Angel's POV
~Dream on~
-Corre mais rápido Shawn! Elas vão ganhar!
-A culpa não é minha se você é gorda, Angie! -Dei um tapão no topo da cabeça de Shawn e me segurei no seu pescoço quando ele deu um pulo pra descer da calçada e continuar a correr pela rua em direção a o parquinho do condomínio. Estávamos apostando corrida para ver quem chegava primeiro no escorrego, eu estava nas costas do Shawn e mais a frente escutamos risada da Jenn que ecoou pelo condomínio, quando a Carly quase caiu de suas costas. Depois de um tempo o Shawn desistiu de ganhar e bateu nas minhas pernas para eu descer, bufei e desci de suas costas para continuarmos a correr mais um pouco para chegar no parquinho. Quando chegamos lá, Jenn e a Car estavam comemorando fazendo uma dancinha da vitória, o Shawn se sentou no gramado, ainda ofegante pela corrida, fazendo a Jenn rir vitoriosamente que recebeu a língua do Shawn em resposta.
-Vamos brincar de que? -Sentei do lado de Shawn e depois de um tempo pensando, Car olhou empolgada para mim.
-Pique esconde? -Nós três balançamos a cabeça concordando.
-Quem começa sendo o conta? -Perguntei e o Shawn olhou pra mim com um olhar de como se fosse óbvio.
-Você.
-Por que eu?!
-Por que eu já fiz oito anos, e você só faz em Agosto. -Bufei e andei em direção a uma árvore, antes de chegar lá a Jenn gritou.
-CONTA ATÉ QUARENTA! -Levantei meu polegar dando sinal de que tinha escutado e comecei a contar.
(...)
Já tinha achado a Carly que estava encima de uma das árvores do parquinho, e agora estava andando silenciosamente em direção a uma moita que eu tenho certeza de que eu vi um pedaço do moletom vermelho do Shawn. Me aproximei pela direita e ele percebeu minha presença quando eu pisei em um graveto, ele começou a correr e eu corri atrás dele, tentei pelo menos. Quando eu estava quase alcançando o braço dele, Shawn começou a subir as escadas do escorrego, eu estava quase desistindo, mas comecei a subir o mais rápido que podia. A perna dele estava ao meu alcance, mas eu não consegui levantar meu braço pois estava sem força nenhuma, minhas pernas começaram a fraquejar também, e eu comecei a ficar com dificuldade de respirar, minhas pernas não agüentaram e eu cai do topo das escadas. Minhas costas colidiram com a grama e minha vista começou a escurecer, eu tentava de todo jeito respirar, mas não conseguia. Senti a presença de duas pessoas do meu lado e escutei a voz da Jenn gritando o nome da minha mãe e pedindo ajuda. E eu apaguei.
Acordei com um carinho na minha cabeça e abri meus olhos com dificuldade, ainda me sentia bem fraca mas a curiosidade de saber o que tinha acontecido comigo era maior.
-Você acordou, meu anjo. -Minha mãe estava sentada em uma cadeira do lado da minha cama e eu sorri pra ela.
-Onde a gente ta?
-No hospital. -Arregalei meus olhos e minha mãe deu uma risada fraca.
-O que aconteceu mamãe? Eu só cai do escorrego... -Ela olhou pra mim e segurou minhas mãos.
-Você lembra por que caiu?
-Lembro. Eu comecei a ficar fraca e não conseguia mais ver nada... Mas isso foi só por que eu tentei correr rápido feito o Shawn.
-Filha, você sabe por que o papai não brinca com você de pega-pega?
-Sei mãe, por que o papai é gordo -Minha mãe riu e eu continuei- E ele tem aquele problema no coração.
-Esse problema se chama arritmia, filha.
-Arriti...o que?
-Não importa, o que você precisa saber é que talvez você possa ter herdado esse probleminha do papai.
-Eu não vou mais poder brincar de correr com as meninas e com o Shawn?! -Eu queria chorar, mas minha mãe sorriu pra mim e passou a mão pela minha bochecha.
