1. Spirit Fanfics >
  2. Not a love story >
  3. Against the wall - Donna

História Not a love story - Against the wall - Donna



Notas do Autor


Hummm... Então, mais uma vez Donna aparece aqui.
Surprise!!!

Capítulo 42 - Against the wall - Donna


Naquela manhã eu deveria ir aos registros públicos descobrir qual era o documento que Giuseppe havia protocolado há alguns anos, impedindo Ryan de fechar contrato com novos fornecedores do Colégio Gosling. Entretanto, enquanto eu caminhava pelos corredores abarrotados de estantes, cheios de caixas e mais caixas, pastas e mais pastas, papeis e mais papeis... acabei descobrindo mais do que deveria sobre a família Gosling. Descobri mais do que queria sobre Ryan.

- Oh, fuck...

- Shhhhhh!!! – a funcionária a quinze metros de mim chiou.

E apenas ali, lendo alguns documentos, descobri que eu amava aquele homem. E isso doeu.

A funcionária pigarreou mais uma vez. Eu detestava quando faziam isso para chamar a atenção. Era tão artificial e tão falso que chegava a irritar.

Voltei meus olhos para um dos vários papéis que havia chamado minha atenção segundos mais cedo. Tratava-se de um contrato entre Ryan T. Gosling e certo “Centro”, representados ali por Anastasia Buck Shoëler.

Porque eu estaria tão chocada? Anastasia era, ninguém mais, ninguém menos, do que a namorada do sr. Gosling. Porque Anastasia e Ryan assinariam um contrato? E que porra de “Centro” era aquele?

Olhei atentamente para a funcionária que me seguia desde que eu havia entrado ali. Ela estava distraída, mexendo no computador.

Peguei meu celular com cuidado e acionei a câmera. Tirei fotos de todas as páginas do referido contrato. Eu o leria mais tarde e interpretaria cada linha, cada clausula, atentamente.

Eu me sentia dolorida demais.

Folheei os demais contratos que o jovem sr. Gosling havia assinado. Uma boa parte deles citavam o tal “Centro”. A maioria deles tinham Anastasia como contratante.

Me questionei se a mimada mulher que eu havia conhecido alguns meses atrás seria realmente uma namorada ou apenas a certeza de que um negócio seria concluído.

Foi então que um termo chamou minha atenção: experimento financiado.

Olhei novamente para a funcionária; ela havia parado de digitar e me encarava. Encarei-a de volta, como quem aceita um desafio e ela voltou seu rosto para o monitor. Bom mesmo.

Passei meus olhos novamente pela página, tentando entender o contexto.

Experimento financiado. Colégio Gosling. Alunos selecionados. Recrutamento. Centro.

Havia um experimento financiado rolando no colégio e nada havia sido divulgado, nem ao menos sido dito a ninguém.

Se eu não estava sabendo, talvez nenhum professor ou coordenador também soubesse e isso queria dizer que talvez fosse algo tão sigiloso que apenas quem assinou aquelas páginas teria ciência.

Folheei o resto do contrato que tinha em mãos – sim, era um contrato – e cheguei à última página. Estava assinado por Ryan T. Gosling e outra rubrica que não pude compreender, identificado apenas como “representante do ‘Centro’”.

Grunhi.

Como uma quase-formada em Administração eu poderia dizer com toda a certeza que experimentos eram boas coisas. Ainda mais para escolas. Mas se eram sigilosos e nem mesmo o grupo docente estava sendo informado do que estava acontecendo, então algo estava errado.

Reparei que o contrato falava de alunos selecionados. Como selecionar alunos, se os próprios professores não poderiam dar sua opinião?

E esse financiamento? Para onde estaria indo? Quem o receberia, se o lucro do colégio vinha da renda paga pelos próprios alunos? Eu sabia disso, pois trabalhei muito tempo no arquivo e ainda tinha acesso aos balanços financeiros.

Balancei a cabeça, negando uma conclusão óbvia. Alguma coisa estava acontecendo debaixo do meu nariz. E não fazia pouco tempo.

Talvez... talvez Ryan não fosse o homem que eu pensasse que fosse.

Meu coração se apertou. Lembrei da forma como ele me beijou há algumas semanas, com ardor, paixão, abandono. Como se fosse o fim do mundo. Rangi os dentes ao pensar que ele não fosse quem dizia ser.

