História Nossa Família! - Tempo com vocês!

Levi acordou sozinho na cama, claro que acordou sozinho, o relógio já marcava 10h45. Era óbvio que o ômega já estava de pé cuidando de seu pequenino. Mesmo com o estresse da noite anterior, Levi estava feliz por ser sábado, normalmente trabalhava até o período da tarde nesses dias, mas nesse sábado em especial tinha pegado uma folga de dia inteiro, então teria depois de muito tempo sem, um fim de semana inteiro para passar com seus tesouros.

Levantou indo ao banheiro para fazer suas necessidades. Permaneceu com o moletom usado durante a noite apenas complementando com uma regata. Desceu e antes mesmo de chegar no primeiro andar já pode ouvir uma cantoria. Sentados no chão da sala estavam suas razões de viver, assistindo desenhos e contando junto aos personagens. Tanto o filhote quanto o ômega sabiam com perfeição as letras das músicas do filme da Disney assistido.

Vendo a felicidade do filhote ao estar cantando com Eren, Levi agradeceu mentalmente novamente pela mãe maravilhosa que Eren era.

— Parece que estamos muito animados desde cedo por aqui — chamou a atenção dos mais novos.

— PAPAI — gritou a criança enquanto levantava-se de maneira desengonçada e corria em direção ao progenitor. Pulou no colo do pai sendo recebido no colo do maior pelos braços fortes que para ele só significavam proteção e cuidado. — Haru não viu papai ontem. Papai demolou então mamãe colocou Haru para mimir — resmungou colocando o nariz no pescoço de seu pai para inalar os feromônios que os filhotes necessitam e procuram nos seus pais alfas.

— Eu sei, meu amor. Desculpa o papai? — perguntou passando as mãos nos fios macios do filhote. — Papai não queria chegar tarde, mas vou tentar fazer com que isso não aconteça de novo, ok?

— Uhum... — respondeu ainda grudando no pescoço do alfa.

— Bom dia, meu bem! — o ômega disse se aproximando. — Você não imagina o desafia que foi colocar esse rapaizinho na cama — falou deixando um selinho nos lábios de seu alfa que aproveitou para acariciar a barriga que abrigava seu terceiro tesouro. — Ele estava um pouco manhoso, tem um dentinho bem chatinho nascendo, então uma febre fraquinha fica indo e vindo — informou colocando a mão na testa do filhote para conferir mais uma vez.

— Mesmo? Acha que precisamos levá-lo no médico? — o alfa questionou, sentindo seu coração apertar imaginando sua cria com dor.

— Não, não. É tranquilo, normal ele estar passando por isso. Ele só está crescendo. Certo meu bebê?

— Uhum, Haru tá clescendo. Haru vai ser irmãozão então plescisa clescer pra ploteger mamãozinho, né, papai?

— Isso mesmo, campeão! Vamos proteger sua mamãe e seu irmãozinho!

— Vou ploteger, ploteger — exclamou animadamente levantando as mãozinhas ainda no colo do pai. — Vou ser um alfa igual o papai — concluiu. Todos já sabiam que o filhote era um alfa, mais uma das coisas que tinha puxado do pai. Eren achava uma ousadia ter carregado aquela miniatura de Levi por 9 meses para depois ver que a cria não teria nada, NADA de si. Sua esperança agora recaia no filhote abrigado na sua barriga, devia ter alguma lei universal que faria com que o segundo tivesse no mínimo alguma coisa de si.

— Vai sim, meu, anjinho. Você vai ser um alfa muito bom igual seu papai é pra gente, tenho certeza disso — Eren disse estendendo os braços para pegar a criança. — Que tal deixarmos o papai comer? Vem com a mamãe, depois seu pai brinca com você, meu amor — agarrou o filhote que soltou um muxoxo por ter sido tirado de seu papai.

— Pode deixá-lo comigo, Eren — avisou Levi, estendendo a mão para mais uma vez pegar o filhote.

— Tem certeza? Você trabalhou a semana inteirinha e ainda teve que ficar até muito mais tarde ontem. Deve estar cansado. Eu fico com ele e você relaxa agora pela manhã — ofereceu o mais novo.

