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História Noites Acordado - Três anos


Escrita por: moonhwa

Notas do Autor


Oi gente... que fanfic cheia de sentimentos e informação o tempo todo. Ai, é demorado escrever, mals galera. Mas consegui mais um capítulo!
Aproveitem a leitura!

Capítulo 21 - Três anos


Só lembrava de ter tomado banho no melhor chuveiro que já havia experimentado na vida. A temperatura quente na medida certa, a pressão da água equilibrada o suficiente entre plumas o acariciando e um peso gostoso na região do pescoço e da nuca. Era esse o chuveiro que iria usar enquanto morasse no estúdio, e era incomparável com o chuveiro da própria casa e da universidade. Era engraçado como só notava detalhes luxuosos quando os experimentava. Nunca imaginaria que um simples banho poderia ser como uma sessão num spa. Antes, chuveiros eram apenas parte de uma mera necessidade trivial. Agora, sabia que seria um dos melhores momentos do seu dia quando morasse ali.

Com a pele praticamente soltando vapor da temperatura quente, vestiu as roupas que Chanyeol havia lhe emprestado. Luhan vestia seu número, as calças de moletom, a camiseta e o blusão caíram como uma luva. Eram peças simples, mas novinhas e de boa qualidade. Se fossem de alguma marca cara, não saberia. Não fazia ideia de quais eram as marcas que homens estilosos usavam.

Se enfiou embaixo das cobertas e apagou o abajur, pegando no sono no mesmo instante. Seu erro fora não programar nenhum tipo de alarme para que o acordasse de manhã, e, quando sentiu a claridade das cortinas entreabertas no rosto, já passava das 10h da manhã. O coração acelerou, sentindo-se indisciplinado e muito ansioso. Não viraria ídolo nenhum acordando tão tarde. Correu para o banheiro, encontrando uma escova de dentes novinha embaixo da pia, assim como uma pasta. Havia pequenos detalhes na casa que pareciam ter sido organizados pela mãe de um deles, ele concluiu consigo mesmo. Sem dúvidas aquela casa não havia sido preparada por dois caras jovens com as cabeças em produção musical. Mães ajudaram a organizar tudo, principalmente questões mais domésticas. Aquele pensamento o levou a imaginar como deveriam ser as mães dos dois produtores. Se distraiu, tentando imaginar a família deles.

Enquanto fazia a higiene matinal, que incluía lavar o rosto, notou como havia esfriado. Em poucos minutos seu corpo estava tremendo. Era hora de começar a se mexer, aprender uma coreografia nova para se esquentar.

Abriu um dos muitos links que Jinsoul lhe mandara naquela manhã – a amiga parecia tão ansiosa quanto ele para tirá-lo daquela completa ignorância rítmica. Deveria haver coreografias mais fáceis e outras mais difíceis, mas ele não sabia julgar ainda. O único jeito era seguir as sugestões da amiga e, agora, professora de dança.

 

Todos os links que mandei são as coreografias do BLACKPINK em ordem de lançamento. Abaixo de cada coreografia oficial tem o tutorial de alguma alma caridosa do Youtube pra te ajudar. As coreografias são relativamente fáceis pra quem está começando, acho que consegue pegar sem minha ajuda. Tem algum problema com coreografias muito femininas? Podemos escolher alguns grupos masculinos também.

9:32

 

Byun lia a mensagem enquanto caminhava pelo corredor dos quartos, já saindo do banheiro para ir até a cozinha buscar água, e, então, ir direto para uma das salas de dança.

 

Eu não sei dançar, amiga. Tenho problema com todas as coreografias. Haha.

Mas entendi a pergunta.

Não, não tenho. Gosto de ambos os gêneros. Vou tentar a primeira que mandou da lista. Estarei sozinho na sala, vergonha não irei passar na frente de ninguém. Está tudo certo.

10:45

 

A casa estava silenciosa; ou estava sozinho ou Chanyeol e Luhan estavam dormindo. Abriu a geladeira, já no primeiro andar, e encontrou uma garrafa de água fechada. Sem demora, entrou em uma das salas de dança e fechou a porta atrás de si. Lembrou do que havia feito com Chanyeol na virada de ano talvez naquela mesma sala e corou muito. Todo o frio que estava sentindo passou.

Aquele comportamento era parte do passado agora. Não haveria mais espaço para nada do tipo, independente de qualquer trato que fizera com o produtor.

Sentou no fundo, de frente para o grande espelho e encostado na parede, e passou a hora seguinte assistindo as meninas do grupo dançarem a coreografia. Notou que, em muitos momentos, cada uma fazia algo, então teria de seguir mesmo a pessoa do tutorial, porque nunca saberia escolher sozinho o que fazer em cada momento. Encontrou, em certa altura, um vídeo de garotos fazendo um cover da coreografia e aquilo o motivou bastante. Kpop era um gênero que encantava à todos, e ele queria muito fazer parte daquilo. Assistiu os garotos por mais uma hora seguida, notando os trejeitos um tanto mais masculinos, mas ainda assim mantendo a essência da dança.