-Não filha, você vai poder continuar a brincar com os seus amigos, mas pra isso, o seu coração vai precisar de ajuda pra não aconteceu o que aconteceu hoje.
-Então é só eu tomar os remédios que o papai toma, né?
-A sua arritmia é muito rara Angel, o único modo de resolver isso é colocando um... Aparelhinho no seu coração pra ele ficar funcionando direitinho.
-Eu vou ter coração de robô?! -Minha mãe riu e continuou.
-Não filha... O que você vai colocar no coração é um “compasso”, ele vai ficar ajudando o seu coração a bater normalmente, ele não é tão grande assim.
(...)
Fazia um dia desde que eu tinha feito a cirurgia, e o Shawn veio me ver no hospital com os pais dele. Depois de um tempo conversado, meus pais saíram do quarto e levaram os pais do Shawn para explicar toda a história do “compasso”.
-Você tá bem? -O Shawn falou se sentando do meu lado na cama e eu apoiei minha cabeça no ombro dele.
-Eu tenho um coração de robô agora. -Ele se virou em minha direção e me olhou confuso, respirei fundo e contei pra ele tudo que minha mãe tinha me falado.
(...)
-Que legal Angie! –Ele pulou de empolgação, e eu não entendia o por que...
-Não é legal Shawn! E se eu tomar banho e essa coisa me ser um choque! -Ele pensou um pouco e estalou a língua.
-É só você tomar banho de Crocs. -Ele tem razão... Escutei minha barriga roncar de fome e depois de dar uma olhada rápida para a porta me virei para o Shawn e sussurrei.
-Você trouxe os cookies ? -Ele olhou para a porta como eu tinha feito antes e tirou do bolso do casaco quatro cookies enrolados em um guardanapo. Sorri animada para o Shawn e peguei dois, coloquei um embaixo do travesseiro e o outro enfiei na boca, o Shawn começou a rir e mordeu um dos cookies que ainda estava em suas mãos.
~Dream off~
Acordei com o despertador do celular apitando no meu ouvido e tive que me segurar para não quebra-lo.
-Calma Angel, ultima semana de aula, calma. –Eu repetia para mim mesma com a esperança de que isso entrasse na minha cabeça.
Me levantei indo em direção ao banheiro, tomei um banho bem demorado e fiquei relembrando do meu sonho e querendo voltar pra época em que tudo na minha vida era fácil e minha maior preocupação era se minha mãe ia deixar eu brincar com meu vizinho, Shawn, ou se minhas amigas, Jenn e Carly, iriam pegar a minha Barbie favorita...
Sai do banho, fiz minhas higienes e coloquei uma calça preta, uma blusa bege de magas até os cotovelos, minha camisa quadriculada amarrada na cintura e um All Star preto. Fui direto pra cozinha fazer um sanduiche, já que a minha empregada tava de férias, e o devorei!
Peguei as chaves do carro, minha bolsa, e corri pro carro! Em quanto aquecia no carro para me recuperar da caminhada cheia de neve até o estacionamento, eu liguei pra Carly.
-Seja lá quem for, eu estou de férias e preciso dormir, tomara que alguém tenha morrido. -Ela disse com voz de sono.
-Oi, sabe faculdade? Pois é, a gente tem prova hoje. Sim, P R O V A -Falei em quanto colocava o celular no viva-voz
-O QUE? Esses professores só podem ter merda na cabeça! Quem vai estudar na ultima semana de aula? QUEM ANGIE? QUEM? –Vai começar... – Isso é um absurdo sabia? Isso é tudo culpa desse governo...
-Olha, antes de você começar com o discurso, quer carona ou não? To saindo de casa.
-Uhm, eu me viro, acho que vou a pé mesmo...Você não podia esperar um minuto aqui na frente de casa não? –Eu já podia imaginar a cara de cachorrinho sem dono que ela fez.- Tudo bem se você não puder...
-Puta que pariu Carly, se arruma que eu to passando ai.
-Eu já disse que te amo?
-Falsa, beijo, tchau. –Falei desligando o celular e saindo com o carro.
(...)
