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História Nosso Amor - O parque


Escrita por: ElizabethEliane

Notas do Autor


Como vocês notaram eu não consegui postar na segunda, mas para compensar esse capitulo acabou ficando maior kkk.
Espero que vocês gostem e me perdoem pelos erros de português e concordância.

A música do parque seria essa:
Instrumental Chocolate com Pimenta - Além do Arco Íris (Circo): https://www.youtube.com/watch?v=Mfnmo1tLhng

E a música dos pombinhos:
Carly Simon - Moonlight Serenade: https://www.youtube.com/watch?v=MSg5S4pM2aU&list=PL0Q6naY1-XD7IGuveQyx1IW7aMRCKEBdw&index=175

Capítulo 16 - O parque


Fanfic / Fanfiction Nosso Amor - O parque

Candinho chegou todo alegre em casa após ter se encontrado com seu pai, e ficou ainda mais feliz quando encontrou sua mãe e o Professor bem juntinhos tomando um suco enquanto conversavam em pé na bancada de centro da cozinha.

- Boa tarde! – disse Candinho feliz interrompendo os pombinhos.

- Oh, boa tarde meu filho! Você já voltou? -perguntou Anastácia perplexa ao ver o filho na porta da cozinha.

- Já mãe! Faz um tempão que sai. – disse se divertindo com a desordem da mãe.

- Boa tarde Candinho. – disse o Professor quando finalmente notou a presença do rapaz.

- Mas que horas são? Acho que nós perdemos a noção do tempo professor. – disse sorrindo olhando para ele.

- Creio que sim! Até porque nós apenas iriamos tomar um copo d’agua e voltar.

- É verdade. – disse Anastácia tocando seu braço sobre a bancada.

- Arann, arannn. – pigarreou Candinho para eles.

- E então se divertiu? – perguntou Anastácia se endireitando e dando atenção ao filho.

- Sim, sim. O pai tava me contando as histórias dele de quando era pequeno. Aconteceu cada coisa que a senhora nem imagina. – disse feliz contando as novidades.

- Tenho certeza que ele tem muito para lhe contar. – disse Anastácia feliz por Ernani não perder o contato com o filho.

- Vejo que a senhora já está muito bem acompanhada. Vou aproveitar a deixa e ir para minha casa. – disse o Professor educadamente tentando se retirar. Não estava muito a fim de ter que ficar ouvindo Candinho falando sobre seu pai. Embora ele presasse a felicidade do menino, ainda assim, esse homem um dia foi o grande amor de sua amada; e talvez, apenas talvez, ele estivesse com um pouco de ciúmes.

- Ora Fessor, mas o senhor não pode ir embora na melhor parte! – disse agarrando o homem e ouvindo uma gargalhada de sua mãe.

- Candinho o Professor tem aulas para preparar ainda. – disse entre risos. – Acho melhor deixá-lo ir.

- Que aula o que mãe! Amanhã é finar de semana. – disse olhando para a mãe. – Só mais um minutinho Fessor.

- Tudo bem Candinho. – disse o Professor sentindo-se vencido. – Me conte. Qual foi a melhor parte do seu passeio?

- Fessor a melhor parte será amanhã! O pai deu pra eu 5 convites pra ir na abertura do parque de diversões da cidade.

- Que ótimo Candinho, fico muito feliz. Mas infelizmente seu pai não é muito bom de matemática não é mesmo? Vocês são em 4 e não 5.

- Mas um é pro senhor também! – disse como se fosse óbvio.

- Pra mim? Desde quando eu pedi alguma caridade dele? – bradou o Professor indignado.

Anastácia viu a cara de desanimo do filho e chamou o Professor para conversar.

- Professor venha cá por favor! – disse enquanto puxava seu braço e o levava para longe do filho.

- O que foi? – perguntou sem entender.

- Professor, Ernani quis fazer apenas uma gentileza. – explicou Anastácia calmamente.

- Ernani?

