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História Nosso fluxo perfeito - Capítulo 28 - "E eu não queria acreditar..."


Escrita por: Agattah_Morena

Notas do Autor


Boa leitura!💚

Capítulo 28 - Capítulo 28 - "E eu não queria acreditar..."


Fanfic / Fanfiction Nosso fluxo perfeito - Capítulo 28 - "E eu não queria acreditar..."

 

"E levantar nunca foi fácil..."
   
- Onde fica esse lugar?- Felipi perguntou.
   Já tinhamos chegado no centro, e lá estava eu, no meio de um parque, ouvindo Gabriel e Felipi discutirem sobre como chegar no tal lugar onde minha irmã tava. Eu não conseguia ouvir o que eles falavam, eram só vozes que soavam, mas eu não escutava, minha mente tava distante... Eu queria me manter ali, mas eu só conseguia pensar em como seria quando eu encontrasse minha irmã, em como vai ser, em como ela tá, em como eu lutei pra chegar até aqui... E em como eu vou ficar se acontecer algo com ela.
- Beleza, a gente vai amanhã.- Ouvi Felipi falar.
- Tudo bem ,Lia?- Gabriel me encarou. Talvez ele tivesse percebido que eu tava longe.
    Eu só balancei a cabeça.
- Eu vou comprar água naquela lojinha ali, e já volto tá.- disse, saíndo, e eles assentiram, eu não queria comprar nada, só caminhar um pouco.
     Cheguei na tal loja e assim que entrei, caminhei até uns salgadinhos.
" Pra quem queria água... Né Talia..."
     Eu peguei uns e já ia levar para o caixa, quando vi uma menina um pouco longe de mim, ela não parecia ser muito velha, segurava a mão de outra menina, uma bem mais nova. Mas eu não conseguia ver o seu rosto, era coberto com um capuz, na verdade, as duas usavam, mas a mais velha permitia que vissem melhor seu rosto.
      Por algum motivo, meu corpo paralisou, minhas pernas me proibiam de ir embora, meus olhos não piscavam... Aquela cena me chamou atenção, e eu não entendia nada até ouvir algo que me desesperou.
     " Vai Gi, me compra chocolate."
     " Não dá ,  você já tá com carie, quer ficar pior?"
      "Mais é só um pouco."
    "Tá bom , Júlia, eu compro..."
     Ela poderia não ser a minha irmã, e eu não tinha nenhum motivo sem explicação gritando dentro de mim, dizendo que aquela era mesmo a minha irmã. Mas mesmo assim, eu larguei os salgadinhos , ouvi o barulho do plastico tocando no chão. Meus olhos focaram na menina mais velha, os olhos dela pararam nos meus, e eu não sei se ela ficou com medo de mim por achar que eu era uma louca, ou tava fugindo de mim, mas ela saiu dali , a mais nova não tinha me visto, ela começou a correr com a menor até a saída, eu corria atrás dela. Saímos da loja, paramos num beco... Eu tentava correr mais rápido, mas elas já tavam longe demais, e quando dei por mim, um carro tinha vindo até elas, e a mais velha entrou, levando Júlia.
    Voltei correndo até o centro, e peguei meu carro. Eu não sabia pra onde elas tinham ido, não sabia quem eram elas, se era mesmo minha irmã, mas eu entrei rápido no carro e dei partida.
- Talia!- Gabriel gritou.
    Eu nem me importei, só tentei ir mais rápido, até me deparar com ele do meu lado.
- Tá louca, porra?
   Como ele me alcançou tão rápido?
- Eu vi...- gritei de volta, foi a única coisa que eu consegui falar.
- Viu? Viu o que??
- A minha irmã, Gabriel! Eu vi minha irmã!
- E tu acha mesmo que vai conseguir achar ela agora? Lia, pode ter sido qualquer menina! Tu tá cheia de nóia!!!
- Isso não é nóia, beleza? Vai embora, e me deixa em paz!!!- dessa vez eu não desviei meu olhar da pista.
    Ele não disse nada, continuou do meu lado, por um segundo, achei que seu carro ia bater no meu ou algo do tipo que me fizesse parar, mas não, continuamos correndo, como numa corrida, até que ele me passou, e eu já ia acelerar, quando ele se jogou com o carro na minha frente... E, com muito custo, eu parei.
- Tá doido??- Disse , saíndo do carro. Ele não fazia ideia do quanto tinha me deixado com raiva.
- Não, quem tá é você!!!- ele bateu forte a porta do carro.
- Eu só quero achar a minha irmã!- gritei.
- E eu, quero que tu continuei viva!- ele gritou de volta.
    E quando eu ia dar outra resposta aos berros, percebi que a gente tava no meio da rua, que pessoas nos observavam espantadas, que pessoas desviavam de nós, e xingavam....
- Eu sei me cuidar!- ele se aproximou de mim, tentei não falar tão alto.
- Não, não sabe! Se soubesse, não ia sair dirigindo feito uma louca, atrás de uma menina que tu nem sabe se é mesmo a tua irmã. Sem falar no Romano que tá por aí na nossa cola. Cê tá mesmo afim de morrer.
- Se eu tiver , o problema é meu! - fui o mais grossa que eu pude.
- Entra no carro!- ele disse rápido, e do nada, como se realmente mandasse em mim.
- Não.- dei de ombros.
- Entra no carro!- ele repetiu, um pouco mais baixo, só que com a mesma arrogância.
- Já disse que não!- desafiei.
