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História Nobody Does it Like You - Chapter Twenty Two


Escrita por: queenbthemaknae

Notas do Autor


Here we go, yay! Último capítulo, eithannnnnnnnnnnnnnnnn!
Falo com vcs lá embaixo!

Capítulo 22 - Chapter Twenty Two


22

‘’Eu devo confessar que me sinto como um monstro. ’’ –Skillet

[Liam POV]

Depois de deixar Sel no aeroporto eu comecei a me sentir realmente apreensivo. Parte de mim achava que tinha entregue minha irmã para a morte, já a outra parte achava que eu a estava entrando para algo ainda pior. Eu só queria que ela ficasse bem.

De qualquer forma, fora escolha dela... Sel quisera ir e ser, hã... Uma Gomez, seja lá o que isso signifique para ela. Passei um bom tempo andando sem rumo por Whoverhamptom até finalmente criar coragem de voltar para casa e encarar os outros. Provavelmente tinha um interrogatório a caminho e eu não sabia o quanto podia contar, mas não estava preocupado com isso agora. Só estava preocupado com minha irmã.

Então, decidi parar de enrolar e entrar logo em casa. Como já era de se esperar, Zayn estava ali na sala, mas sozinho. Ergui uma sobrancelha quando ele se virou para ver quem entrara e em seguida se levantou rapidamente do sofá ao me ver.

-Onde ela está? – perguntou rapidamente

Olhei o relógio e dei de ombros antes de encará-lo novamente.

-Provavelmente chegando à Pensilvânia. – falei vendo-o arregalar os olhos e avançar em mim em seguida, segurando-me pelo colarinho da camisa Polo. Zayn, obviamente, estava uma pilha de nervos e esperava ver Selena ao em vez de mim, eu podia ver isso por seus olhos enegrecidos e preocupados.

-Como é que é?! O que diabos a Selena está fazendo nos Estados Unidos de novo, Liam?! – Zayn gritou e eu suspirei, forçando-o a se afastar e se sentar no sofá novamente.

Modéstia a parte, eu era o mais forte ali.

-Ela está se resolvendo consigo mesma. – murmurei dando de ombros – Fazendo o que queria fazer desde o inicio... Sabe, foi uma surpresa e tanto descobrir que a pessoa que mandou matar Jason na verdade não era sequer criminosa, era apenas uma universitária. Parte do seu disfarce em Los Angeles. Sabia disso, Zayn?

Zayn estava novamente sentado no sofá, o rosto enfiado nas mãos e os braços apoiados nas pernas. Ele ergueu o olhar depois que eu falei.

-Está insinuando que eu já sabia? – perguntou incrédulo –Francamente, Liam. Eu posso ter escondido muita coisa da Selena sim, mas isso... Você só pode estar louco. Eu queria essa vingança tanto quanto ela.

-Bem, agora você vai ter. – falei sem responder sua pergunta. A verdade era que eu não confiava totalmente em Zayn, mas não podia simplesmente falar isso a ele, ou a Selena. Não é como se qualquer um dos dois tivesse uma mente pelo menos um pouco influenciável. – Selena está cuidando disso... Fazendo as coisas do jeito dela.

Zayn bufou e se levantou novamente, cruzando os braços e me encarando.

-Você simplesmente a deixou ir para o outro lado do mundo enfrentar alguém que, provavelmente já espera por ela, sozinha? – perguntou incrédulo – E, pior, alguém que quer matá-la? Olha, Liam eu perdi uma irmã e não é exatamente bom. Eu não recomendaria.

-Eu confio na capacidade da Selena. – falei, sem querer me deixar levar por suas palavras. – Sei que ela vai conseguir.

-E eu sei que você está completamente louco. – ele retrucou, andando em direção a porta da casa em seguida. Girei o corpo para poder acompanhar seus passos.

-Aonde você vai, Zayn?

-Cuidar para que sua irmã não morra. – ele devolveu, saindo sem me olhar.

[Selena POV]

Caia uma nevasca fora de época na Pensilvânia, levando-me a apertar a jaqueta de couro contra meu corpo assim que cheguei.  Um maldito aeroporto ao ar livre. Quem faz uma coisa dessas?