Tomou coragem e abriu o primeiro vídeo com cada passo detalhado e levantou do chão. Conectou o celular no som e o deixou apoiado na mesa, um totem de comandos.

Ele imaginava que iria ser difícil, mas não que chegasse num ponto de parecer impossível. As horas passavam e, por mais que ele decorasse os passos, parecia haver um limite em seu corpo. Os movimentos não eram certos, totalmente incompletos. Era uma mistura de sensações: a cada novo passo decorado, sentia-se vitorioso, mas quando olhava a si mesmo no espelho, perdia toda a motivação. Não era bonito de ver, não era atraente. Mas não esperava sair dançando como um profissional, nunca dançara na vida. E aquilo o aterrorizava na mesma proporção que o acalmava.

Idols treinavam por anos e anos. Na idade dele, a maioria ou já havia debutado, ou estava debutando em um grupo novo. Ou também, desistido do processo. Sua jornada seria tardia para a indústria, mas tentava não se distrair com aquilo. Se desse o máximo de si, fosse disciplinado e dedicado, deixaria Chanyeol e Luhan orgulhosos e o mais importante, certos de que não haviam apostado em um prejuízo.

A tarde passou, e ele aprendera o refrão. De forma horrorosa, é claro. Pelo menos, o cérebro funcionava para aquele tipo de exercício mental. Nem tudo estava perdido. Agora precisava aprender a fazer com que o corpo tivesse força e habilidade para traduzir o que o cérebro transmitia. Essa era a tarefa mais difícil. Os movimentos dos garotos no vídeo do cover eram limpos, certeiros, fáceis. Quando ele próprio tentava copiar, eram malfeitos, mal acabados, sem definição.

Entretanto, por mais que estivesse frustrado com o próprio amadorismo, ainda estava fazendo algo que lhe dava prazer. Caramba, como dançar o fazia se sentir bem. Nada na vida se comparava àquela sensação empolgante que sentia nos instantes antes do refrão, quando esperava o momento de começar. Sentia-se... alguém fazendo algo importante, algo que, embora ainda não fosse perfeito, era uma performance de verdade. E queria tanto, mas tanto, fazer direito... ser aplaudido por aquilo! Finalizar uma coreografia inteira e ter a sensação de que fizera um bom trabalho... a curiosidade de sentir aquilo era o que o moveria nos anos seguintes. Tudo o que gostaria era de ter o seu momento, por mais que durasse breves minutos... o seu momento de ser Yorun e ser amado por isso.

Estava ofegante, agora sentado no chão da sala, bem no centro. Pegara o celular na mão e assistia pela centésima vez no dia o tutorial. Batidas na porta da sala tiraram sua atenção do vídeo, e ele bloqueou o celular no instante em que a porta foi aberta com certo cuidado.

- Esteve aqui a tarde inteira. – Chanyeol murmurou, cruzando os braços e se apoiando no batente. – Comeu alguma coisa hoje?

Byun negou com a cabeça. Não tinha fome, não enquanto não acertasse pelo menos um passo. O estômago roncou no mesmo instante, o entregando. Chanyeol levantou as sobrancelhas, o repreendendo por ter deixado de comer sendo que o estômago pedia para ser preenchido.

- Não percebi o tempo passar. Esqueci. – Byun deu de ombros. Comida era o menor dos seus problemas, de verdade. Estava frustrado, porque queria tanto ir dormir naquele domingo com a sensação de que havia progredido em algo... Era apenas seu segundo dia se dedicando à dança, sabia disso, mas era impossível controlar a sensação de fracasso ao lembrar de como ficava feio dançando sem técnica na frente daquele espelho. Se quisesse debutar logo, tornar-se logo dono de si mesmo, precisaria fazer muito, mas muito melhor. Aquilo não era nem 0,1% do que esperava e do que sabia que esperariam de um ídolo. Era óbvio. A ansiedade o enlouqueceria, mas era assim que estava se sentindo, tanto que esquecera das necessidades básicas do corpo.

- Não pode ficar sem comer. Seu corpo precisa de energia pra esse tipo de treinamento. – O produtor falou, sinalizando com a cabeça na direção da cozinha. – Venha jantar com a gente. Foi o suficiente por hoje.

- Não, não foi ainda. Preciso de mais algumas horas. Eu sou muito ruim.

- É a sua primeira semana fazendo algo que nunca fez antes. Não faz sentido cobrar de si mesmo algo que ainda não aprendeu. Dança é técnica e prática diária. Vai melhorar com o tempo, fazendo aulas com a Jinsoul. – Ele explicou, sorrindo de canto. – Que em breve será oficialmente membro da equipe.

- O quê? É sério?

- Sim, ela irá ser a nossa coreógrafa. Vai receber por isso. E estamos vendo uma parceria com o estúdio de dança onde ela trabalha, para você e Kim Lip poderem usar a academia.

