1. Spirit Fanfics >
  2. Noites De Insônia (Sabaku No Gaara) - Naruto >
  3. O Orfanato De Sunagakure No Sato

História Noites De Insônia (Sabaku No Gaara) - Naruto - O Orfanato De Sunagakure No Sato


Escrita por: ESalete e ESalete2

Notas do Autor


Sejam bem vindos a minha fic. Eu não sei dizer se você é um leitor novo ou alguém que conheceu a versão antiga. Mas saiba que esse capitulo já foi revisado e melhorado.

Gostaria de aproveitar a nota e deixar os créditos da capinha, que foi feita pela @Coxistely O trabalho dela é muito bom e eu amo cada um deles.

Eu sinceramente espero que gostem da histórias.

Não esqueçam de comentar.

Boa leitura 😘

Capítulo 1 - O Orfanato De Sunagakure No Sato


— Crianças! Hora do almoço!

Não foi necessário dizer nem mais uma palavra e todos começaram a correr em direção do edifício grande e velho. Crianças de todas as idades passavam pelas pesadas portas, animadas com a ideia de encher a barriga.

Aquele era o antigo, e único, orfanato de Suna, uma instituição que havia nascido das consequências deixadas pela guerra. Com a morte de diversos shinobis e até mesmo civis, muitas crianças se tornaram órfãs, algumas nem mesmo tinham parentes para abrigar-las e acabavam na rua.

Visando um futuro melhor para os pequenos desafortunados, que mal haviam perdido os pais e já tinham que lidar com a fome e o abandono, o antigo Kage criou o Orfanato De Sunagaku No Sato.

Desde então a construção vem se mantendo em pé e, apesar das condições precárias, abriga a esperança e os sonhos daqueles que sofreram injustamente pelos pecados dos gananciosos.

Para aquelas crianças, nas horas de perda e superação, elas só precisavam de amor, compreensão com a dor que sentiam e paciência. Não era um momento em que suas condições deveriam ser ignoradas e a vila entendia isso.

Por mais que poucos de fato se importassem com o que acontecia por ali, aqueles que ocupavam os cargos mais altos da vila, os mais pertos do Kage, entendiam o valor daquele lugar. Jamais poderiam sofrer o descuido de qualquer uma daquelas crianças se revoltar contra o povo da vila e virar um Nukenin.

Suna passava por muitas dificuldades atualmente e mais um renegado era a última coisa que precisavam. Pensando nisso, ajudavam o necessário para que aquele lugar não deixasse de existir.

No entanto, o que a vila julgava mais do que o suficiente para bancar o lugar, não chegava nem perto do que realmente precisavam. Keiko, a senhora de cinquenta e poucos anos que administrava o lugar, sabia muito bem disso e fazia o seu melhor para que aquilo não afetasse os pequenos.

Logo que todos entraram, ela encostou as portas da entrada e seguiu atrás dos passos apressados. Ver aquele edifício tão cheio de vida a fazia feliz por ter escolhido seguir aquele caminho na vida. Ela também era uma órfã de guerra, havia crescido ali e, por isso, entendia muito bem a diferença que o amor poderia fazer.

Não lhe restava dúvidas nenhuma do que ela representava para aqueles que estavam sobre seus cuidados, sabia que as crianças tendiam a se apegar em qualquer demostração de amor e fazia o seu melhor para suprir a necessidade de carinho e atenção.

Keiko passeava pelo grande salão de refeição, monitorando as crianças. Enquanto algumas ainda formavam a longa fila, esperando por sua vez de pegar o almoço, aquelas que haviam chegado primeiro já estavam sentados nas mesas longas que se entendiam por todo o grande salão.

Diversas vozes, gritos agudos e risadas gostosas soavam de todos os lados, a típica bagunça de todos os dias. Keiko amava aquela situação e, por mais que fossem barulhentos, permitia que se divertissem.

Naquele momento ela estava ali apenas para garantir que tudo estaria bem, que todos conseguiriam comer e saciar a fome que faziam seus estômagos roncarem, vazios pela escassez de comida.

