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História Nosso Futuro - Consequências e Resgate


Escrita por: ellebrocca

Notas do Autor


Gostaria de parabenizar aqueles que acertaram o desfecho da minha trama através de suas teorias. Eu não podia responder os comentários pq eu poderia afirmar algo por acidente, e eu precisava guardar para quando o capítulo fosse lançado kkk
Mas agora vou responder os comentários de vocês através desse capítulo em diante, e mais uma vez agradeço por terem acompanhado a história até aqui s2

Boa leitura <3

Capítulo 14 - Consequências e Resgate


Capítulo Quatorze

 

Pov’s Jiraiya.

Consegui bater o recorde de tempo dos meus ensaios. Cinco horas seguidas apenas tocando, sem nenhuma pausa. Minha banda está desesperada para encontrar a perfeição em seus instrumentos, assim como eu. Nosso show de estreia está próximo, e todos sabem que irei iniciar a música de abertura com Tsunade, mas ela não pode vir ensaiar conosco hoje por estar exausta. Mas de qualquer forma, irei ensaiar com ela em casa.

Organizo minha guitarra em seu suporte e me despeço dos meus amigos antes de pegar o ônibus e seguir para a minha residência. Já passou do meio dia, e minha barriga chega a roncar pela enorme fome que estou sentindo, e me julgo por não ter ouvido o pedido de Tsunade sobre eu tomar café antes de ir, mas se eu tivesse feito isso teria me atrasado para o ensaio.

Assim que cheguei no meu prédio subo as escadas com dificuldade por causa da minha fome e exaustão, mas me alívio assim que vejo a minha porta no topo da escada. Ela estava apenas encostada, o que facilitou minha entrada. Tsunade deve ter sabido que eu iria chegar mais ou menos nesse horário.

— Hime, cheguei. — Anúncio minha entrada.

Não houve resposta. Sinto cheiro de queimado na cozinha, e me assusto com a fumaça saindo da panela. Deixo minha guitarra no chão e disparo até o fogão o desligando. O arroz havia queimado, e metade do almoço ainda estava incompleto. Fui para o quarto procurar por Tsunade, e nada.

— Hime? — A chamo. Vou para o meu estúdio, e nada, e não ser apenas meus desenhos e rascunhos de música espalhados pelo chão. O banheiro era o último lugar, então vou procurá-la, mas começo a desconfiar de que ela tenha saído e esqueceu de desligar o fogão. Mas assim que entro no banheiro tenho a pior cena que conseguiu ultrapassar qualquer pesadelo que tive. Tsunade estava caída inconsciente, e havia sangue em suas mãos e também pela pia. — HIME!

Me ajoelho ao lado dela e a seguro em meus braços, e retiro os cabelos que ficaram grudados em seu rosto. Entro em pânico. Seu nariz estava escorrendo sangue como um jato de água, e a raiz de seus cabelos estavam brancos. Sua boca, que antes era rosada e macia, agora estava seca e sem cor como a sua pele extremamente pálida.

— O que está acontecendo com você, meu amor? — Pergunto para ela, mas não tenho nenhuma resposta.

Isso pode piorar, e não posso ficar aqui sem fazer nada, preciso levá-la para o hospital. Seguro ela em meus braços e sigo para a sala onde estava meu celular e ligo para Ash como da última vez. Tenho sorte de ter o companheirismo dele para essas situações. Quando eu entrei no carro dele fiquei cercado por perguntas.

— Mas que merda está acontecendo com ela?! — Pergunta Ash pisando fundo no acelerador.

— Eu não sei! — Exclamo apavorado sem tirar os olhos dela.

— Madara não disse nada da última vez em que ela passou mal?

— Ele disse que ela teve só uma recaída.

— Que tipo de recaída te faz sangrar como um cadáver? Se meus bancos mancharem de sangue eu te mato, porque eu ainda nem terminei de pagar a parcela desse carro...!

