Dulce Maria's Point Of View.
— Que porra você está fazendo aqui? — Berrei para o homem alto e musculoso em minha frente. Ele sorriu e apontou sua pistola para mim. — Vamos lá! Atira, vagabundo!
— Adeus, Saviñón! — Olhei-o nos olhos e ele puxou o gatilho.
Fechei os olhos rapidamente esperando a morte. Escutei um grito e abri os olhos.
Olhei para baixo e gritei me ajoelhando ao chão. Observei o homem com a pistola e corri atrás dele mas infelizmente ele pulou o muro e eu não conseguia mais correr. Voltei para o beco e me ajoelhei novamente ao chão, ao lado do corpo de meu melhor amigo.
— Harry... — Engoli em seco e rasguei sua camisa, desesperada.
— Dulce... — Ele sorriu e me olhou nos olhos. Eles estavam lacrimejados.
Sua voz fraca me fez ficar mais desesperada. Não perdi tempo e peguei o celular rapidamente para ligar para o pronto socorro.
— Espere, por favor. Alguns minutos... — Implorei segurando sua mão, ele fechou os olhos. — Ambulância na avenida.... Rápido!
— Eu fui um bom amigo? — Ele perguntou me olhando nos olhos, respirando fracamente.
— Você é um bom amigo, Harry. — Sussurrei. — Você não vai morrer, Muñoz!
— Dulce, eu sinto que sim. — Ele sussurrou olhando-me nos olhos. — Eu... Eu te amo! — Ele disse eu fechei os olhos com força e juntei nossos lábios num beijo calmo, devagar. Ele sorriu. – As estrelas...
— Elas estão lindas esta noite... — Assenti com a cabeça olhando para o alto.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Quando olhei novamente para ele, seus olhos estavam fixos no céu e seu peito já não se mexia.
Fechei seus olhos e me sentei ao lado de seu corpo, derramando toda a raiva que havia dentro de mim. Aquele homem iria me pagar, oh se ía!
-/-
— Se vocês tiverem que levar alguém junto à vocês, levem a mim. Eu sei tudo sobre o que aconteceu e estou disposto a tirar todas as dúvidas que tiverem.
O barulho da pressão da arma soou junto ao meu grito desesperado, e eu fechei os olhos, esperando que nada de ruim tivesse acontecido.
Mamãe chorava comigo em seu colo, enquanto afagava meu cabelo com calma. Eu ouvia seus soluços mas ainda não entendia o porque dela estar chorando tanto.
— Mamãe, por que está chorando, mamãe?
— Você não entenderia filha... Você ainda é muito pequena para entender.
— Dul! — Anahí, minha amiga me chacoalhou. Abri os olhos e olhei seu rosto, me joguei em seus braços. – Deus do céu, Dulce! O que aconteceu?
Deixei as lágrimas caírem e ofeguei com a cabeça encostada em seu ombro.
Annie continuou abraçada comigo, afabando meu cabelo.
— Feliz aniversário. — Ela sussurrou depois de um tempo, fazendo carinho no meu cabelo. Olhei para cima e sorri. — Espero que ao menos esse seja cheio de sorte!
— Vamos ver, não é? — Me levantei e ergui as mãos para o alto, forçando o corpo. Desci meus braços e forçei para tocar o chão.
— O mesmo sonho? — Ela perguntou.
— O mesmo sonho. — Concordei sorrindo triste.
— Por que todo ano, mesmo com você não se recordando no dia anterior que no próximo será seu aniversario você sonha isso? – Ela perguntou sentada na cama. – Ele sempre estraga as surpresas que eu faço para você!
— Acho que sonho para me lembrar todo ano do rosto do cara que o matou. – Ela me olhou. – Para vingá-lo e infiar esse cara no lugar onde ele deveria estar.
Annie sorriu.
— Você se lembra de quando esses dois homens entraram em sua vida?
— Não me lembro nem de ter conhecido eles e sonho sempre com os dois. Isso é estranho.
Peguei meu celular e observei uma foto minha e de Christopher – um idiota que me deixou só por não querer se machucar em um relacionamento – como plano de fundo. Preciso realmente alterar essa merda.
Annie tomou o celular de minhas mãos me olhou feio.
— Por quanto tempo você sofrer por causa dessa desgraçado?
— Não por muito tempo. Estamos atrasadas?
Ela fez careta.
— Você quer para a faculdade hoje? Sério?
— As aulas já estão terminando, Annie! Vamos lá!
Ela fez bico e respirou fundo tomando coragem para ir se arrumar.
-/-
Annie tinha razão. Hoje não era dia de ir para a faculdade. Era dia de ficar em casa, deitada na cama com um pote de sorvete enquanto tento rir assistindo F.R.I.E.N.D.S.
— Meu Deus, isso aqui tá pior que casa de vampiro! Você está horrível. — Annie riu abrindo a porta. — Vou para sair hoje com um pessoal, quer vir?
— Oh, não. Eu estou bem. — Dispendeu com um sorrisinho mínimo.
— Droga, Dulce. — Ela gritou de seu quarto. — Você vai ir comigo sim. — Sua voz se aproximou e eu grunhi com o rosto no travesseiro. — Hoje é seu aniversário. Por nada nesse mundo que eu vou deixar você aqui nessa bad desgraçada. — Ela revirou os olhos e abriu as cortinas da sacada.
Gritei e fechei os olhos me enfiando debaixo da coberta.
— Me deixa aqui, Annie! Por favor!
Ela abriu um espaço na coberta e eu vi seu rosto. Annie se deitou na cama junto comigo e me abraçou de lado. Deixei as lágrimas caírem e abracei-a mais forte.
— Ainda dói, não é? — Ela perguntou com a voz embargada.
— Não quero que chore por mim, chancho. — Respondi com o rosto na frente do dela. Annie sorriu e deixou algumas lágrimas caírem.
— Eu não aguento ver você passando por isso. — Respirei fundo. — Não quero que entre em depressão por causa de Christopher.
— Eu só quero não sentir mais a falta dele. — Eu sussurrei com um sorriso pequeno. Fechei os olhos para tentar conter as lágrimas.
Annie me abraçou mais forte.
— Venha. Só hoje? Quero que você tenha uma lembrança feliz desse dia. — Olhei-a nos olhos.
Sim, estou sofrendo. Mas nem por isso tenho que ficar aqui dentro desse quarto. Tenho que me levantar e mostrar pra vida que seus tapas me fazem cair mas não parar. Vamos lá!
— E então...?
— Venha! — Me levantei da cama e peguei a toalha. — Tome seu banho e depois venha para cá. Quero conversar com você.
Ela assentiu com a cabeça dando pulos enormes.
Peguei meu celular e abracei Annie pela cintura e encostei a cabeça no ombro dela.
— Essa é a posição mais estranha que eu já vi para duas pessoas que não namoram ou tem algum tipo de contato amoroso. — Ela zombou.
— Nós namoramos, amor. Eu já lhe disse isso. — Annie sorriu e eu beijei a bochecha dela. — Eu gosto de ficar assim com você, sei lá. Tu me faz bem.
— awn! Para! Se não eu me apaixono. — Me separei dela e corri pro banheiro. — Amooor! Volte aquí.
Não respondi e tranquei a porta do banheiro. Sorrindo por fora mas continuando destruída por dentro. Isso tem que passar!
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