-Caralho Carly, eu disse rápido! Qual parte você não entendeu? –Eu brigava em quanto Carly entrava no carro bufando
-A culpa é da minha mãe, amiga. Ela enche o saco com café da manhã e essas merdas, parece que eu tenho oito anos...
-Tá, foda-se, bota o cinto. –Liguei o carro novamente junto com o rádio
-Ai que frescura, a faculdade é aqui do lado! Não tem pra que cinto. –Ela olhou pra mim toda emburrada
-Você, me, conhece. Não vou repetir. –Falei com a voz firme e séria
-Tá bom, mamãe.
~FlashBack on~
Eu estava no carro com os fones de ouvido, escutando New Perspective da minha banda favorita, estava tudo perfeito, a família feliz reunida dentro do carro. Até eles começarem a discutir.
-John, vai pela esquerda! É mais perto, e nós não iremos pegar nenhuma Blitz, que você odeia. –Minha mãe sempre usava o tom de voz calmo e delicado
-Catherine, não de diga o que fazer, por favor! Eu sei para onde ir, não tem Blitz a essa hora. –Meu pai tentava controlar tudo e tod
os, queria sempre ser o macho alfa, sempre.
-Ótimo, uma Blitz, do jeito que eu disse. –Ela disse usando ironia, desta vez
-Caladas, por favor. Eu lido com isto. –Eu e minha mãe trocamos olhares tentando não rir do estresse do meu pai e o seu nervosismo em relação a Blitz.
-Senhor oficial, boa noite. –Se dirigiu ao policial
-Boa noite senhor, pode me emprestar sua carteira de motorista? –O oficial estendeu a mão e meu pai cumpriu todos os procedimentos que deveria, ocorreu tudo normalmente bem.
(...)
-Eu disse que ia ter um Blitz, sempre tem uma Blitz, -Ela disse pausadamente rindo pelo nariz –Você nunca me escuta.
-Eu sei o que eu faço e por onde eu vou Cat, não gosto quando você me diz o que fazer! –Dessa vez ele olhou para trás, pra checar se tudo estava bem comigo.- Angie, bota o cinto querida.
-Sempre pai, sempre de cinto. –Repeti o que eu já sabia que ele ia falar, como todas as vezes.
-Minha garota.
-John, olha pra frente! –Minha mãe levantou o tom de voz e segurou o volante que meu pai avia soltado para falar comigo
-Eu já ia segura-lo!
-Se você quiser que eu dirija, eu dirijo! –Bufou e revirou os olhos
-Catherine, eu não preciso que ninguém dirija o meu carro, para mim.
-Não é o que parece! –Ela usou novamente a ironia
-Você quer iniciar uma discussão?! -Ele aumentou o tom de voz, quase gritando
(...)
Depois disso eu só lembro de ter acordado numa cama de hospital, os médicos disseram que meu pai teve uma parada cardíaca e nosso carro foi em direção a uma ponte. Alguns policiais que estavam na área me salvaram, meus pais não tiveram a mesma sorte.
~FlashBack off~
-Alô? Terra chamando Angel? Vamo estudar? Aprender alguma coisa? –Carly estalava os dedos na frente dos meus olhos me fazendo retornar a realidade
-Oi, vamos sim! –Pisei no acelerador e liguei o som.
-Meu Deus! Eu amo essa música! –Carly aumentou o volume do som e começou a cantar “Animals”, tentando acompanhar a voz do cantor, mas eu não consegui prender o riso quando ela usou meu celular como microfone. Não demorou muito para a musica acabar, então a Car começou a mexer no meu celular enquanto eu estacionava o carro.
- Amiga?
-O que foi agora Carly? –Ela ria e olhava pra tela do celular ao mesmo tempo só fazendo minha curiosidade aumentar.
- O Tay te enviou uma foto que eu tenho certeza que você vai gostar. –Ela virou a tela em minha direção me mostrando uma foto do Jack praticamente pelado dormindo no sofá do Taylor e uma mensagem falando “Ontem os caras passaram por aqui e a gente bebeu um pouco... achei que você ia querer ficar atualizada da vida do seu namoradinho”. Fechei a cara no momento em que terminei de ler e a Carly riu mais ainda, peguei meu celular das mãos dela e descemos do carro.