— Cala a boca e só dirige!

Ash calou-se ao perceber que eu estava mais em pânico do que ele, então ele apenas focou-se na avenida enquanto eu checava o pulso de Tsunade a cada vinte segundos. Quando chegamos ao hospital Ash seguiu o caminho para a recepção, e eu levei Tsunade em meu colo. Os enfermeiros vieram me ajudar quando perceberam que ela estava sangrando e desacordada, e por esse motivo ela foi levada para a sala de emergência, e provavelmente Madara será avisado que sua sobrinha está precisando dele nesse momento.


Konoha — 3 mil anos antes.

 

Naruto e Shikamaru foram procurar por Kakashi no prédio Hokage, e o encontraram no antigo escritório de Tsunade. Os conselheiros estavam juntos, ensinando para o Hatake todos os deveres de que um Hokage deve seguir, mas eles foram interrompidos pelos Shinobis mais jovens.

— O que estão fazendo aqui? — Pergunta Koharu estressada por ter sido interrompida.

— Precisamos falar com o Kakashi-sensei. — Diz Naruto não dando importância para a conselheira.

— Imagino que deve ser importante para invadirem o escritório. — Comenta Kakashi sereno.

— É sobre o artefato Otsutsuki, precisamos analisa-lo novamente. — Diz Shikamaru.

— Os testes com o artefato já não foram encerrados?

— Sim, mas tem algo que eu quero checar. Desconfio que a viajem no tempo pode ser prejudicial, e preciso ter a certeza de que minha teoria esteja certa.

— Bem, ao contrário do Naruto, eu confio mais em você Shikamaru por ter um conhecimento tão grande. Se isso não afetar em nada e não trazer mais problemas, posso lhes dar a autorização para entrarem na biblioteca. — Kakashi abre a gaveta de sua futura mesa e pega uma chave, entregando-a para Shikamaru em seguida. — Juízo, vocês dois.

— Pode deixar. — Diz Naruto saindo às pressas com Shikamaru o seguindo.

Os dois shinobis subiram para o andar de cima e alcançaram a porta dupla que guarda a biblioteca particular dos antigos Hokages, e ao entrarem no local ficaram admirados com o tamanho da sala, e das tantas estantes com livros antigos. O artefato fora deixado dentro de uma caixa de vidro protegida com chakra, e havia um pergaminho de bloqueio em cima do cubo espelhado impedindo de qualquer pessoa retirar o artefato do local sem a permissão do Hokage.

— Você consegue tirá-lo daí? — Pergunta Naruto.

— Sim, foi eu que fiz isso.

— Claro que foi. — Resmunga Naruto.

Somente Shikamaru poderia fazer algo tão preciso e criativo para total segurança do artefato. O jovem Nara faz um jutsu desbloqueando o selo, desse modo eles poderiam levantar a caixa de vidro e pegar o artefato em mãos. E foi isso que Shikamaru fez. Com cuidado, ele posiciona o objetivo alienígena em cima da mesa a frente deles e pressiona um botão que ficava logo acima da cabeça da Tartaruga de metal.

O artefato cintila iluminando toda a biblioteca e a casca da Tartaruga se abre revelando sua fonte de energia. Naruto ficou de boca aberta ao ver o artefato ligado, mas ele quase perdeu a fala quando a Tartaruga de metal começou a falar com eles.

— Saudações, povo humano. Em que posso ajudar dessa vez? — Pergunta a Tartaruga com uma voz suave e robótica.

— V-Você fala?! Como isso é possível?! — Questiona Naruto incrédulo.

— Eu sou uma ferramenta tecnológica feita de uma fonte de poder avançado pelo Clã Otsutsuki. Meu trabalho é guiar aqueles que pretendem viajar por tempos distintos através de suas escolhas.

— Estamos com uma dúvida, e precisamos de respostas. — Inicia Shikamaru. — Alguns dias atrás encontramos você pelos destroços da Guerra, e por acidente você foi acionada e levou a nossa Hokage para outro ano. Se recorda disso?

