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História Nosso Amor - Chegada


Escrita por: ElizabethEliane

Notas do Autor


Atrasou um pouquinho, mas espero que gostem.
Me perdoem pelos erros de português e concordância.

Capítulo 32 - Chegada


Fanfic / Fanfiction Nosso Amor - Chegada

Ding, dong.

- Quem será que é a uma hora dessas? – perguntou Filomena enquanto ajudava Alice e Pirulito a guardarem os brinquedos na sala.

- Não faço nem ideia Filó! – afirmou Candinho enquanto paparicava o filho em seu colo.

 

- Boa noite Dona Anastácia, Senhor Pancrácio! – cumprimentou o mordomo formalmente enquanto tentava pegar as malas das mãos de Pancrácio.

- Boa noite Seu Jacinto. Como vão todos? – perguntou Anastácia sorrindo enquanto retirava seu chapéu e luva e os colocava no cabideiro.

- Muito bem senhora.

- Boa noite Seu Jacinto. – falou Pancrácio o mais tranquilo que pode. – Pode deixar que eu mesmo carrego nossas malas por favor. Não a questão de formalidades aqui.

- Sim senhor. – respondeu o mordomo com a cabeça baixa, antes de trocar olhares com Anastácia.

O mordomo parecia ser bem mais velho que Pancrácio, nunca que ele deixaria o velho carregar as malas, sendo pouco ou muito peso.

Anastácia capitou o olhar do mordomo e também achou o Professor um pouco grosso, mas deduziu que era o stress da viagem, precisava acalmar e organizar as coisas.

- Por enquanto pode deixar as malas aí do lado Pancrácio. Vamos ver se ainda há alguém acordado, se não podemos subir imediatamente.

Pancrácio colocou as malas no canto da parede e seguiu a esposa em busca dos novos parentes.

- Mãe a senhora chego! – falou Candinho feliz ao ouvir o barulho do salto da mãe se aproximar da sala.

- Olá meu filho! – falou beijando a cabeça dele e lhe dando um meio abraço enquanto ele estava sentado com o bebê no colo. – Estava com muitas saudades desse pequeno! – disse enquanto passava os dedos delicadamente pelas bochechas da criança.

- Boa noite a todos! – cumprimentou o Professor após chegar atrás de Anastácia.

- Boa noite Professor! -falou Filomena. – Nós pensamos que vocês dois nem viriam mais, que chegariam apenas amanhã. – falou após de levantar do chão.

- Houve um pequeno atraso no nosso voo, mas graças a Deus conseguimos chegar hoje. – sentou na poltrona do canto e bateu no assento para o marido sentar-se ao lado dela. – Estou morta de cansaço, tudo que mais quero é ter uma boa noite de sono para trabalhar disposta amanhã. – falou colocando as mãos no pescoço para massageá-lo.

- E vocês crianças, sentiram nossa falta? – perguntou o Professor.

- Sentimos sim. – falou Alice se levantando para dar um beijo na bochecha do senhor.

- Quase nada. – falou Pirulito ainda sentado.

- É mentira dele. – disse Alice recebendo um olhar bravo de Pirulito. – Toda vez que eu voltava da casa de Claudinho encontrava ele emburrado nos cantos ou fechado no quarto. – falou Alice no colo do senhor.

- Isso é verdade Pirulito? – perguntou Anastácia preocupada.

- Não senhora, é tudo impressão da Alice. A senhora sabe como essa menina é fantasiosa. – esclareceu Pirulito rapidamente.

Anastácia olhou desconfiada para o garoto, mas resolveu lhe dar uma chance de lhe contar a verdade mais tarde, caso contrário ficaria de olho em seus passos.

- Pois bem... então nossa pequena fadinha esta enganada. – disse tocando a ponta do nariz da menina e sorrindo. – E onde estão Maria e Celso?

- O Cerso e Maria tava.... – dizia Candinho.

- Titia! Professor! Que surpresa os encontrar aqui agora! -falou Celso mais alto que Candinho e apressou-se em abraçar a tia.

- Eu atrapalho algo? – perguntou sorrindo ainda nos braços do sobrinho.

- O QUE? Claro que não titia!

- Dona Anastácia, Professor! Que prazer revê-los. – falou Maria um pouco mais alto que o necessário.

- Pensei que encontraria todos dormindo já. Mas percebo que a casa ficou bem animada após a nossa partida. – falou Anastácia após abraçar Maria.

- Todos, menos um! – exclamou Pancrácio após sentir Alice jogando o peso em seu corpo, praticamente dormindo em seu colo.

- Me desculpe Professor, essa menina é muito levada. – falou Maria enquanto coloca Alice em seu colo. – Colocarei Alice na cama e já volto para servi-los.