Coloquei um gorro escuro na cabeça, sem querer continuar pensando em coisas sem importância e me concentrei em chamar um táxi e pedir que me deixasse na Universidade de Rosewood. Travei e destravei a arma várias vezes durante o percurso, algo que estranhamente me acalmava. Mandei também a mensagem que prometera a Liam e por fim, cheguei ao campus e tratei de esconder a arma no casaco. Paguei o motorista e sai, realmente agradecida por ele ter sido ignorante quanto ao meu revolver. Eu não precisava de mais complicações.

Só tinha uma coisa em mente: Atirar e sumir.

Não passei pela recepção, não precisava ser identificada. Segui pelos corredores da universidade em busca da ala dos dormitórios. Tive sorte em encontrá-la rapidamente e mais sorte ainda ao descobrir que em cada quarto havia os nomes dos moradores a frente, seria bem mais fácil achar Drina daquele jeito.

Dito e certo. O quarto de Drina era bem perto da entrada da ala, mas estava trancado. O que poderia ser problema para qualquer um, mas não para mim. Não com a minha determinação.

Usei um grampo de cabelo que encontrei na bolsa para abrir a porta e logo em seguida me livrei da mesma, não precisava de bagagem para me atrapalhar. Então, com um leve empurrão a porta foi aberta.

O quarto estava um verdadeiro caos e ela não o dividia com ninguém. Havia apenas uma cama, roupas espalhadas por todo lado e um revolver, oh sim, um revolver ao lado da cama, no criado mudo. Bem, que comece a festa então.

-Ei, Yokerman. – chamei alto, chutando a ponta da cama para acordá-la com o barulho.

Deu certo, Drina se remexeu na cama e resmungou algo inteligível, então eu perdi a paciência e atirei na madeira branca da cama. Ela se levantou de imediato, puxando seu revolver e apontando para a porta.

-Aqui, bonitinha. – chamei forçando um sorriso sarcástico, então ela virou seu olhar na minha direção, apontando também o revolver para mim. Eu estava na linha de frente de sua cama, de modo que ela precisaria ser muito boa mirando para me acertar. Era um bom lugar para se estar.

-Oh. – sussurrou surpresa ao me ver. Rolei os olhos, contendo a vontade de bufar.

-‘’Oh’’? Sério? Isso é tudo o que eu ganho por passar doze horas num avião só para encontrar a sua ilustre pessoa? – perguntei com sarcasmo, aproximando-me, fazendo assim ela recuar até esbarrar no seu criado mudo.

Demorou um pouco para ela finalmente sorrir e endireitar o corpo, demonstrando alguma confiança.

-Finalmente, alguma presença de espírito! Eu já estava ficando entediada. – fingi um bocejo e Drina riu, os cabelos ruivos e embaraçados se movendo de um lado a outro enquanto ela o fazia.

Drina era bonita. Olhos verdes, cabelos ruivos naturais e um rosto perfeitamente bem traçado. Nariz e boca finos, maçãs do rosto saliente... Era quase como uma boneca andante.

-Você veio me matar, Gomez? Decidiu seguir os passos do papai? – perguntou sorrindo – Eu esperei tanto tempo por isso, você não faz idéia do quanto eu...

Ela se interrompeu quando minha primeira bala irrompeu seu sistema respiratório, assim que eu a atirei. Eu estava simplesmente cansada de conversa.

-Você atirou em mim! – ela gritou com a voz falha, começando a tossir ao mesmo tempo em que caia em sua cama, seu pijama agora sujo de sangue.

Semicerrei os olhos e atirei mais uma vez, e outra, outra, outra... Não contei, mas eram tiros demais e nenhum remorso. Nenhuma gota de arrependimento, remorso ou qualquer coisa do gênero. No final, talvez aquilo fosse mesmo quem eu era.

Aproximei-me dela vendo que Drina se esforçava para não fechar os olhos, minha visão um tanto turva por conta da quantidade de sangue que ela perdia. Trinquei os dentes e forcei-me a respirar fundo.