- Isso... isso é incrível. Nem sei o que dizer... então ela... vai trabalhar para vocês? Não vai mais dar aulas de dança no estúdio?

- Ela ainda está pensando sobre o que vai fazer com as horas do dia. Oferecemos um pouco mais que lá, para que ela não saia perdendo caso decida se dedicar totalmente à nossa empresa. Conversamos bastante hoje à tarde sobre isso.

- Não vou negar que isso será um grande reforço para a minha motivação.

- Foi por sua causa que ela se interessou pelo ramo. Jinsoul sempre amou dançar, mas nunca considerou trabalhar com Kpop antes de você. Era um universo distante da realidade profissional dela. O que é curioso, porque ela é uma grande fã do gênero. Talvez nunca tenha parado para considerar um hobby como profissão.

- Essa notícia já me fez me odiar um pouco menos hoje. Estou até com fome agora.

- Espero que não esteja falando sério sobre se odiar. Apague a luz e venha comer. Te dou uma carona de volta pro alojamento de Kim Lip.

- Se dançasse como eu dancei hoje, se odiaria fácil. E não precisa de carona, não quero incomodar.

- Não se odeie antes do resultado final. Você odiaria uma pintura na metade do processo? Ou uma maquiagem... quando colocam apenas aquelas bases no rosto. Fica bem feio antes de terminar. Simplesmente porque não terminou. É a mesma coisa o que está passando agora.

- Hm... é, talvez. Não tinha pensado por esse lado. Às vezes você é bem inteligente.

Chanyeol estreitou os olhos em sua direção enquanto atravessavam o corredor de salas de dança em direção a sala de estar e cozinha.

- Acho que esse é o melhor elogio que vou receber de você. – Murmurou, sarcástico. Estava claramente brincando, mas Byun sentiu um fundinho de verdade na frase. Engoliu em seco, sentindo o estômago arder.

Tudo o que não gostaria era que Chanyeol pensasse que ele o tratava mal, mas a verdade era que Byun ainda estava aprendendo a lidar com seus sentimentos, aprendendo a conviver com um homem que costumava manter relações sexuais. Para muitos poderia soar simples, mas para si era até bem complexo de administrar. Se fosse carinhoso demais, tinha a impressão de que Chanyeol iria achar que ele estava furando o combinado, ou até pior, o provocando por maldade. Era uma dinâmica tão delicada para si... ou talvez não fosse bom em demonstrar o que sentia mesmo. Era tão, mas tão grato... e aparentemente não estava demonstrando como deveria.

- Você é o cara mais inteligente que conheço. E estiloso. Achei que fosse óbvio. Tenho muito o que aprender com você. Na verdade, nem dá pra acreditar que alguém como você liga pra mim. Em todos os sentidos. – Byun respondeu, em um tom mais baixo. Por mais que Luhan soubesse dos dois, ainda sentia vergonha pelo fato de o garoto saber sobre eles.

Eles atingiram a sala de estar e, consequentemente, a cozinha americana. Chanyeol o encarou de sobrancelhas levantadas, sem parar de caminhar. Estavam sozinhos no ambiente, Luhan não estava por ali ainda.

- Também dá pra me elogiar sem se diminuir, sabe. – O mais velho falou, indo em direção a geladeira. Byun ficou em silêncio, percebendo que realmente não conseguia se comunicar verbalmente. Quando abria a boca, dava errado. Chanyeol pegou uma garrafa de vidro de dentro da geladeira e o encarou por um momento antes de fechar a porta. – Obrigado, eu estava brincando.

- Não, não estava. Eu sei que não sei expressar o que sinto. Especialmente por você. Mas, de qualquer jeito, eu falei a verdade. Você é tipo aqueles caras descolados e eu sou o garoto do interior. Não temos nada a ver.

- E você quer ser descolado também? – Chanyeol perguntou, girando a tampa da garrafa de soju.

- Bem, sim. – Byun deu de ombros. Era óbvio que queria ser como ele. Não igual a ele, mas uma versão mais segura e desejável de si mesmo.

- Então vai ser mais do que eu. É questão de tempo. – Chanyeol disse simplesmente, dando um longo gole na bebida.

- Por quê? – O mais novo franziu o cenho.

- Porque tem ambição. Tanto ou até mais do que eu. E isso é essencial nesse ramo, porque vai ser difícil, mas eu sei que vai persistir até conseguir o que quer.

- Eu vou conseguir o que quero em todos os sentidos. – Byun completou, de braços cruzados, observando o outro. Chanyeol lhe devolveu o olhar, sem expressão aparente no rosto.

- Estou mesmo ferrado, então. – O produtor concluiu, sentando em um dos bancos da bancada. Byun levantou as sobrancelhas, notando que o flerte havia sido muito sutil, mas, antes que pudesse continuar o diálogo, Luhan apareceu pelo corredor com algumas sacolas. Chanyeol se endireitou no banco e Byun pigarreou, ambos observando o mais velho dos três se aproximar e largar as sacolas na bancada de mármore, ao lado de onde Chanyeol estava apoiado.