- Professor não crie caraminholas na cabeça sim. Ernani deve ter chamado a mim pois seria feio convidar apenas Candinho ou o Pirulito. E chamou o senhor também pois seria pior ainda ser convidada sem o senhor. Certamente Candinho deve ter falado do nosso compromisso e ele achou melhor convidar a todos nós.

- Anastácia eu não gosto de ser tratado como um inválido! Além do mais, pra que ele quer ficar conosco?

- Professor é isso que estou tentando lhe dizer. Não é porque fomos convidados por ele que temos que passar a noite inteira juntos. O parque é enorme, tenho certeza que poderemos nos divertir sem ser incomodados. – disse enquanto passava a mão no seu rosto gentilmente.

- Tudo bem, a senhora me convenceu. – disse beijando a palma da mão da amada.

- Candinho me desculpe por essa explosão. Pode dizer a seu pai que Anastácia e eu ficamos muito gratos pelo convite.

- E que hora nós vamos meu filho?

- Bom, o pai falo que pode ir a noite inteira. A gente pode ir na frente e ele encontra a gente lá.

- Tudo bem Candinho muito obrigada. – respondeu a mãe amorosamente ao filho.

Candinho saiu e foi dar a notícia a Celso, que obviamente saiu para comprar um convite para Maria e chamá-la para o passeio.

- Onde o senhor vai? – perguntou Anastácia ao ver o homem sair da cozinha e ir buscar seu chapéu.

- Vou me preparar! – disse veementemente.

- Se preparar para que? Nós estamos em guerra e eu não estou sabendo? – perguntou Anastácia ironicamente achando tudo muito estranho.

- Se preparar para conhecer o meu rival. – disse colocando o chapéu com força na cabeça.

- Professor o senhor não tem rival algum! Eu sou inteiramente sua. – disse ajeitando o chapéu em sua cabeça e lhe dando um beijo delicado. – Eu quero que o senhor vá em paz. O senhor fará isso por mim? -perguntou com uma voz doce.

- Como posso negar algo a senhora. – disse sorrindo a ela.

 

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Ao chegarem no parque de diversões o encontraram muito alegre e iluminado. Estava todo enfeitado com fitas e bandeiras coloridas, as luzes da cidade se confundiam com as minúsculas luzes enroladas em todos os brinquedos. Ao fundo ouvia-se uma música que vinha das caixas de som dispostas pelo parque. Para comer era possível escolher o que quisesse entre as mais diversas guloseimas, havia pipoca, maçã do amor, cachorro quente, algodão doce, morango com chocolate, e muitos sucos ou chocolate quente se alguém sentisse frio. Na área recreativa não era diferente, havia jogos de tiro ao alvo, jogo de força, um jogo de acertar o alvo e a pessoa cair em uma piscina cheia de bolinhas, um carrossel, fora uma enorme roda gigante no centro do parque.

Anastácia desceu do carro junto com Maria, Candinho, Pirulito e é claro Celso que estava dirigindo. Quando encontrou o Professor no meio da multidão não poderia ter ficado mais feliz. Na verdade, ele parecia muito elegante, havia penteado o cabelo, colocado um terno escuro e estava com os sapatos muito bem engraxados. O que ela achou estrando foi a gravata, que não era um acessório usual do seu guarda roupa.

- Como vai Professor? – cumprimentou Anastácia sentindo um perfume delicioso invadir seu nariz.

- Vou muito bem e a senhora? – perguntou o Professor beijando sua mão.

- Bem, obrigada!

Enquanto o Professor beijava sua mão, não pode deixar de admirar a beleza de sua amada, como sempre estava belíssima. Ela usava o mesmo vestido que usou no dia que descobriram sobre o falso Candinho, aquele lindo vestido azul com botões na lateral da barra da saia e um lindo batom rosa claro.

- Eai fessor não ta vendo a gente não? – perguntou Candinho se divertindo por ter deixado o Professor embaraçado.

