História Not a sad ending - Onde tudo começou

           Inglaterra, janeiro de 1938
Acordei 4:30 da manhã e não consegui mais dormir, baixinho, eu ouvi um,  som de choro vindo da grande sacada, e como eu era apenas um pre adolescente de 13 anos e ainda  ao via malícia no mundo, eu logo fui ver o que estava acontecendo. 
Sempre que eu via um dos meus amados país chorando, meu coração se quebrava em mil pedaços, e dessa vez não foi diferente, a luz da lua batia no rosto molhado de meu pai, que derramava lágrimas e mais lágrimas de dor, e como qualquer filho faria , eu logo me assustei e corrigir para seus braços,  que me envolveram como se sentissem minha falta. 
Eu não sabia o que estava acontecendo e mesmo assim não quis perguntar, já que, de alguma forma, sabia que essas lágrimas haviam sido guardadas a tempo. 
Mamãe sempre diz que ele nunca foi o mesmo depois da grande guerra, sinceramente eu não sabia o que ele havia visto lá, mas já era tempo de ter superado, né? E mais, eu e mamãe o amávamos de mais, não era o suficiente? Vovó e vovô o amavam também, não bastava?
- Filho – ele disse com uma voz embargada devido às lágrimas- sente, vou contar uma história, mas você tem que me prometer que nunca contará isso a ninguém,  nem a mamãe 
- Tudo bem papai
- “ Há horrores em uma guerra que nem meus piores pensamentos chegaram perto, jamais pensei que veria o que vi, jamais pensei que faria o que fiz. Ainda sinto o vento frio europeu batendo em meu rosto, o cansaço invadindo ,minhas veias. Era inverno de 1917, eu e Thomas estávamos  no quartel nos arrumando para a próxima invasão. 
Thomas estava no salão geral enquanto eu fui ao banheiro e acabei ouvindo o que não devia , as palavras ainda pesam sobre meus ombros.
- General Costa, a comida está acabando, não há mais para todos os soldados, o que vamos fazer? 
- Deixe um dos encostos morrer, falaremos que foi ferido e ninguém contestará
Neste momento eu pirei, já que era um dos encostos que o General Costa se referia” Filho, quero que entenda que o que fiz foi extremamente errado, tanto que me arrependo até hoje, enfim 
“ Eu estava cego pelo medo de morrer e tomei uma decisão sem pensar. 
Fui até o salão geral e enganei Thomas o lavando para fora do quartel, e quando ele menos esperava eu atirei. Quando senti seu sangue respingar em meu rosto e a vida deixar seus olhos foi quando eu percebi o que havia feito, então cai de joelhos do seu lado e chorei. Alguns segundos depois General Costa chegou correndo e perguntando o que havia acontecido, uma onda de tremor invadiu meu corpo, se eu contasse o que havia  feito, meu fim não seria diferente da de Thomas,  e no calor do momento eu disse que ele havia sido atingido por uma bala perdida e todos acreditaram.
Por dias seguidos sonhei com o rosto de Thomas e com seu corpo coberto de sangue. 
É isso que a guerra faz conosco Harry, ela penetra em sua mente, muda quem você é e te destrói por completo. Espero que nunca tenha que desfrutar o amargo sabor de uma guerra filho”
Naquele dia eu entendi o sofrimento de meu pai, o amor era o problema, ele ama a seu amigo Thomas,  e por isso sofreu tanto, eu o abracei e ficamos assim em silêncio até o nascer do sol.
Hoje em Dia com a maturidade mais aflorada essa cena me veio a cabeça, assim como a maioria dos dias, mas em nenhum outro ela me pareceu tão assustadora quanto no dia em que um soldado apareceu em minha porta e entregou q convocação para me alistar no exército o mais rápido possível. 
Naquela guerra eu enfrentei meus próprios demônios, vi até onde a ganância humana chega, os cortes e fraturas que ganhei com o tempo se curaram, mas as cicatrizes em minha alma serão eternas.
Aquela guerra também foi boa, considere me egoísta, mas se ela não tivesse existido eu jamais saberia o que é uma luz no fim do túnel, ela era uma alma pura em um mundo de pecado, era um traço de paz em meio ao caos, sem ela eu teria me entregado ao meu pior lado, ela me fez acreditar em Deus, já que ela me achou quando estava perdido.