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História Nossa Ponte - Cap. 11 - Descobertas (Eunwoo)


Escrita por: pinkflower_

Notas do Autor


Oi pessoinhas! Adivinhem quem não morreu... Isso mesmo, euzinha!
Tô aqui, em primeiro lugar, pra pedir desculpas. Mais de um mês sem atualizar, eu fiquei muito triste e frustrada! Espero que não tenham me abandonado.
A real é que eu fiquei sem tempo nenhum pra escrever. Tinha tudo planejado e encaminhado, mas não conseguia tempo pra abrir o word e completar tudinho, do jeitinho que eu queria. Infelizmente, esse semestre eu tô com um professor que me odeia, o pior é que ele dá aula da matéria mais importante do meu curso (tô morta feat. enterrada por causa dele)!
Mas espero que as coisas melhorem. Bom, já falei demais!
Fiquem com mais um capítulo dessa história.

Capítulo 11 - Cap. 11 - Descobertas (Eunwoo)


Fanfic / Fanfiction Nossa Ponte - Cap. 11 - Descobertas (Eunwoo)

            A primeira coisa que percebo ao estacionar meu carro na garagem de casa, é que Moonbin já havia chegado. Logo estranhei, pois, teoricamente, ele teria aula até mais tarde, assim como eu. Deduzi que ele estava matando aula ou foi liberado mais cedo. “Será que ele está com Julieta?” Não, ela provavelmente está com o Jackson, seu colega de trabalho meio doidinho. A livraria onde ela trabalha não fica no caminho da faculdade pra nossa casa, não fazia sentido algum em Moonbin ter passado por lá. Eu mesmo só passei no local por que tinha ido pra casa da Judy antes. Pego a sacola da confeitaria no banco do carona e me recordo de como foi a primeira vez que eu e Ju fomos lá.

                                                                                   ~•~

Era inverno, o curto recesso de fim de ano havia chegado, finalmente. Julieta caminhava para o último semestre do terceiro ano do ensino médio enquanto eu iria para o segundo semestre de administração, para minha tristeza. Estávamos no quarto dela, o antigo quarto de hóspedes de minha casa, a garota lia um livro qualquer em sua cama e eu, sentado em um pufe ao lado da janela, observava a neve cair e se acumular na rua. Do notebook ligado ouvia-se uma música extremamente calma, alguma do Aquilo, Julieta adora ouvir isso enquanto lê. O meu nível de tédio era alarmante, por isso, desisti dos floquinhos brancos e passei a observar minha amiga.

Foquei, primeiramente, na capa dura de cor azul, eu podia ler o título em inglês, escrito com letras ornamentadas e douradas, parecendo ouro. “Romeo & Juliet”. Porque não estou surpreso? Ela estava deitada de bruços, suas pernas balançavam vagamente. Suas feições mudavam de acordo com o que a história contava, essa era a melhor parte de observá-la lendo, sua expressividade. Julieta era capaz de passar todo tipo de emoção sem usar uma palavra sequer. Seus olhos eram, realmente, janelas para sua alma, eles sempre a entregavam. Observei suas sobrancelhas se erguerem e seus lábios se separarem levemente, em sinal de surpresa, depois sua expressão se suavizou, um sorriso leve e de lado surgiu e seus olhos se fecharam levemente, em um eyesmile. Ela até mesmo deu um pequeno suspiro, parecia uma menininha apaixonada.

Normalmente, vê-la lendo era interessante, mas hoje eu me sentia muito agitado, estávamos de férias e eu queria fazer alguma coisa. Estava prestes a me levantar e ir atormentá-la quando a minha mãe entra no quarto toda sorridente e balançando um papel freneticamente. Eu e Julieta ficamos instantaneamente confusos, alternando nossos olhares entre nós e minha mãe.

-Adivinhem só o que eu ganhei!

-Por favor, me diz que esse papel na sua mão tem a ver com alguma coisa de loteria e que agora nós somos milionários!

-Aish! Quem me dera, pena que você errou Eunwoo! Eu ganhei entradas para a inauguração VIP daquela confeitaria nova que no centro da cidade, hoje à noite! Com direito a degustação de graça! – ela diz animada, eu nunca deduziria que ela tinha ganhado só aquilo. Julieta tentou esconder o riso diante de minha frustação.