- Me perdoem! – disse Pancrácio morrendo de vergonha. – Como vão Candinho? Pirulito? Celso? Maria?

- Eu vou muito bem Professor! Nunca vim a um parque de diversões, quero brincar em tudo! – falou Pirulito animado.

- Eu também to bem fessor. E brinco com ocê Pirulito! – disse sorrindo ao garoto.

- Onde está Alice e sua filha Maria? – perguntou o Professor achando estranho Maria não carregar as duas.

- Quitéria se ofereceu para olhar Aninha para mim, e Alice foi fazer companhia a Claudinho por não poder vir ao parque como as outras crianças. – disse meio tristonha.

- E eu convidei Maria para acompanhar-me ontem a noite mesmo! – disse Celso olhando alegremente para a moça.

- Bem já que todos tem os seus planos podemos nos encontrar aqui mais tarde o que acham? – perguntou Anastácia.

Todos concordaram e Anastácia deu dinheiro para Candinho comprar coisas para ele e Pirulito.

- E então onde a senhora quer ir? – perguntou o Professor com as mãos cruzadas na frente do corpo tentando agradar a mulher.

- Onde o senhor quiser está ótimo para mim! – respondeu com os olhos brilhantes.

- Então vamos apenas andar e descobriremos o que fazer! – respondeu sorrindo para ela e ofereceu-lhe o braço.

Os dois caminharam por entre as barraquinhas aproveitando a companhia um do outro, atento a todas as reações e a tudo ao seu redor.

- Venham! Venham! Acerte a argola e ganhe um prêmio! – gritava um homem de uma mesa de jogos. - O que acha senhor? Que tal dar um presente a esposa? – falou animado ao ver o casal passar.

Anastácia ficou vermelha com as palavras do homem e em apenas um segundo começou a sentir seu corpo tenso de nervoso pensando no que o Professor estava achando de tudo isso. Apenas quando sentiu o Professor acariciando sua mão para acalmá-la foi que voltou para a realidade.

- Quanto é? – perguntou o Professor apenas por curiosidade.

- Com apenas 2 cruzeiros o senhor tem 3 chances para acertar e escolher um prêmio. – disse o homem animado. – É muito simples, basta acertar uma dessas argolas naquelas estacas que o senhor ganha.

- Parece-me justo. Vou tentar! – disse decido tirando o dinheiro da carteira e entregando ao homem.

- O senhor tem certeza? – perguntou Anastácia desconfiada.

- Como dizia Sócrates “Só sei que nada sei”. Resumindo não tenho certeza de nada, mas achei justo pois no fim pagamos menos de 1 cruzeiro por chance.

- Então desejo-lhe sorte! – disse apertando sua mão em um gesto de confiança.

- Bem, vamos lá. – disse se virando para jogar.

O Professor tentou a primeira, e erro. Tentou a segunda e também errou. Apenas na terceira e última tentativa, quando já nem tinha mais esperanças foi que jogou e fechou os olhos para não ver o estrago e sentir-se menos humilhado.

- Professor o senhor conseguiu! – falou Anastácia eufórica perto dele.

- Consegui? – perguntou descrente.

- Sim! Abra os olhos e veja por si mesmo. – disse não se contendo de alegria pelo homem.

O Professor abriu os olhos e realmente viu uma única argola no meio da estaca na mesa de jogo.

- Muito bem senhor! Meus parabéns! – disse o homem animado. – E então o que o senhor vai querer?

Pancrácio olhou para Anastácia e chamou-a com o olhar.

- A senhora pode escolher. – disse apontando para todos os presentes pendurados na barraca.

- Imagine! É um presente do senhor para mim, conquistado com o seu esforço. A escolha e completamente sua. – respondeu amorosamente.

- Já que a senhora insiste. – disse o Professor olhando mais atentamente para os prêmios. Bem no canto havia um pequeno urso de pelúcia marrom com um lindo laço bege em volta do pescoço que estava chamando sua atenção, ele tinha certeza de qual escolher. – É aquele. – disse apontando para o urso.