    Eu não ouvi mais nada vindo da sua boca, ele "delicadamente" me arrastou pelo braço e me jogou no meu carro. Eu poderia gritar ou tentar me debater, mas ele era forte demais, e eu não queria causar escândalo. Ele ligou o carro e encostou, mas logo saiu do banco do motorista.
- O que cê vai fazer?- perguntei, por algum motivo, eu fiquei com medo.
- Cala essa boca! - ele gritou e saiu do carro, trancando as portas e me deixando ali, morrendo de raiva.
- Volta, Marins!!!- gritei. Mas ele não ouviu, e se ouviu, me fez de idiota e não olhou pra mim.
      Vi ele indo embora com seu carro, e isso sim me deixou com mais medo. Com mais raiva. O que ele queria? Me deixar louca?         
    "Eu vou te matar, Marins!"
[...]
  - Sai.-  aquele resto de aborto disse, seco, quando chegamos em casa.
 - Grosso, mau educado! - tentei não gritar, e saí do carro.  Ele saiu em disparada assim que eu coloquei os pés no chão, sem nem me dar uma resposta.
    Fui até a casa , quando eu ia entrar, vi Brian vindo até mim.
- Queria te ver, mas, achei que você estivesse ocupada, não tive coragem de atrapalhar, quer dizer, até agora.- ele sorriu.
- Eu tava um pouco, mas você pode vir quando quiser.- sorri.
- Então já que é assim, não vai me convidar pra entrar?- ele perguntou, calmo e educadamente. Brian é o tipo de pessoa que Gabriel nunca vai ser.
      Eu assenti, e entramos.
- Quer alguma coisa?- perguntei.
- Água.- ele respondeu. 
- Vai lá buscar.- disse enquanto fechava a porta.
- As pessoas educadas servem as visitas.- ele disse rindo.
-Cê sabe que eu não sou essas pessoas.- retruquei, também rindo.
    É,  talvez eu fosse parecida com Gabriel, mas nunca seria igual, nunca!
- Vou, se a Senhorita ir comigo, não quero me perder.- Brian chegou mais perto de mim e entrelaçou nossos braços.
- Tá...- sorri.
     Nós fomos até a cozinha , eu peguei água na geladeira e Brian se serviu.
- O que você vai fazer hoje à noite?
- Acho que dormir.- disse, encostada na pia, Brian tava na minha frente, encostado no balcão, segurando um copo d'água que ele tinha acabado de levar até a boca.
       Eu olhei de relance pro chão, e quando olhei de novo para Brian, ele tava mais próximo, o copo já não tava mais na sua mão esquerda, e suas mãos tocavam minha nuca.
      Eu poderia ter me movido, mas eu não me movi. Eu via nossas respirações se chocando uma contra a outra, percebi que as mãos dele me puxavam devagar, enquanto as minhas estavam soltas no ar, me aponhei na pia, para poder sair dali, mas ele, de uma forma tão simples e rápida... Colou nossos lábios.
     Gabriel é o cara mais cretino que eu já conheci. Ele é um play boy irritante que não consegue fazer as pazes com ele mesmo.
"- Qual foi mãe? Presente de aniversário antecipado?"
   Então, ele simplesmente enche o saco de todos à sua volta. Talvez na esperança de que eles fiquem tão infelizes quanto ele... Não, não é por esse motivo. O real motivo, é que ele precisa disso para se distrair e não morrer dentro da sua constante depressão.
"- Puta que pariu, garota! É surda?- a voz irritante daquele play boy soou. E eu pude ver que o mesmo me encarava inpaciente.
-Não!- Digo praticamente ignorando seu comentário e continuando em silêncio, sabia que se eu abrisse a boca, ia acabar falando merda.
-A Dona Ane me mandou te levar na loja .Então, anda logo que, já são dez horas e eu não tenho o dia todo!- ele disse rude.
-Custa ser mais educado?- ressalto.
-Não vou mandar duas vezes, esteja lá fora em cinco minutos, ou eu vou sem você!- ele disse e saiu."
    Ele é tão bipolar que, sim, ele ganharia o óscar de pessoa mais bipolar do mundo. Acho que dentro do seu corpo tem um sensor que apita quando ele tá sendo bonzinho demais, por isso da mudança tão rápida de humor... Ele tem medo de sorrir demais, porque não quer chorar demais. E aí ele é grosso, imbecil e cretino. Mas não importa quantas vezes ele brigue comigo, nada é tão ruim quanto quando eu não ouço sua voz. Porque mesmo sendo um total otário, eu amo ele, eu amo cada parte dele, amo todos os lados... Amo seu sorriso irônico, amo cada detalhe, e odeio admitir que o amo. Pra mim, pouco importa se ele é tão frio que chega a congelar a si próprio, pouco importa se eu quero mudar o mundo enquanto ele quer que todos se fodam, pouco importa se ele grita comigo...Eu também sei gritar.  Pouco me importa se ele não é educado, no fundo, eu gosto quando ele me chama de porra. 
    E sem permissão, naquele momento, meus pensamentos pararam em Gabriel, a imagem dele me veio na mente, a ignorância e a o olhar frio. E foi quando eu percebi que tudo aquilo rolou em segundos, eu revivi momentos em segundos... Minha boca ainda estava sob a de Brian, ele me segurava de leve, pela cintura. Eu tentei me afastar,  e quando eu consegui, meus olhos focaram no olhar frio que me encarava na porta da cozinha, o olhar frio que agora parecia decepsionado. Meu coração bateu mais forte, meu corpo todo tremia. Não sabia o que tava acontecendo comigo, mas um nó se formou na minha garganta.
         