— Meu upgrade de memórias afirma que sim, eu me recordo do incidente. Kaguya me perdeu depois de sua derrota, e fui danificado devido a sua queda. Aliás, agradeço você, jovem humano, que conseguiu me concertar.

— Voltando ao assunto, você levou a nossa Hokage para o futuro ao invés do passado. Precisamos saber em que ano da viajem ela foi levada.

— Aguardem um momento... — A Tartaruga inicia sons estranhos dentro de seu casco, algo como um apito, mas isso durou apenas dez segundos. — De acordo com meus dados, ela está no ano 3100, na futura Konoha, que agora carrega o nome de “Tokyo”.

— A aldeia tem outro nome? Por que? — Pergunta Naruto.

— Isso não importa agora. — Shikamaru ignora a pergunta de seu amigo. — Ouvi dizer que o nosso chakra é afetado quando usamos a viagem no tempo. Isso é verdade?

— Isso valia apenas para viagens ao futuro. Esse fenômeno acontece devido o meu usuário ir para um ano na qual ele não pertença mais. Desse modo, o seu chakra assim como a sua própria vida, começa a desaparecer de seu corpo.

— Essa não... — Suspira Shikamaru. — Era isso que eu temia.

— Como assim? O que vai acontecer com a Baa-Chan?! — Naruto precisava de mais informações, e ele não estava conseguindo entender a situação.

— Infelizmente, a Hokage de vocês está com os dias contados. Existe consequências quando você utiliza desse poder. — Explica a Tartaruga robótica. — Quando você viaja para o passado, você pode mudar seu futuro de uma forma feliz ou trágica. Na maioria das vezes, mudar o passado pode ser algo perigoso e caótico. Agora, quando você viaja para o futuro não existe chances de você mudar algo de sua vida, pois você não pertence mais aquele mundo. A consequência de você viajar para o futuro é a perda de sua própria vida pelo simples fato de você não existir naquele tempo, isso se o ano no qual você viajou for para mais de 100 anos. No caso da Hokage, ela foi muito além.

— A Tsunade-sama está a três mil anos de diferença da gente. — Continua Shikamaru. — Em outras palavras, ela vai morrer se continuar lá, isso se ela já não...

— NÃO! — Naruto bate seu punho na mesa fazendo o artefato vibrar. — A gente não pode deixar ela lá! Precisamos fazer alguma coisa!

— Quanto tempo ela tem de vida? — Shikamaru pergunta para o artefato.

— No máximo dez dias. Se o tempo esgotar restará apenas o pó do usuário.

— Faz um pouco mais de uma semana que o incidente aconteceu. — Analisa Shikamaru. — Droga, não temos muito tempo...

— Então vamos ir para Tokyo agora! — Insiste Naruto.

— Sem um plano de resgate? Não sabemos como é Konoha nesse futuro, muito menos as pessoas. Pode ser perigoso. — Diz Shikamaru analisando todas as possibilidades que podem acontecer nessa viagem.

— A Baa-chan é uma das poucas pessoas que eu considero uma família, assim como o Ero-Sennin foi pra mim. Eu perdi meus pais, perdi meu mestre, e agora eu não vou perder a Baa-chan!

Shikamaru suspirou fundo e pensou nas palavras de seu amigo. Ele entendia cada dor dele, principalmente na questão de perder um mestre, e ainda tinha todas as coisas boas que Tsunade fez para Konoha, como salvar sua família e todos os civis na batalha contra Pain. Se ele escolhesse deixá-la para morrer seria covardia.

— Tudo bem. — Decide o Nara. — Vamos resgatar a Godaime, mas primeiro nós vamos organizar um plano e preparar suprimentos.

— Obrigado, Shikamaru.