- Aqui está! – disse entregando o urso ao Professor. – Tenham uma ótima noite! – disse cordialmente ao casal.

O Professor pegou o presente e caminhou alguns passos com Anastácia antes de entregar-lhe.

- Aqui, para você!

- Muito obrigada Professor, é lindo! O senhor tem um ótimo gosto. – elogiou enquanto admirava o ursinho.

 

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Candinho e Pirulito estavam de divertindo muito no parque, já haviam comido 2 cachorros quentes, 3 sacos de pipoca, 4 copos de suco e 2 maçãs do amor inteiras.

Fora que brincaram muitas e muitas vezes em todos os brinquedos do parque, o único problema era que Candinho não tinha o mesmo pique que o menino que era mais jovem que ele.

Apenas quando se encostou em um poste para descansar foi que pode ouvir uma voz lhe chamar.

- Candinho meu filho! – gritou Ernani vendo o filho se virar. – Que bom que o encontrei!

- Oh pai! Que saudade. Achei que o senhor nem vinha mais. – disse Candinho animado por rever o pai.

- Quase não consegui vir mesmo, mas promessa é dívida. – disse sorrindo. – E onde está sua família?

- Pirulito ta mais eu nos brinquedos; agora deve estar na última volta do carrossel enquanto eu descanso um pouco. O celso veio com a Maria e eu tenho quase certeza que eles tão namorando. – disse como se fosse um segredo ao pai. – E a mãe ta mais o Fessor passeando por aí.

- Que bom que todos se ajeitaram meu filho. -disse Ernani sorrindo, mas ainda estava um pouco sentindo por ter sido recusado por Anastácia. – E esse tal de Professor? O que ele faz?

- Ah o Professor Pancrácio é maravilhoso! Ele dá aulas de filosofia de vez em quando, sabe muito sobre a vida e os livros, e da muitos conselhos bons pra gente. – explicou Candinho muito feliz.

- E sua mãe está feliz? – perguntou curioso.

- Eu nunca vi a mãe tão feliz como agora! Ela fica toda bobinha apaixonada. O senhor lembra que eu te contei que eles se acertaram né?

- Lembro sim Candinho, lembro sim. – disse cabisbaixo.

- E a gente falando neles, olha só quem tá lá. – disse Candinho apontando para a barraca de doces. – Mãe! Mãe!

 

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- O senhor já está com fome? – perguntou Anastácia sentindo o estômago roncar.

- Nem tanto. – disse indeciso. – Mas a julgar o barulho que ouvi da senhora, creio que já está faminta. – disse se divertindo com ela.

- Que barulho? Não estou ouvindo nada! – afirmou Anastácia fingindo-se de desentendida.

- Este aqui! – disse colocando a mão na barriga dela.

Quando Anastácia sentiu o Professor a tocando tão livremente sentiu seu estômago embrulhar e engoliu em seco, não sabia se era pelo seu toque ou se por estarem tão íntimos em um lugar público onde qualquer um poderia vê-los. “Como se alguém fosse notar um casal de velhos não é mesmo Anastácia!” – pensou tardiamente.

O Professor apenas percebeu que ela havia se calado quando notou que ainda estava com a mão em sua barriga.

- Professor eu tenho algo a perguntar-lhe. – disse com os olhos vidrados nele.

- Então pergunte. – respondeu o Professor com o coração a mil.

- O senhor sentiu-se ofendido quando aquele homem achou que eu era sua esposa? Isso porque nem casado somos e sei que o senhor gosta das coisas tudo corretamente. – disse Anastácia rapidamente. – Oh meu Deus! Não pense que isso foi uma intimação para o casamento, longe disso. Eu só estava... só estava...

- Não fique nervosa. – disse colocando o dedo nos lábios dela para silenciá-la. – Como eu estaria ofendido estando com a mulher mais bonita de toda São Paulo. – disse arrancando um sorriso de seus lábios. – Além de nossos próprios pensamentos, nada está sobre nosso controle.