- Não há necessidade Maria, nós já vamos nos deitar. – falou Anastácia se levantando do sofá e vendo o marido segui-la.

- Eu insisto. Ao menos um pouco de chá. – disse amigavelmente. – Tenho certeza que fará os dois dormirem mais confortáveis.

Anastácia olhou para o marido e ele estava sorrindo para ela.

- Logo voltaremos para um pouco de chá Maria. – falou o Professor amigavelmente e em seguida caminhou de volta a entrada.

- Onde o senhor vai? – perguntou ao ver que ele não estava atrás dela na escada.

- Pegarei nossas malas e em um minuto já subo. – falou antes de sumir de vista.

Pancrácio foi até o saguão de entrada e ficou abismado ao não achar nenhuma mala a sua espera, em seguida toda sua desconfiança virou uma mistura de ira com tristeza. Aquele mordomo havia levado para cima, sem que ele visse. Aos poucos estavam tentando mudar seu modo de viver, ele teria que ser mais insistente da próxima vez. Soltou um suspiro e foi atrás da esposa.

- A senhora sabia que não estava lá, não é? – perguntou ao encontrar ela guardando suas coisas no closet.

- Certeza absoluta eu não tinha, mas certamente tinha minhas suspeitas. – disse separando algo do armário para vestir.

Pancrácio sentou se na cama e olhou a esposa trabalhar, sem controle de si soltou um longo suspiro. Não queria discutir logo no primeiro dia com ela em sua nova casa, anda mais por assuntos tão triviais.

Anastácia ouviu seu suspiro e isso entristeceu seu coração. Por que ele não podia deixar as pessoas o ajudar? Ela não está mudando seu jeito de ser, são apenas alguns ajustes.

- Onde estão minhas coisas? – perguntou após um tempo. – Vou desfazer a minha também, assim podemos descer e depois dormir mais rápido.

- Ali no canto. – disse apontando a mala do outro lado ao pé da cama.

- E onde posso colocar? – perguntou indeciso.

- Aqui! Ao lado das minhas coisas. – falou sorrindo para ele. – Uma parte já foi separada para o senhor.

Pancrácio levantou e pegou algumas coisas da mala para guardar. Quando chegou até o armário, viu ele lotado com roupas masculinas, parecia que haviam acabado de ser confeccionadas. Além do cheiro de coisa nova, elas pareciam bem caras.

- O senhor gostou? – perguntou Anastácia atrás dele enquanto acabava de vestir sua camisola e esticava o braço em busca do roupão.

- Sim, são lindas. – diz forçando um sorriso. – Mas sem querer parecer ingrato, onde estão minhas roupas e livros antigos?

- Suas roupas estão aqui. – falou Anastácia indicando a lateral do closet. – Agora sobre os livros, Quitéria deve estar acabando de organizar tudo. Amanhã poderemos ver com calma.

- Certo. – falou Pancrácio enquanto pegava seu pijama e escolhia um roupão para descer com a esposa.

Os dois estavam fofíssimos andando de roupão sobre a casa, até parecia que eram casados a muitos anos ao invés de alguns dias.

Quando chegaram na cozinha para tomar o chá, encontraram uma bela surpresa os aguardando. Todos estavam com uma taça de champanhe nas mãos, menos as crianças, é claro.

Além do champanhe, a mesa estava decorada com vários doces diferentes.

- O que significa isso? – perguntou Anastácia sorrindo e roubando um docinho para colocar aos lábios.

- A ideia inicial era fazer uma festa de boas vindas para senhora e o Professo, titia. – falou Celso. – Mas como vocês atrasaram, nós pensamos que não viriam mais hoje à noite.

- Então deixamos as crianças comerem os salgados organizaríamos tudo amanhã para vocês.

- Quem liga para salgados? Esses docinhos estão ótimos. – disse comendo mais um e lambendo os dedos. – Não sabia que estava com desejo por doces, até começar a comê-los. – falou sorrindo.

- Agradeço a gentileza de todos vocês. – falou o Professor pegando um para experimentar também.

Após todos comerem um pouco, Celso fez um brinde ao casal e todos subiram para dormir, pois teriam um longo dia pela frente.

 

- Anastácia não sei se devo ir no mesmo carro que a senhora? – falou Pancrácio enquanto esperava o motorista trazer o carro ao lado da esposa.

- E por que não, eu posso saber? – perguntou Anastácia segurando sua bolsa um pouco mais apertado.

- Bem... eu sou seu funcionário. Não fica bem chegar no mesmo carro que a patroa. – falou sem rodeios.

