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História Nothing Really Matters, Anyway The Wind Blows - (Scorose) - Povs Hugo - And You Let Her Go


Escrita por: SrtaSchreave17

Notas do Autor


Ooii gente! Que saudade que eu estava de vocês!
E aí? Tudo bem? Espero que sim.
Sobre o cap de hoje: Eu ameeeei! Simplemente ameei escrevê-lo. Comecei de um jeito e amei mais ainda o jeito que ele terminou. Ele é um Pov's do Hugo e foi muito divertido de fazer. Vocês vão ver como o Hugo enxerga a relação da Rose com o Scorpius, a relação que ele tem com a Hermione e principalmente a relação dele com a Lily. É isso mesmo. Vai ter Huly sim!!!! Ainda que seja um "panorama" da relação atual deles, é o inicio par algo a mais.
Sem mais delongas.
Boa Leitura!

Título: Passenger, Let Her Go - música inspiradora do capítulo.

Capítulo 38 - Povs Hugo - And You Let Her Go


Fanfic / Fanfiction Nothing Really Matters, Anyway The Wind Blows - (Scorose) - Povs Hugo - And You Let Her Go

Olhando para o teto no escuro
O mesmo velho sentimento de vazio em seu coração
Porque o amor vem devagar e se vai muito rápido
Bem, você a vê quando adormece
Mas para nunca tocar e nunca manter
Porque você a amava muito
E você mergulhou fundo demais
 

- Passenger, Let Her Go

 

Pov's Hugo

Tem vezes que você acha que as coisas estão muito ruins, terríveis, horrorosas. Você nem tem mais esperanças de que as coisas vão melhorar. E acha que também não há como ficar pior. Até aí tudo bem. Mas aí vem a vida: Uma senhora com chapéu pontudo, vestes verde-esmeralda e com uma notícia que vai te deixar pior do que você já está.

Foi há algumas noites atrás. Como se não bastasse a escola inteira já estar eufórica com a eminência da primeira tarefa, a velha McGonagall ainda vem com uma notícia bombástica.

- Gostaria de informar a todos vocês - ela começou pouco antes de jantar ser servido - que como sendo uma das maiores tradições que acompanham o Torneio Tribruxo, Hogwarts abrirá as porta de seu Grande Salão para seus visitantes - ela olhou para os diretores das outras escolas  e depois de volta para nós – para sediar o Baile de Inverno.

As últimas palavras delas foram processadas em câmera lenta pelo meu cérebro. Ainda não havia conseguido absorver a ideia completamente quando as meninas começaram a dar seus primeiros chiliques.

"Baile?"

"Teremos um baile?"

"Ah, Merlin! Preciso de um vestido novo!"

Essas e outras exclamações ecoaram pelo Salão, seguidas por suspiros em vários tons de animação e nas mais altas escalas.

- O baile de Inverno – a professora McGonagall retomou sua fala - será realizado na antevéspera de natal. E será, antes de mais nada, para dançar. – engoli em seco. – Até lá daremos maiores informações a vocês. Agora vamos ao jantar.

Ela acenou a varinha e as tigelas se encheram de comida. E pela primeira vez eu não fiquei tão animado.

- Nossa, um baile! - minha irmã sorriu ao meu lado. - Que ótimo!

Fiz uma careta.

- Grande coisa... - murmurei.

- Ah, Hugo... Vai ser divertido. - ela sorriu mais ainda.

- Fale por você...- comecei a colocar a comida no meu prato.

- Ah, vai dizer que não tem ninguém que você queira levar ao baile?

Senti minhas bochechas corarem.

É claro que tinha alguém... Mas ela nunca  iria comigo...

- Ahn... Não. Não tem não.

- Não seja bobo. E aquela menina? – ela olhou para trás – A de Beauxbatons... Alvo disse que viu você e ela conversando um dia desses no jardim.

- Aquilo não foi nada. – tomei um gole do suco de abóbora – E o Alvo é um fofoqueiro. Nós estávamos apenas conversando. Fazendo um passeio. Mais nada. Ela é apenas minha amiga.

- Vocês podem ir juntos. – Rose insistiu. Merlin, como ela era persistente... – Como amigos.

- Está bem. Que seja. Depois eu vejo isso. – falei mais para ela me deixar em paz.

- Tudo bem. – ela deu de ombros e tratou de começar a se servir.

Comi em silêncio, embora todos a minha volta, quer dizer, as meninas, só falassem sobre o baile. Umas discutiam sobre vestidos, todas querendo os melhores alfaiates de Londres, outras falavam sobre cabelo e os penteados que fariam, mas o que parecia preocupá-las mais era com quem iriam ao baile.

- Preciso arranjar um par. – Roxanne disse a Dominique alguns lugares a minha esquerda. – E rápido. Os garotos legais não ficam disponíveis por muito tempo.

- Isso é verdade. – Dominique concordou.

- Aposto que o Lysander vai levar você. – Roxy sorriu.

Dominique olhou para o outro lado da mesa tentando conter um sorrisinho.

