Milena narrando
Conforme os dias iam passando eu ia descobrindo coisas novas sobre a família de Adrian, aproveitava as férias para colocar a cabeça em ordem e deixar meu coração menos dividido. Adrian e eu resolvemos sair para eu conhecer a verdadeira sensação de está em contato com a neve, já que essa era a estação do ano que nevava por lá, fomos para um local onde famílias costumavam levar crianças para fazer bonecos de neve. Adrian como sempre levou sua câmara para registrar o momento, depois de termos feito o boneco de neve e de ter feito guerrinhas para ver quem acertava mais bolas de neve um no outro peguei a câmara para dar uma olhada nas fotos.
— Ei, o que está fazendo com minha câmara?
— Estou vendo as fotos.
No exato instante Adrian veio para cima controlar até aonde eu podia ver as fotos.
— Que bicho te mordeu? Parece que você não gosta que eu pegue essa câmara.
— Não é isso coraçãozinho. Tenho medo que você estrague é coisa de dono, entendi?
— Não sei se entendo, estranho!
— Não é só com você que tenho isso, todo mundo que toca nessa câmara que eu fico com medo de estragar a câmara. — Ele se explicou.
Passamos em um estabelecimento para tomar um chocolate quente, em seguida voltamos para casa da mãe dele. Eu ainda tinha que ligar para minha mãe e avisar que estava tudo bem ou senão ela iria ter um ataque de nervos, desde o dia que cheguei ao EUA eu ainda não havia ligado, mas não foi por querer e sim porque eu deixava para depois e esquecia. Ao chegarmos em casa Stacy perguntou:
— O casal de pombinho se divertiu na neve?
— Sim e como, tiramos algumas fotos. — eu disse contente.
Stacy pegou a câmara e começou a ver as fotos de hoje e viu também outras fotos mais antigas, neste instante Adrian não estava por perto.
— Filho pra que esse tanto de foto e vídeo na câmara? Exclui um pouco dessas fotos e vídeos antigos.
— O quê?! — Adrian saiu da sala e se dirigiu a cozinha feito um foguete. — Mãe para de ficar mexendo nas minhas coisas. Da próxima vez peça autorização antes de sair por aí bisbilhotando.
A voz dele não se alterou, embora desse para ver que ele estava preocupado. Adrian verificou até aonde a mãe dele viu as fotos, parecia que ele estava com medo de nós termos visto algo que não era para ver e esse algo eu não fazia ideia do que podia ser. Adrian subiu para o quarto e pelo visto foi guarda a amada câmara. Tirei a atenção daquilo e fui ligar para minha mãe e levei sermões por não ter ligado antes.
Adrian narrando
Fui para o quarto tranquei a porta, sentei na cama e pensei: “Como essas mulheres são curiosas! Elas não perderam nada aqui e ficam xeretando.” Resolvi tirar urgentemente todos os vídeos e fotos comprometedoras da câmara, pensei melhor e resolvi colocar uma senha forte para quando elas chegassem na parte das fotos “antigas” não teriam acesso. Ainda bem que não chegarão a ver as fotos e os vídeos, pois não sei o que seria de mim. Eu tinha um vício enorme de assistir aqueles vídeos antigos guardados.
— Adrian, você está aí?
— Sim mãe.
— Abra a porta.
Peguei a câmara e escondi em uma gaveta qualquer e abri a porta tentando transparecer um rosto natural.
— O que faz aqui dentro trancado?
— Fui usar a suíte.
— Vamos descer, o almoço está servido.
— Hum, que delícia! Eu já estava ficando com fome.
Como na casa só estava minha mãe, eu e Milena, só foi nós que reuniu a mesa para fazer a refeição.
Milena narrando
Por enquanto a família de Adrian não tinha nada contra mim, o pessoal gostava de mim. Adrian parece ser a pessoa perfeita, um namorado maravilhoso. Eu só tinha que parar com a besteira de ficar pensando em Nicolas, ás vezes até eu pensava que eu não era boa o suficiente para Adrian e que ele merecia algo melhor.
— Você está pensativa.
— Nada disso. Estou fazendo a refeição em silêncio, dizem que não é bom falar enquanto se alimenta. - eu não conseguia disfarça que estava pensante.
— Milena está certa. — Stacy concordou comigo.
Esta viagem foi boa porque conheci novas pessoas, cultura e costumes diferentes apesar de ainda não ter conseguido me adaptar, conheci um novo lugar, ou seja, sai da pequena caixinha que vivia e pude sentir como era pisar em outro país, coisa que eu nunca tinha feito e que se vivesse ao lado de Adrian isso seria possível já que meu sonho era conhecer os quatro cantos da terra.
Sem querer escutei Stacy conversando com Adrian:
— Você não vai ficar mais de um ano no Brasil, vai?
— Não sei, pois minha namorada é de lá.
— Filho, não me da esse desgosto. Lá é um país subdesenvolvido e as pessoas não tem futuro lá. Eu gostei da sua namorada, o que não gostei foi o fato dela pertencer aquele país.
Naquele momento eu estava escutando com os ouvidos grudados na parede, parei de só escutar e fui ao encontro deles para tirar satisfação.
— O que a senhora tem contra meu país?
— Eu? — ela apontou o dedo indicador para si — Eu não tenho nada contra.
— Tem sim, eu escutei você conversando com Adrian.
— Está bem, vou ser realista. Eu não quero que Adrian invente de morar lá, quero que vocês fiquem aqui e isso é melhor para vocês dois. Não pense que estou implicando com você, longe disso eu gosto da sua pessoa.
Não pude negar à cara feia que fiz, afinal a única pessoa que tinha o direito de falar mal do Brasil era eu que morava lá e não eles.
— Acho que eu estava enganada, aqui o preconceito com os de fora rola solto. — Eu disse indignada.
— Não é isso, desculpa-me.
Depois de Stacy esclarecer as coisas eu entendi os motivos dela, até concordei em partes e dependendo de como o relacionamento entre mim e Adrian se desenvolvesse futuramente nós íamos mudar para os Estados Unidos. Eu só não sabia como minha mãe e meu pai iriam reagir a isso, o certo é que eu cresci e não vou viver pra sempre debaixo das assas dos meus pais.
Os dias foram passando depressa, completamos o nosso primeiro ano de namoro e ao inteirar um mês de viagem retornamos para o Brasil. Passado alguns dias minha rotina voltou ao normal, mas quando eu e Adrian chegamos à aula de canto me surpreendi quando vi Nicolas por lá. Os dois se encaravam o tempo todo, o clima estava pesado, no entanto ninguém quis trocar palavra com ninguém.
Ao terminar a aula eu e Adrian passamos em uma pizzaria, logo Adrian começou com a mesma conversa chata de sempre.
— O que ele está fazendo naquela aula de canto novamente?
— Vai ver ele se arrependeu de ter parado com a aula e resolveu voltar. — eu disse.
— Vai ver ele queria arranjar uma desculpa para te ver todos os dias, isso sim. — Adrian disse serrando o punho.
— Me poupe disto. — eu disse sem a menor paciência.
Comemos a pizza e fomos para casa alugada no condomínio de luxo. Ao chegar em casa com a cabeça mais fria Adrian propôs tirar algumas fotos minhas, fotos que fossem no estilo sensual. Eu disse que não tinha o menor jeito para isso, só que ele com a sua insistência acabou me convencendo e não teve com eu sair dessa situação.
— Não precisa saber se comporta diante da câmara, eu te oriento.
— Tudo bem, só que me deixa arrumar primeiro.
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