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História Nossa Correspondência - Pistas


Escrita por: NCristina

Capítulo 29 - Pistas


Duas semanas se passaram desde que eu fiz o boletim de ocorrência, e toda a burocracia possível para o Nathan poder começar a caçar o Ares legalmente, coisa que ele não demorou nada para fazer, o tempo que ele passou de molho em casa, foi usado para isso, caçar o Ares através da internet. Eu já falei que ele era um nerd, muito nerd nos tempos de escola? Pois é, ele era um gênio dos computadores, mas sempre gostou de entrar em ação, por isso escolheu a policia.

Hoje ele está enfim recebendo carta branca para voltar ao trabalho, mesmo que seja fazendo pouco exercício, e em hipótese alguma atirando, de acordo com o médico, o solavanco da arma ao disparar poderia muito bem, causar mais problemas que outra coisa, com a amizade que fiz com a Barbára, o chefe do departamento dele, e alguns dos amigos dele, convenci-os a ficar de olho no Nathan enquanto eu trabalho, o resto eu faria em casa.

Por falar em casa, estou morando com ele por agora, e juro, não é nem um pouco ruim, estamos nos revesando em tudo, desde o trabalho doméstico, as nossas profissões, a delicia que é dar prazer um ao outro. Estamos nos dando muito bem, mas do que bem, é como se fossemos perfeitos juntos! Tenho pensado em um compromisso mais sério, mas ele não me mostra nenhum sinal disso, o que tem minado minha coragem, eu sei que deveria ser mais corajosa, mas, depois de como agi com o Ares... bem, prefiro ser covarde do que passar uma imagem que não quero.

E agora chegamos a raiz do problema, esse cara encapuzado tem ficado cada vez mais audacioso, tenho recebido algumas mensagens de celulares descartáveis, nas quais ele me manda frases ora ameaçadoras, ora sexuais, e sempre acompanhada de uma foto minha, ou do Nathan, as minhas fotos são acompanhadas por textos sexuais, as fotos do Nathan, por textos ameaçadores, assinadas pelo Ares, quanto mais caçamos ele, mais ousado ele se torna.

Acordamos quando um estouro estranho surgiu na janela da sala, o Nathan se ergueu de um salto, já pegando a arma que ficou em cima do criado mudo, destravando e me pedindo silêncio com um dedo por cima dos lábios. Assenti com a cabeça, e fiquei olhando suas costas nuas seguindo para fora do quarto, me enrolei na coberta, ainda sentada na cama.

Ouvindo os passos do Nathan, e nada mais, olhei pela janela, para o céu escuro, vi algo se movendo lá fora, estupidamente me aproximei, ainda enrolada, com passos lentos, com o minimo de barulho possível, andei até a janela, quase prendendo a respiração, parei com distância suficiente para tocar a janela, de repente um rosto apareceu, saltei já gritando, e não percebi quando a pessoa jogou a pedra contra a janela, apenas vi o vulto vindo e senti o impacto contra meu rosto.

– Sam!

Corri para longe da janela, para fora do quarto com a mão em cima da minha sobrancelha machucada, chorando, senti braços me pegarem e tentei me debater, mas ele era forte, depois de algum tempo percebi o Nathan falando comigo, e notei que era ele o dono dos braços fortes me segurando.

– Aí meu Deus, eu não aguento mais, Nathan, não aguento.

– Ei, ei, calma, meu amor, calma.

– Por favor, eu vou desmoronar, eu sinto que vou.

– Não, você não vai, olha para mim.

Ergui meu rosto para ele, e notei que ele havia acendido a luz, seu olhar buscou meu rosto e logo se encheu de ódio, me encolhi, não com medo dele, eu sei que ele nunca me machucaria, mas mesmo assim a expressão em seu rosto, feroz, me fez tremer como se sua raiva fosse direcionada a mim.

– O que foi?

Minha voz foi um sussurro quase inaudível, mas ele ouviu, ouviu e suavizou a expressão, me deixando e indo para o quarto, antes de voltar para mim, com uma toalha úmida em mãos, suas mãos fortes, foram delicadas contra minha sobrancelha latejante, só então senti a dor, ao puxar a toalha para que eu visse o sangue, ele me olhou de forma gentil.