— Você faria o mesmo por mim. — Shikamaru bate no ombro de Naruto e juntos eles pegam o artefato escondidos e saem da biblioteca às pressas antes de Kakashi ou os conselheiros souberem que eles haviam furtado o artefato Otsutsuki.

 

Tokyo — 3 mil anos depois.

Pov’s Jiraiya.

 

Não suporto ver Tsunade com tantos tubos de oxigênio infiltrados em seus braços. É assustador. O máximo de tempo que consigo ficar sentado é de trinta segundos, depois disso começo a andar por todo o quarto com a ansiedade martelando meu peito repentinamente. Faz mais de uma hora desde que Madara veio examina-la, e até agora não deu notícias. Pelo menos a hemorragia nasal de Tsunade encerrou, mas ainda não consigo entender como que seu cabelo ficou branco nas raizes, sendo que o Byakugou deveria estar funcionando para esconder sua verdadeira aparência.

— Jiraiya. — Madara entra no quarto me pegando desprevenido. — Vem comigo, preciso te mostrar uma coisa.

Eu não sei o que é pior: Madara me chamar para ficar a sós com ele, ou deixar Tsunade aqui sozinha caso algo acontecer. Pelo visto eu não tinha muita escolha, então apenas o segui.

Quando chegamos em seu escritório a tela do seu notebook estava ligada mostrando todos os dados e resultados dos exames de Tsunade, e eu fiquei esperando Madara me dar alguma resposta. Ele sentou-se em sua cadeira e coçou seus olhos devido ao cansaço, e então me encarou com uma expressão na qual não consegui decifrar.

— Ela não está doente.

— O que? — Apoio minhas mãos na borda da mesa pelo choque do resultado dos exames. — Deve haver algum engano! Não tem como ela não estar com algum problema...!

— Jiraiya. — Madara me chama com a intenção de eu me silenciar, e eu o faço. — Eu refiz os exames mais de quatro vezes, de diversas maneiras diferentes. Deu negativo em todos eles, não há nada no organismo da Tsunade. Contudo... — Madara levanta seu dedo indicador e o aponta para um fichário logo na sua frente. — Tem algo acontecendo com ela, e não é nada de doença ou vírus.

Pego o fichário em minhas mãos e leio cada parágrafo, me contendo com uma avaliação tão surreal que nem mesmo eu acreditei quando li a palavra com meus próprios olhos.

— Envelhecimento precoce? — Leio o resultado para Madara, mesmo sendo ele quem o escreveu. — Que tipo de deficiência é essa?

— Eu não sei. É raro acontecer isso em um humano, pra falar a verdade, eu nem sei se isso já aconteceu algumas vez em toda a história da humanidade. — Diz Madara com uma expressão aflita e inquieta. — Eu mandei mensagem para todos os meus contatos que são profissionais na medicina, como eu, mas não obtive nenhuma resposta até agora sobre o caso.

— O que vai acontecer com ela?

— Ela está envelhecendo em um alto nível de velocidade. O resultado dela é tão precoce, que se continuar do jeito que está ela irá morrer antes do mês acabar.

Minhas mãos amolecem deixando o fichário deslizar por elas e cair sobre meus pés. Me apoiei com mais firmeza na mesa para não cair devido a minha pressão que baixou radicalmente pela notícia.

— Eu sei como se sente. — Diz Madara. — Eu estou apavorado, só de pensar que perderei minha neta por algo que não tem cura. Se eu pelo menos descobrisse o que causou essa deficiência, talvez eu poderia salvá-la ou aliviar seu envelhecimento.

Eu sei o que causou isso, e quero contar para Madara, mas como vou ter coragem? Onde arranjarei provas? E se eu for enviado para um hospício? E se eu tiver o mesmo destino que a minha falecida mãe teve? Fecho meus olhos, apertando minhas pálpebras com força para conter minhas lágrimas, preciso encontrar um jeito de salvar a Tsunade ao invés de chorar como uma criança assustada.

