História Nothing is impossible - Mal e Ben - É filha de Mal

Mal Bertha PV

Minha consciência voltou junto a dor. 

Não consegui me mexer, pois meu corpo não funcionava. 

Aos poucos meus 5 sentidos foram voltando. 

Olfato — o cheiro de algo, parecendo com pães doces me fez ficar com fome — Audição — Eu conseguia ouvir perfeitamente um cantarolar que parecia ser feminino — Tato  — Consegui mexer minhas mãos lentamente para não chamar atenção  — Paladar — minha boca estava seca demais e minha língua protestava de tão seca. — e a visão, que lentamente eu fui abrindo os olhos, tentando não soltar nenhum gemido de dor. O teto era escuro, de pedras, muito diferente dos quais eu estava acostumada na casa do Joseph.

Suspirei e isso me fez sentir uma pontada na coluna, gemi de dor em seguida. 

— Mal?

Me assustei com a voz, e quando olhei não senti nada a não ser a saudade imensa de tantos anos separadas.

— Evie...

Sussurrei e tentei levantar, mas perdi as forças por causa de uma tontura que me fez ficar deitada na cama novamente, e apagar...

1 semana depois.

Benjamin PV

— Como ela está?

— Bem. — Respondeu-me o médico e suspirei aliviado. Meu compromisso hoje seria com Vasilisa. Sua estadia se seguiu por esses dias por causa de seus cavalos que foram atacados por uma forte doença no caminho para cá, e acabaram passando para alguns dos nossos. — A deixei sedada para o veneno da larvifire sair totalmente sem ela ter que sentir dor já que lhe é importante. Daqui há algumas horas acordará. Recomendo que tenha alguma mulher no quarto. E que ela não se altere. Pode acabar desmaiando novamente.

Assenti, o dispensei ao lhe pagar e fui até Jay que estava esperando fora de meu escritório. 

— Peça que Evie fique cuidado dela. — Ele assentiu, e ao se virar, lhe chamei. Ele se virou parecendo confuso. — Quem era a criança com ela? Ouvi a garota lhe chamando de mãe. 

Não toquei no assunto a dias. Nunca vi a garota, nem prestei muita atenção. 

O modo como Jay ficou sem fala me fez erguer uma sobrancelha.

— A garota se chama Beatrice. É filha de Mal. 

Meu sangue gelou, e eu respirei fundo, forçando um sorriso. 

— Belo nome... vou ir me arrumar para a festa ridícula que minha mãe planejou. 

Falei e me dirigi ao meu quarto — minha mãe teimava em me ensinar a falar aposentos, mas eu achava isso uma grande bobagem, 

Carlos PV

— Deixe de ser exagerada, Evie. Beatrice passa todo o dia na cozinha ou no seu quarto. É uma criança, irá enlouquecer assim!

Bufei para a garota que me mostrou o dedo do meio, revirei os olhos.

— Ela não irá enlouquecer, a levo para visitar Mal todos os dias, sem contar que isso o que você quer fazer é uma doideira sem fundamentos!

— Quero a levar em uma festa, não para apresenta-la como filha de Benjamin. 

— Concordo com Carlos. Será só uma noite Evie.

Minha noiva gostosa fez sua famosa carinha de bichinho que caiu da mudança para Evie e ela bufou.

— Tudo bem, mas estarei ocupada no quarto de minha melhor amiga. 

— Onde está nossa afilhada?— Falei ansioso e Evie bufou e foi para o banheiro de seu quarto. Abriu a porta e de lá saiu a criança mais linda do mundo. 

— Minha mãe acordou?

Foi a primeira coisa que perguntou olhando para Jane. Acho que Jane era mais encantável que Evie, com as roupas claras e vestidos magníficos, com sua bondade e outros milhares de talentos que me cativam. 

— Não pequena. Mas o que acha de irmos em uma festa? 

Ela fez uma careta se aproximando. Percebi o quanto aquelas roupas masculinas ficavam feias nela e suspire. 

— Festa? Eu não trouce nenhuma roupa bonita. Estão todas molhadas ainda e algumas aquele mar que machucou minha mãe destruiu. 

Falou suspirando. Jane sorriu e rapidamente a segurou pela mão. 

— Mas eu tenho roupas para emprestar a você. Vamos para o meu quarto, vai adorar, tem muitas vestidos, claro que alguns... 

E as duas saíram conversando, e eu fui atrás. 

Evie PV

Fui para o quarto de Mal e me surpreendi muito ao encontra-la acordada e de pé. Ela me olhou e suspirou, se agarrando a mesa que tinha no quarto que Ben a colocou. Corri até ela a segurando.

— Sua teimosa! Sentindo dor e ainda levantou da cama...

Tentei a levar para a cama mas ela se soltou antes.

— Evie, o que houve com minha filha? Onde ela está?

— Está com Jane, muito bem cuidada, acredite! — Ela suspirou parecendo aliviada e eu lhe abracei de leve. — Faz tanto tempo que quero te abraçar desse jeito Mal. Você foi muito importante para mim. E bom, sobre Beatrice, ela é adorável, e chata que nem você. Tem mania de tomar café ao mesmo tempo que conversa sem parar. E reclama de quase tudo... Ok, vou parar de falar sobre isso e falar sobre os tios. Caros e Jay estão quase se matando, querem competir por lugar de tio, embora eu e Jane já tenhamos avisado que os dois podem ser tios...

Ela riu, me fazendo suspirar em seu abraço e rir junto. 

—  Eu senti muito a sua falta! Vocês três perderam tanta coisa do crescimento de Beatrice. Você, Jay, Carlos e até Jane!

Sorri emocionada e me afastei.

— Se esqueceu de falar do pai da criança.

Ela suspirou e eu apenas mordi os lábios, Ben merecia saber, ele merecia uma chance, assim como ela e principalmente Beatrice que nasceu e se criou sem uma figura paterna.