- Antes de ser meu funcionário, como o senhor disse, o senhor é meu marido! – disse segurando sua mão. – Agora vamos, se não chegaremos atrasados. – falou ao ver Jairo parar o carro e abrir a porta para ela.

- Mas...

- Fique tranquilo. – disse passando a mão delicadamente por seu rosto. – Tenho certeza que dará tudo certo.

 

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- Bem, Professor Pancrácio, aqui na frente nós temos a loja da fábrica. É aqui que as pessoas veem quando não encontram nossos produtos nas vendas da cidade ou precisam de algum item de última hora. – falou sorrindo. – Está aqui é a Dona Firmina, nossa vendedora desde que a fábrica foi aberta. Ela já conhece o gosto de vários clientes, então sempre quando fazemos uma fragrância nova, ela sabe indicar a pessoa que combina mais com ela.

- Muito prazer. – falou a senhora de trás do balcão para o homem. – Muito bons dias Dona Anastácia!

- Muito bons dias Firmina! – respondeu Anastácia alegre a senhora.

Pancrácio ficou encantado com a delicadeza do lugar. Como antes não tinha dinheiro para se dar ao luxo de comprar nada dali, nunca se deu ao trabalho de entrar, mas o ambiente era bem aconchegante. As paredes eram pintadas metade com creme e metade com lavanda, ambos em tons bem claros. Além disso era repleto de plantas e uma música suave tocava ao fundo. Provavelmente paravam a música e colocavam para tocar Herança de Ódio na hora da radionovela.

- Agora por aqui Professor. - falou Anastácia abrindo a porta para ele e indicando um comprido corredor.

Eles caminharam até chegar a uma outra porta que Anastácia abriu e dava em uma sala enorme. Tão grande que se ele não estivesse enganado era do tamanho ou quase do tamanho do terreno da casa de Anastácia.

Ela o havia levado para a linha de produção dos sabonetes.

- Aqui é onde a magia acontece. – falou feliz olhando para ele. – Lá no fundo ficam as grandes máquinas onde são misturados os ingredientes até virarem quase uma cera. Depois eles são colocados em outra maquina que afunila essa massa e corta do tamanho correto. Em seguida ele é recebe nosso símbolo em cima e é resfriado para não ficar mole. Por último eles são embalados e devidamente empacotados, prontos para serem distribuídos por todo Brasil.

Pancrácio ficou admirado vendo-a contar com tanto carinho para ele de casa detalhe. Não era atoa que as produções da fábrica estavam de vento em popa.

- O cheiro aqui é maravilhoso. – disse encantado com o lugar. – Me lembra muito a senhora.

- Obrigada. – respondeu ficando ruborizada.

Ele sorriu e ficou ruborizado também após notar o elogio que fez tão descaradamente a ela.

- Pois bem, agora vamos para a parte de cima, ainda temos muito para ver.

- Sim senhora.

Pancrácio seguiu a mulher por uma enorme escadaria que os levava até o primeiro andar.

- Esta aqui é minha secretária, Adelaide. – disse indicando a jovem moça sentada. – É ela quem me guia a não esquecer de nada, tanto meus compromissos com futuros sócios, quanto coisas mais triviais do meu dia a dia.

- Bom dia senhora. – falou a moça sorrindo.

- Bom dia! – retribuiu a senhora. – Ah antes que eu me esqueça, este aqui é o Professor Pancrácio, ele será nosso conselheiro, mentor e psicólogo, sempre que precisar de uma visão mais clara das coisas, é a ele que deve recorrer.

- Muito prazer Senhor Pancrácio! – falou a jovem lhe estendendo a mão.

- É um prazer Adelaide. – falou o homem com um meio sorriso.

- Agora por aqui Professor. – falou Anastácia o chamando para que acompanhasse. – Aqui ao lado da mesa de Adelaide é a minha sala, se quiser posso mostra-la para o senhor mais tarde. – falou indicando uma porta toda decorada em cima de uma enorme porta de carvalho.

- Tudo bem.

- Ah antes que eu me esqueça. – falou caminhando em direção a uma porta no final do corredor e batendo antes de entrar.

- Dona Anastácia que prazer revê-la! – levantou-se o Doutor Araújo indo cumprimentar a patroa. – Celso estava me contando agora mesmo sobre a chegada repentina da senhora.

- É verdade titia. – falou Celso sorrindo. – Doutor Araújo também estava disposta a ajudar a fazer uma exposição de boas-vindas para vocês dois.

- Eu fico grata Doutor Araújo, o senhor está a tento tempo ao meu lado, que a sua família é como se fizesse parte da minha. – falou Anastácia feliz.