Limpei a mente e olhei novamente para a funcionária. Ela não estava mais ali. Olhei para todos os lados, procurando-a. Nem sinal da vadia.

Levantei-me, fingindo arrumar a bagunça sobre a mesa. Abri minha bolsa, colocando minhas canetas e meu bloco de notas. Num rápido gesto empurrei o estranho contrato para dentro dela.

Decidi ir embora. Até mesmo esqueci o que tinha de fazer nos registros públicos da cidade.

Caminhei apressadamente, subindo escadas e atravessando corredores. Assim que cheguei à rua pude respirar.

Peguei meu celular e disquei para um velho amigo.

- Agente Farrell – uma voz solícita respondeu do outro lado.

Respirei tranquilamente ao ouvir a voz dele.

- Colin – chamei – Sou eu, Donna.

Houve uma pequena pausa antes que ele voltasse a falar.

- Donna – seu tom era entre a surpresa e a incredulidade – Donna, é você mesmo? Você está bem? Onde está? Posso te buscar agora, se quiser.

­- Sim, sou eu! Eu estou bem – a torrente de perguntas havia me deixado confusa; mas eu o entendia, não nos víamos há cinco anos – Er... É meio complicado eu te explicar tudo pelo telefone agora, Colin. Preciso falar pessoalmente com você.

Eu sabia que ele estava rastreando a ligação. Era exatamente o que eu queria que ele fizesse.

- Hum hum – disse – Tem certeza que está tudo bem? Você parece confusa.

- E estou. Preciso de uma orientação. Me encontre na minha casa. A chave reserva fica no mesmo esconderijo de sempre.

Não encerrei a ligação; eu estava dando a ele tempo necessário para que podesse fazer uma varredura completa. Enfiei o aparelho na bolsa e fui direto para o carro. Tinha certeza que, onde quer que Colin estivesse, ele daria um jeito de aparecer aqui antes que meu turno no colégio tivesse terminado.

*-*-*

Eu não havia encontrado o sr. Gosling ao voltar para o colégio. Esse comportamento dele estava cada vez mais frequente e eu estranhava.

Ele havia enviado os irmãos Leto para uma reciclagem como uma espécie de punição por se envolver com alunas e desde então o diretor passara a administrar a cátedra de  Artes até que outro professor aparecesse.

Particularmente não vejo como que uma reciclagem possa se encaixar no quesito “punição”. Mas Ryan havia me dito aquilo com um tom tão funéreo, que imaginei se tratar de um treinamento muito pesado.

Eu voltava para casa à noite, pensando nessa e em outras coisas. Assim que cheguei em frente à minha casinha alugada (um lugar que adorava) abri o portão da garagem e estacionei, fechando-o e acionando o alarme.

Adentrando o local, percebi que o ar não estava parado, como sempre ficava quando eu passava um longo turno fora.

- E então? – perguntei – Foi difícil me achar?

Ouvi uma risada gostosa, franca e sincera. Não era irônica.

- Digamos que a informação já estava disponível – Colin levantou e acendeu um pequeno abajur ao lado do sofá – A pergunta foi apenas para despistar o grampo que colocaram no seu celular.

Joguei minha bolsa em um divã e pus as mãos na cintura. Estava boquiaberta.

- Grampo?

Colin acenou positivamente. Ele andou em minha direção firmemente e me abraçou. Um abraço apertado, de quebrar os ossos. Eu nunca pensei que ele fosse ficar com saudades, afinal, esse pessoal do serviço secreto têm muito que fazer e não tem tempo para ficar com saudades.

Pelo visto me enganei.

- Porque você fugiu, Donna? – ele perguntou, se afastando um pouco – Te procurei em todos os lugares. Eu disse que te ofereceria proteção.

Olhei para baixo.

- Eu não queria. Você deveria ter respeitado isso.

Colin Farrell era um agente da CIA que havia se misturado a alguns alunos de Literatura há alguns anos durante uma missão. Fez amizade comigo para chegar até o reitor da faculdade. A ligação que eu e o reitor tínhamos era... estreita. Estreita até demais.