- Gabriel...- ele nem me deixou terminar, sua mão fechou em punho, os olhos tão congelados, agora queimavam. Brian olhou pra trás, e por um segundo, achei que Gabriel fosse fazer algo, mas ele não fez,  apenas saiu dali.
     Pra mim, não existia mais Brian, eu saí correndo sem nem perceber ele ali. Tentei alcançar Gabriel, ele abriu a porta que dava para fora, e foi embora. Eu o segui, ele andava pela areia e subia até a estrada... Eu não sabia o que fazer,  ainda tava nervosa,  mas mesmo assim, por impulso, 
Gritei seu nome.
- Gabriel!- 
   Ele olhou pra mim, e eu juro que uma parte de mim preferia não ver aquela cara. 
- O que é?- ele disse, depois de levantar uma sobrancelha e me olhar com raiva, ele não tava tão longe de mim, eu podia ver isso.
- Eu só queria...- eu ia terminar, quando ele se aproximou e me interrompeu.
- Só queria o que? Dizer que não tava beijando aquele seu amiguinho?... Tudo bem,  eu acredito!- sua voz soava alta.
-  Não! Eu não ia te dizer isso! Imbecil!- gritei.
- Devo ser mesmo,- ele me encarava friamente.- Por que o imbecil te falou tudo aquilo ontem,e adivinha? Era verdade!
    Por mais que eu não quisesse, por mais que eu me segurasse... Eu não consegui, do nada,comecei a sentir lágrimas caíndo dos meus olhos. Eu queria me manter forte até o fim, não chorar na frente dele, não demonstrar minha fraquesa, mas o motivo das minhas lágrimas era mais forte que eu.
- Foi só um beijo...-minha voz saía um pouco baixa.
- Depois de ontem?- ele continuava firme, imponente, e me deixando mais fraca.
   Eu me calei, sei lá, não conseguia mais falar.
- Maldita hora que eu vi algo diferente em você. Tu é só mais uma puta!- ele se virou e voltou à caminhar.
- Espera, Marins!- eu peguei no seu braço... Eu chorava descontrolamente, e tava tão descontrolada que nem percebia.
- Me deixa em paz!  Me esquece!- ele gritou, rude.
- Continua o mesmo playboyzinho idiota de quando eu conheci, o que não ouve os outros e só vê o lado dele!
- Lados? - ele voltou a me olhar.- Vou te contar uma coisa, sabe aquela desgraçada que veio comigo até aqui? Ela já foi minha namorada, e no dia do enterro do meu pai e da minha irmã, ela chegou em mim e disse que não me amava, que ia embora, tava cansada de mim! Ela teve a cara de pau de falar isso enquanto tava na frente da sepultura do meu pai. Eu perdi irmã, pai , namorada... Tudo no mesmo dia, e pra tu pode não ser o suficiente pra alguém mudar tanto assim, mas pra mim foi, e eu mudei. E tu não faz a porra da ideia de como tá doendo agora. Eu olhei tanto para os outros, que esqueci de mim, olhei tanto para os outros, que me fizeram de otário! - ele gritava, eu via lágrimas nos seus olhos, e quando percebi, elas já tinham caído.
- Você é muito egoísta!- gritei.
    Ele tirou uma arma da cintura e veio até mim, apontou na minha cabeça. Meus olhos molhados encaravam os seus que agora estavam secos.