- Suas palavras me encantam. – disse Anastácia todo derretida em seus braços.

Quando eles estavam aproximando-se para se beijarem, o estômago de Anastácia fez um novo barulho e o Professor afastou-se.

- Acho que vou pegar algo para senhorita. - disse divertidamente. – Volto logo.

Anastácia não respondeu, apenas o observou sair e depois voltar com dois palitos de morangos cobertos de chocolate.

- Aqui, para a senhora. – disse entregando um palito a ela.

- Muito obrigada. – respondeu cordialmente e deu uma mordida em seu doce pois estava morta de fome.

Enquanto os dois aproveitavam seus doces tranquilamente, Anastácia pode ouvir alguém de longe gritar a palavra “mãe”. Quando reconheceu que era Candinho, olhou para os lados tentando detectar de onde vinha a voz. Quando o localizou perto de alguns brinquedos, viu Candinho, Pirulito e Ernani vindo em sua direção. Por um momento ela até tinha se esquecido que Ernani viria também. Mas havia uma pessoa ao seu lado que não esquecera; foi só virar a cabeça para o lado que viu o Professor estufar o peito e fechar a cara vendo o homem se aproximar dos dois.

- Ernani que bom revê-lo. – disse Anastácia cordialmente após os três pararem em sua frente.

- É um gosto ver te também Anastácia. – disse Ernani educadamente e logo depois ouviu alguém pigarrear.

- Ernani este aqui é o Professor Pancrácio. – disse segurando o braço do amado. – Creio que Candinho tenha falado para você sobre ele já.

- Falou-me sim. E muito bem! – disse tentando forçar um sorriso. – Muito prazer Professor Pancrácio. – disse oferecendo a mão ao homem.

- Muito prazer Senhor Ernani. – respondeu o Professor sem muita simpatia, mas mesmo assim pegando cordialmente sua mão.

Após esse ótimo começo o clima começou a ficar pesado, só não ficou pior graças a Pirulito.

- Olha a Dona Anastácia cheia de presentinhos! – disse Pirulito animado a ela. – Ganhou ursinho e tudo! – falou apontando a pelúcia em sua mão.

- Você viu que lindo Pirulito! Foi o Professor quem ganhou para mim! – contou entregando o urso para que o menino pudesse vê-lo mais atentamente.

- Apenas sorte. – resmungou Ernani baixinho para si mesmo.

- Como disse? – perguntou Pancrácio tendo quase certeza que ouvira corretamente. Ele já estava pronto para falar umas verdades a esse Ernani e colocá-lo em seu devido lugar.

- Bonito, não é Pirulito? – disse Anastácia nervosa tirando a pelúcia da mão do menino. – Veja só Professor a roda gigante acabou de parar. O senhor se esqueceu de que estávamos apenas aguardando os outros descerem para subirmos também? É melhor irmos agora antes que fiquemos sem lugar. – disse tentando arrastar o Professor pelo braço com ela.

- O que a senhora está fazendo? – indagou o Professor quando se afastaram do grupo.

- Evitando uma confusão. Agora venha e entre! – chamou Anastácia esperando ele sentar-se com ela na cabine da roda gigante.

O Professor sentou-se meio emburrado e os dois ficaram em silêncio observando a roda gigante subir.

- Professor o senhor não percebe? – perguntou Anastácia virando-se meio de lado para olhá-lo mais atentamente.

- Percebe o que Anastácia? – perguntou sem muita paciência.

- Para um filosofo há assuntos que o senhor tem a mente muito fechada. É claro que o Ernani está com ciúmes do senhor! Ele quer apenas te provocar.

- Infelizmente ele está quase conseguindo. – falou olhando atentamente para ela e revirando os olhos ao se lembrar da cara de deboche de Ernani.

