História Nosso Amor Doentio - Volta

KAROL ON

Depois que ouvi tudo aquilo eu finalmente havia me lembrado. Ela era uma das minhas colegas do hospital. Antes de mais nada dei um abraço apertado nela.

Natalie ficou sem reação, mas retribuiu o abraço mesmo assim.

Eu: Sou eu, eu sou Karol. – Falei me separando um pouco, ma logo ela me puxou de volta.

Natalie: Não acredito, eu nunca pensei que veria alguém daquele hospital de novo. – Me abraçou forte.

Durante alguns minutos tudo parecia bem, até que lembrei o que ela estava fazendo com o Carl e toda essa história de espionagem, então acabei com o abraço e dei um tapa em seu rosto.

Natalie: Ai. – Esbravejou com a mão no rosto.

Eu: Que história é essa de manipular o Carl para ajudar o pessoal do Símbolo á invadir Alexandria?!

Natalie: Desculpa, eu não sabia que você estava aqui. – Respondeu ainda esfregando a bochecha.

Eu: Mesmo se eu não estivesse aqui, por que trabalha para eles?

Natalie: Karol, sinceramente, olha para mim. – Ela apontou para o próprio corpo. – Não sei lutar e sou magra demais, o máximo que eu consigo é eliminar os meus inimigos, e os inimigos de outras pessoas, de longe, com armas, e em troca recebo suprimentos e proteção.

Eu: Ta, que seja, mas agora a gente vai para Alexandria e contamos tudo isso para o Carl e para o pessoal de lá, assim conseguimos achar um jeito de derrubar o Símbolo.

Natalie: Karol, tem certeza disso?! Porque vai por mim, o Símbolo é diferente de todas as comunidades que eu já vi, e olha que já conheci muitas.

Eu: Nós vamos tentar. – Ela assentiu ainda temerosa.

Demos meia volta e seguimos para Alexandria, o caminho todo foi bem silencioso, conversamos pouquíssimas vezes sobre assuntos aleatórios como “Por onde andou?” ou “Nossa, você está muito diferente”.

Luke: Então... Como é esse tal “líder” do Símbolo? – Perguntou curioso.

Natalie: Eu não sei, nunca vi ele, só conheci os “capatazes” dele, o lugar onde eles ficam tem uma sala que todos são claramente proibidos de entrar, pelo que eu soube é lá que ele fica e raramente sai.

Fiquei pensando nisso, se ela sabe a sala então poderíamos apenas entrar escondido e matar ele lá dentro e depois enfrentaríamos o resto da comunidade. Estava pensando nisso, até que uma pergunta me veio á cabeça.

Eu: Natalie, o plano deles era só para você fazer amizade com o Carl... Tentar transar com ele não fazia parte do roteiro. – Falei acusatória.

Luke começou a rir instantaneamente do meu ciúme, tanto que até teve que se encostar em uma árvore para retomar o fôlego.

Natalie: Não, mas... – Ela começou a corar. – Ele é bonitinho né?!

Eu: Uma gracinha, aliais, MINHA gracinha. – Ela me olhou espantada.
 

Natalie: Você é a menina que o Carl tanto fala?! – Formou um meio sorriso com um misto de espanto em seu rosto.

Eu: Sou sim, por quê? – Cruzei os braços.

Natalie: Nada não, é só que passamos tanto tempo falando de você que eu acabei pensando que você fosse uma bruxa cruel que partiu o coração do menino e agora eu vejo você, tão doce, quero dizer, mais ou menos. – Esfregou a bochecha novamente, provavelmente se lembrando do tapa.

Eu: Não parti o coração de ninguém, apenas reagi como qualquer um reagiria ao ser chamada de vadia pelo seu próprio namorado.

Natalie: Você transou com o Luke no mesmo dia que terminaram. – Dessa vez foi ela quem cruzou os braços.

Eu: E daí?! Sou uma mulher linda, livre e desimpedida, transo com quem me der na telha.

Natalie: Que seja, o Carl também é um homem lindo, livre e desimpedido, transa com quem quiser. – Brinco fazendo uma carinha maliciosa.