— Vamos encontrar um jeito. — Murmuro determinado a achar uma solução. — Sempre tem um jeito.

A porta do escritório de Madara é aberta, e uma enfermeira ruiva com olhos castanhos aparece segurando uma prancheta. Eu reconheço aquele rosto delicado e angelical de qualquer lugar. A reencarnação de Kushina.

— Doutor, sua neta acordou. — Informa ela.

— Graça a Deus. — Suspira Madara. — Obrigado por avisar, Evie.

Evie faz uma reverência breve e prossegue com seu caminho pelo corredor. Eu e Madara retornamos para o quarto de Tsunade e ao vê-la acordada assistindo as notícias na TV na parede alivia meu coração.

— Pequena.

Ela vira seu rosto para mim e abre um sorriso, me fazendo mergulhar em um mar morno e doce. Sento na maca para ficar de frente pra ela e acaricio seu rosto, sentindo o quanto sua pele estava seca e com algumas marcas da velhice nela, mas por sorte dela as marcas são discretas, algo que só percebemos se chegar perto de mais de seu rosto.

— Onde estava? — Ela pergunta com a voz fraca.

Ela parece estar tão frágil e exausta.

— Eu estava com Madara, discutindo sobre a sua saúde.

— E?

Ela estava ansiosa por uma resposta, eu via isso em seu olhar. Terei que ter coragem para dizer a verdade, mas para isso Madara não pode ouvir.

— Podemos ficar a sós por um momento? — Pergunto a ele ainda olhando para Tsunade.

— Vou dar dez minutos. — Diz Madara indo até a porta. Ouço seus passos pararem um poucos antes cruza-la. — Ash está aguardando na sala de visitas, irei permitir a entrada dele daqui a pouco.

— Claro.

Com isso, Madara foi embora fechando a porta atrás de si, agora, eu estava totalmente sozinho com Tsunade.

— Pequena, eu preciso...

— Shii. — Tsunade encosta seu dedo em meus lábios impedindo-me de falar. Ela parecia estar visualizando algo atrás de mim, e isso durou por poucos segundos. Por fim, ela desliza seu dedo diretamente para a minha mão. — Eu estava sentindo o chakra do Madara ainda na porta, agora ele se foi. — Saudades de quando eu também conseguia sentir os chakras das pessoas. — Me conte, o que aconteceu.

— Você está sofrendo um efeito colateral da viajem no tempo. Isso está te envelhecendo rápido, por isso seu cabelo está caindo e você está sangrando.

— Eu já suspeitava. — Ela confessa, e isso me pega de jeito.

— Como assim? Por que você não me disse nada?

— Eu não queria magoá-lo, estávamos tão felizes juntos. Pensei que eu poderia achar uma solução a tempo de me manter viva, mas... — Ela perde a fala e consigo sentir sua garganta pesando. Ela quer chorar.

— Pequena. — Encosto minha testa na dela, e ela chora em silêncio. — Eu vou dar um jeito. Eu vou procurar por todos os livros antigos, vou pedir ajuda para todos os médicos que eu encontrar, nem que isso leve meses.

— Esse é o problema, posso não ter muito tempo.

— Não pense dessa maneira! Sempre demos um jeito no nosso passado, podemos ter alguma chance nesse futuro. Eu não vou desistir de você tão fácil.

— E nem eu.

Ergo seu queixo e selo nossos lábios em um beijo de paixão. Mesmo que seus lábios não fossem mais os mesmo, eles ainda continuavam doces. Sinto ela recuando, talvez pense que eu não a aceite nesse estado, mas estou pouco me fudendo para a sua aparência. A puxo de volta para mim e aprofundo nosso beijo, e ela se rende. A lágrima que estava presa em seus cílios agora desliza molhando meu rosto que estava de encontro ao seu graças ao nosso momento e limpo o restante com o meu polegar. Eu te amo, Tsunade. Na saúde ou na doença, você sempre será perfeita pra mim.