A maioria das vezes se preocupava atoa, muitos dos órfãos ali haviam crescido juntos e eram como irmãos. Apesar de que sempre havia uns grupinhos separados onde as crianças se davam melhor e de vez em quando algumas briguinhas atoa aconteciam. Mas criança é criança e não precisava de explicação melhor do que aquela

Quando parecia que o seu trabalho por ali estava completo, Keiko se decidiu por deixar o local, tinha mais algumas coisas para fazer naquele dia. No entanto, por mais que estivesse com pressa, fez a típica pausa logo ao lado da porta.

Um garotinho de cabelos avermelhados e desordenados se agarrava fortemente em um bichinho de pelúcia. Sentado no chão, bem no canto como se quisesse se esconder, ele não olhava para nenhum lugar além dos próprios pés encolhidos.

Com um aperto no coração, Keiko se aproximou do garoto.

— Ei, Gaara. O que você está fazendo aqui? Não quer se sentar à mesa? - perguntou, abaixada em sua frente para igualar as alturas. - Se você quiser eu te levo. - estendeu a mão, sendo ignorada pela criança.

Já estava acostumada com aquela situação, que apesar de se repetir todos os dias, Keiko ainda tentava convencê-lo a se juntar em volta da mesa. Gaara era uma criança reclusa, não costumava se relacionar com os outros órfãos, e mesmo que tivesse apenas seis anos de idade, não agia com a típica alegria de uma criança.

— Onde está a Temari e o Kankuro? Eles foram pegar comida? - perguntou, interagindo com ele. Mas Gaara não disse nada, apenas confirmou com a cabeça. - Quer que eu fique aqui até ele voltarem? - perguntou, já se sentando ao seu lado antes mesmo de receber a confirmação do outro.

Keiko entendia muito bem o que ela significava para cada uma daquelas crianças, e por mais que sua situação fosse diferente, Gaara dependia dela tanto quanto eles, se não mais.

O observou em silêncio, vendo-o se agarrar desesperadamente ao ursinho velho que era sufocado em seus braços. Os nós das mãos pequenas estavam avermelhados pela força que usava. Para tranquiliza-lo, Keiko se pôs a afagar os cabelos rebeldes. O livrando daquele medo.

Nunca tinha ouvido nenhuma palavra sobre aquilo, mas ela sabia muito bem que ele gostava de quando fazia cafuné em sua cabeça, espalhando ainda mais os fios bagunçados.

Fazia mais de três anos que ele havia chegado ao orfanato. Keiko ainda se lembrava do dia em que o encontrou na rua, perdido e desesperado, das continuas lágrimas que banhava seu rosto e dos soluços que o impediam de falar.

Naquele primeiro encontro ele se agarrou em suas pernas e desabou no próprio choro. Ela o abraçou e o confortou, tentou tirar respostas dele, mas não falava nada. Apenas chorava.

Sem ter mais o que fazer, ela o levou para o orfanato, o acalmou e cuidou dos ralados em seus joelhos, parecia ter caído muitas vezes. Mesmo que tenha ficado aliviada por eles estar fisicamente bem, Keiko estranhou.

As roupas de Gaara naquele dia estavam cheias de sangue, manchadas em diversos lugares, até mesmo seu rosto tinha respingos. Ela não sabia dizer da onde haviam surgido, mas isso era algo que não conseguiu descobrir nem mesmo sobre o menino.

Logo que ele havia adormecido, com muito custo, Keiko foi em busca de ajuda. Aquela criança poderia ter pais desesperados para encontrá-la em algum lugar. No entanto, quando chegou no escritório do Kazekague, um dos conselheiros lhe mandou embora, dizendo que provavelmente era só mais um dos recente órfãos. Não tinham tempo para lidar com aquilo.

Mas Keiko se negava a desistir sem nem ao menos tentar. No próprio orfanato ela produziu alguns cartazes com o rosto do garoto e começou a distribui-los pela vila, isso até ser impedida. Foi acusada de criar mais alvoroço do que precisavam naqueles tempos, todos os cartazes foram recolhidos e confiscados.