-Seu pai me estuprou quando eu tinha doze anos... Ele era um velho nojento e estúpido – falei séria, olhando em seus olhos quase mortos. As narinas de Drina tremiam e ela me olhava com raiva, ódio do mais puro e verdadeiro. Bem, o sentimento era recíproco. Lembrei-me de Jade sorrindo inocentemente após chutar as costelas de Jason Whitfield e forcei-me a imitar aquele sorriso, aquele sorriso que me deixara apavorada e admirada ao mesmo tempo. – Então, meu pai o matou... Eu espero que ele o tenha feito sofrer, espero mesmo. Eu não me importo com quanto álcool o seu pai tenha ingerido naquela droga de festa, Drina, não me importo se ele tinha uma família ou não, muito menos se você se sentiu triste sem ele. Ele era um monstro. – fechei os olhos e respirei fundo novamente, esperando poder sentir o ar puro e não contaminado pelo cheiro de ferrugem que o sangue de Drina trazia. Eu os abri novamente e sorri vendo-a me olhar ainda de forma hostil, exatamente como antes. – Quer saber do que mais? – perguntei, vendo-a grunhir de dor ao tentar se levantar. Balancei a cabeça. – Desista, vai doer menos se você parar de tentar. – murmurei olhando sua barriga ensangüentada – Não vim aqui para discursar sobre meu pai ou sobre o seu... Eu e você sabemos o suficiente sobre cada um dos homens que matamos, ou, nos mataram um pouco por alguns anos.

Drina começou a tossir sangue em seguida, não só sangue como também um liquido verde e mal cheiroso. Provavelmente logo sairiam os órgãos menos importantes, eu devia ter acertado algum ponto frágil de seu estomago. Algum ponto que era frágil porque ela usava drogas. Eu sabia disso porque havia visto palestras sobre as drogas, milhares de palestras muito aprofundadas sobre o assunto, na época em que eu era uma viciada. Foi à forma que minha ‘’mãe’’ encontrou de tentar me fazer parar, mas fora inútil. Só meu pai conseguiu me desintoxicar, de forma muito mais dolorosa, apesar de tão útil quanto.

-Você não devia usar tantas drogas. – falei – Vai acabar te matando.

Ri com o humor negro da piada e o olhar de hostilidade de Drina foi enfraquecendo, mas não por falta de ódio... Só porque suas forças já estavam se esvaindo.

Eu precisava acabar logo com isso.

-Mande lembranças a Donald. – falei amargamente e atirei novamente, dessa vez acertando o ponto exato onde sabia que ficava seu coração. Os olhos de Drina se arregalaram e assim ficaram, então eu guardei a arma e sai do quarto rapidamente, fechando a porta e olhando em volta antes de começar a andar na direção da saída.

Eu não fazia idéia de como, mesmo com o silenciador na arma eu realmente julgara impossível que aquilo viesse a acontecer, mas ninguém se dera conta da minha presença. Eu entrei e saí sem ser percebida por absolutamente ninguém.

Passei por um casal que dava uns amassos numa toalha de piquenique e roubei o celular que um dos dois jovens deixara de lado quando as coisas esquentaram... Bem, sorte a minha. Chamei um táxi e sai dali rapidamente, pedindo-o que me levasse o mais rápido possível para o aeroporto.

Mordi o lábio ao lembrar que havia quebrado o celular de Liam, então não podia me comunicar com ele através daquele aparelho. Droga.

Zayn... Zayn era o nome que meu subconsciente gritava incessantemente para mim, eu devia falar com ele. Não devia? Fechei os olhos e respirei fundo, lembrando-me do que havia acabado de fazer e de como não me sentia culpada por isso. Será que Zayn se sentia culpado quando matava pessoas?

-Está se sentido bem, senhorita? – eu ouvi o motorista perguntar e só então me dei conta do quão ofegante estava, apesar de minha pele estar extremamente gelada. Esforcei-me para assentir para ele e pedi que andasse mais rápido, por fim decidindo para quem mandar a mensagem.

Estou indo para casa, por favor, avise ao Liam.

Só esperava que Sophia mandasse o recado.

[...]