- A senhora parece bem animada. Você vai com seu marido pra lá? – perguntou Julieta, com certeza imaginando que teríamos que ficar em casa para cuidar de meu irmão mais novo.

-Ah, não querida! Eu estou de dieta, não posso nem pensar em doces como os desse lugar. – respondeu com um muxoxo.

-Se a senhora não vai, por que está tão animada? Aish, omma! Não consigo te entender!

-Porque vocês são dois magricelos que não estão de dieta! – respondeu como se aquilo fosse óbvio e fizesse todo o sentido. – Quem vai pra lá é você, filho. E a Ju vai junto!

Nessa hora tudo fez sentido. Eu e Julieta nos entreolhamos e pude ver pelo jeito que ela sorriu que também tinha entendido o que minha mãe queria com aquilo tudo. Não passava de mais um plano pra que nós saíssemos em um “encontro” e depois assumíssemos nosso “namoro”. Minha mãe jurava que eu e Ju estávamos saindo e que namorávamos escondido. Era o seu sonho chamar a minha amiga de nora e oficializar a entrada de Julieta na família. Mas isso não iria acontecer, somos melhores amigos, seria muito estranho ter ela como minha namorada.

-Por mim tudo bem, senhora Cha. Não tenho planos pra hoje mesmo. – disse Julieta dando de ombros. Minha mãe torceu o nariz para o “senhora Cha”, mas logo sorriu novamente e voltou seus olhos para mim.

-Vai ser legal, também não tenho nada pra fazer. – falei tentando disfarçar a surpresa por Julieta ter aceitado tão rápido. Acho que ela estava ansiosa pra se empanturrar de doces, essa menina é uma formiga!

                                                                    ~•~

Aquele foi o dia em que Julieta me contou que faria a prova para intercâmbio universitário, fiquei muito feliz com isso. Na época eu já sabia que as chances de ela passar, ou até mesmo de receber uma bolsa devido às suas notas exemplares, eram altas, o que significava que ela permaneceria na Coréia. Também foi nesse dia que confessei minhas frustrações por estar fazendo administração, a única razão era que esse era o curso que meu pai queria pra mim. Ela foi uma ótima conselheira, foi graças a essa conversa que hoje eu estou cursando música. Naquela confeitaria nós prometemos, mais uma vez, nos mantermos unidos e fizemos planos de morarmos juntos quando ela e eu entrássemos para a faculdade, nos devidos cursos.

“Uma escritora e um músico, somos um belo par!” Penso enquanto destranco a porta e entro em casa. Aqui estamos nós, alugando uma das casas de minha avó, morando juntos. Quem diria? Logo que entro sou capaz de ouvir uma música vinda da sala. Julieta cantava com algum cara, mas eu não reconhecia a voz de quem a acompanhava, ela era familiar. Estranhei, mas preferi não interromper, provavelmente é um dos meninos. Era bom saber que ela está perdendo a sua timidez, ainda a farei entrar no grupo de canto da faculdade. Quando ando pelo corredor percebo que, apesar da música ainda não ter terminado, Ju e o tal “cantor supostamente desconhecido” tinham se calado. Me aproximo lentamente da entrada da sala e de repente me deparo com a última cena que esperava. Julieta e Moonbin se beijando no sofá da sala.

A alça da sacola de papel em minha mão quase sumiu devido à força com que a apertei. Meu peito começou a pesar, minha respiração acelerou de uma hora pra outra, tencionei a mandíbula e apertei os lábios. Raiva, ciúmes, tanto faz. Eu nem sei mais o nome disso, mas sei que faz meu sangue ferver e correr muito mais rápido. Só quero separar aqueles dois, socar a cara de Moonbin e gritar com Julieta. Qual é o problema desses dois?  Penso em me aproximar, mas não consigo me mover, minhas pernas pareciam feitas de chumbo. Aquela cena me parecia completamente errada. Como se estivesse explodindo, solto a única pergunta que veio em minha mente em um berro.

-MAS QUE PORRA É ESSA?