Por meio de ameaças, Keiko foi obrigada a parar. Desde então Gaara vivia ali, sempre triste, sonzinho, calado, sempre no mesmo lugar. Uma criança traumatizada pela perda e que não tinha mais nada para fazer além de chorar. Ela sabia que ele chorava, não via, mas sentia.

O canto aonde estavam era o mesmo em que ficou nos últimos três anos. Todas as crianças eram obrigadas a estarem no refeitório nas horas das refeições e Gaara sempre estava ali, mal entrava no cômodo e já se sentava sozinho no lugar.

Sempre tentou convencê-lo de se juntar aos outros, mas ele se recusava. Não entendia o porquê de ter tanto medo de ficar perto das pessoas, mas mesmo assim não desistia dele. Sempre que falhava em tirá-lo dali, ela pegava sua comida e se juntava a ele, ficava ao seu lado por toda a hora do almoço.

Mas agora não precisava mais se preocupar, ele tinha feito amigos, três crianças chegaram tão repentinamente em sua vida que ele não foi capaz de fugir.

Keiko ficou muito feliz quando viu os quatro andarem juntos pela primeira vez, Gaara sempre sendo arrastado atrás dos outros. Ela era extremamente grata a Temari, Kankuro e Aiko, quem passaram a cuidar do seu menino indefeso.

Ele havia achado o seu grupo, achado amigos que o entendiam e o apoiavam. Desde então aquele grupinho estava sempre junto, fosse na hora das brincadeiras ou na de comer, eram inseparáveis. Isso até o dia em que Aiko foi adotada.

Gaara chorou naquele dia, o menino que sempre se escondia para lamentar correu até ela e mais uma vez desabou. Era triste vê-lo assim, mas não havia nada que poderia fazer. Ser adotada era algo bom para a menina, jamais seria capaz de impedir aquilo de acontecer.

Desde então não tinha lhe dito mais nenhuma palavra sobre o assunto, mas ela sabia que ele ainda sentia sua falta. Com aqueles pensamentos, Keiko se aproximou mais do menino e o abraçou. Só ela sabia como queria ser capaz de mudar a sua vida, de como queria que nada daquilo tivesse acontecido com ele.

Quando viu Temari e Kankuro se aproximando, Keiko o soltou e se levantou, limpando a saia longa que usava.

— Agora você não está mais sozinho. - sorriu para o menininho confuso. - Vou deixá-los comer em paz. - afagou as cabeças das crianças que acabaram de chegar e foi embora. Ela não tinha mais motivos para se preocupar, agora ele tinha “irmãos mais velhos” para ajudá-lo.

— Hm? O que aconteceu, Gaara? - perguntou Temari, se sentando ao seu lado.

— Nada.

— Aqui. - Kankuro colocou a bandeja em seu colo. - O cheiro tá muito bom.

— Obrigado. - sentiu o aroma quente que emanava da tigela.

— E aí, tá ou não?

— Tá sim. - respondeu a pergunta de Kankuro, que já estava comendo.

— Então experimenta o gosto. - falou, mastigando o que estava em sua boca. - Tá melhor ainda.

— Não fica falando de boca cheia! - Temari brigou com ele, enquanto Gaara também começava a comer.

Realmente estava delicioso. O almoço era mais uma vez pão com sopa, mas aquilo não importava, não mais. No começo ele não gostava, nenhuma criança gostava, mas agora todos comiam com gosto, acostumados.

— Tá muito bom. - contou para os dois, que sorriram animados. Todos os três partilhavam da mesma opinião, não viam a hora de devorar a comida e não fizeram diferente.

O comentário de Gaara tinha cessado a bronca que Kankuro levava - que ficou muito grato por isso - e dado início a um silêncio confortável. Os três costumavam ficar quietos na hora de comer e isso era basicamente uma das únicas coisas que tinham em comum, apesar de serem por motivos diferentes.