O homem olhou orgulhoso para a senhora e não tinha palavras para expressar o enorme prazer que tinha ao ouvir essas doces palavras.

- Deixarei vocês dois trabalharem, qualquer coisa é só chamar. – falou amigavelmente e fechou a porta. – Agora vamos onde o senhor ficará Professor.

- Eu também terei uma sala? – perguntou surpreso

- Mas é claro que sim. As pessoas precisam se sentir confortáveis para abrir seu coração ao senhor. - falou enquanto caminhava com ele em direção a uma sala virando o corredor. – Por favor pode entrar. – falou Anastácia lhe dando passagem.

O Professor receoso abriu a porta e ficou surpreso por tamanho carinho que recebeu da parte dela. A sala era repleta de livros, ao fundo uma enorme janela iluminava o local, e a frente estava sua cadeira e mesa de trabalho. Para quem chegasse e quisesse conversar, havia duas opções, ou sentar-se na poltrona confortável em frente a sua mesa, ou havia um divã na lateral do quarto caso precisassem de um pouco mais de tempo.

- Os funcionários agendaram uma hora com o senhor e virão aqui para pedir seus conselhos. Espero não ter sido insolente ao deixar o senhor com essa lista para começar. – disse meio sem jeito a ele. – Celso e Doutor Araújo explicaram quem o senhor era e deixaram a lista no refeitório para quem quisesse começar.

- Eu agradeço imensamente a senhora! - disse feliz antes de beijar sua mão.

- Pois o deixarei trabalhando. – disse sorrindo. – Nos vemos mais tarde! –  e fechou a porta.

Não passou muito tempo e logo depois que Anastácia saiu veio o primeiro funcionário.

Após escutar e dar o melhor conselho que pode, olhou a lista e viu que estava lotada até o final para o dia de hoje.

Depois de consultada oito pessoas, Pancrácio não pode negar que estava começando a ficar entediado. Não era que ele não gostasse de ajudar, ele adorava, mas estava se sentindo preso trabalhando naquela sala fechada. Ao levantar-se e olhar pela janela, notou algumas crianças brincando e uma delas correndo com um balão. Olhou mais atentamente ao redor e viu um palhaço brincando com elas e lhe dando presentes. Imediatamente lembrou de seus tão amados personagens e agora que se deu conta que nem sabia qual era o fim que a esposa tinha dado a eles, pois ela mencionou apenas suas roupas e livros na mudança para mansão.

- Com licença. – falou Anastácia após bater três vezes na porta e não receber nenhuma resposta.

- Anastácia me perdoe. – disse se virando para dar atenção a ela. – Não ouvi a senhora bater.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada com ele.

- Não, tudo na mais perfeita ordem. – disse sorrindo. – Fui apenas até a janela para tomar um pouco de ar.

- Pois bem. Eu terei que ir embora um pouco mais cedo para casa, a secretária já ligou para o motorista.

- Aconteceu alguma coisa? – agora foi a vez de Pancrácio perguntar preocupado.

- Não, está tudo certo! É apenas Quitéria que precisa de minha ajuda para resolver algumas coisas da casa. A questão é que eu gostaria de saber se o senhor poderia voltar com Celso hoje? Prometo que amanhã voltaremos juntos.

- Não há problema algum. – disse a esposa. – Espero que a senhora resolva seu afazer.

- Muito obrigada Pancrácio. O vejo mais tarde. – disse lhe soprando um beijo e fechando a porta.

 

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Anastácia desceu do carro na entrada de sua casa, o motorista aproveitaria o resto do dia para lavar o carro então não faria sentido guardá-lo.

Anastácia estava caminhando em silêncio em direção a casa quando ouviu um barulho entre os arbustos. Primeiro ela supôs ser um roedor qualquer, mas em seguida ouve um pequeno som baixinho, parecia humano. Conforme ela se aproxima silenciosamente para averiguar, identifica que o som em si é de alguém chorando.

Sentado no meio de dois enormes arbustos ela encontra ninguém menos que Pirulito chorando com a cabeça enterrada em suas pernas tentando abafar o som para que não fosse ouvido e nem visto.

Se ela não fosse atenta, tinha certeza que passaria despercebida pelo menino, mas ela não podia deixar o pobre coitado assim neste estado, estava lhe cortando o coração ver o menino sofrer e não saber o motivo.

- Muito bem rapazinho. Pode me contar tudo!


Notas Finais


Terminei hoje cedo, as pressas pra não atrasar mais, espero que tenham gostado.
O que acharam da foto do capitulo, combina ou não? Se tiver tempo e achar talvez eu troque depois, mas deixem sua opinião por favor.

Um grande abraço e até breve. ;)


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