E quando Colin percebeu que eu poderia me manchar com tanta sujeira, me ofereceu proteção, mas eu desconfiei. Dei a ele as evidências necessárias para que ele tivesse um caso. E quando o caso explodiu eu fugi. Troquei de nome, mudei de estado, troquei a cor do cabelo (ele estava castanho claro) e até mudei de estilo (na época eu era gótica; agora eu vestia terninhos e usava maquiagem leve). De Literatura, fui fazer Administração. E cá estou, no meio de outra confusão.

- Sim, eu devia – ele disse.

Ficamos um instante em silêncio.

- Bem, se há um grampo no meu celular, devo concluir que vocês o colocaram? – perguntei, caminhando em direção ao divã.

- Não – Colin suspirou – Não fomos nós.

Colin caminhou pela sala, passando a mão pelo rosto. Seu cavanhaque bem cortado e aparado nada tinha a ver com a barba mal-feita que havia ficado gravada em minha mente.

- Você está no olho de um furacão, Donna – disse – Novamente. Nunca vi alguém atrair tanta coisa assim para si mesma. Estamos investigando o Colégio Gosling e alguns dos recém-contratados. Temos fontes seguras no colégio que confirmam participação ativa de Ryan Gosling em uma organização que nasceu há alguns anos. Ele interessou-se por certo projeto e teria oferecido o colégio para a realização de determinados experimentos.

Engoli em seco, me lembrando do contrato dentro da minha bolsa. Ryan não seria tão burro, seria?

- Contrato? – Colin perguntou, olhando para mim.

- Hã? – caramba, eu havia falado tudo aquilo em voz alta?

- Você disse que Ryan não seria tão burro de fazer o quê? – Colin perguntou, caminhando em minha direção.

Ouvi passos no corredor. Havia mais alguém em minha casa.

- A organização de que falamos exige documentos escritos em seus negócios – uma voz conhecida ecoou pelo recinto, mas não consegui associa-la a um rosto; o corpo estava protegido pelas sombras e eu não podia determinar sua altura – Pode parecer burrice, mas não é. É uma maneira de amarrar o contraente a eles de maneira legal. Além do mais, você pode interpretar as cláusulas de várias maneiras. Apenas aqueles que assinam sabem o verdadeiro significado dos documentos.

- Mas isso é... ilegal – respondi.

- Experimente ler o contrato que você fotografou com bastante atenção – o homem nas sombras disse.

Tentei falar alguma coisa, mas nada saiu. Olhei para Colin e ele sorriu com um canto da boca. Como aquele homem sabia daquilo?

- Nosso amigo aqui trabalha para os dois lados. Ele traz informações de lá para nós, e leva informações deturpadas nossas para lá. Como Snape em Harry Potter, lembra? – Colin sorriu.

Olhei impressionada para o homem. Não sabia se devia admira-lo.

- É uma posição arriscada – eu disse.

- Por isso preciso de ajuda – rebateu – Eu sei que Gosling têm atração por você. Precisamos usar isso para obter certas informações que ainda não estão ao nosso alcance...

Levantei. Meu coração faltou sair pela boca.

- O quê?– pus as mãos na cabeça – Está louco! Não posso fazer isso!

Um pequeno silêncio incômodo surgiu na sala.

- Você se esquece que somos agentes do governo. Não pedimos. Ordenamos – o homem nas sombras falou; sua voz... me era tão familiar. Mas o leve eco que fazia no corredor me prejudicava de identifica-la – E tudo o que ordenamos é uma ordem direta da Presidência. Caso contrarie nossas ordens se tornará inimiga dos Estados Unidos da América.

Houve um branco em minha mente. Um branco total. Eu estava sendo ameaçada... Novamente.

- Sua fuga cinco anos atrás impossibilitou-nos de limpar sua ficha – Colin disse e eu voltei minha atenção a ele – E agora você porta documentos falsificados.

Sabia que Colin ainda era meu amigo e que não colocaria essa amizade de lado se não fosse algo importante. Deus, no que Ryan havia se enfiado? No que Ryan havia me enfiado?

- Pelos céus, isso não é nada bom – gemi.

- Você não entende, O’Brien – o homem nas sombras disse e a velha sensação de mau presságio se apossou de mim – Nada boa é a situação em que você se encontra. Ainda estamos segurando bem a situação porque sabemos que há razão dentro de sua cabeça. Agora, tente imaginar como sua vida viraria um inferno quando adicionarmos uma denúncia de conspiração à sua ficha?

 


Notas Finais


Hummm... Agente Colin Farrell <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...