- Professor... nós estávamos tendo uma noite tão linda. – disse pegando suas mãos com carinho. – Não vamos deixar que meros infortúnios desequilibrem o nosso paraíso. – disse tentando acalmar o homem.

- Concordo com a senhora. Me perdoe se quase a fiz passar vergonha. – disse beijando as mãos dela.

- Isso tudo já passou, mas realmente foi um primeiro encontro bem turbulento. – disse sorrindo. – Mas agora vamos voltar onde estávamos!

- E que lugar seria? Acho que minha memória anda falhando. – disse com um olhar travesso se divertindo com ela.

- Bem eu acho que nós estamos a noite toda tentando nos beijar, mas sempre parece que alguém ou algo nos atrapalha. – respondeu com os olhos cintilantes olhando para ele.

- Creio que agora não teremos mais nenhum empecilho. – disse o Professor se aproximando cada vez mais de seus lábios.

Quando estavam prestes a se beijar, sentiram um leve solavanco na cabine e abriram os olhos para olhar o que estava acontecendo. Olhando para baixo, perceberam que o moço que comandava o brinquedo apenas havia saído um pouco e deixou a todos presos em seus lugares para aproveitarem a vista.

- Parece que alguém está do nosso lado. – disse o Professor feliz por notar que estavam na cabine mais alta.

- Sem mais empecilhos! – disse Anastácia sorrindo.

- Sim, sem mais nada! -afirmou o Professor a beijando apaixonadamente.

Enquanto se beijavam, Anastácia colocou o ursinho sentado no pequeno espaço que havia entre dois. Como o Professor a estava tocando mais intensamente ela não queria perder o lindo presente que havia ganhado dele.

Pancrácio começou a beijar Anastácia como beijara normalmente, mas depois com mais vigor, ele estava aproveitando esse tempo que os dois estavam tendo sozinhos. Além disso ela havia demostrado várias vezes apaixonada que sempre seria dele, assim como ele era dela. Ele então a abraçou mais fortemente, passando a mão por toda a lateral de seu braço até chegar em sua mão que estava em seu colo.

Delicadamente, mas sem assustá-la ele continuou descendo a mão em direção a sua perna que estava dobrada. Nesse momento ele agradeceu aos céus pelas mulheres terem parado de usar meia calça, pois assim ele poderia sentir a pele dela em toda sua intensidade.

Devagar ele começou a subir a mão novamente tocando seu corpo pela abertura que a saia de botões proporcionava, e enquanto fazia isso, sentia ela o beijando com mais fervor; muito mais apaixonada.

Anastácia era uma mulher muito recatada, então é logico que os botões abertos em sua saia que já era abaixo do joelho não mostravam nada demais.

Surpreendendo a si mesmo, com muito cuidado ele soltou um dos botões e continuou as descobertas de seu corpo.

Quando Anastácia sentiu o Professor passar a mão sobre sua perna, era como se alguém estivesse passando uma tocha ardente sobre seu corpo; era como se cada parte que ele a tocava entrasse em chamas com seus toques. De repente ela o sentiu desabotoar uma casa de sua saia, e seu corpo começou a dar sinais de que talvez tudo fosse um pouco demais para ela. Seu corpo começou a tremer muito, ela não sabia se era de medo ou ansiedade, mas não importava. Quando ela se livrou de seu beijo para pedir que ele parasse, ele a surpreendeu e passou a beijar seu pescoço. Anastácia apenas abriu os olhos e viu as estrelas brilharem mais do que nunca enquanto ainda estava com a respiração descompassada.

O Professor ouvindo-a arfar em seu ouvido, tomou aquilo como um incentivo e desabotoou mais um botão de sua saia.

Anastácia se agarrou mais fortemente a ele, e estava prestes a dizer que parasse, mas para o desconforto menor dos dois, o maquinista havia voltado e eles sentiram a roda gigante começar a se mover novamente.

O Professor a olhou com os olhos cheios de desejos e enquanto se afastava, ficou reparando seu peito descer e subir até a sua respiração voltar ao normal.