O ar frio da noite de Whoverhamptom me fez incrivelmente melhor, apesar de eu odiar aquele lugar. Tudo sobre aquele lugar me remetia a minha mãe biológica absurdamente mentirosa e a meu pai morto. Não era exatamente bom voltar lá, mas eu precisava ver Zayn uma última vez. Precisava dizer algo para ele antes de deixar que Selena Gomez fosse embora. De qualquer forma, agora estava no táxi. E acompanhada.

-Você fez um bom trabalho em Rosewood. – disse Gina ao meu lado no veiculo, o motorista dirigia tranquilamente enquanto eu tentava esquecer um pouco as horas anteriores, mesmo com Gina as buzinando em meu ouvido. – Sabe... Talvez matar Selena Gomez não seja uma boa ideia. Talvez... – ela parou quando a encarei com um olhar cortante e assentiu, mais para si mesma do que para mim. – Ou você pode fazer como achar melhor.

-Obrigada. – falei – Você o trouxe?

Gina assentiu e abriu sua bolsa prata e relativamente grande, vasculhando lá dentro até tirar de lá um frasco minúsculo com um liquido preto. Eu o peguei e a encarei, esperando as instruções.

-Tome quando estiver pronta, ele demora um pouco para agir então é recomendável que o faça quando for dormir. – ela começou a explicar e eu ouvi com atenção –Seu corpo para de funcionar por seis horas, mas você não sente nenhuma dor... É como se estivesse dormindo.

-Seis horas? – a encarei surpresa, parecia muito. Gina me encarou com um sorriso de lado e assentiu.

-Achei que com alguém teimoso como Zayn fosse preciso tempo para que ele aceitasse a morte de sua amada.

Eu apenas assenti e guardei o frasco no bolso da calça, desviando o olhar para a janela ao meu lado e tentando não pensar em Zayn ou em como ele podia vir a reagir ao que eu estava prestes a fazer.

-Ah, e... Selena? – Gina chamou, fazendo-me virar para encará-la. – Esse liquido é totalmente seguro para sua gestação.

Eu não fazia ideia de como ela sabia, realmente não tinha como ela saber, mas no momento isso não importava, então eu apenas assenti. Não demorou muito para que o táxi finalmente parasse e eu saísse de lá, pagando a corrida.

-Adeus, Selena. – ouvi a voz de Gina e virei-me para encará-la, vendo-a sorrir de leve para mim. Respirei fundo e sorrir de volta.

-Adeus. – murmurei

Entrei então no cemitério de Whoverhamptom e comecei a caminhar pela grama chapinhada do local, me perguntando onde naquele lugar Ariana estaria enterrada.

Então após um tempo caminhando eu vi Louis, um sobretudo cinza o protegia do frio e ele estava com o olhar fixo numa lápide. Mesmo de longe eu soube que a havia encontrada, então eu comecei a andar mais rápido naquela direção, ignorando o quão rápido eu ficara arfante.

-Ei. – sussurrei baixinho ao me aproximar, fazendo Louis virar o corpo para trás e me encarar.

-Sel. – sussurrou surpreso – Estão todos preocupados com você.

-Você não. – observei, vendo-o balançar a cabeça negativamente de imediato.

-Eu estou, quer dizer, estava – disse apressado – Mas eu precisava vir aqui... Eu me sinto mais próximo dela aqui.

Senti um aperto no peito assim que absorvi suas palavras.

-Você a amava? – perguntei num sussurro

Louis apenas assentiu, voltando a fixar o olhar na lápide de Ariana. ‘’Ariana Malik, alguém em quem confiar. ’’ Fechei os olhos e os apertei, tentando reprimir as lágrimas que teimavam em querer vir.

-Eu não tinha ideia do quanto até vê-la ir – disse baixinho, virando-se um pouco para me encarar em seguida. – Posso te contar algo?

-Claro. – falei prontamente

Se Louis não tinha mais Ariana, alguém em quem confiar, a culpa era minha... O mínimo que eu podia fazer era escutá-lo.