Temari não falava na hora de comer, a não ser que fosse de extrema importância. Ainda se lembrava das vezes que sua mãe lhe dizia que comida não era brincadeira e que ela deveria demonstrar respeito. Aquele costume foi algo que guardou mesmo depois da morte de seus pais.

Já Gaara não tinha motivos especiais para isso. Era sempre muito quieto e simplesmente não via motivos para falar na hora em que estivesse comendo.

Mas Kankuro era extremamente diferente dos outros dois. Não fazia aquilo por gostar ou por ter sido algo que lhe ensinaram, seu motivo era muito mais importante. Nenhuma criança tinha permissão para sair do refeitório antes de terminar a refeição, sendo assim, não lhe restava nenhuma opção a não ser se concentrar em acabar o mais rápido possível. Afinal de contas, ele tinha que brincar.

Enquanto comiam em silêncio, as primeiras crianças que haviam chegado começaram a sair, deixando Kankuro aflito por estar perdendo a sua tarde de diversão. Gaara sabia que ele não gostava de perder tempo e, assim que o viu comendo mais rápido, passou a fazer o mesmo.

Mas ele não era tão agiu quanto o outro e acabou se embolando. Na pressa de comer, o pão que estava a caminho de sua boca caiu de sua mão. Quando esticou o braço para pegá-lo, esbarrou na tigela de sopa que virou em cima da bandeja, espalhando todo o líquido por seu colo.

Temari que assistiu a cena em primeira mão, mal teve tempo de ajudá-lo e já estava tudo no chão.

— Gaara! - chamou sua atenção. - Você tem que tomar mais cuidado. - falou enquanto o ajudava a tirar a bandeja do colo. - Você teve sorte que já não está mais tão quente.

— Não precisa brigar com ele! - Kankuro bateu de frente com a mais velha, defendendo o menino que começava a chorar. - Ele não tem culpa, foi um acidente.

— É claro que ele não tem culpa. A culpa é sua!

— O quê?! Por quê? - perguntou indignado, estendendo a tigela vazia para ela.

— É você que fica com esse costume de querer comer correndo para terminar logo.

— Mas eu não mandei ninguém me imitar! - se defendeu.

— Então está dizendo que a culpa é do Gaara? - perguntou, com o típico olhar de quem esta certa, deixando Kankuro irritado.

— É claro que não! Só estou dizendo que ninguém tem culpa. Isso acontece.

— Sei. - desfez do argumento do outro.

— Desculpa. - Gaara sussurrou, chorando. - Eu desperdicei comida. - fungou em meio aos soluços.

— Tá tudo bem Gaara. Você não fez de propósito. - Temari deixou a bandeja de lado e voltou a se sentar. - A gente não vai te deixar sem comida.

— Mas é só uma tigela por pessoa.

— E daí? - Kankuro sorriu. Mesmo sendo apenas um ano mais velho do que Gaara, ele dava o seu melhor para animá-lo. - A gente vai dividir as nossa tigelas. Né, Temari?

— É claro. Então não chora, tá? - o reconfortou.

Gaara concordou com a cabeça enquanto enxugava as lágrimas com a costa de sua mão.

— Então por que você ainda está chorando? - Kankuro perguntou, rindo assim que viu o motivo.

O garoto de cabelos avermelhados tinha levantado o braço, segurando o ursinho de pelúcia que pingava um caldo grosso e amarelado. Quando a tigela de sopa tombou em seu colo, no susto Gaara acabou levantado a perna e a bandeja virou sobre o brinquedo, o encharcando.

Por mais que estivesse se sentido culpado por ter desperdiçado o pouco de comida que tinha, o que mais lhe doía era ver o amigo todo sujo. Agora ele não poderia mais abraçar o ursinho, sem contar que ficaria com cheiro de sopa.

— Derramou no urso? - Temari perguntou preocupada, ela sabia muito bem como ele gostava da pelúcia. - Hm, acho que está tudo bem. Podemos levar para a Keiko depois.