- Sim, pedi o suficiente para três. – Luhan murmurou, sorrindo para Byun. Ele fez uma reverência, agradecendo. – Vou aproveitar que está aqui pra gente conversar sobre organizar seus horários. Sei que refeições são sagradas... ou deveriam ser... – O produtor falava, distraído em busca de algo no sofá, enquanto Chanyeol abria as embalagens de lámen. – Mas temos muito que fazer. Quero criar sua agenda de acordo com suas aulas, então vou passar tudo pro computador e te enviar sua semana planejada nesse semestre. Se quiser, posso imprimir também. – Ele abriu o caderno, já com uma caneta em mãos, e sentou na bancada ao lado de Chanyeol, que já comia seu lámen em silêncio. Byun sentou na frente dos dois, atento ao que Luhan dizia. – Já se matriculou nas aulas, certo?

- Sim, tenho os horários aqui se quiser. Posso te mandar por mensagem. – Byun tirou o celular do bolso e prontamente enviou um print da grade de aulas para o produtor.

- Ótimo, obrigado. Ah... todas são de manhã. Perfeito. Posso organizar, se importa? Não perguntei, desculpe. Estou bastante ocupado com Kim Lip, já fiz o mesmo com ela, mas, como ela não está na universidade, vai usar a parte da manhã para as aulas e ensaios de dança. O treinamento vocal é à noite. E aí temos um problema. Você vai precisar começar aulas de canto também, vamos ter de encaixar com as horas de produção e dança. Podemos empurrar alguns meses, mas é essencial que comece em algum momento. Sabe quando vai se formar?

- É... esse vai ser meu segundo ano. Daqui três anos.

Luhan fez uma careta pela iminente falta de tempo para todos os treinos.

- Chanyeol, acha que consigo diminuir esse tempo? Fazer aulas durante as férias, talvez? Se as aulas acabarem logo, posso me dedicar à carreira. – Byun perguntou, ansioso. Chanyeol estava há mais tempo na universidade e entendia muito mais da vida acadêmica na universidade deles do que Byun. Ele terminou de mastigar para responder.

- Acho que sim, nossa universidade oferece aulas no verão pra quem quiser reduzir os anos. Mas não sei deveria. – Encarou Byun após uma pausa, que devolveu o olhar um tanto assustado com a nova informação. – Vai explicar o quê pra sua família?

A respiração de Byun foi profunda, seguida de um suspiro. Pensou por um momento, ávido por alguma resposta.

- Posso dizer que quero me formar logo pra poder voltar pra casa. Sei lá, que não estou curtindo morar na cidade grande. Assim posso ficar durante o verão tendo as aulas na universidade e treinando aqui.

Chanyeol estreitou as sobrancelhas e negou com a cabeça antes de retrucar.

- Acho que é pior. Está omitindo a verdade. Se falar isso, vai começar a mentir pra sua família. Tem uma grande diferença.

- Estou omitindo muitas coisas, Chanyeol. – Byun falou, achando exagero pontuar aquilo como se mentir para a família fosse horrível. Porque já estava fazendo isso há muito tempo, e não precisava ser lembrado naquele instante. Talvez fosse horrível mesmo, mas não tinha escolha, e não queria trazer o tópico “mentir para a família” assim, sem mais nem menos, como se fosse um argumento fácil de trazer à tona. E agora que Chanyeol decidira usar aquilo como argumento, não poderia deixar de responder, porque nem fazia sentido. – E realmente estou mentindo pra eles faz um bom tempo, também. Não vai fazer diferença uma mentira a mais.

- Como não? – Chanyeol respondeu, em um tom um tanto irritante para si. Estava discutindo sobre a sua vida, poderia ser menos agressivo em defender um argumento. – Vai mentir que não está gostando da cidade e quer voltar logo pra casa, quando na verdade quer ser um ídolo de kpop? Que mentiras são tão graves quanto essa?

- Hm, vamos ver... – Byun estava perdendo a paciência. Chanyeol estava falando sobre questões que nem ele tinha certeza. Não era tão simples de resolver num jantar numa bancada da cozinha. E ainda vindo de alguém que exercia sua sexualidade abertamente, algo que Byun precisava mentir e omitir o tempo todo. Não gostava nem um pouco daquele tom vindo dele, como se fosse fácil igual decidir se jantariam pizza ou massa. – Por onde eu começo? Ah, sim. Eles não sabem que gosto de homens... meu pai me expulsaria de casa e da família se soubesse, me agrediria, proibiria minha irmã e minha mãe de falarem comigo pra sempre, mas acho que não é tão grave quanto minha possível carreira, que ainda nem começou. Você está certo. Não vou mentir sobre algo tão grave quanto aulas no verão. – Estava usando um tom sarcástico por estar irritado. Falar tudo aquilo na frente de Luhan provava o quão chateado estava. E sabia que sempre se irritaria quando Chanyeol tocasse naquele assunto. Ele não sabia pelo que Byun passava, não poderia dar opiniões naquele quesito.