– Acho que ele abriu sua sobrancelha, meu amor.

– É feio? Vou ter que levar pontos?

– Sinceramente?

– Não, eu não quero chegar perto de injeções.

Ele riu, delicado, mas logo me levou para a sala, onde me deixou sentada contra o sofá, depois voltou com o celular preso entre o ombro e a orelha, falando com os agentes do meu caso, e um kit de primeiros socorros em mãos, sentando ao meu lado, ele limpou o corte e fez ponto falso, que consistiu em pegar algumas tiras de microporos, juntou os dois lados do corte, como que fechando e colocou os microporos para segurar.

Vinte minutos depois, eu me vesti com uma camisa do Nathan e um shorts, os policiais que estavam cuidando do meu caso - Nathan e Barbára, Jason e Mase - começaram a vasculhar a casa em busca de provas, conversaram com os vizinhos, viram duas câmeras na casa do vizinho ao lado, e tentaram entrar em contato com eles, agora nós cinco sentados nos sofás, estamos conversando sobre isso.

– Bem, ao que parece, ele jogou um tijolo contra a janela da sala, o que tirou o Nathan do quarto, deu a volta na casa e foi para a janela do quarto, talvez com a ideia de assustar os dois, ele tanto pode não ter visto a Sam, quanto pode ter visto e jogado com o propósito de acertar ela.

– Mas... porque? - perguntei toda confusa e ainda dolorida.

– Talvez por você não ter respondido as mensagens, por estar sempre com alguém, por não estar dando brechas para ele chegar até você enquanto você está sozinha.

– Eu só quero que isso acabe. Só isso, eu estou cansada dele, dessa situação e tudo que a envolve.

– Vamos conversar com os suspeitos, mais uma vez, ver o que descobrimos, e informaremos você. - o Jason me assegurou.

– Tem certeza que não viu nada que nos ajude? - perguntou a Barbára pela milionésima vez.

– Hum... além da pele muito clara, e do cabelo meio escuro?

– Isso não ajuda muito, dois dos nossos suspeitos tem o cabelo escuro um moreno o outro ruivo escuro, e os três suspeitos tem a pele clara. - ela pontuou.

– Mas eu já disse que o Alex estava comigo naquele dia, ele viu o encapuzado. - comentei baixinho, porque não fazia sentido.

– Ele pode ter contratado alguém para ser o encapuzado por um dia. - me explicaram.

– Mas o Alex não tem jeito com computadores, entre ele, o Léo e o Abner, aposto nos dois últimos.

– Realmente, Sam, veremos o que podemos fazer, enquanto isso, prefiro que vocês dois fiquem longe de janelas durante a noite, e continuem andando acompanhados durante o dia. Isso são ordens ouviu Nathan. - o Mason informou muito sério, aposto que o Nathan testou essas ordens em algum momento.

Depois que eles se foram, eu e o Nathan voltamos para a cama, mas eu não consegui dormir, até que o meu celular me despertou, as cinco da manhã, duas horas depois da visita do Ares. Atendi sem nem ver o visor.

– Oi Samy. - a voz cautelosa do Abner me acordou mais ainda.

– Abner?

– Fiquei sabendo que você foi atacada em casa.

– Como?

– Liguei para perguntar isso.

– Não, eu não quero saber como eu fui atacada, quero saber como você ficou sabendo. - perguntei desconfiada, o Nathan de moveu ao meu lado.

– O Nathan avisou a Nat, que ligou para a Margerie, que estava dormindo comigo, ouvi tudo, fiquei preocupado com você.

- Oh, ok, eu estou bem, mas se você não se importa, quero dormir, estou cansada, como deve imaginar.

– Tudo bem, cuidado com a sombra. - estremeci, a voz dele saiu meio sombria, mas talvez eu estivesse imaginando, ele completou - Como meu pai sempre diz.

– Pois é, desculpe, tenho que ir.

 



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