Eu não tinha nem passado do portão principal quando escutei um grito de alguém me chamando, na direção contraria do meu carro.
-Angel Woods! –Bufei e a Carly mandou um beijo no ar indo em direção ao portão principal. Encostei-me no carro e coloquei as mãos nos bolsos do meu casaco, Jack parou na minha frente e antes que ele falasse qualquer coisa, dei um sorriso debochado para ele.
-Você é o ex-namorado mais preocupado do mundo sabia? Me supera garoto.
-Há! Muito engraçada, uma piadista na verdade! –Ele falou em quanto forçava uma risada. -Cadê o seu celular? –Tirei o celular do bolso e balancei na frente do rosto dele.
-Aqui, por quê?
-Já pode apagar a foto que o Taylor te enviou. –Jack tentou tirar o celular da minha mão, mas antes que ele alcançasse meu pulso eu já havia colocado o celular no bolso.
- Ah pelo amor de Deus, Gilinsky. –Desencostei do carro e comecei a andar em direção a escola –Apaguei a foto no momento em que vi... –Me virei de frente para ele e continuei a falar –Tenho muito mais o que fazer do que ficar vendo fotos do seu “amiguinho”. –Falei balançando meu dedo mindinho e sorrindo para o Jack, que já estava consideravelmente irritado comigo. Ele se aproximou de mim e segurou meu pulso sorrindo da mesma forma que eu sorria.
- Você é a última pessoa que pode falar que meu “amiguinho” é pequeno.
- Vai se foder, Jack. –O empurrei e comecei a andar o mais rápido que pude em direção a universidade, antes de chegar ao portão, escutei o Jack gritar.
- A Rachel já faz isso pra mim, e muito bem.
Juro que eu quase voltei lá, mas outra pessoa segurou meu braço e me virou para ficar de frente com ela.
-Oi Angel. –Ótimo, a ultima pessoa que eu queria ver agora era o Josh.
- Olha Josh eu realmente não estou com paciência pra aguentar a sua conversinha ridícula. –Ele riu e acariciou meu braço, o que me fez ficar com mais nojo ainda dele e dessa carinha debochada que ele tem.
- O que aconteceu? Brigou com o namorado? –Tentei dar um tapa no braço dele pra ele parar de passar a mão em mim mas ele segurou meu pulso e me puxou. –Eu posso te tratar muito melhor que ele.
-Eu não sei porque vocês continuam dizendo que ele é meu namorado! Eu já superei, superem vocês! –Bufei e olhei pra parede com cara de tédio.
-Angie? –Escutei a voz do Nash no fim do corredor e em segundos ele e o Cam estavam parados do meu lado, e eu a otária, ainda estava tentando me livrar das mãos do Josh.
-O que ta acontecendo aqui? –O Nash falou serio se aproximando do Josh que riu.
-Fica fora disso se não quiser sair machucado, Grier -Josh continuava a segurar minhas mãos e o Cam travou o maxilar antes de falar.
-É melhor você soltar ela antes que a historia fique ruim para o seu lado. –Os dois ficaram se encarando e eu já estava agoniada com esse menino prendendo minhas mãos, então eu chutei a canela do Josh com a maior força que eu tinha e ele soltou minhas mãos se curvando para alisar a sua canela. Nash começou a rir e o Josh se levantou vindo em minha direção, mas Cam se colocou na minha frente.
-Eu to falando serio, sai daqui. –O Josh ainda ficou um tempo encarando o Cam, mas eu e o Nash passamos pelos dois indo em direção a aula de Direitos Humanos, Cam começou a andar também, mas antes deu um empurrão com o ombro no Josh.
Chegamos na frente da sala e a aula já tinha começado, a professora estava virada para o quadro escrevendo alguma coisa e eu empurrei a porta da sala vagarosamente. Nós três entramos silenciosamente na sala e os alunos, incluindo o Shawn e Taylor, estavam olhando confusos pra nós, coloquei meu indicador na frente da minha boca pedindo silencio e consegui sentar na minha cadeira, segundos depois a Sra.Finn se virou explicando o que ela tinha escrito mas parou logo depois encarando o Cam e o Nash, que estavam tentando agir naturalmente.