Queria diminuir o tempo das aulas mesmo, quanto mais rápido o debut, menos tempo de culpa por estar sendo sustentado pela família. Chanyeol não compreendia aquela culpa. Não compreendia o porquê de Byun querer se agarrar naquelas possíveis aulas de verão. Estava disposto a inventar qualquer desculpa para adiantar o processo. E sim, era verdade que, se se formasse mais cedo, teria de voltar para casa para trabalhar na padaria, mas já gostaria de estar se sustentando naquela altura. O salário que receberia na produtora ajudaria. Trabalhar, debutar rápido e ter o próprio dinheiro para poder contar aos pais a verdade e poder ser expulso de casa sem perigo de ficar sem nada.

- E acha que uma mentira a mais vai te ajudar?

- Eu acho que, perto da verdade que um dia terei de enfrentar a respeito da minha sexualidade, mentir sobre gostar ou não da cidade grande não faz diferença.

- Vai acumular tudo. Vai ser muito pior. Você não está pensando, está ansioso por algo e isso te deixa cego. Nem comeu hoje. Precisa se acalmar e parar de enfiar os pés pelas mãos. – Chanyeol insistiu, teimoso, ainda usando um tom superior, como se fosse o dono da razão e principalmente das razões a respeito de Byun.

- E qual sua solução, já que você parece saber mais sobre minha vida do que eu mesmo? Quem sou eu pra opinar sobre a minha vida. Chanyeol decide. Vai, decide, pai. Você quem manda.

O produtor permaneceu de sobrancelhas erguidas por um instante, começando a ficar vermelho. Com uma lentidão passivo agressiva, parou de comer. Pegou a garrafa de soju e levantou da bancada, se afastando da cozinha e atravessando a sala de estar. Abriu as portas de vidro da casa e saiu para a varanda. Estava muito frio lá fora, já havia escurecido, mas não fez diferença para ele. Sentou na poltrona mais distante para beber sozinho.

Luhan encarou Byun, uma tensão desconfortável se instalou entre os dois.

- Eu... acho que deveríamos conversar sobre tudo isso antes de decidirmos o seu futuro. – Luhan falou, cuidadoso, notando a frustração pós discussão de Byun. – Me parece mais sério do que imaginei. Quando citou a máscara de Yorun, não imaginei que era para esconder tudo isso da sua família. Achei que era uma questão mais direcionada para a insegurança, o medo inicial do desconhecido.

- Me desculpe, eu deveria ter sido claro desde o início. Se quiser desistir de mim por conta disso, tudo bem. Vou entender.

- Não, calma. Tudo bem, sua família é um assunto delicado. Mas, quando começar a dar certo, tenho certeza que eles irão aceitar. Sua felicidade vai fazê-los mudar de opinião. E se não for por isso... O dinheiro que ganhará  - e lhe garanto que vai ganhar, porque está em minhas mãos e eu não entro em briga pra perder – vai ajudar a convencê-los.

Byun suspirou, muito tenso. Não tinha mais como sentir vergonha de Luhan, ele realmente precisava saber de tudo, era seu chefe agora.

- Eu... não sei se vai ser simples desse jeito. Acho que a questão da hereditariedade, da herança dos negócios da família talvez seja mais séria. Por isso estou com medo.

- Eu não quero parecer querer resolver seus problemas, mas só por curiosidade, para tentar aliviar essa responsabilidade... sua irmã vai seguir no ramo da família?

- Vai.

Luhan sorriu de forma carinhosa.

- Nem tudo está perdido. Pense nisso. Não é o que seus pais esperavam, mas também não é um desastre. Acha que eles não confiam na sua irmã pra isso?

- Acho que eles são conservadores o suficiente pra achar que o negócio precisa de um homem no comando. Nas mãos só da minha irmã, nunca funcionaria. É assim que pensam.

- Entendo. Bem, são outros tempos. Divergências sem fim. Sinto muito por estar passando por isso. Você acha que não poderia se sentir mais confortável usando os anos até sua formatura como ensaio e preparação pra carreira musical? Acho uma boa alternativa. Serão anos se descobrindo como artista, compreendendo melhor o que quer e quem realmente é...

- Eu sei quem sou e sei o que quero. Eu quero ser livre. Quero trabalhar com a música e com a arte. Ganhar meu próprio dinheiro fazendo o que amo. Não ser mais sustentado pelo meu pai, assim não precisar mais me sentir culpado por ir contra seus princípios. Não quero trabalhar na padaria da família, não quero herdar nada.

Luhan assentiu devagar.