-Ela disse que me amava. – contou baixinho – Lá no galpão, ela... Parecia conformada, sabe? Como se já soubesse que ia morrer. – disse – E ela... Ela... – Louis se interrompeu, fechando os olhos e os apertando como eu havia feito anteriormente. – Ela formou com os lábios, olhando para mim... ‘’Eu te amo’’ – ele sorriu triste parecendo recordar o momento – E eu... Eu a vi morrer em seguida. – Louis arquejou, parecendo sentir dificuldade para puxar o ar e segurar as lágrimas ao mesmo tempo.

-Louis? – chamei, esforçando-me parar soar estável. Ele e todo mundo vinham me protegendo e amparando há tanto tempo, talvez fosse à hora de eu tentar fazer o mesmo.

Louis virou-se para me olhar e eu abri timidamente os braços, então com um sorriso triste ele se aproximou e me abraçou. Suspirei e fechei os olhos, encostando a cabeça em seu ombro enquanto ele fazia o mesmo comigo. Logo eu senti as lágrimas quentes de Louis molhando minha jaqueta, mas não me importei, apertando-o mais no abraço em resposta.

Eu não sabia se era o que ele precisava, não fazia idéia, mas... Quando meu pai morreu, quando o incêndio na Cyprhus o matou... Era o que eu queria. Era o que eu precisava. Um abraço assim.

-Obrigado. – ele sussurrou por fim, afastando-se e tirando meu cabelo do rosto, colocando-o atrás da orelha e arrumando o gorro na minha cabeça. Eu sorri.

-Não há de quê. – murmurei, só então percebendo que chovia. A chuva engrossava rapidamente, provavelmente estaríamos encharcados logo.

-Vem, eu vou te levar para casa. – Louis estendeu a mão para mim e eu a aceitei, sussurrando um obrigada antes de deixá-lo me guiar até onde quer que tivesse estacionado seu carro.

[...]

Chegamos rapidamente à casa dos Payne, mesmo com a chuva Louis não conseguia ser lento atrás de um volante. Fiquei agradecida por isso, se não agisse logo perderia a coragem de fazer o que tinha que fazer e precisava ver Zayn antes. Eu não suportaria ir sem vê-lo antes.

-Acho que o Zayn está na garagem. – disse Louis repentinamente, fazendo-me girar o corpo para encará-lo. – Ele estava lá quando eu saí.

-Obrigada. – sussurrei e ele assentiu, entrando em casa em seguida.

[Zayn POV]

-Zayn, não tem nenhuma Selena Gomez em Rosewood, eu garanto cara, revirei a cidade. – Matt, um antigo amigo meu, dizia pelo que provavelmente era a enésima vez do outro lado da linha. Suspirei pesadamente.

-Tem certeza? – perguntei cansado

-Zayn...

-Se você repetir o que acabou de dizer eu vou até aí para quebrar sua cara. – avisei interrompendo-o. Matt apenas riu em resposta.

-Eu falei com um amigo meu no aeroporto. – começou – ela chegou aqui, mas também já foi... Ela pegou um voo de volta para a Europa no inicio do dia, cara. Provavelmente já deve estar aí.

Então eu ouvi um ruído, como se algo pesado caísse e me virei para olhar, ficando de costas para o carro no qual trabalhava. E lá estava ela.

-Obrigado, Matt. – murmurei sem desviar os olhos dos seus – A gente se fala.

-Ok, dude. – Matt murmurou em resposta e desligou em seguida. Guardei o celular no bolso ainda sem desviar o olhar de Sel enquanto ela se aproximava. Seu cabelo estava solto, o couro cabeludo coberto por um gorro escuro, ela vestia uma roupa completamente preta. Botas com saltos não muito grandes, calça leggin e uma jaqueta apertada, de couro, que me impedia de ver sua blusa.

-Me perdoa. – eu a ouvi sussurrar o pedido, mas precisei de um segundo a mais para absorver suas palavras, seus olhos estavam inexpressivos até ela sussurrar aquilo, logo em seguida a dor neles era quase palpável. Aquilo me deixou possesso para socar alguém.