— É sim. - Kankuro concordou em meio a risada, levando uma bronca de Temari.

Depois de reconfortarem o mais novo e convencê-lo a comer antes de ir ver Keiko, os dois dividiram a sopa com Gaara e voltaram a comer. Quando acabaram, Temari disse que Kankuro era o culpado por aquilo e por isso o mandou devolver as louças.

A tigela não tinha quebrado, mas temiam que acabariam levando uma bronca da cozinheira quando ela visse a bandeja suja e adivinhasse o que tinha acontecido. Kankuro não quis, mas não foi capaz de contradizer a garota.

Enquanto o menino saiu reclamando, Temari e Gaara ficaram sentados, esperando por ele no mesmo lugar.

— Vão brigar com ele. - a garota concluiu em voz alta.

— Temari. - Gaara chamou baixo, ainda se sentindo culpado.

— Hm?

— Do que será que vamos brincar hoje?

A pergunta fez Temari sorrir. Com os seus oito anos ela era a mais velha do grupo, então sempre cuidava de Gaara e brigava com Kankuro.

— Eu não sei. Hoje é dia do Kankuro escolher, então acho que vai ser pega-pega. Por quê?

— Só queria saber. - sorriu. - Eu gosto de pega-pega

— Mas você sempre perde.

— É diferente. - respondeu, ofendido.

— Então por que você não escolhe essa brincadeira nos seus dias também? Assim pode brincar duas vezes seguidas da mesma coisa.

— Mas se eu escolher uma diferente, então serão duas brincadeiras que gosto em dois dias seguidos. Assim eu saio ganhando. - sorriu para Temari.

Temari riu da lógica do outro.

— Quer dizer que não gosta das que eu escolho?

— Claro que não. Gosto de todas.

— Eu também. - concordou. - Mas vamos ter que falar com a Keiko antes.

Voltaram a ficar em silêncio. Kankuro estava demorando muito e Temari já estava ficando impaciente. Não era ele que não gostava de perder o tempo de brincar? Então por que toda aquela enrolação?

Estava preste a comentar o mesmo com o outro, quando viu o garoto correndo em sua direção.

— Até que enfim. - suspirou se levantando junto com Gaara. - Aonde você tinha se metido e por que demorou tanto? - perguntou enquanto ele se aproximava.

— Corre! - Kankuro gritou ao passar por eles, ignorou todas as perguntas da menina e seguiu correndo.

Quando viu que ele não iria parar, a menina agarrou a mão de Gaara e começou a correr, o seguindo. Correram todo o caminho para fora do edifício, já estavam ofegantes quando pararam escorados em uma árvore morta, logo atrás do orfanato.

Gaara mal aguentava respirar de tão cansado que estava, se não fosse pela mão da garota que o puxava a todo instante, ele provavelmente teria ficado para trás. Já Kankuro ria escorado no tronco seco.

— O que está acontecendo? Por que corremos feito loucos? - perguntou entre um fôlego e outro.

A garota foi totalmente ignorada, ao invés de respondê-la, Kankuro enfiou a mão no bolço da calça e tirou um pãozinho surrado de dentro. Ele estava todo despedaçado por causa da árdua corrida.

Assim que viu o que ele segurava, Temari olhou em volta para ver se ninguém estava observando e rapidamente pegou um pedaço. Gaara imitou o seu movimento, pegando a sua parte. Quando cada um tinha um pouco, os três se sentaram em volta da árvore e passaram a comer.

— Eu peguei quando ninguém tava olhando. - Kankuro falou por fim. - Queria ter conseguido um para cada um.

— Não, só um tá bom. A gente dividi. - Temari terminou de comer e saqualhou a roupa. - Se pegarmos muito poderia acabar faltando para outros dias.

— É. - concordou. - Mas só um pouco de comida por vez é ruim. Espero que essa crise acabe logo.

Ao ouvir o que o menino mais velho tinha ouvido, Gaara se sentiu culpado. Se não tivesse sido por ele, todos teriam comido um pouco mais. Olhou para o ursinho, que já não pingava mais, e terminou de comer o pedaço de pão que ainda estava em sua mão.