- Tudo bem, acho incrível você estar certo de si e do que você não quer. Mas a família é um assunto delicado, que precisa de tempo. Pode usar esse tempo de treino pra se preparar e refletir como vai ser a melhor forma de contar a eles.

- Só quero contar depois de debutar. Depois de estar com meu próprio dinheiro. E isso precisa ser antes de me formar, porque a partir do momento que eu me formar, não faz mais sentido não voltar pra casa e pra padaria.

- Então! Esses anos de treino até sua formatura serão anos em que vai trabalhar pra mim, além de se dedicar ao debut. Se administrar suas economias, vai ter dinheiro suficiente até lá. Vai debutar antes da formatura, e vai ter três anos pra treinar e debutar com segurança. Compreendo que gostaria que fosse logo, seu pai ainda paga suas contas, mas não tem jeito. Esqueça as aulas de verão, confie em mim.

- Achei que eu poderia debutar em um ano, um ano e pouco. Não quero passar três anos esperando por minha liberdade. Quero ser quem eu sou... amanhã, se possível. Mesmo de máscara. O que importa é eu poder ser, entende? Pela primeira vez.

- Eu entendo. Não imagino como deve se sentir não podendo ser quem quer ser. – Uma pausa respeitosa da parte do produtor, para então continuar. – Mas ainda precisa treinar bastante, e pra isso precisamos de tempo. Precisamos dos três anos, principalmente por conta da questão da formatura. Se você se formar esse ano, por exemplo... não estará pronto para debutar antes da formatura. Não tem habilidade alguma sem ser suas composições. Não canta, não dança, não sabe se portar como um ídolo... vamos ser realistas aqui. Precisará desses três anos para debutar com segurança. Eu acho que as coisas se encaixam muito bem. Não vai precisar mentir sobre as aulas de verão, o que é ótimo. Concordo com Chanyeol nesse aspecto, uma mentira dessa proporção a mais não vai te ajudar. Vamos encaixar tudo direitinho, não se preocupe, vai dar certo. Suas aulas na universidade não vão atrapalhar seu treino, só vão adiar o debut alguns anos. Sei que quer debutar logo, fazer sucesso logo... mas não é simples assim. E, para sustentar a persona de Yorun, vai precisar de muito treino. Mesmo. Yorun não é um ídolo padrão. Sabe disso. Na verdade, esse é o diferencial. Equilibrar as expectativas sociais e a personalidade fora da caixa. Sei que estou quebrando as expectativas que eu mesmo criei, lhe falando que poderia debutar em torno de um ano... mas há outras variáveis aqui, que eu nem fazia ideia. Debutar antes de se formar, família conservadora. Precisamos de mais tempo. A aparência você tem, a ambição, o talento para compor. Mas eu não sabia do resto. Não fique preocupado, apenas confie em mim. Se antes iria debutar dentro da média em um ano, vai debutar sendo um dos melhores em três. Falha minha e do Chanyeol não termos conversado sobre isso.

Byun assentiu e Luhan saiu de trás do balcão de mármore, dando a volta para lhe encostar no ombro num gesto de apoio.

- Tudo bem. Eu só queria debutar logo para poder parar de depender do meu pai e poder ser eu mesmo. E Yorun faz parte dessa libertação.

- As melhores coisas da vida levam tempo. Calma. Vai ser livre. Só vai levar um tempinho a mais. – Byun concordou com a cabeça, tentando segurar lágrimas de tensão por tudo o que havia acabado de ser discutido, mudado e definido. Estava preocupado, inseguro, e brigar com Chanyeol não o fazia se sentir melhor. – Acho... acho que deve se acertar com Chanyeol. Você é o primeiro projeto dele, assim como Kim Lip é o meu. Ele está muito envolvido, mesmo. Ele só quer resolver, porque ama o que faz. E... bem, quem sou eu pra te dizer isso, mas sei que gostam um do outro. Ele se preocupa com você. Acho que se sente muito responsável por muita coisa. Eu também me sinto, agora sabendo de tudo isso, mas vocês... bem, tem essa outra questão que não me diz respeito. O peso é em dobro.

- Eu sei. A gente briga toda hora. Eu sou orgulhoso, e quando ele me contraria usando um tom leviano, me irrita. Não sei como vamos nos dar bem. Ele não compreende totalmente meus dilemas.

- Brigar é normal. Vocês são pessoas diferentes, vieram de lugares diferentes, culturas diferentes, restrições diferentes. Ele talvez não compreenda a extensão do seu dilema, mas as intenções são as melhores. E eu sei como ele pode soar um tanto dono da razão de vez em quando. É o jeito dele. Acha que não brigamos também? Ele tem um ar superior de vez em quando, mas aprendi a lidar. Tentem se acertar, trabalhar nesse clima é ruim. Eu vou falar com ele. Não foi culpa de ninguém esse desentendimento, mas você está sob os nossos cuidados. Você é quem precisa de ajuda aqui. Ele não pode se irritar com meros desentendimento e sair andando. – Luhan deu uma risada baixa, fazendo Byun sorrir um pouco. – Chanyeol precisa frear em alguns momentos mais delicados.

