançarinas na enorme sacada do palácio onde vivo. A lua acima de nós no céu estrelado troca energias com meu corpo durante toda a noite, e eu me responsabilizo por seu equilíbrio. O mundo está em harmonia porque os guardiões estão fazendo um bom trabalho, e é por essa razão que nós existimos.

Naquela noite, enquanto observava um grupo de dançarinas e comia cerejas frescas, meu conselheiro particular se aproximou e me entregou uma carta. Um selo em formato de sol no envelope atraiu minha atenção.

- Senhor, essa carta foi enviada pelo guardião do sol – o velho homem se curvou ao meu lado e se retirou para que eu pudesse ler com privacidade.

Hesitei por alguns instantes antes de decidir abrir a carta. Em todos aqueles anos desde que havíamos nos tornado guardiões, ele nunca tinha se comunicado comigo – e nem eu com ele. Sabia qual era o conteúdo dela e mesmo antes de passar meus olhos por sua bonita caligrafia, já sentia meu coração pesado pela proposta. Ele queria me ver, mas eu não sabia se estava preparado para um eclipse.

 

 

 

 

Quando a noite estava chegando ao fim, o conselheiro voltou até mim. Ele era um homem já em seus setenta e poucos anos e havia servido ao antigo herdeiro desde sua juventude. Eu sabia que ele devia entregar uma resposta ao herdeiro do sol, mas ainda não havia me decidido. Sim, um lado meu queria vê-lo, queria saber como era o outro jovem coreano que dividia aquele destino fatídico, porém glorioso, comigo. Ao mesmo tempo, não sabia quais seriam as consequências disso. Entre todas as pessoas que existiam no mundo, havia apenas uma que eu praticamente nunca poderia ver e essa pessoa era ele. Nós não podíamos existir ao mesmo tempo e eclipses solares não podiam ocorrer em curtos espaços de tempo, então nosso próximo encontro demoraria. Contudo, havia a probabilidade de que eu o achasse insuportável e não quisesse vê-lo nunca mais. No fim das contas, como já imaginava, minha curiosidade venceu.

- Daqui um mês e quinze dias – disse, encarando a lua acima de mim – Aceitarei o eclipse.

O conselheiro assentiu com a cabeça e me entregou um papel em branco, no qual escrevi minha resposta da forma mais cortês possível. E então estava selado, nosso primeiro encontro.

 

 

 

 

Eu acordaria no meio do dia. Era verão, mas eu não lembrava mais como era sentir o sol queimando minha pele. O conselheiro me informou que, assim que o herdeiro do sol chegasse ao meu palácio, eu despertaria instantaneamente e então a lua cobriria o sol por alguns minutos. Sete, para ser mais preciso. Sete minutos era tudo o que eu tinha para permanecer acordado durante o dia, depois de sete anos vivendo em completa escuridão. Por causa disso, era óbvio que estava muito nervoso.

Antes que a lua sumisse no fim daquela noite, coloquei a melhor roupa que tinha e arrumei meu cabelo, afinal de contas gostaria de despertar com boa aparência para recepcionar o guardião. Pensar em encontrá-lo era o ápice de minha crise de nervos e sabia que aqueles não eram bons sentimentos para partilhar com a lua que brilhava no céu.

Não, um guardião não devia se abater – foi o que disse a mim mesmo enquanto arrumava meus cabelos castanhos em frente ao espelho. Eu sou um homem elegante, tenho uma boa postura e... Sou bonito, eu acho.

Mas, e se ele for muito melhor do que eu?

Para ter a confiança de querer me visitar... Droga, ele devia sim ser um guardião muito melhor do que eu. Bati em minha cabeça duas vezes, eu devia ter rejeitado. Mas rejeitar me faria parecer um covarde, não é?

- Senhor – o conselheiro me encarou com uma expressão nervosa – Você está enviando sentimentos negativos para a lua...

- Desculpe – suspirei, afundando em minha poltrona vermelha.

Desesperar-me agora não ajudaria em nada, até porque eu apagaria em alguns minutos e, quando acordasse, o guardião já estaria diante de mim. Eu simplesmente devia encarar e honrar meu compromisso, como um verdadeiro herdeiro faria.

Ou então eu passaria vergonha em frente a ele.

 

 

 

Quando abri meus olhos, a claridade cortou minha visão por alguns segundos. O conselheiro me levantou pelo braço e, assim que me firmei, percebi a luminosidade do lado de fora diminuindo, dando lugar à escuridão, o que indicava que o eclipse tinha começado. Havia um homem diante de mim, ele era mais alto, mais forte e seus cabelos eram mais longos que os meus. Com um amplo sorriso, se curvou diante de mim e me cumprimentou.

- Muito prazer, eu me chamo Shin Dongwoo e sou o herdeiro do sol.

Por um segundo, achei que meu coração tinha parado de bater.



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