História Nosso Amor Doentio - Passado.

KAROL ON

FLASH BACK ON

Pai: Até a semana que vem meu amor. – Meus pais se despediram de mim com um beijo na bochecha e me deixaram aos cuidados da dona Marrie.

Marrie: Não se preocupem, ela vai ser muito bem cuidada aqui, e como ela só tem 5 anos, vocês poderão ter visitas extras. – Ela falou simpática.

Meus pais finalmente me deixaram no hospital Klenek Berk, não é tão assustador quanto eu pensei, tem muitas crianças da minha idade.

Marrie: Venha comigo querida, aqui será o seu quarto. – Ela me levou até uma sala colorida com portas de vidro, uma cama, guarda-roupas, revistas, pufes e uma TV.

Eu: Uau, é muito lindo. – Entrei e coloquei minha mala em cima da cama.

Marrie: Que bom que gostou meu amor, aqui será sua casa, mas se você e comportar direitinho vai ser por pouco tempo, aí você vai voltar a sua vida normal. – Ela tinha um sorriso contagiante, lembrava uma avó falando com a neta.

Eu: Muito obrigada dona Marrie. – Ela assentiu com um sorriso e saiu do quarto.

Andei tomando os remédios e já me sinto melhor, não é 100%, mas como a dona Marrie disse, eu só preciso me esforçar.

XxxX: Olha a comida. – Apareceu um cara me entregando uma marmita. – Desculpe, nosso refeitório ainda está em reforma, vai ter que comer no quarto mesmo.

Eu: Tudo bem, quem é você moço? – Perguntei inocentemente enquanto pegava a marmita.

XxxX: Meu nome é Negan, sou um dos enfermeiros. – Ele disse enquanto saia do quarto, mas eu vi aquele quarto tão grande e fiquei com medo de ficar sozinha.

Eu: MOÇO. – Gritei para que ele voltasse.

Negan: Pois não?! – Ele apareceu novamente na minha porta.

Eu: Você pode ficar aqui comigo? – Ele suspirou e deu de ombros.

Negan: Eu já entreguei todas as marmitas mesmo. – Ele se sentou no chão, do meu lado e abriu a marmita dele.
 

Eu: Então... Me fala de você, o que você faz? – Comecei a comer a minha.

Negan: Nas horas vagas eu como criancinhas. – Fez uma careta e eu comecei a rir.

Eu: Não caio nessa, já sou bem grandinha. – Continuei comendo enquanto ele gargalhava.

Negan: Então ta bom, quando não estou aqui eu vendo carros usados, ainda moro com a minha mãe e meus melhores amigos são 30 anos mais novos do que eu, contando com você. – Me deu uma empurradinha de leve com o cotovelo. – E você?

Eu: Meu nome é Karol, tenho 5 anos e meu médico disse que eu tenho traços de duas doenças, uma é ninfomania que ninguém quis me explicar o que era, e a outra é sociopatia, que ninguém me explicou o que é também.

Negan: Uau, sua história venceu a minha. – Ele fez graça.

                                                                                1 ano depois

Já estou aqui á 1 ano, o Negan disse que eu só estou aqui por observação e que se eu continuar com o progresso eu posso ir embora daqui á 1 mês. Ele tem sido muito legal comigo, conversamos todos os dias na hora do almoço.

Ouvi um barulho na minha cela, era o Negan, ele estava atrasado hoje.

Eu: Oieee, tenho que te falar o que aconteceu no pátio hoje. – Olhei para ele que parecia de cabeça baixa e chorando. – O que foi?

Negan: Eu preciso de te contar uma coisa. – Ele se abaixou para ficar da minha altura. – A tia Marrie morreu.

                                                                      1 semana depois

Já tinha se passado 5 dias desde o funeral da tia Marrie, e todos ainda estávamos abalados, um homem muito sério, o seu Luís, tomou de conta do hospital, as crianças dizem que ele é o filho mais velho da Dona Marrie, eu custo acreditar, ela era tão doce e ele é muito amargo.

Tocou o sinal para irmos ao refeitório, que finalmente ficou pronto, mas assim que cheguei lá não tinha comida alguma e os funcionários pareciam bem agitados.

Eu: O que está acontecendo Luana? – Perguntei á uma coleguinha minha.

Luana: Não tem comida pra gente, parece que os funcionários estão brigando com o seu Luís, mas ele não dá bola.