Karol: Vê lá onde você se mete hem. – Retribui a gracinha.

Finalmente chegamos aos muros de Alexandria, mas dessa vez entramos pelo portão da frente e assim que pisamos os pés na comunidade Carl apareceu com uma cara de espantado.

Carl: O que você fez com ela? – Perguntou um tanto quanto zangado.

Eu: É comigo isso aí?! – Não estava entendendo nada.

Carl: Você me seguiu de novo e agora apareceu com a Natalie, o que fez para ela vir até aqui.

Natalie: Carl, na verdade, eu tenho que te contar uma coisa. – Ela pareceu envergonhada.

Rick: Mas que merda está acontecendo aqui? – Ele se aproximou da gente.

Eu: Rick, essa é a Natalie, ela precisa contar algumas coisinhas para você e o Carl.

                                1 hora depois

Estava na sala da casa do Rick, Natalie já tinha contado tudo que havia acontecido e Carl nem sequer olhava na sua cara.

Natalie: Acho que o plano que a Karol disse pode dar certo. – Ela apontou para o mapa improvisado que ela própria havia desenhado do prédio onde eles ficam. – A gente entra no quarto do líder no meio da noite, ninguém vai ficar sabendo.

Eu: Podemos matar todos enquanto estão dormindo, assim cumprimos nosso trato com Hilltop e eliminamos eles de vez.

Natalie: Ótimo, prepare o pessoal, iremos precisar de todos dessa vez.

Eu e o Rick trocamos um olhar preocupado, Natalie estava contando com que todos de Alexandria saibam lutar, mas...

Eu: Natalie, não temos pessoas o suficiente.

Natalie: Como não?! Tem uma cidade inteira.

Carl: As pessoas daqui não sabem lutar. – Gritou do sofá enquanto mexia no seu chapéu.

Natalie: E agora? Eles são muito fortes, temos que ter muito pessoal, o lugar é um prédio, temos que ter várias pessoas, isso fora o transporte para levar todo mundo.

Rick: Temos o Salvadores, eles podem nos ajudar.

Natalie: Nunca pensei que ouviria isso. – Falou sarcástica enquanto analisava novamente o mapa.

Eu: Como assim?

Natalie: Nada, é só que eu já fiz alguns serviçinhos para eles, mas curiosamente eles nunca me pediram para matar o Símbolo.

Negan: Porque não era da nossa conta. – Entrou na casa. – É bom te ver Natalie.

Natalie: O prazer é todo meu, enfim, os Salvadores ajudam, já temos pessoas, precisamos de transporte.

Fiquei pensando por um tempo, até que lembrei que no Reino tem vários ônibus para o muro, mas alguns são apenas de reserva, acho que podemos usar eles.

Eu: Pessoal. – Eles me olharam. – Eu tenho uma idéia.

                                                                           1 hora depois

Acabamos de chegar ao Reino, todos de lá me olhavam com um misto de pena pelo meu pai e com curiosidade. Estava acostumada em ser o centro das atenções quando andava com a coleira da Shiva.

Eu estava com uma regata preta com uma calça também preta, um tênis all star branco e uma jaqueta amarrada na cintura, não quis colocar o “A” nessa roupa em respeito ao meu pai.

Entrei com Shiva por aqueles portões e Richard, o cara que ficou temporariamente no comando, logo veio me receber.

Richard: Entendi o que me falou pelo Walkie-Talkie, você prefere que eu arrume os ônibus agora ou...

Eu: Não. – O interrompi. – Primeiro teremos uma reunião. – Subi em cima de uma caixa de madeira para que todos pudessem me ver. – COMO LÍDER, PRETENDO SEGUIR O MODELO DO MEU PAI, TEREMOS UMA REUNIÃO E VOCÊS VÃO DECIDIR O QUE A COMUNIDADE FARÁ OU NÃO.

Saí de cima do banco e segui em direção á grande sala onde meu pai costumava ficar. Assim que todos estávamos lá eu sentei no “trono” e Shiva veio ao meu lado dando um rugido que fez com que todos ficassem completamente calados. (capa do cap, imaginem a Karol no lugar do Ezekiel).

Eu: Vamos começar.