Dei um passo à frente e a puxei para mim, colando nossos corpos de modo que nem o ar conseguisse ficar entre nós. O ar não era importante, não naquele momento, com ela bem ali em meus braços. Rapidamente os braços de Sel foram para minha nuca e ela puxou meu rosto para mais perto do seu, colando nossas testas e fazendo-me olhar em seus olhos novamente. Ela sorriu, um tanto melancólica.

-Estou feliz de te ver. – sussurrou, fazendo-me puxá-la para mim novamente, em outro abraço apertado que não permitia o ar. Ela segurou com firmeza em meus cabelos da nuca enquanto eu espalmava sua bunda, fazendo assim com que ela passasse as pernas em volta de minha cintura e fosse carregada por mim. Afastei-me e moldei nossos lábios, sentindo meu corpo todo esquentar com o contato.

Eu não fazia idéia do tipo de reação que meu corpo teria depois da abstinência intensa das últimas quarenta e duas horas, até agora. Meu corpo implorava por ela, com pressa e desejo. Logo desci o rosto para seu pescoço, inspirando o cheiro enlouquecedor que só ela tinha enquanto a prendia contra o carro no qual trabalhava pouco antes. O toque de Selena em meus cabelos ficou mais firme e o salto de suas botas começou a me arranhar as costas no instante em que ela me livrou da jaqueta. Afastei o rosto de seu pescoço para poder encará-la e quase gozei só de olhá-la.

Ofegante, com pressa e linda. O suor começava a dar sinal em sua pele enquanto ela passava a língua pelos lábios e me encarava. Balancei a cabeça, me perguntando que tipo de feitiço ela lançara em mim. Não era possível alguém ter efeitos tão intensos sob mim como ela, era simplesmente insano demais para ser real.

-Eu nunca estive chateado com você. – sussurrei, sentindo-a puxar-me de volta em seguida, moldando nossos lábios com violência e pressa.

Livrei-a da jaqueta e pude então enxergar sua blusa, uma segunda pele também preta. Eu também vestia preto naquele dia... Por Ariana. Parei momentaneamente ao me lembrar dela, as mãos na barra da blusa Sel. Olhei em seus olhos e ela pareceu perceber de imediato o que se passava em minha cabeça.

-Não sei o que vou fazer sem ela – sussurrei, desviando o olhar do seu, mas Sel puxou meu queixo e me fez encará-la novamente. Sorriu docemente quando nossos olhares se encontraram e se aproximou, dando-me um selinho e se pondo no chão em seguida.

-Eu não sou muito religiosa, Zayn, mas... Acho que Ele não a teria levado se não achasse que você dá conta. – disse – Ou melhor, se não tivesse certeza. Além do mais, você não precisa ser forte o tempo todo... Estamos aqui para te dar apoio.

-Estamos? – eu a encarei, confuso pelo uso do verbo no plural. Sel rolou os olhos.

-Seus amigos – ela disse, aproximando-se de mim novamente. Quando a senti próxima o suficiente pousei uma mão em sua cintura.  – Sua irmã... Todos nós, Zayn. 

Sorri para ela e comecei a subir a mão por sua cintura, sentindo sua pele quente em meus dedos.

-Obrigado. – sussurrei e abaixei o rosto para beijar lhe à testa, sentindo os dedos de Sel acariciando meu rosto enquanto eu o fazia. Então ela arregalou os olhos e começou a tossir, apoiando-se em mim para não perder o equilíbrio. Segurei sua cintura com firmeza enquanto via sua pele ficar extremamente pálida de um segundo para o outro. – Sel? – chamei com urgência, sentindo-a começar a perder o equilíbrio. Carreguei-a rapidamente e ela ergueu os braços tremendo e segurou minha nuca, puxando-me para encará-la.

-Zayn...  – ela segurou firme no colarinho de minha blusa, parecendo ter dificuldade de puxar o ar enquanto tentava freneticamente falar.

-Sel, se acalma. – sussurrei começando a ficar desesperado enquanto corria com ela para fora da garagem. Ela fez que não com a cabeça repetidas vezes, suas mãos geladas estavam trêmulas quando ela tocou minha bochecha, puxando-me para olhá-la.