- Assim espero. – deu uma garfada em seu faisão.

- Tomara que o Rory esteja livre. – Roxanne sorriu.

- Vocês fariam um ótimo par. – Dominique disse após uma rápida olhada para a mesa da Corvinal. – Você acha que o meu cabelo fica melhor solto ou preso...

A conversa começou a ficar mais chata e fútil ainda e eu parei de prestar atenção nelas.

- Ah, aposto que ele vai te convidar Lily! – Rose deu uma risadinha ao meu lado. Ela e Lily conversavam. Tentei fingir não prestar muita atenção, mas fiquei alerta sobre o que elas diziam.

- Você acha? – Lily soou esperançosa.

- É, claro. Vocês ficam tão fofinhos juntos.

- Mesmo?

- Claro que sim.

- Você e o Scorpius também. Aposto que serão um dos casais mais bonitos.

Elas ficaram em silêncio por alguns segundos até que Lily falou baixinho, mas foi suficiente para que eu pudesse ouvir de onde estava:

- Tomara que você esteja certa. Seria perfeito ir ao baile com o Darwin.

Suspirei profundamente.

Darwin. Ela não se cansava dele? O cara era um bobão. Tão pirado quanto o irmão dele. O que ela viu nele? Aposto que só está com ele por pena. Ela é um idiota. E também joga muito mal. Eu sou mil vezes melhor e se tivesse uma chan...

- Hugo?

- O quê? – falei alto demais.

Algumas pessoas olharam para mim como se eu fosse um estranho.

- Calma. – Rose me olhou preocupada. – Eu só ia perguntar se você não vai pegar a sobremesa. – ela apontou a mesa a nossa frente.

Eu tinha passado tanto tempo nas minhas divagações que acabei perdendo o jantar.

- Ah, claro. – pisquei algumas vezes. – Desculpe, Rose. Eu estava distraído.

- Ahn... Ok. – ela me olhou como se eu fosse um estranho.

Comemos a sobremesa com o assunto do baile ainda pairando no ar. E quando nos levantamos para ir para o Salão Comunal o burburinho continuava. Até mamãe e papai tinha entrado na conversa. Encontramos com eles na saída do Grande Salão.

- Por que estão rindo assim? – Lily perguntou para Tia Gina, Tio Harry e mamãe, que riam descontroladamente enquanto papai tinha uma cara emburrada.

- Estamos lembrando do nosso baile. – tia Gina respondeu em meio aos risos.

- Ei, crianças, escutem essa: - Tio Harry disse ao ver Rose, Scorpius e Alvo se aproximando. – Sabia, Rose, que o seu pai dançou com a professora McGonagall.

- O que? – minha irmã indagou sorrindo. – O papai? No baile?

- Fica quieto, Harry! – papai cruzou os braços. – Não foi no baile? – acrescentou rapidamente.

- Eu disse que não te deixaria esquecer isso. – tio Harry disse.

- Então é verdade? – Alvo perguntou.

- É claro, perguntem ao seu tio George. – tia Gina riu.

Todos caímos na gargalhada imaginando a cena cômica. Na verdade eu ainda estava rindo quando ouvi uma vozinha soar ao meu lado.

- Salut, Hugo. – reconheci a voz carregada de francês de Louise.

- Ahn... – me virei para ela – Salut, Louise.

Suas bochechas rosadas coraram um pouquinho e ela sorriu para mim. Logo em seguida foi puxada para longe entre risadinhas com suas amigas.

- Louise, hein? Então esse é o nome dela... – ouvi Rose dizer atrás de mim.

Me virei para encará-la e me deparei com toda a minha família me observando.

- O quê? – eu disse.

- Você. – Alvo disse como se fosse óbvio. – Nem nos apresenta a sua namorada.

- Ela não é minha namorada! – eu disse rapidamente.

- Ah, você disse que a levaria ao baile. – Rose falou.

- Ele disse? – Alvo indagou.

- Disse sim. – minha irmã confirmou.

- Eu não disse nada. Você sugeriu. Não quer dizer que eu vá convidá-la.

- Pois eu acho que deveria. – mamãe disse. – Ela pareceu ser uma garota muito agradável. E é muito bonita.

Percebi que eles estavam tentando não rir de mim.

Revirei os olhos.

- Tá, pode ser. – falei para eles me deixarem em paz.

A única pessoa que parecia não estar se divertindo com o meu par-nada-forçado era Lily. Ela me olhava curiosa. Tinha uma expressão séria. Como se duvidasse que eu pudesse ir com Louise ao baile.

Acabamos nos despedimos dos meus pais e dos meus tios e tomamos o caminho para o Salão Comunal. Como de costume, Rose e Scorpius iniciaram uma sessão de pequenos beijos e sussurros no alto da escada que levava às masmorras.

Revirei os olhos. Tinha que aguentar presenciar aquilo porque papai não queria Rose andando sozinha pelos corredores do castelo à noite e eu tinha que fazer o papel da vela.

- Eles nunca vão parar... – murmurei passando a mão pelo rosto, cansado daquela cena se repetindo.