Levi sorriu, não sabia como tinha conseguido um parceiro tão bom. Eren tinha se formado em letras por amor aos livros, chegou a trabalhar um tempo em uma editora, mas depois de casado e com a gravidez do primeiro bebê optou por se tornar um dono de casa e mãe em tempo integral. A renda que Levi gerava era mais do que suficiente para a família, mesmo assim o alfa sempre incentivou o ômega a fazer o que lhe deixasse feliz, então entenderia se o ômega resolvesse voltar ao mercado de trabalho. Mas não podia negar a satisfação que sentia por saber que seu filhote estaria seguro sendo cuidado pela mãe durante o dia e que seu ômega estaria seguro e confortável em casa ou que pelo menos não precisaria se preocupar com as pressões que trabalhar fora poderia promover. Era um instinto alfa natural para ele.

— Tenho certeza, sim — sorriu. — Esse rapaizinho vai se comportar no colo do papai enquanto eu como, não é?! — levantou uma sobrancelha encarando um filhote mostrando que a pergunta era séria.

— Vou sim, sim. Papai pode comer, Haru ficar comportado.

— Viu, ômega? — piscou para o parceiro. Erem apenas revirou os olhos e lançou um sorrisinho cúmplice.

— Pode se sentar. Eu pego seu café — Eren foi para arrumar as coisas antes mesmo que o alfa pudesse questionar dizendo que poderia fazer isso ele mesmo.

— Sua mamãe se esforça muito — confidenciou baixinho para o filhotinho ao se sentar á mesa com o pequeno sentado em seu colo. Olhava o ômega com admiração e orgulho por tudo que o menor fazia por eles naquela família.

— Mamãe é super. Mamãe é inclível — o filhote acrescentou.

— Tem toda razão, meu filho. Toda razão. Ele é.

— O que vocês estão cochichando aí hein?

— NADA — disseram os dois juntos.

— Aham, sei. Isso mais me parece um complô. Vocês dois sempre se juntam contra mim. Muito injusto isso. Mas você vai ser aliado da mamãe, não é biscoitinho? — perguntou acariciando a barriga de 5 meses. Já sabiam que era mais um menino, mas não tinham decidido o nome ainda.

Eren deixou a caneca de café na frente do alfa.

— Haru, não fica tentando pular e fazer baderna no colo do seu pai, porque o café está quente e se cair em você vai fazer dodói, entendido?

— Sim, mamãe. Haru quietinho — prometeu.

— Bom menino — fez carinho na cabeça do filho.

Eren retornou para a bancada interna da cozinha e voltou com um prato com dois misto-quente, e um potinho com alguns biscoitinhos de maisena em forma de bichinhos que o filhote gostava.  Já tinha alimentado Haruki, mas sabia que o filhote não sossegaria, por isso colocou os biscoitinhos, assim poderia pelo menos manter as mãozinhas ocupadas e não passaria vontade vendo o pai mastigar.

— Mamãe não vai comer? Mamãe também não comeu com Haru antes — questionou o filhote inocentemente.

— Eren? — a alfa lançou aquele olhar que ele só lança quando está prestes a ter um pequeno piti (como Eren gostava de chamar, mas Levi odiava) de preocupação.

— Nem comece. Estou apenas com um pouco de enjoo nessa manhã. No almoço já devo estar disposto a comer.

— Sabe que a médica disse que não seria bom pular refeições — disse sério.

— Papai tá bligando com a mamãe? — perguntou confuso e triste de imaginar seu pai brigando com sua mãe.

— Não bebê, papai só está preocupado, ok? E, Levi, de vez em quando não faz mal. Pelo contrário, é melhor do que tentar me forçar a comer e depois passar mais mal — avisou.

— Tem razão. Mas se no almoço ainda não conseguir comer, tente tomar um dos remédios para enjoo que a doutora autorizou.

