História Notas de Amor - Um dia na Universidade

P.O.V N/A

Sapphire acordou com sua avó a balançando, já com as cortinas da janela abertas, sendo uma tortura pros olhos. Tampou a cara com o travesseiro, já que não escutava muito bem o que a avó dizia.

— Mais cinco minutos, vovó... — ela dizia, encolhida.

— Mas você está atrasada para o primeiro dia de aula...

Ouvindo isso, ela olhou o despertador, que mostrava que já eram sete e quarenta e cinco.

— CARALHO, MAS QUE MERD- Desculpa, vovozinha.

Ela se levantou as pressas, pegando o uniforme no armário e trocando de roupa. A avó saiu do quarto, um tanto acostumada com a situação que ela passava. Não importa se agora era faculdade, já esperava que seria quase sempre a mesma coisa, as mesmas reações, os mesmos atos. Então, ela tratou de pegar o que a neta realmente comeria no café e segurar pra ela perto da porta.

Sapphy veio correndo com a mochila feito um furacão, pegando o sanduíche, dando um beijo na testa da avó e saindo. Mas para sua surpresa, Clarinton o esperava na porta.

– T-ton? — ela disse surpresa, enquanto a avó sorria com o doce ato do garoto. — O que faz aqui??

— Eu vim te esperar para irmos juntos no primeiro dia. Bem... A Lore, o Asriel e o resto do pessoal veio junto, mas como você não apareceu, ele foram na frente para não se atrasar.

Sapphire ficou em rubro de tanta vergonha. Mas ao mesmo tempo, se sentiu um incômodo para todos eles. Ela pensava que só havia ocupado o tempo deles, ficando um pouco deprimida.

— E-eu sinto muito... Não queria ter sido um incômodo a vocês... — ela disse, caminhando devagar até a borda da calçada.

— Você não foi um incômodo. — o garoto disse, colocando a mão sobre o ombro dela. — Nós escolhemos fazer isso, você não sabia de nada.

Ele beijou a bochecha dela e segurou sua mão, a puxando.

— Temos que ir.

— PORRA, A ESCOLA! — E ela seguiu correndo segurando a mão de Clarinton, que só ria com a situação e corria.

minutos depois

Finalmente chegaram a universidade, faltando apenas um minuto para o portão fechar. Entraram com a mesma pressa e logo o sinal tocou, os fazendo correr para a sala, que já sabiam qual era. Se dirigiram aos seus lugares novos, perto um do outro, onde estavam muito ofegantes.

— Estou... Cansada... — Dizia Sapphire, que estava super vermelha não só pela correria, mas pelo sol forte que já estava no céu, que a fazia grande mal por ser albina e como havia esquecido de passar o protetor pela pressa, sua pele ardia um pouco.

Clarinton abriu sua bolsa, pegando o protetor e passando pela pele da namorada, que ficou vermelha por mais um motivo: pelo cuidado e amor que o garoto tinha por ela.

— Sua avó me disse que eu deveria andar com um protetor na bolsa por precaução. — ele disse, dando um doce sorriso depois.

— Eu adorei seu cabelo.

— Mh? Ah, por causa do penteado? A Lore insistiu em fazer, e eu até que gostei.

— Parece uma princesa, TonTon.

— ... Desmancha essa merda do meu cabelo agora.

Depois das aulas, no campus

Clarinton estava no seu canto, se sentindo enjoado de ter que sair da escola que tanto estava acostumado e ir para a faculdade de artes gerais, que havia se fundido com outra da cidade, fazendo ter todos os tipos de aulas possíveis lá, mas não podia evitar isso de acontecer.

— Papai e mamãe nunca contaram sobre a faculdade... Também, fizeram em locais diferentes... — ele dizia, deitado na grama de uns dos lados do prédio que parecia abandonado, que antes habitava as aulas de artes marciais, mas essas já não existiam na faculdade.

Sua barriga roncou, e ele decidiu sair dali, onde já estava a um tempo e ir até o refeitório. No caminho, passou por alguns prédios que eram habitados pelos estudantes e por um amontoado de pessoas. As inscrições para clubes.