Os dois se separam e me encaram de olhos arregalados. Bochechas vermelhas e lábios inchados, pareciam envergonhados. E deveriam estar mesmo! Uma pouca vergonha dessas, durante o dia! Olhei para Julieta e ela parecia tentar recuperar o fôlego.  Julieta se colocou de pé, mas antes mesmo que pudesse falar qualquer coisa caminhei apressado até Moonbin, a ignorando por completo. Larguei a sacola de papel encima do sofá e me ocupei em puxar Moonbin pela gola de sua camiseta.

-O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? BEIJAR SUA AMIGA?

-Eu só fiz algo que já queria ter feito há muito tempo atrás. Não tem nada de errado. – Respondeu-me calmamente, com sorriso ladino. Aquilo só me deixou com mais raiva ainda. Afastei minha mão direita cerrei o punho, logo desferi o primeiro golpe, mas antes que pudesse socar a cara dele mais uma vez Julieta me empurrou e se colocou na frente de Moonbin e se afastando de mim.

-Eunwoo! Para com isso! O que deu em você? – Ela parecia preocupada com minhas ações. – Acho que você enlouqueceu de vez, só pode ser! – pergunta soltando uma risada soprada, cheia de sarcasmo, ela estava notavelmente indignada. Virou-se para checar o rosto de Moonbin que agora estava levemente machucado e vermelho.

-Eu enlouqueci? – Questiono mantendo meu olhar em suas costas. – Será que você não percebe o quanto isso é errado? Ficar se agarrando com seu amigo? E ainda escondendo isso de mim, mentindo pra mim! Logo pra mim?

Nesse momento ela joga sua cabeça para trás e dá uma gargalhada, como se eu tivesse contado a melhor piada do mundo. Ok! Aquilo foi estranho. Desvio o olhar para Moonbin, que está logo atrás dela, e percebo que ele está tão confuso quanto eu. Ela torna a se virar em minha direção me encara ainda com resquícios da risada em sua face. Respira fundo enquanto seca lágrimas imaginárias e me encara. Seus lábios indicavam divertimento, mas seus olhos demostravam um brilho perigoso que eu conhecia muito bem, a brasa já se acendia neles. Com certeza eu não estava preparado pelo que estava por vir.

-Então presumo que você ficaria muito mais confortável se eu estivesse me agarrando, até mesmo assumindo um compromisso sério, com algum idiota que costumava praticar bullying com você desde sempre. Estou certa? – Mais uma risada de escárnio e ela continua. - De esconder coisas e mentir você deve entender muito bem! Afinal de contas é exatamente isso que você tem feito comigo?

A observo sem acreditar no que ouvi. Ela, por sua vez, parece satisfeita com o que disse. Moonbin, que até então havia permanecido em silêncio, coloca uma de suas mãos no ombro dela e murmura algo para Julieta, mas não sou capaz de compreender muito bem. Soou como “Ju, mantenha a calma. Você não pode se estressar.” Mas ela apenas levanta a mão em sinal de dispensa do conselho. Agora ela estava séria, e me encarava com certa raiva, braços cruzados e lábios comprimidos.

-Esse não é o ponto dessa discussão. Achei que tivéssemos resolvido esse assunto. Eu nem me lembrava disso e acho que foi você quem me disse que já tinha se esquecido dessa besteira. – Ela apenas abre a boca, incrédula, desvia seu olhar para os lados, mas depois volta a me olhar. Antes que ela me interrompa, prossigo. – A gente já vinha saindo faz uns meses, tá? Eu nem pedi ela em namoro mesmo. Acho que ela deduziu isso pelo tempo que a gente vinha ficando. Nem é algo tão sério assim...

-Se não é tão sério porque você estava dormindo na casa dela “meio cansadinho”? – Ela pergunta fazendo aspas e imitando o tom de voz manhoso de Judy. Como ela sabia daquilo? – Nem mesmo atendeu o celular quando eu precisei de você! Nem mesmo pergunta se está tudo bem! Você, por um acaso recebeu meu recado? Acho que não, devia estar muito ocupado fazendo uma endoscopia na sua namoradinha.