-Eu amo você. – ela sussurrou, tentando sem sucesso soar firme – Não... – ela parou, respirando fundo e começando a revirar os olhos e cuspir ao mesmo tempo, sangue não coagulado saia de sua boca, mais a cada cuspe e eu começava a ficar desesperado.

-Sel, por favor. – chamei, virando um pouco o rosto para encarar a casa dos Payne. – Liam! Harry! Jade! – gritei em desespero, esperando conseguir trazer algum deles o mais rápido possível.

Novamente Sel puxou-me para encará-la, mas eu não queria ver. Não conseguia olhá-la sem sentir meu coração se apertar enquanto ela cuspia o que parecia ser todo o sangue de seu corpo, seu tom de pele começando a ficar meio esverdeado. Sua blusa colada ao corpo era também fina, o que permitia me sentir o quão gelada sua pele repentinamente ficara.

-Sel? Sel, por favor, olha para mim. – chamei vendo seus olhos voltarem a focar em mim, ela arquejava tentando desesperadamente puxar o ar.

-Zayn? O que aconteceu?! – a voz de Jade gritava ao longe

-É a Sel, eu preciso levá-la no médico! – gritei de volta, voltando a encarar minha garota em seguida. Selena começava a cuspir novamente, gritando a cada vez que tentava respirar fundo.

-Ei... Você vai ficar bem, ok? Eu prometo, Sel. Você vai ficar bem. – sussurrei ao mesmo tempo em que Liam e Louis se aproximavam, com Harry e Jade logo atrás.

Liam rapidamente me guiou na direção de seu carro e eu entrei no banco de trás com Sel em meus braços, ela se revirou e começou a vomitar no chão do carro enquanto Liam ia em velocidade recorde para o banco da frente e acelerava. A mão de Sel tocou a minha e eu a apertei com firmeza, sentindo seus dedos gelados contra os meus. Seus olhos estavam quase se fechando quando ela voltou a focar o olhar em mim.

-Eu te amo. – ela sussurrou e os fechou, fazendo-me sentir o desespero invadir cada célula do meu corpo.

[...]

[Selena POV]

Arquejei assustada no segundo em que abri os olhos, estava um breu completo a minha volta. Não tinha ar onde eu estava, seja lá onde fosse. Eu estava começando a entrar em desespero ao me impulsionar para frente e ser jogada de volta para o chão, ou seja, lá o que fosse.

Eu estava presa.

Comecei a esmurrar o que quer que impedia minha fuga e após alguns socos comecei também a gritar, ignorando o quão seca minha boca estava. Meu coração estava acelerado e quanto mais eu tentava puxar o ar mais desesperada ficava. Meus socos só aumentavam, mas estava muito escuro para que eu tivesse certeza de que estavam sendo úteis, além disso, eu me sentia exausta como se tivesse corrido uma maratona. Meus músculos queimavam e minha boca seca não conseguia sequer produzir os gritos que eu tentava dar. Meus olhos se arregalavam enquanto eu tentava inutilmente enxergar algo a minha volta.

Então veio uma lufada forte e intensa de ar, tanto ar que comecei a tossir, fechando os olhos quando a luz intensa de uma lanterna invadiu minha pequena escuridão. Respirei fundo algumas vezes, ainda de olhos fechados e tentei me levantar, sentindo-me tonta com isso. Abri os olhos e vi alguns homens que não conhecia e Gina. Ela me encarava num misto de preocupação e expectativa, então eu sorri de forma um tanto irônica para ela e ela deu um risinho.

-Olá, Selena. – disse

E aquela seria a última vez que alguém se referia a mim como Selena.

 

 

 

 


Notas Finais


Então, vamos lá! Preciso agradecer por toda a paciência que tiveram comigo ao longo da postagem da fic, porque, sério, eu sei que eu enrolo, mas juro do fundo do coração que não é por mal. É que ás vezes a gente simplesmente perde o ânimo pras coisas, mas, graças aos deuses maiores, eu terminei! YAY!
Espero que tenham curtido ler NDILY tanto quanto eu curti escrever! Foi um processo e tanto.
Beijos, amoras!


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