- Sr.Dallas?
- Sim professora? – O Cam estava tão nervoso quanto o Nash que estava rabiscando alguma coisa no caderno.
- Você estava aqui quando a aula começou? –Ela ajustou os óculos e olhou para o Cam seriamente.
-C-c-claro que sim professora. –Ela assentiu com a cabeça, ainda demonstrando estar na duvida e voltou a explicar. Olhei para o Cam e ele colocou a mão na frente da boca para tentar abafar o riso, o Nash também estava rindo, mas ele agora copiava as anotações do quadro.
(...)
-Finalmente! Depois de cinco duras aulas de, Direitos Humanos, Teoria Constitucional, e TRÊS aulas de Direito Eleitoral, sobrevivemos! –Taylor discursava na mesa do refeitório com a lata de coca-cola erguida na mão.
-Taylor, menos, bem menos! Quase nada. –Jenn sussurrou de forma irônica em quanto sentava na mesa, fazendo o Tay bufar.
-Cadê a Carly e o Matt? –Perguntei pra Liz que se concentrava mais no seu prato de macarrão com fritas do que em mim.
-Oi? Matt? Carly? Eles ainda não saíram da aula de Comunicação e Expressão. –Ela falou com a boca cheia de fritas.
-Curso de doido! Psicologia só dá alterno, eles dormem cobertos por terra e tem dreads, isso que eu ouvi. –Jack chegou sentando na nossa mesa junto com a namoradinha dele, Rachel.
~FlashBack on~
Hoje, eu tinha combinado com a mãe do Jack de deixa-lo sozinho em casa por que eu ia fazer uma surpresa pra ele, comprei um presente e tudo. Já fazia um tempo que a gente tava junto e eu queria avançar as coisas, queria dar a chave da minha casa pra ele já que eu já tinha as chaves da casa dele... Comprei um porta retrato com a primeira foto nossa que a Jenn havia tirado, nós estávamos sentados na areia da praia, durante o quatro de Julho. Meus pais tinham me deixado viajar com meus amigos pra os Estados Unidos e ficamos vendo os fogos, em quanto eu estava sorrindo com as bochechas coradas e olhando pra ele, o mesmo estava olhando pro céu.
Eu estacionei na frente da casa dele e abri a porta já que eu tinha copia das chaves, e por incrível que pareça a casa estava bem silenciosa, estranhei.
-Jack? Você tá ai? –Gritei na sala de entrada, e pude ouvir o barulho da porta de cima abrindo.
-Por ai não! –Ele sussurrou, mas eu pude ouvir.
Então Rachel, uma das meninas do meu colégio estava descendo as escadas seminua, e Jack estava com as mãos cobrindo o rosto. Senti as lágrimas descendo no meu rosto e deixei o porta-retratos cair no chão.
-Como você pôde? –Era tudo que eu conseguia dizer, eu via a cena, mas minha mente não conseguia acreditar no que os meus olhos estavam vendo.
-Desculpa, eu acho que você deixou essa coisa cair. –Rachel falou em tom de ironia. Então é isso? Ela rouba o meu namorado e sai impune? Eu acho que não. Virei a minha mão com toda a força na cara dela, fazendo-a cair no chão.
-Angie, esse não é o melhor jeito de resolver as coisas! –Jack disse segurando minhas mãos.
-Não me toque. –Eu falei tirando as mãos dele de mim.
-Angie, por favor...
-Eu amava tanto você, sabe? –Gritei em quanto enxugava as lágrimas. -Eu tinha tanto amor pra te dar... Eu não entendo porque você fez isso. Eu não era boa o suficiente? Eu não tinha peito o suficiente? Eu sou pouco pra você, Jack?! É isso que eu sou? Pouco?! –Gritava em quanto batia em seus ombros.
-Eu não sei por que eu fiz isso! Por favor, me perdoa! Eu te amo! –Ele suplicou se ajoelhando.