- Eu... agradeço por toda a sua ajuda, suas palavras. Acho que vou pro alojamento agora. Obrigado por ter comprado comida pra mim, vou comer e ir embora.

Luhan assentiu.

- Vou falar com ele. – Fez sinal para onde Chanyeol estava e se afastou, saindo para a rua. Byun tentou comer o mais rápido que pode, queria logo ir embora para poder esfriar a cabeça e refletir sobre tudo o que havia mudado na última hora. Queria ser independente o mais rápido possível, mas agora não iria acontecer mais como imaginava. E do jeito que estavam discutindo, durante esses anos iria sem dúvidas se afastar de Chanyeol por conta do acordo. Um acordo de três anos, ou até mais, caso debutasse e não ganhasse o suficiente para se sustentar. Um acordo, brigas constantes, sentimentos à flor da pele, tesão acumulado de ambas as partes.

Coçou os olhos ao terminar de comer, querendo chorar. Era muita coisa para administrar e processar. Luhan voltou para dentro do ambiente, fechando a porta de vidro.

- Ele vai terminar de beber e já volta. Vou comer no meu quarto, acho que vou atrapalhar aqui. Relaxa, Yorun. Vai dar tudo certo. Vai ser independente. Vai ter o próprio dinheiro. Só vai levar um tempinho a mais. E, de qualquer forma, Kim Lip é a primeira. Vou estar focado nela esse ano, e você vai me ajudar. Prefiro que debute depois, para lhe dar toda a atenção. – Luhan se aproximou de Byun e o abraçou pelos ombros, o surpreendendo. Bagunçou seus cabelos antes de pegar sua sacola. – Pode falar comigo quando quiser por mensagem, ou até me ligar. Nos vemos amanhã de tarde.

- Eu nem sei como agradecer você... gostaria de poder fazer algo. Mesmo. Mas não tenho nada ainda, não sou nada. Só posso dizer que tenho profundo respeito e gratidão por você.

Luhan sorriu.

- Dedique-se ao trabalho e já estará me agradecendo. Eu sei que Yorun vai ser uma das maiores estrelas desse país. É só questão de tempo. Acho que nunca conheci ninguém com tanta ambição. Por isso sei que estou apostando certo.

Foi a deixa para o mais velho lhe dar as costas e se afastar pelo corredor, subindo para o segundo andar. A porta da varanda foi aberta e Chanyeol voltou para dentro, as bochechas vermelhas. Byun não sabia se era do frio ou da bebida. O jeito como ele se jogou no sofá lhe esclareceu as dúvidas.

- Seu grande e genial acordo vai durar três anos. – Chanyeol resmungou, abrindo um sorriso de desprezo, mas não o encarava. O tapete da sala era o foco. – Demorou pra cair a ficha, não?

- Eu queria mesmo que fosse mais rápido. Não só pelo acordo. Não sei se percebeu, mas estou fazendo isso por outros motivos também. Mas alguém que já é livre não compreenderia a minha vontade de debutar em pouco tempo.

- Você fala como se eu fosse um heterossexual padrão. Se coloca numa posição tão diferente da minha, como se eu não pudesse compreender nada.

- Você não demonstra compreender às vezes. Só está pensando em ficar comigo. Em fazer sexo. Está falando disso agora. Pra mim, o final do acordo é a minha liberdade como Yorun. Não é só sobre ficar com você. É sobre me libertar de uma culpa que me afunda mais e mais todos os dias.

- Eu sei que não é sobre mim. Pra propor algo assim, realmente ficar comigo não é a prioridade.

- Eu não vou, mesmo, falar de novo o que o acordo significa. Você está fazendo birra porque discordei de você e brigamos na frente do Luhan. - Chanyeol ficou em silêncio, os braços cruzados e a expressão de desprezo irredutível no rosto. - Vou pegar minhas coisas lá em cima e vou embora. Nos vemos amanhã.

- Eu vou te levar.

- Acabou de beber uma garrafa de bebida alcoólica.

Chanyeol fechou os olhos, suspirando sem paciência.

- Não me dei conta. Vou chamar um Uber pra você.

- Não, eu vou de metrô.

- Que porra, por que você tem que ficar me contrariando o tempo inteiro? Até nas coisas mais banais.

- Eu já disse que não quero você me sustentando, me pagando tudo.

- Você não percebeu ainda que é meu trainee agora? É óbvio que eu vou pagar as coisas. Estava trabalhando aqui hoje, se não notou. Ensaiar faz parte do trabalho. É tão ofensivo assim aceitar qualquer coisa de mim?

Byun suspirou, rolando os olhos.

- Não se trata disso. Mas você é convencido demais pra compreender que eu me sinto mal sendo sustentado por alguém mais rico que eu. Nunca esteve numa posição como a minha.

