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História Nobody knows - A savior, an angel, a friend?


Escrita por: Bjf

Notas do Autor


Gente, os capítulos começam a ficar maiores a partir de agora!
Essa foi uma fase na qual escrever estava fluindo; infelizmente, dei uma travada no ponto onde estou, mas foi passageiro e já sinto estar recuperando o ritmo.
E esses prazos, céus! Estou perdido, mesmo. Pra compensar, vou postar outro amanhã tb.
Capítulo sério agora.

Capítulo 8 - A savior, an angel, a friend?


Louis POV

Meus pés doíam como eu nunca imaginei ser possível, e eu me amaldiçoava sem parar em silêncio, enquanto o sol da tarde se empenhava em sua tarefa de me torrar até os ossos. Isso mesmo, Louis, volte pra casa andando, é muito melhor do que voltar e pegar dinheiro emprestado com Susan! Se alguém me perguntasse o porquê de eu ter pensado algo assim, provavelmente eu voaria no pescoço do infeliz; depois, calmo o suficiente pra raciocinar, acho que eu diria que era um lado masoquista que nem eu conhecia. Mas agora era tarde pra voltar, então tudo o que eu podia fazer era continuar andando, e me xingar com mais empenho pra que nunca mais esquecesse a carteira em casa. Ótima maneira de começar a semana!

Ok, eu não podia reclamar de tudo. A aula foi bem melhor do que toda a semana passada junta, porque finalmente pareceu que eu tinha voltado pra faculdade, e não sido transportado de volta ao ensino fundamental – o que eu não esperava que fosse se repetir no terceiro semestre. A aula de teatro também foi ótima; Susan e eu demos ótimas risadas, mesmo que o tema fosse drama – algo em que, modéstia a parte, eu sou ótimo. Ser dramático sempre foi uma das minhas virtudes, quase tanto quanto irônico.

Ah, e claro, eu não podia esquecer: eu vi novamente o garoto loiro e fofo dos olhos mais azuis que os meus. Era a terceira vez que eu o avistava, acompanhado da mesma ruiva escultural das outras vezes. Tenho quase certeza que ele é do mesmo bloco que eu, ou então a lanchonete de lá é melhor, porque é sempre por ali que o vejo. Algo que me animava é que eu já considerava certo que ele era gay, e eu estava considerando entrar na moda de “predador de calouros” – desconsiderando que, em geral, as presas são do sexo feminino, um detalhe que não me interessa.

Pensar nisso me fez lembrar minha noite de sábado. Pude extravasar o suficiente pra sobreviver às próximas duas ou três semanas. Não que eu tenha ido pra cama com alguém, longe disso – sou puro –; mas posso dizer que meus músculos faciais estavam incapacitados no domingo, e minha língua estava cheia de feridas das mordidas e chupadas que sofreu. Fora que eu quase surtei ao perceber a mancha roxa na base do meu pescoço, do lado esquerdo. Além de démodé, podia me denunciar; nada que um pouco de maquiagem, uma camisa de gola alta e, em alguns momentos críticos, um cachecol não tivessem conseguido ocultar. Só que eu tive que abandonar o cachecol hoje, porque o clima não colaborou comigo.

Avaliando tudo isso, eu realmente não tinha motivos pra estar reclamando só por causa de uma caminhadinha. Tudo bem que até chegar em casa teria sido uma meia-maratona, mas isso era um detalhe. Assim como as bolhas que iam aparecer nos meus calcanhares... Tá, acho que posso reclamar um pouquinho...

 

Eu estava tão distraído que não havia percebido aqueles dois caras caminhando atrás de mim. Voltando a prestar atenção na realidade, conclui que devia fazer quase cinco minutos que eles começaram a andar na mesma direção que eu. Isso não queria dizer nada, claro, mas era estranhamente inquietante que toda essa parte do nosso percurso fosse idêntica. Uma espécie de paranóia começava a rondar meus pensamentos.

Disfarçadamente, comecei a olhar em volta; eu estava em uma área residencial, quase deserta – como seria de se esperar a essa hora, quando todo mundo estaria trabalhando. Não havia uma alma viva além de mim e os dois acompanhantes na minha cola, e até o número de carros passando por ali era reduzido. Eles poderiam me estuprar ali que ninguém ia ver! Ótimo, Louis, seu tapado!

Aumentando minhas suspeitas, os dois começaram a andar mais depressa, e eu também acelerei o passo, tomando o cuidado de não dar muito na cara. Como se isso fosse adiantar algo.

– Correndo da gente? – Escutei a voz de um deles, o que me fez gelar a espinha.

– Ei, viadinho. Ele tá falando com você! – O outro bradou em seguida, irritado por eu os ignorar.

– Calma, cara. – O primeiro disse, mais pra mim do que para o colega: – Ele não tem aonde ir. – Ele estava jogando comigo, querendo me amedrontar. Tinha dado certo. Eu estava prestes a começar a correr, quando senti uma mão no meu ombro, me puxando com força e me jogando contra a parede, em seguida.