— Pode deixar, capitão Levi — fez continência tirando sarro usando o apelido que descobriu ser o usado em “segredo” pelos funcionários do escritório para se referir ao maior. Sabia que o alfa odiava isso, pois a própria colega de trabalho e amiga do maior, Hange, o havia confidenciado isso.

— CAPITÃO, CAPITÃO — a criança se animou com o apelido que já tinha ouvido a mãe se referir ao pai e o fazia se lembrar de um dos desenhos que mais amava Bob Esponja.

— Eren, não incentive nosso filho com isso — repreendeu, não de maneira verdadeiramente séria. — Para você, campeão, é papai, sempre papai, estamos entendidos?

— Sim, papai — respondeu logo em seguida enfiando um biscoito na boca.

— Bom filhote.

A família aproveitou o tempo que passaram conversando à mesa. Levi terminou de comer e ainda terminou com os biscoitos do filho que só comeu dois, coisa normal levando em consideração que Eren já tinha dado um ótimo café da manhã para seu bebê.

Assim que alfa e filhote voltaram para sala para aproveitar mais alguns desenhos pela manhã, Eren começou a fazer o almoço, algo bem simples considerando que nunca elaborava muito as refeições de sábado. Optou por fazer um strogonoff.

Depois do almoço eles resolveram sair em uma ida ao parque do condomínio. Estavam andando pela calçada.

— Haru não corra aqui. Espere até chegarmos no parque — Eren repreendeu o filhote depois de ter que dar uma corridinha para alcançar o pequeno espoleta que tinha se desvencilhado de suas mãos para correr atrás de uma borboleta.

— Mas mamãe... — fez manha.

— Sem mais Haruki. Obedeça a sua mãe ou vamos embora — avisou o alfa, mantendo um tom sério na voz para mostrar para o filhote que estava sério.

A criança fez um bico, mas voltou a segurar as mãos de sua mãe enquanto andavam para o parque. Levi era extremamente carinhosos com a cria, mas sabia sem dificuldade nenhuma impor respeito, não que o ômega não soubesse fazer isso, mas Levi era temido por todos (bem, todos os que não o conheciam), então até mesmo o filhote conseguia sentir a dominância do alfa mais velho.

— Pronto, meu anjo, chegamos. Agora você pode correr — disse o ômega soltando a mão do filhote, mas se abaixando para conversar com o pequeno o olhando nos olhos. — Você pode brincar no parque, mas não vá muito longe, ok? Esteja sempre...

— Onde a mamãe e o papai possam ver — completou o mais novo dos Akerman.

— Muito bem, mamãe e eu ficaremos naquele banco ali. Pode ir brincar com as outras crianças — e com isso a criança já estava quase na caixa de areia. Normalmente Eren ficava com ele, principalmente quando vinham durante a semana e não tem crianças para brincar, mas como se tratava de um fim de semana o parque estava com número bom de pessoas. Não vazio, mas também não muito cheio, proporcionando uma boa visão para acompanhar a criança.

— Eu avisei que você poderia ficar em casa e eu o trazia, ou todos ficávamos em casa e amanhã a gente vinha — lembrou o ômega. — Você precisa descansar, não tira férias a tanto tempo. Fico preocupado.

— Vir para cá também é tipo de descanso, poder me sentar ao seu lado em banco de parque, enquanto nosso filhote brinca e se diverte é um tipo muito bom de relaxamento — afirmou pegando a mão do esposo e a levando até os lábios onde depositou um beijo casto. — Mas em uma coisa concordo. NÓS precisamos de férias. Você dá tão duro quanto eu, e não te vejo reclamando por aí.

Eren corou um pouco, mas apoio a cabeça no ombro do alfa enquanto observava a brincadeira das crianças.

— Essa é a vida que eu escolhi, é o que me faz feliz. As vezes é bem desgastante, mas conseguir cuidar do nosso lar e filhote é muito recompensador.

— Onde eu fui arrumar alguém tão perfeito para mim?! — diz fazendo um leve carinho na bochecha do ômega.

Eles aproveitaram bem aquele dia e a noite o alfa leu uma história e colocou seu pequeno para dormir.