-Não ouse, não ouse mentir pra mim! Se você me amasse você não teria a coragem de abrir a porta pra essa vagabunda! –Gritei me dirigindo a Rachel.
-Eu me arrependi no momento em que abri a porta pra ela! Eu juro!
-Não Jack, você se arrependeu no momento em que ouviu a minha voz, em que soube que ia ser pego! Você não se arrependeu de ter comido ela! Você se arrependeu de ter sido pego por mim! –Falei indo em direção à porta.
-Não Angel, por favor, não me deixa!
-Eu? Eu não te deixei! Você me deixou, hoje, agora! Dois depois que meus pais morreram. Isso que você fez. –Sai da casa e pude ouvi-lo gritando com a Rachel e a mandando embora, mas o que adianta? Ele já tinha fodido tudo, tudo que eu sentia por ele, agora era ódio.
~FlashBack off~
-Hm, eu já vou indo galera, eu perdi a fome. –Me levantei olhando fixamente pra Rachel que não tirava o sorriso do rosto.
-É isso que acontece quando você vê gente feia, amiga. –Carly surgiu e fixou seus olhos na Rachel.
-Ta bom vocês duas, e Angel...-Jack olhou pra mim- Preciso falar com você, agora.
-Acho que a sua namorada não vai gostar muito. –Falei em quanto ele me puxava pela mão.
-É sério, apague aquela foto! Era pessoal, o Taylor não tinha o direito de te enviar. –Ele olhava seriamente pra mim.
-Jack, eu não sou esse tipo de pessoa. Eu exclui a foto no momento em que eu vi.
-Eu não sei por que não consigo acreditar em você.
-A Carly me disse que quando uma pessoa tem muitos olhares sobre ela, pode causar duvidas.
-Que?
-Jack, tá todo mundo olhando pra gente. –Eu fiz um cara de como se aquilo fosse extremamente obvio.
-Esse povo não tem vida. –Ele diz isso, mas mal sabe que a namorada dele não tirou os olhos de nós desde o momento em que saímos da mesa, e que ela estava indo atrás dele nesse exato segundo. –Eu não acredito em você, quero ver seu celular.
-Lógico que não! Meu celular é pessoal!
-Não há nada sobre você que eu não saiba! Me da o seu celular! –Ele falou tentando pegar o meu celular do meu bolso do casaco. E eu comecei a rir involuntariamente por causa da cosquinha que suas tentativas de pegar o celular me causavam.
-Jack, não! –Eu tentava parar de rir.
-Posso saber o que está acontecendo aqui? –Rachel apareceu com uma de suas sobrancelhas levantadas e batendo o pé no chão.
-Nada. –Jack fugiu como um cachorrinho para o lado da namorada.
-Nada que seja da sua conta, ele quis dizer.
-Você não vem me dizer o que é da minha conta ou não! –Ela veio pra cima de mim.
-Você quer brigar? Lembra da ultima vez que eu te dei um tapa? Como foi ficar com a cara roxa? –Eu tentava avançar, mas o Jack se pôs no meio.
-Ah, isso foi antes ou depois de eu dormir com seu namorado? –Ela disse isso e eu pude ouvi todo o refeitório rindo de mim.
-Isso só prova a puta que você é! –Eu gritei indo pra cima dela.
-CHEGA! Rachel, pra trás, eu cuido disso! –Jack a afastou e segurou os meus pulsos.
-O que você vai fazer? Me bater? Ela é uma vadia mesmo, uma v-a-d-i-a! Isso que ela é! –Eu elevei o meu tom de voz para que todos ouvissem.
-Pare. Escutou? Eu disse pra você parar! Você não tem o direito de falar assim da minha namorada, muito menos de gritar com ela! –Ele gritou comigo na frente de todos.
-Há! Quem é você pra falar de direitos? Você que me traiu, dois anos depois da morte dos meus pais! Você que me traiu e ainda teve a coragem de dizer que me amava! VOCÊ não tem o direito de se dirigir a mim! –Eu gritei de volta sem me importar com a presença e todo o campus, saindo do refeitório com lagrimas nos olhos.
-Angie! –Cameron me chamou, mas eu só queria sair dali.
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