– Não tenha tanta pressa, Bambi. – O da voz calma falou, um garoto magro de boné, um pouco mais alto que eu, me encarando com um sorriso cínico, enquanto o outro, mais baixo e corpulento, me mantinha grudado à parede. – Que cara é essa? Não gosta de dois caras te colocando contra a parede? – Da voz dele escorria sarcasmo, enquanto o outro me olhava sério, com uma ira que eu simplesmente não compreendia. Era eu quem o estava deixando transtornado? Eu não tinha feito nada pra ele. Pra nenhum deles.

Vi de relance um carro passando pela rua, e por um instante tive esperança de que o motorista fosse parar e me socorrer, mas ele simplesmente seguiu adiante. E a rua continuava deserta. Não havia ninguém pra me ajudar ali, eu estava sozinho. Antes que eu pudesse tentar qualquer defesa, antes mesmo que eu pudesse pronunciar uma única palavra, ele me deu um soco no meio da barriga, que me deixou completamente sem ar e me embaçou a visão. Mesmo com ele me segurando, me curvei o quanto pude, levando as mãos ao local atingido, por reflexo – e pela dor –, me mantendo naquela posição, tentando me proteger dos próximos golpes. Podia ouvir o outro rindo, sádico, achando graça da situação. Ele levou uma das mãos até o meu rosto, segurando meu queixo e fazendo-me olhar pra ele; seus olhos brilhavam de divertimento.

– Você resolveu passar por aqui no dia errado, garoto. Meu amigo aqui está meio de mau-humor. – O tom dele havia mudado; não havia mais riso. – Você parece confuso. Deixe eu lhe esclarecer a situação: nós não gostamos de viados e não queremos um saltitando por aqui. – Ele soava muito calmo, mas eu podia notar o ódio na entonação de cada sílaba. Ele empurrou meu rosto, quase num tapa, enquanto se erguia, voltando à posição de espectador, se preparando para assistir ao que viria.

O outro já se preparava para desferir outro golpe, dessa vez no meu rosto, quando alguma coisa o empurrou violentamente. Só o vi estirado no chão, a dois metros de onde estava; tão rápido que eu demorei a entender. Quando virei a cabeça, havia outra pessoa no lugar dele, um garoto alto e forte, de costas pra mim, virado para o idiota que ainda estava de pé, que agora tinha perdido o olhar de deboche e o encarava com um misto de raiva e receio.

– Qual é a sua, seu idiota? – Ele falou para o estranho que surgira ali do nada, numa tentativa falha de parecer ameaçador.

O estranho não respondeu; não parecia querer argumentar. O de boné se preparou pra brigar, mas não o atacou, não ainda, e o vi olhando disfarçadamente para o colega; estava enrolando, ganhando tempo enquanto o amigo se recompunha. Era um covarde que não queria correr o risco de brigar sozinho e apanhar. Mas o estranho também notou, e não querendo correr o risco, provavelmente, agiu primeiro, dando um passo em direção ao magrelo, que então resolveu agir. Ele tentou dar um soco no desconhecido, que desviou com aparente facilidade, e retribuiu o golpe, mal dando chance de defesa, atingindo-o praticamente em cheio no esterno.

O cara do boné caiu no chão num baque surdo, mas claramente impactante. Nesse momento o outro idiota, o que me bateu, corria em direção ao meu defensor, parecendo um touro raivoso. Tentei avisá-lo, a voz falhando num grito agudo que me deixaria constrangido em qualquer outra situação; de qualquer modo, não foi preciso. Ele já tinha visto, e embora não desse para se esquivar, foi a tempo de se preparar para receber o golpe. Ele brecou a investida, indo alguns passos para trás, mas mantendo-se em pé, e antes mesmo de parar completamente começou a dar socos laterais nas costelas do outro, que logo não aguentou e, vendo que sua ofensiva não adiantara, tentou afastar-se; o único problema foi a joelhada que o atingiu no rosto, e o levou ao chão – de onde não deveria ter saído.

Eu estava petrificado, o corpo encolhido junto à parede, sentado, assistindo atônito àquilo que mais parecia um filme; se fosse, eu com certeza teria sido demitido, porque minha reação estava sendo nada teatral. Os dois otários – é, agora eu os xingava, não iam fazer nada comigo mesmo – se levantaram cambaleantes e simplesmente correram, como se a brincadeira tivesse perdido a graça. Foi só quando eles viraram a esquina que meu “salvador” se virou pra mim, e pude observá-lo direito: ele era mesmo mais alto que eu, e forte, não do tipo inchado de academia e suplementos, mas de um jeito mais sóbrio – e muito mais bonito –, com músculos bem definidos e uma compleição bastante atlética; tinha o cabelo castanho-escuro curto em um topete; olhos castanho-claros, lábios grossos e uma pinta na base do pescoço, do lado esquerdo; não reparei na roupa que ele usava – eu era quase um consultor/crítico de moda, mas não estava no meu normal, e o manequim era mais interessante.