Chocado, era a palavra que definia tanto a mim quanto a Moonbin. Já Julieta parecia abalada, e revoltada também. Em um movimento rápido ela puxa seus fios de cabelo pra trás e os prende com um dos elásticos que sempre mantinha nos pulsos. Me espanto ao ver pontos em sua testa, antes escondidos pela sua franja. A garota pega sua bolsa que estava esquecida no sofá e se afasta de Moonbin, me fazendo sentir certa satisfação em ver a mão dele pairando no ar depois que ela saiu. Porém, logo me sinto mal por vê-la tentar passar por mim. Estico meu braço e impeço sua passagem. Ela se encolhe diante de mim, o que me faz olhá-la com receio e mágoa, nunca a machucaria. Observo o corte suturado que ela tinha. O que havia acontecido?

-Você também não me atendeu quando te liguei mais cedo. O que aconteceu? Como você se machucou? - Falo enquanto seguro seu queixo e a forço a me encarar. Sentia a preocupação me preencher. – Eu tô aqui agora, me conta.

-Deixa pra lá. – Disse após um suspiro, afastando minha mão de seu rosto. – Eu vou subir pra tomar um banho, depois vou tomar meu remédio e tentar relaxar. Vê se não enche o saco do Binnie, entendeu? Não bata nele ou vai se arrepender! – Foram suas últimas palavras para mim. Ela olhou para Moonbin e deu um sorrisinho gentil, cujo me custou uma boa revirada de olhos. – É melhor você colocar gelo no seu rosto, assim ele não fica roxo. - Ele copiou o ato dela antes, e lhe dispensou um belo sorriso de bom grado.

Observamos a garota ir para o corredor em direção à escada, ela ainda para e me olha, como se estivesse me avisando que falara sério. Quando ela sumiu de nosso campo de vista passamos a nos encarar. Permanecemos em total silêncio até ouvirmos uma porta, muito provavelmente a do banheiro, ser fechada. Foi só então que o mais novo se dirigiu ao som, desligando o mesmo e desconectando o seu celular. Eu nem havia notado que toda nossa discussão teve trilha sonora. Ele caminha calmamente pela sala e junta tudo que ele e Ju, muito provavelmente, estavam comendo mais cedo. Dá as costas pra mim e vai em direção à porta da sala. Antes que ele saísse de vez resolvo me pronunciar.

-Por mais que o que eu tenha feito agora a pouco tenha sido errado, te considero um amigo Moonbin. Peço desculpas, mas quero deixar claro que fiz isso porque Julieta é como parte de minha família e, por isso me preocupo com ela. Espero, pelo seu bem, que você não a machuque, nem a magoe.

Ele nem mesmo se vira por completo, apenas me encara por cima de seu ombro esquerdo. Posso ver o local onde lhe soquei, apesar de ter pedidos desculpas não me arrependo nem um pouco do que fiz. Sua expressão era estranha, um misto de incredulidade com desgosto, eu acho. Mas ela logo se desfaz, dando lugar a um sorriso de lado, sem mostrar os dentes.

-Pode deixar Hyung. As partes de machucar e magoar ficaram por sua conta. Eu prometo ajudá-la a superar isso. Ela parece bem disposta a aceitar minha ajuda.

Com isso ele se dirige a cozinha e me deixa parado na sala. Fico observando o local em que ele estava antes de sair, eu fiquei completamente aturdido. O que esse moleque estava querendo dizer?  Se não tivesse ficado tão surpreso acho que teria voado em seu pescoço, mas ele realmente me pegou desprevenido. Eu tiraria essa história a limpo. 


Notas Finais


Eitaaaa... Esse Eunwoo tá muito esquentadinho, até a Ju ficou com medinho dele.
Será que a dica (bem direta) do nosso Binnie não foi suficiente pra esse lerdo perceber que Julieta gosta dele?
Ou será que ele vai entender errado já que ela tava beijando outro?
Vocês vão ficar sabendo no próximo capítulo.
Deixem seus comentários, suposições e opiniões! É importante pra mim :3
Mais uma vez peço desculpas pela minha demora em postar.

AAAAH! Eu tenho pensado em postar uns outros textinhos de minha autoria, queria saber se vocês estariam afim de ler ^^ Me digam nos comentários!

Beijos e até a próxima!


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