***

Naruto estava verificando todos os seus utensílios na sua mochila para ter a certeza de que não havia esquecido nada. No atual momento, o jovem Jinchuuriki estava na floresta de Konoha, aguardando o retorno de Shikamaru, que meia hora atrás havia mencionado que tinha de fazer algo importante antes de ambos partirem com o artefato roubado. Naruto temia que Kakashi poderia ter descoberto o plano deles, e que a qualquer momento um AMBU ou Jounnin poderia encontrá-lo e aprisiona-lo. Mas pela sua sorte, Shikamaru retornou.

— Eu já estava ficando preocupado! — Exclama Naruto colocando sua mochila nas costas. — Onde você foi?!

— Buscar nosso reforço.

Logo atrás de Shikamaru estava vindo Sakura, Hinata e Kiba com seu cachorro Akamaru. Naruto ficou de boca aberta ao ver seus amigos se aproximando.

— Pensei que seria segredo nosso. — Diz Naruto sem entender o plano de Shikamaru.

— Você realmente achou que iríamos ficar de fora disso? — Sakura cruza os braços com uma expressão determinada.

— Isso é perigoso! Se Kakashi-sensei descobrir sobre o que estamos planejando vocês também vão estar encrencados!

— Que se dane! — Sakura demonstra não se importar com o que irá acontecer com eles. — É a vida da minha mestra que está em jogo. Você não é o único que a considera da família. Eu vou salvá-la por mim e pela Shizune. E além do mais, do jeito que você é um tapado só iria se meter em apuros em um mundo futurista.

— Obrigado pelo apoio, Sakura. — Resmunga Naruto ofendido pelo o que a sua companheira disse sobre a sua falta de raciocino rápido.

Isso causou algumas risadas de seus amigos deixando o clima mais agradável do que assustador, considerando o que eles estavam prestes a fazer.

— Eu fiz questão de montar uma equipe para resgate. — Diz Shikamaru. — Chamei Sakura para nos ajudar na defesa e ataque, caso a gente precise. O Byakugan de Hinata pode nos ajudar a encontrar o chakra da Tsunade-sama, e o Kiba com o Akamaru são especialista em encontrar pessoas através do cheiro a quilômetros de distância.

— Não há nenhum cachorro tão habilidoso quanto o Akamaru. — Kiba se gaba de seu cão e recebe um latido do mesmo.

— Por isso eu os chamei, seu lerdo. — Confirma Shikamaru.

— Eu nem sei como agradecer vocês. — Murmura Naruto com emoção em seus olhos.

— A Tsunade-Sama é importante para todos nós. Vamos trazê-la de volta. — Diz Hinata ansiosa para iniciar a missão.

Naruto sorriu para a Hyūga, causando um vermelhão no rosto da mesma por causa de seus sentimentos fortes pelo Uzumaki, mas todos estavam tão ansiosos em viajar pelo tempo que nem perceberam a coloração no rosto de Hinata.

— Todos se preparem, e segurem-se um no outro. — Diz Shikamaru tirando o artefato de sua mochila e segurando em suas mãos com firmeza.

Sakura segurou na roupa de Shikamaru, Naruto fez o mesmo e agarrou o ombro do Nara, e com seu outro braço livre segurou na mão de Hinata causando uma sensação calorosa em ambos. Akamaru ficou entre duas patas e fincou suas unhas na roupa de Kiba para segura-lo, e o próprio segurou na mochila de Sakura.

Shikamaru acionou o artefato, e todos ficaram fascinados em ver o objeto brilhando em um tom azul cintilante.

— Saudações, humanos. Destino da viajem? — Pergunta a Tartaruga.

— Ano 3100, cidade de Tokyo. — Escolhe Shikamaru.

Acionando recursos para a viajem. Carregando contagem regressiva... 10... 9... 8... 7...

Sakura olha para Naruto, e recebe o olhar do mesmo. Ambos queriam dizer a mesma coisa. Somos uma equipe, e vamos conseguir.