- Se eu fosse tu, eu sumia da minha vida! Não acha que só porque eu te falei umas "merda" ontem, eu não posso esquecer! - ele me jogou no chão, eu chorei mais...e mais... E quando eu gritei seu nome, ele se voltou para mim, levantou a arma e disparou...no meu braço,  por um segundo aquilo parecia não ter acontecido , até eu colocar minha mão ali, e ver sangue deslizando devagar, foi de raspão, mas eu senti como se tivesse arrancado o mesmo. Meu braço doía, sim, doía, mas não doía mais do que o fato de eu saber que quem fez aquilo, foi Gabriel.
- Some da minha vida, ou eu te mato tão fácil como matei tua mãe!
    E  eles dizem que, se você cair, tudo bem, você levanta mais forte. Mas, levantar? O que eles sabem sobre levantar? Falar sempre foi fácil, mas fazer... Agir... Nunca foi. Te mandam levantar, te convencem com esse ditado babaca, aí você levanta, ás vezes nem é porque você quer, muitas vezes porque é preciso, e outras, porque um ditado babaca te mandou. Felizmente, eu nunca ouvi ditado algum, eu só levantava porque eu precisava levantar, porque eu sabia que tinha que fazer isso. 
     Então eu levantei.... Cada palavra que eu ouvi, se guardou na minha mente, eu fiquei paralisada por segundos, mas eu levantei. Eu ouvi a pior coisa que eu podia ter ouvido na minha vida, mas isso não foi o pior, o pior foi ouvir isso dele. Assim como o tiro, ele não foi o pior, mas saber o causador da minha dor... Isso sim foi horrível.
      As piores coisas , se tornam piores quando o causador delas são as pessoas que você considerava as melhores.
      De pé, eu segurava meu braço direito, eu não soluçava, mas também as lágrimas não paravam de cair.
   Eu vi Gabriel entrar na casa.
 E eu não queria acreditar...
  A cena se repetio nos meus pensamentos.
  E eu não queria acreditar...
 Meu sangue pigava no chão.
 E eu não queria acreditar.
 Ele matou a minha mãe.
E eu não queria acreditar...
    Entrei em casa ,e no mesmo momento, Felipi e Brian saíram da cozinha e vieram até mim.
- O que foi, Lia? Lia?- Felipi me olhava assustado, amarrava um pano no meu braço, e eu não falava nada.- Lia! - ele gritou.
     Gabriel descia as escadas com uma mochila e uma mala. Sandra ia atrás dele. 
- Meu amor, como assim você vai embora? Pra onde?- ela perguntava, mas Gabriel não parou.
- Pra puta que pariu!- isso foi a única coisa que ele falou , antes de bater forte a porta e sair por ela.
- Cês brigaram?- Felipi continuava com as perguntas.
      Eu não sabia o que tava rolando comigo, eu não conseguia falar. Eu só encarava Sandra, que me lançava um olhar de ódio, mas nenhum ódio era tão grande quanto a minha angustia ,naquele momento.
 

"


Notas Finais


ATENÇÃO!!!!😱😱😱
Galera, n é nada demais...kkkk Eu só queria implorar para vcs, fantasmas, aparecerem!!! Bom, eu n queria tá pedindo nem nd, mas, eu preciso saber a opinião de vcs. Eu me esforço tipo; pra caralho, pra postar cada cpt, e vcs parecem q tão sumindo, e bem, esse tbm é um dos motivos para eu n prolongar a fic. 😳
E...se vcs dessem suas opiniões aki embaixo , eu ficaria mt feliz...
Era só isso... Vlw...💞
💛💙💜💚💓💕💞


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