— Acho que é melhor a gente ir procurar a Keiko. - Temari se levantou. - Temos que levar o urso para ela lavar.

Seguindo o que a garota havia dito, caminharam na direção do enorme prédio. Kankuro mal se aguentava de vontade de brincar, mas algo lhe dizia que ali fora não era seguro. Se lembraria disso depois.

Andaram por todo o caminho, animados enquanto conversavam. Ao chegarem na frente da porta Kankuro bateu na mesma, chamando por Keiko. Não demorou muito para que a porta se abrisse.

— Crianças? O que foi? - perguntou preocupada. Gostava muito de todos aqueles pequenos e seu coração doía toda vez que pensava em sua incapacidade em dar uma vida melhor a eles.

O orfanato vinha passando por momentos difíceis. O número de órfãos tinha aumentado consideravelmente e o dinheiro recebido da vila não dava para cobrir todos os gastos.

Já fazia um tempo que as doações individuais não eram as mesmas e, como se para piorar, nenhuma criança tinha sido adotada nos últimos meses. Os tempos estavam difíceis, mas ela tinha certeza que venceriam de uma forma ou de outra.

— O urso do Gaara sujou. - Temari tomou a frente. - Pode limpar?

— Claro que sim, aonde ele está?

— Aqui. - Gaara, que estava escondido atrás dos dois, passou entre eles, estendendo a pelúcia para a mulher, que sorria gentilmente para ele.

— Oh nossa! Ele realmente está muito sujo. - falou surpresa. Gaara gostava tanto daquele brinquedo remendado que ela mal podia imaginar como aquilo havia acontecido. - Mas não precisa se preocupar, amanhã eu te devolvo ele limpinho. Certo?

Ficou encarando a mulher que olhava para ele, um sorriso quente e acolhedor. Gaara gostava muito de quando ela sorria daquele jeito, fazia com que se sentisse bem. No entanto ele tinha medo que aquela luz que ela emanava se apagasse e voltasse a deixá-lo no escuro.

— Por favor, não deixe ele ir embora. - pediu, sem saber se falava do brinquedo ou do sorriso. - Eu gosto muito dele.

— Não se preocupe. Eu cuido muito bem de todas as crianças daqui, não é?

Gaara concordou, ainda relutante em deixar o velho amigo ali. Mas ele confiava nela, sabia que sempre poderia contar com a mulher que o ajudou a alguns anos atrás.

Depois que os três responderam as diversas perguntas sobre a hora do almoço, as crianças se afastaram da porta e foram brincar. Assim como o previsto, Kankuro escolheu pega-pega, o que deixou Gaara feliz.

O tempo fora do orfanato estava instável e nenhum dos três se arriscou brincar por lá. No entanto aquilo não os impediu de se divertirem. Durante o resto do dia eles fizeram todo tipo de bagunça, até que a noite caiu e foram obrigados a sussegarem.

Enquanto o dia era animado em vários lugares da vila, com pessoas andando de um lado para o outro, seja trabalhando ou passeando, com crianças correndo soltas pelo meio da rua. A noite era o oposto, as ruas ficavam silenciosas, os únicos movimentos que se viam eram as sombras passando por trás das cortinas das casas.

Isso, é claro, se não contarmos aqueles que ninguém podia saber, que eram executados apenas a noite com o intuito de esconder de tudo e de todos, movimentos que escondiam os maiores segredos das vila de Suna.


Notas Finais


E aí, gostou? Se você leu a versão antiga, achou essa melhor?

Espero que sim.

Eu amo muito esse plot e estou determinada a fazer dessa obra a minha primeira LongFic concluída.

Caso tenha achado algum erro, me desculpem. Eu não tenho beta, a revisão fica toda por minha conta. É mais trabalhoso, mas não significa que é ruim.

De qualquer forma, obrigado por lerem. Não esqueçam de votar, é importante.

Até o próximo capítulo 👋♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...