6... 5... 4...

Shikamaru aperta suas mãos com mais precisão no artefato, e Akamaru faz um barulho estranho com a boca demonstrando estar com um pouco de medo.

3... 2... 1...

O grupo de Shinobis é sugado por outra dimensão, e toda Konoha sumiu de seus olhos, assim como chão em que pisavam. Todos gritavam pela correnteza de vento que os levava por um portal que se assemelhava á túneis de aquarela. Cada um agarrou-se mais forte nas roupas um do outro para não se dividirem, e por fim, seus corpos foram jogados com força em um solo cercado por grama e terra fresca.

Hinata caiu em cima de Naruto por acidente, e ambos ficaram corados. Kiba sujou uma parte de seu rosto com terra, e Akamaru caiu com seu traseiro peludo próximo do rosto de Shikamaru. Sakura caiu em cima de seu braço, causando uma pequena lesão, mas por ela ser uma médica isso não seria problema, pois seu ninjutsu irá curá-la em questão de segundos.

— Todo mundo está bem? — Pergunta Naruto ajudando Hinata a se levantar.

— Mais ou menos. — Diz Shikamaru com dificuldade para tirar Akamaru de cima dele.

Kiba assobia chamando seu cachorro, e finalmente Akamaru sai de cima do Nara deixando-o respirar.

— Onde está o artefato? — Questiona Sakura curando seu braço.

— Está ali. — Aponta Hinata. O objeto estava a poucos metros de distância próximo a uma árvore, então a Hyūga foi buscá-lo e verificou se não havia nada quebrado. — O artefato está intacto.

— Menos mal. — Suspira Shikamaru limpando a terra de suas roupas.

Akamaru começou a latir chamando a atenção de todos, e em seguida demonstrou estar farejando algo. Kiba prestou atenção em cada movimento de seu cachorro, e seu nariz começou a captar um cheiro também devido seus habilites em rastreio. Isso era um dom especial de seu clã.

— Parece que a Godaime passou por aqui. — Anuncia Kiba. — O cheiro está fraco, mas ainda está impregnado. Da pra seguir.

— Ótimo. Todos fiquem juntos, e lembre-se, não estamos mais em Konoha. Fiquem atentos. — Lidera Shikamaru. — Kiba, pra onde?

— Por aqui. — Kiba monta em Akamaru como de costume e segue liderando o grupo.

Os jovens seguem por uma trilha, atravessando a pequena floresta até encontrarem uma trilha feita com concreto que levava a uma enorme cidade. Todos olharam fascinados e sem acreditar no que seus olhos viam. Uma cidade espelhada, com prédios enormes, carros, ônibus e pessoas com estilos de roupas diferentes.

— Que... Lugar... É esse? — Suspira Sakura perdendo o fôlego.

— É Konoha. — Responde Shikamaru. — Só que, mais evoluída.

— Cara, tem carroças metálicas por toda a parte, e sem cavalos! Como isso é possível?! — Exclama Kiba com seu queixo quase atingindo o chão.

— Por mais que isso seja fascinante, não podemos desviar nossa atenção. Temos uma missão para fazer. — Diz Naruto lembrando-se do motivo deles estarem ali. — A Baa-Chan está em alguém lugar dentro daquela cidade, e temos pouco tempo.

— Naruto tem razão, vamos prosseguir. — Concorda Shikamaru. — Kiba, por onde vamos?

— Por ali.

Kiba prossegue seu caminho com Akamaru, e o grupo enfim entra na grande cidade cada vez mais fascinados.

***

Pov’s Jiraiya.

 

O envelhecimento de Tsunade deixou seu corpo vulnerável, e ela fica exausta com facilidade. Observo ela enquanto dorme, massageando sua mão com delicadeza. Ash estava comigo agora, sentado na poltrona do outro lado da maca em silêncio assistindo o jornal na TV.