Ele estava de cara amarrada, mas sorriu ao olhar pra mim e ver minha expressão de incredulidade; um sorriso simples, de cumplicidade, o suficiente pra me tranquilizar. É, não era um louco desvairado que resolveu sair espancando todo mundo na rua; sorte a minha. Ele se aproximou devagar, e mesmo percebendo que ele não ia me atacar também, me encolhi, involuntariamente.

– Calma, não vou te machucar. – Ele falou num tom gentil; tinha a voz um pouco grave, mas ainda assim doce. – Vamos embora logo. – Ele estendeu a mão pra mim. – Vai que eles resolvem voltar.

Hesitei por um momento, olhando para a mão dele. Eu não tinha a menor dúvida de que ele era uma pessoa boa, e não foi por isso que demorei em reagir. O fato é que eu não estava nenhum pouco acostumado àquele tipo de solidariedade, então fiquei meio sem saber o que fazer. Ele manteve a mão estendida, parecendo entender minha confusão mental, esperando que eu organizasse os pensamentos. Segurei a mão dele, e me levantei com sua ajuda.

– Obrigado... – Foi só o que eu consegui dizer, olhando-o timidamente. Ele me encarou por alguns instantes, e sorriu de novo pra mim, tentando me mostrar que estava tudo bem. Lágrimas teimavam em brotar dos meus olhos, mas ele não fez menção alguma a isso.

Sem soltar minha mão, ele me puxou e se aproximou de mim em um meio abraço lateral, e começamos a caminhar, minhas mãos ainda sobre o local do golpe, que doía insistentemente; percebi que ele estava me conduzindo até seu carro, o mesmo carro prata que eu havia visto de relance enquanto apanhava. Ele havia parado, sim.

Sentei-me no banco do carro e aguardei-o dar a volta e entrar também. Ele deu partida e saímos. Ninguém falou nada por uns dois minutos; eu o estava aguardando tomar a iniciativa, e ele parecia fazer o mesmo.

– Ok, que tal começarmos isso do jeito certo? – Ele falou ao parar num semáforo, virando o rosto pra mim. – Meu nome é Liam Payne, mas esqueça o sobrenome. E quanto a você?

– Louis... Tomlinson. – Falei simplesmente.

– Certo, Louis... posso te chamar só de Louis? – Ele ergueu uma sobrancelha ao perguntar, e acenei positivamente com a cabeça. – Ok, Louis. Eu não vou negar que estou curioso em saber o que aconteceu, mas você não precisa falar sobre o assunto. Nós podemos conversar, se você quiser, ou você pode simplesmente me dizer onde mora e eu te levo pra casa, sem problemas.

Ele estava me oferecendo carona, e perguntando se eu queria conversar? Eu não tinha certeza se estava ouvindo direito. Ele não só parou pra evitar que eu, um desconhecido, fosse espancado, se envolvendo e correndo riscos, como me colocara em seu carro e agora tentava me confortar. Que tipo de ser humano é esse? Eu não sei dizer, mas é um bem raro, com certeza.

Eu não queria falar sobre o assunto, mas sentia que devia isso a ele. Depois de tudo o que ele fez, o mínimo que eu podia fazer era demonstrar o máximo de gratidão. Além disso, conversar não ia arrancar nenhum pedaço, e eu estava instigado com aquele garoto; também, acho que eu tenho precisado de um ouvinte há muito tempo.

– E então, o que me diz? – Ele claramente percebera minha indecisão, porque falou tentando parecer descontraído, pra quebrar o clima. Ele se importava mesmo? – Você tem algum compromisso? – Respondi que não com a cabeça. – Você pode falar também, ok? – Ele disse, rindo nasalado, e acabei sorrindo também. Ele me encarava, esperando uma resposta de verdade, dessa vez.

– Acho que podemos conversar. – Eu falei, tentando parecer amigável, e ele sorriu. O sinal já estava aberto, mas só depois de eu ter respondido foi que ele voltou a prestar atenção no trânsito e seguiu em frente.

– Certo; eu também não tenho nenhum compromisso. Vamos parar em algum lugar, porque não dá pra conversar direito assim. Podemos comer alguma coisa, sei lá.

Acho que fiquei olhando-o por mais de um minuto, enquanto ele dirigia, aparentemente concentrado em escolher aonde iríamos. Fiquei observando-o: Liam Payne. Seja lá de onde você veio, se é que não caiu do céu, bem que podia ter aparecido antes!


Notas Finais


Não me chamem de cruel, tento dar verossimilhança à história, e isso, infelizmente, é algo que acontece dia após dia. Mas tb fiquei com dó do Lou. Tinha ficado realmente chocante, mas começou a pender pra uma violência que não condiz com o gênero da fic, então suavizei. Sério, fiquei chocado com o que escrevi, ainda mais imaginando o Tomlinson como a vítima, :O


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