Chanyeol grunhiu, se levantando do sofá e caminhando até Byun. O blusão estava embolado na barra, a pele da cintura à mostra, mas estava um tanto grogue para perceber. Parou ao lado de Byun, que ainda estava sentado na bancada, e, ainda encarando o rosto dele, colocou a garrafa vazia ali.

- Você faz eu sentir as melhores e as piores coisas em questão de segundos. Poucas coisas me tiram do sério. Você é uma delas. – O rosto dele estava muito perto do seu, e era difícil não ofegar e não sentir o coração acelerar com aquela proximidade.

- Pare de usar um tom superior pra resolver meus problemas. Sei que tem mais experiência no ramo, mas eu sei da minha vida. Só eu sei pelo que eu passo.

- É. Só. Um. Uber.

- Não é. É bem mais que isso. – Respondeu, rangendo os dentes. – Sai de perto de mim. Brigar com você me faz sentir o que eu mais quero evitar atualmente.

- Acostume-se a sentir raiva de mim. Vamos brigar muito se continuar sendo orgulhoso e teimoso.

- Não é raiva. Ou melhor, é. Mas sentir raiva de você, especificamente, me dá vontade de fazer outras coisas. – Seu peito subia e descia e Chanyeol franziu o cenho, focando em seus lábios por um instante. Sorriu de canto, ainda um tanto invocado, e segurou o queixo do mais novo. O polegar foi até o lábio inferior, o puxando para baixo, provocando.

- E é por isso que eu abomino com todas as minhas forças esse acordo idiota. Porque você é igualzinho a mim. Sente tesão com o outro irritado. Eu só estou aceitando esse acordo porque é você. Só por você. Eu nunca me submeteria a isso por outra pessoa. Aturar alguém que me dá tesão todos os dias sem poder fazer nada? Se fosse qualquer outro... nem estaria na minha casa agora.

O dedo ainda circulava por seu queixo, acordando todas as suas extremidades.

- Me manda embora então. – Moveu a cabeça para o lado, mas sem força alguma para tirar a mão dele dali. - Não me convidei pra nada. Se está tão ruim, acaba logo com isso. Eu disse que me virava sozinho.

O grunhido de Chanyeol veio do fundo da garganta.

- Por você, eu disse. Pare de fazer manha. – Ele respondeu, voltando a acariciar seu lábio inferior. – Três anos. E eu não consigo te odiar por isso. Você diz que eu não entendo, mas eu entendo tudo. Por isso aceitei. Porque é muito mais que só o nosso sexo. É o seu sonho. Yorun é a sua liberdade, eu sei disso. E por isso eu me preocupo e quero resolver tudo. Me desculpe se sou arrogante.

Byun engoliu em seco, finalmente afastando o rosto com intensidade o suficiente para a mão dele abaixar.

- Tudo bem. São questões complicadas. – Byun murmurou, observando o rosto de Chanyeol e notando seus olhos o percorrerem de cima a baixo. – Eu queria muito conseguir agir de acordo com a minha razão. Não demonstrar mais nenhum sentimento, pra gente conseguir focar no trabalho e as coisas não fugirem do controle. Mas eu não consigo. Não totalmente. – Chanyeol voltou a encarar seu rosto também, antes a atenção estava no seu peitoral embaixo da camiseta. – Não vamos fazer nada, mas eu não consigo te empurrar. Não consigo ser grosso. E olha que eu tento.

- Eu quero te beijar. Pra caralho.

- Eu também quero. Mas não vamos. Sei que vai se afastar agora, e chamar o Uber. Eu vou usar quando você quiser. Prometo. Vamos, você bebeu um pouco. Por isso está difícil.

- Não é por isso. – Chanyeol riu baixo, sem ânimo, negando com a cabeça.

O mais alto então fechou os olhos, mordendo o lábio inferior. Se afastou, dando alguns passos para trás e tirando o celular do bolso.

- Vou pegar minhas botas que usei ontem.

- Usa meu blusão. Não vai sair de camiseta. – Chanyeol nem esperou ele negar para tirar e lhe entregar. Byun preferiu não criar mais uma confusão e vestiu a peça, respirando fundo. Se afastou para poder subir até o andar dos quartos e buscar os sapatos no corredor.

Fez todo percurso no automático, ainda sentindo as emoções à flor da pele. Precisaria evitar aquilo. Evitar conflitos. Eles lhe deixavam com emoções exageradas, e quando se tratava de Chanyeol, nada poderia sair do controle. Precisava manter tudo neutro, era a única forma de aguentar.

Era óbvio que ele se importava, mas isso não fazia Chanyeol deixar de chateá-lo com aquele jeito dele, que o enlouquecia de todos os jeitos possíveis.

Três anos.

Três anos para poder se libertar. Era muito mais do que esperava, mas não tinha jeito. Era tempo suficiente para poder ter controle da própria vida.


Notas Finais


Hehe, até a próxima.


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