— Como vamos fazer o show amanhã? — Pergunta Ash. — Vocês deveriam cantar juntos na abertura, mas com a Tsunade nessa condição...

— Ela vai melhorar. — Digo esperançoso, mas por dentro, eu sentia medo.

— Jiraiya. — Ash se apoia na poltrona, e seu olhar é de aflição. — Olha bem pra ela. A Tsuna está doente, e até agora Madara não conseguiu encontrar nada que possa ajudá-la. Não faça isso com a mulher que você ama.

Eu estava negando tudo aquilo, pois é uma verdade muito dolorosa de aceitar. Mais silêncio se expandiu, e apenas a TV falava em torno dos nossos ouvidos. Ash se ajeita na poltrona novamente ao perceber que eu não iria respondê-lo, mas notei que ele estava insatisfeito.

— Estão falando do nosso show. — Comenta ele.

Viro minha cabeça vendo uma repórter japonesa dizendo sobre a minha banda e anunciando nosso show de estreia amanhã a noite. Ela estava na avenida principal, era fácil de descobrir por causa dos televisores nos prédios da avenida.

— Amanhã a noite acontecerá um dos maiores eventos da comunidade da music pop, e os ingressos para o show do The Sannins já estão esgotados! — Anunciava a repórter. — O show irá ao ar mundialmente e ocorrerá na arena de shows na cidade de Tokyo, onde grandes astros já se apresentaram como Black Pink, BTS, PSY e entre outras estrelas norte americanas e latinas.

Eu não estava com cabeça para assistir aquilo, então voltei a me concentrar no sono de Tsunade.

— Que coisa bizarra é aquela? — Pergunta Ash espantado com algo que está aparecendo na TV.

Viro a cabeça novamente por curiosidade e vejo um grupo de jovens usando roupas estranhas e com mochilas nas costas. Eles estavam atravessando a avenida sem olhar para os lados, e paravam no meio da rua para observar as pessoas em volta deles. O mais bizarro era o tamanho do cachorro que estava com eles.

— O Halloween já chegou, ou está rolando algum evento de anime que eu não to sabendo? — Ash volta a perguntar.

— São apenas jovens, talvez seja... — Perco a fala ao reconhecer um rapaz loiro que estava no grupo. Aquele garoto... Não pode ser.

Me levanto da maca sem desgrudar os olhos da TV e me aproximo do aparelho para tentar ver o rosto daqueles jovens. Sinto uma sensação no meu peito, algo como saudade e afeto. É tão estranho e familiar que chega a me assustar. Rapidamente o rapaz loiro olha para a câmera da repórter e volta a caminhar pela avenida seguindo seus companheiros. Todos os pêlos do meu corpo se arrepiam. É ele, o garoto dos meus sonhos e pesadelos. O rosto dele está em todo lugar: Nas minhas memórias, nas minhas pinturas, nas minhas musicas e no meu passado. Uma chama de esperança incendeia no meu peito, e percebo que existe uma chance de salvar Tsunade, e aqueles adolescentes são a solução.

— Ash, está com a chave do seu carro?

— É óbvio.

— Preciso do seu carro, agora!

— Tá me tirando, né?

— Me dê a porcaria da chave! — Quase avanço pra cima dele, e por medo do meu tamanho Ash me entrega a chave de seu carro. — Eu já volto. Fique com a Tsunade e avise os enfermeiros se algo acontecer.

Ando a passos rápido até a porta, mas Ash me chama.

— Espere! Onde você vai?

— Eu sei de algo que pode salvar a Tsunade, e vou buscá-lo agora.

Sem perder mais tempo fecho a porta atrás de mim e vou em direção ao estacionamento do hospital. O carro de Ash estava no centro, e assim que entro no veículo piso com força no acelerador ultrapassando cada sinal vermelho que eu encontrava. Preciso ser rápido, antes que aqueles jovens saíam do centro de Tokyo.

 

 


 

 

 

 



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