Ali, haviam diversos expositores, já que eles deveriam atrair o público, e Clarinton pensou que eles estavam funcionando bem demais, pois eram tantas pessoas que era difícil caminhar e não acabar sendo arrastado.

— Particem do clube de teatro!

— Entrem no time Hentris e orgulhem a cidade!

Clarinton foi abordado por mais de quinze pessoas que o chamaram para um grupo, mas acabou não querendo entrar em nenhum. De certa forma, o que ficou feliz foi que ninguém reconheceu ele, talvez pelo penteado.

— Valeu, Lore... — ele sussurrou.

Finalmente chegou ao fim daquela muvuca, chegando no prédio em que ficava o refeitório. Quando lá chegou, viu um círculo de pessoas que assistiam algo.

— Briga, briga, briga!

— Que saco, já começou com essas palhaçadas... — ignorou aquilo e seguiu até a bancada de comidas, mas não tinha nada que lhe fosse interessante.

Acabou indo até próximo do aglomerado de pessoas, ver o que acontecia ali. Chegando mais perto, começou a ouvir música e se aproximou ainda mais. Logo, viu que era uma batalha de dança, ficando com uma cara de...

— Mas que porra? — disse Asriel, que se apoiava no ombro do amigo.

— Me pergunto o mesmo.

— Ei, ali não é a Sapphy?

— . . . Eu não acredito.

Sim, meus amores. Ela já havia arrumado uma inimiga no primeiro dia. Seu nome? Marie. A maldita garota da aula de dança que ninguém gostava, mas era super popular e riquinha.

Os passos de Sapphire eram firmes, mas leves, enquanto a garota não apresentava nenhuma técnica, mas ainda assim era tão boa quanto ela.

Ao ritmo de Dummy, elas dançavam freneticamente, com os olhos em chamas e os narizes bufando. Sapphire continuava calma de certa forma, mas a outra garota já pesava totalmente em seu gingado.

Quando a música acabou, Sapphire estava firme, dizendo sempre que aguentava mais, e a outra fingia que não a escutava.

— Quem você acha que ganhou? — disse Azzy.

— Olha, ambas pareciam no mesmo nível, não é? Mas não foram. — disse Ton, sempre com seu semblante sério. — A Sapphy manteve leveza em seus passos até o fim, independente do que fazia, mas a Marie não. Isso faz com que ela perca alguns pontos.

— Você é tão observador, cara.

— Nem tanto.

— E a vencedora... É Sapphire. — a "inimiga" odiou aquilo.

— Isso é trapaça! Quero revanche! — Marie disse.

— Agora quer outra, baby? — Sapphy riu e saiu, se sentindo muito bem e com várias pessoas a elogiando.

Quando viu Clarinton, correu até ele.

— Amor, você assistiu? — ela perguntou, sorrindo.

— Sim, acho que assisti tudo. — ele disse, coçando o pescoço.

— Você foi ótima! — o outro garoto disse, fazendo um cafuné na cabeça dela.

— Foi.

— Ton, vamos sai- — ela tentou dizer, mas foi arrastada por duas garotas, e atrás, iam Lore, Rina e Lenin.

— Lore, me espera! — e lá se foi Asriel, deixando Clarinton sozinho.

Lembrando porque tinha ido ali e que seria inútil lá continuar, decidiu seguir para casa, já que a Universidade disse que depois do almoço, o horário era somente para as atividades dos clubes. Caminhou pela multidão de novo, dessa vez tendo o caminho mais livre, passou pelos alojamentos e pelo prédio principal, finalmente saindo de lá.

Andou até o ponto, chegando junto com o ônibus, então aproveitou e já entrou logo nele. Como sempre, cumprimentou o motorista e se sentou no fundo, olhando a vista. Decidiu então, olhar o celular.

Haviam mensagens e ligações perdidas de Sapphire, mas também haviam mensagens de Ruby. Decidiu ligar para Sapphy de volta.

— TonTon!

— O que foi, Sapphy? Aconteceu algo?

— Não! É só que... Eu queria sair com você...

— Hum... Entrou em clubes, não é?

— Três! Eu entrei em três!

— Vou adivinhar... Dança, teatro e... Desenho?