Anastácia não sentiu nenhum desconforto com a saia mais aberta, ainda estava muito descente para uma senhora de sua idade. Eles apenas esperaram o maquinista abrir a porta para que pudessem descer em segurança.

Quando chegaram em solo firme, Anastácia segurou sua mão e juntos foram procurar por alguém que estivesse com eles.

- Pirulito onde está Candinho? – perguntou Anastácia vendo o sozinho em uma enorme fila cheia de desconhecidos.

- Dona Anastácia o Candinho e seu pai foram pegar sorvete pra gente, eu só fiquei aqui para guardar o nosso lugar na fila. – explicou naturalmente a senhora.

- Você pode fazer um favor para mim? Quando ele voltar, avise a ele que eu fui embora por estar um pouco cansada, e que o Professor Pancrácio acompanhou-me para que eu chegasse em segurança. – disse sorrindo ao homem.

- Sim senhora! – disse Pirulito sentindo-se muito importante por guardar esse recado.

- Muito bem! Divirtam-se e não voltem muito tarde. – disse amorosamente para o garoto. – Agora vamos Professor! – disse Anastácia se agarrando a seu braço com sua bolsa e seu lindo presente.

Felizmente ou não, Ernani conseguiu ver os dois enamorados conversando com Pirulito e depois saírem agarradinhos em direção a saída.

- Ta tudo bem pai? – perguntou Candinho vendo que o pai estava vidrado observando algo.

- Tudo sim meu filho. Foi apenas um devaneio. – disse dando um meio sorriso ao filho e pegando um dos sorvetes para levar a Pirulito.

 

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Os dois caminhavam silenciosamente, mas sem soltarem um do abraço do outro. Cada um estava perdido em seus próprios pensamentos.

Enquanto o Professor caminhava ao lado de Anastácia, sua mente parecia que estava clareando, e ele finalmente teve um choque de realidade em relação a suas ações. “O senhor é um homem ou um animal? Do nada começou a agarrá-la, praticamente estava quase a violando”, “E se alguém tivesse visto nós dois? A honra de uma mulher é o seu maior tesouro, e eu joguei tudo ao vento enquanto estava me aproveitando dela”, “A humanidade não demorou milhões de anos para evoluir e finalmente chegar onde chegou e o senhor não usar sua razão com inteligência e agir como um troglodita”, “Logo, logo ela terá repulsa do senhor! Por que não pode simplesmente parar e agir como um perfeito cavalheiro perto dela?”

Anastácia por outro lado estava tendo pensamentos completamente diferentes do dele; ela não podia negar que estava mexida com as atenções que o Professor estava dando a ela. No mesmo momento em que parecia que seus avanços eram sufocantes ou de certo modo até impertinentes, após um tempo eles pareciam cada vez mais corretos para ela. Ela não era uma mulher que vivia em uma caixa; ela já teve uma certa experiência de vida. Além ter se entregado muito jovem a Ernani, ela também teve uma vida com seu falecido marido, mas experimentar todos esses novos sentimentos e sensações a essa altura da vida, e ser retribuído com a mesma intensidade ou até mais pelo Professor era no mínimo excitante.

- Chegamos Professor! – disse Anastácia feliz olhando para ele e finalmente soltando de seu braço. – O senhor gostaria de entrar? – convidou ela abrindo o portão e olhando sugestivamente para ele.

- Eu creio que não devo. – respondeu com um leve arrependimento na voz. – Já está muito tarde para nós.

- Se o senhor diz. – disse Anastácia um pouco descontente.

- Teremos muito tempo para nos vermos. Agora a senhora e eu temos que descansar. – disse segurando suas mãos e beijando sua cabeça.

- Ah antes que o senhor vá... eu apreciei intensamente a sua companhia esta noite Professor! – disse Anastácia sorrindo apaixonada para ele.

- Eu também Anastácia, eu também! – respondeu olhando apaixonado para ela.


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado e até o próximo capitulo. ;)


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