Luís: ATENÇÃO TODOS. – Ele não estava de microfone, mas a sua voz era tão estridente que todos conseguíamos ouvir. – NÃO TEM COMIDA, VOLTEM PARA OS QUARTOS.

XxxX: Isso é um absurdo senhor, como ficarão as crianças?! – Um dos funcionários reclamou.

Luís: Elas vão superar isso, talvez amanhã eu compre umas bolachas pra elas.

XxxX: E elas vão viver disso?! Bolachas?! Eu vou ter que ligar para a polícia.

Luís: Se fizer isso vai pro olho da rua, a crise está feia meu amigo, vai conseguir sobreviver sem o seu salário?! – Ele disse num tom que eu conheço muito bem, era o mesmo tom que eu usava quando a minha sociopatia atacava.

Fomos mandados de volta para os nosso quartos, ainda com fome e cansados. Fiquei um tempo olhando para o teto, vendo se a fome passava, até ouvir um barulho na minha porta.

Negan: O Luís me mandou desligar todas as TV’s. – Ele estava sério, só começou a desligar os cabos sem nem olhar para mim.

Eu: Podemos ir lá fora? – Falei tentando tirar aquele climão.

Negan: Não. – Disse ríspido.

Eu: Hum, e que tal brinca de damas aqui mesmo? – Sugeri.

Negan: Não. – falou ainda mais rude do que antes.

Eu: Por que você ta assim comigo? – Perguntei triste, ele é o meu melhor amigo, o que está acontecendo?

Negan: Por nada, me deixa em paz. – Disse zangado e saiu rápido do meu quarto.

                                                                        6 meses depois.

Estou no meu quarto que um dia já foi colorido, agora as cores estão desbotadas e partes do papel de parede está rasgado, colocaram vidro reforçado na porta e barras nas janelas.

Desde que o Luís ficou no comando ouve poucas vezes que nos deram os remédios, as visistas foram suspensas e tive alguns distúrbios de raiva e destruí o meu quarto, mas isso não era novidade aqui, a maioria das crianças se tornaram agressivas por conta de suas doenças.

Negan não olha mais na minha cara, ele era o meu melhor amigo e agora simplesmente me esqueceu, não liga quando eu chamo ele nos corredores e somos proibidos de sairmos dos quartos.

XxxX: Olá. – Olhei para frente e era o segurança que vem aqui toda semana.

Somos castigados quando fazemos algo de errado, e eu tento fugir sempre, seja enganando os guardas ou tentando abrir a porta, semana passada eu consegui escapar, mas fui pega novamente e agora ele veio aqui para me castigar.

Luís: Pode deixar ela comigo. – Ele apareceu na porta e o segurança apenas saiu.

Eu: Por favor, me deixa ir embora. – Falei fraca.

Luís: Você anda escapando muito ultimamente, está na hora de você aprender uma lição. – Ele se aproximou com uma faca.

Ele segurou meu braços e começou a cortar com a faca, eu gritei muito alto, mas nada aconteceu, ninguém veio, ninguém apareceu, ninguém me ajudou.

                                                                     4 anos depois.

Estava em meu quarto como o habitual, até que comecei á ouvir gritos do lado de fora, isso não era tão incomum já que muitas crianças eram castigadas aqui, mas esses gritos eram diferentes, eram dos próprios guardas.

Eu me aproximei da porta para saber o que estava acontecendo, mas de repente um guarda todo ensangüentado cai na frente da minha porta com uma coisa que aparentemente era minha colega devorando o seu pescoço.

Luana: Karol, corre. – Ela abriu a porta para mim.

Eu: O que está acontecendo? – Puxei ela para dentro, era mais seguro.

Luana: Um dos funcionários me disse que tem um novo vírus que transforma as pessoas em zumbis, temos que fugir, rápido.

Eu: Está bem. – Peguei meus remédios e saí correndo junto dela.

Luana: Vamos por al... AAAAAAAAAARRRGGHH. – Uma daquelas coisas mordeu o pescoço dela. – Corre. – Ela suspirou antes de cair morta.

Eu saí correndo sem ver para onde ia, só queria que tudo isso acabasse logo. Encontrei o portão da saída, estava com alguns destroços porque o teto desabou, mas eu consegui escalar, quando olhei para trás vi tudo destruído, meus amigos morrendo e vi Negan matando várias daquelas coisas, apenas me virei e fui embora.

Finalmente saí daquele lugar, finalmente eu estava completamente livre.

FLASH BACK OFF