— ... Quatro! Digo, cinco, cinco clubes!

— Garota, assim você nunca vai sair da escola. E o seu trabalho?

— Droga, é mesmo... Acho que vou ter que sair de alguns.

— Quais foram os outros?

— Um de canto e um de mangás.

— ... Acho que achei um clube interessante. — e assim continou a conversa, até voltarem ao rumo do que começaram.

— Sapphy, façamos assim. Hoje ainda não começam as atividades, então você pode vir almoçar na minha casa, a Crys não vem hoje mesmo.

— Ótimo! Chego logo logo lá! Beijos!

— Te amo.

Ele desligou e logo desceu no seu ponto.

alguns minutos mais tarde

Sapphire chegava a frente da casa dele, se surpreendendo que ele a esperava na frente de casa, ainda com o uniforme.

Clarinton assim que a viu, abriu um doce sorriso, se levantou e abriu a porta de sua casa, logo sendo cumprimentado pelo cachorro.

— Eae, garotão. — ele disse, acariciando a cabeça do cachorro. — Cuidou bem da casa?

— Mas é claro, você acha que eu faço o quê? — ele disse, em cachorrês, enquanto abanava o rabo, de tão feliz que estava. — Olha, você trouxe a garota com cheiro de bife!

— Já pensou que ele pode entender a gente? — disse Sapphire, fazendo carinho no cachorro que adorava lamber ela.

— Nunca duvidei que ele não pudesse. Só queria entender ele...

Sapphire dirigiu-se ao sofá, se esparramando nele. Depois se ajeitou, pela educação que sua avó havia lhe dado. Logo, o gatinho tímido se sentou ao seu lado. Ela tentou fazer carinho nele, mas ele acabou fugindo para a cama do cachorro.

— Já ligou pra sua avó? — ele disse, já na cozinha.

— Ah, bem lembrado! — ela disse, tirando o celular do bolso.

— Essa garota... — Clarinton apenas seguiu preparando algumas coisas e esquentando outras para o almoço.

— Alô, vó?

— Olá, Blue. O que foi, aconteceu algo?

— Não, de forma alguma. É só que eu liguei pra avisar que vim pra casa do Clarinton, porque as aulas haviam acabado.

— Oh, tudo bem! Eu confio em vocês. Por favor, se for possível, não chegue tarde. Mas se não der, durma na casa dele, Tá?

— Pode deixar! Beijos pra senhora.

— Para você e o Clarinton também.

E então, desligou o telefone, o colocando no bolso. Sua barriga roncou forte, avisando que a fome batia a porta, e então se levantou e foi até a cozinha.

— O rango vai demorar? — ela disse, em tom de voz choroso.

— Está com muita fome?

— Uhum...

— Bem... Só mais alguns minutos e tudo estará pronto.

— É o quê? Kiss com espaguete a napolitana? Frango frito? Sashimi?

— ... Andou assistindo o Nobu Plus?

— Só um pouquinho... — ela disse, o fazendo sorrir.

— Apenas espere.

E ela esperou contando os minutos, porque comida para ela era algo sério e também, Clarinton cozinhava muito bem, então o que custava esperar?

Brincou com o cachorro, conseguiu fazer carinho no gato, assistiu Discovery Kids, dançou remixes de Steven Universe, mas nada da comida aparecer.

Já estava jogada no chão, com tédio, o cachorro lambia sua cara e o gato dormia em cima dela, quando ele finalmente disse que a comida estava pronta.

— Amor? — ele cutucava o rosto dela. — Oh... Dormiu com fome... Hum... Já sei.

Ele foi até a cozinha, pegou um pouco da comida numa colher e voltando, aproximou do nariz da namorada, que acordou imediatamente.

— Comida! — ela disse se levantando e dançando alguns passos de Hip-hop.

— Pare de besteira e se sente a mesa. — o garoto disse, rindo. — Eu vou arrumar a comida sobre ela.

Para a sua surpresa, a comida era tudo o que disse. Ela ficou envergonhada, mas muito feliz, adorava comer o que via na televisão.

— Eu amo esse seu jeito, Ton... — ela disse, sussurrando.