- Pensei que já tivesse se acostumado. – Lily disse ao meu lado. Tinha me esquecido que ela estava ali nos esperando. – Com os dois juntos, quero dizer.

- Isso já. Só não gosto de ser a vela sempre. – falei. – Já acabaram?- gritei para eles.

- Vai indo na frente! – Rose disse por cima do ombro de Scorpius, ainda abraçada a ele.

- Não posso. Ordens do papai. Então, se vocês puderem agilizar, eu agradeceria.

- Não seja estraga prazeres, Hugo. – Lily fez uma careta.

- Por que você sempre acha que sou eu o estraga prazeres?

- Eu não acho que você é sempre estraga prazeres. Só às vezes. – apertou os olhos. – E além do mais, eles só estão curtindo. Dá uma folga.

- Eles podiam curtir depois. – murmurei.

- Aposto que se você tivesse uma namorada ia querer ficar o tempo todo com ela.

- Não. Ela cansaria. – falei sem olhar para ela. – E eu também.

- Duvido. Se você gostasse dela de verdade nunca se cansaria.

- Você não se cansa do Darwin? – indaguei olhando para ela.

- Ele não é meu namorado. – falou balançando a cabeça.

- Do que é que chama isso que vocês têm, então?

- Não é nada... oficial. – ela fez uma careta.

- Ah, claro. – revirei os olhos entendo o que ela queria dizer. – Francamente Lily, você merecia algo melhor. Acho que ele está te enrolando.

- Cale a boca. Você não sabe de nada e nem o conhece direito! – ela falou alto.

- Conheço o suficiente pra saber que ele está te enrolando! – retruquei com força. – E que é alguém que não é bom pra você!

- Ah, é mesmo? Me diga o porquê, então! Eu só vejo você falando mal dele, mas nunca usa um argumento sólido. Quero ouvir. Me conte agora! Se é que você consegue formular qualquer argumento. – Cruzou os braços e olhou para mim desafiadora.

- É claro que consigo e eles são muito bons! Por que ao contrário daquele idiota...

- Não o chame de idiota! – ela empurra meu peito com força.

Quase perco o equilíbrio, mas acabo encostado no corrimão do patamar da escada.

- Eu chamo sim! – falo depois de me por de pé – Idiota, idiota, idiota! E pirado, assim como o irmão dele!

- Não fale assim, dele! – ela gritou com raiva – Você não o conhece! – ela mexeu nas vestes e puxou a varinha. – Estuper...

- Expelliarmos! – Eu a desarmei.

- Argh! – Lily urrou depois de constatar onde sua varinha havia caído. – Não preciso dela!

Eu a vi se mover rapidamente em minha direção e quando dei por mim já estávamos rolando no chão! As mãos de Lily agarraram meu pescoço.

- Você vai pagar por ter dito isso! – ela gritou enquanto suas mãos agarravam meu pescoço com força. Eu estava prendendo a respiração, mas não sabia por quanto tempo mais conseguiria fazer aquilo. – Você não sabe de nada! Não conhece a vida dele! Nunca mais...

- Parem! Parem com isso! Parem já! – ouvi o grito de Rose próximo a nós. Logo em seguida Lily foi puxada de cima de mim como que por um guindaste. Ela pareceu lutar para continuar agarrada ao meu pescoço e quase me levou junto, mas no fim se soltou.

Me sentei tossindo e massageando a garganta.

- Larga, Malfoy! Me solte! Eu quero enforcá-lo! – Lily se debateu nos braços de Scorpius, que tentava contê-la.

- Não, Lily! Se acalme! – Scorpius ao mesmo tempo tentava contê-la e não levar um tapa.

- Lily, chega! – Rose apontou o dedo para ela num tom autoritário. Lily pareceu murchar e sossegou, mantendo uma expressão amarga no rosto, que parecia ser direcionada a mim. Scorpius, por sua vez, manteve os braços ao redor dela. Provavelmente por precaução, caso acontecesse outro ataque repentino.  – O que é que vocês estão pensando? – Rose retomou seu discurso. – Estão agindo como criancinhas brigando desse jeito. O que está havendo com vocês gente? – olhou de Lily para mim. – Alfinetando um ao outro, trocando baixarias... Vocês nunca fizeram isso...

- Ele falou mal do Darwin. – Lily disse. – Você nem o conhece! – ela falou amargurada olhando para mim. – Nem o irmão dele. Não sabe o que ele passou para ser daquele jeito, sabia? É horrível você dizer isso! – vi seus olhos brilharem. Provavelmente começaria a chorar.

Rose olhou para mim com as sobrancelhas levantadas. Eu conhecia minha irmã. Ela estava esperando uma resposta. Mais precisamente um pedido de desculpas.

- Eu... – pigarreei. Minha garganta doía. Não conseguia falar direito. Mas admitia que sabia o que eu tinha que dizer. Embora não quisesse.  – Me desculpe. – forcei minha voz e ela soou rouca. – Eu não devia ter falado do que não sabia. – tossi novamente. Estava realmente difícil falar.

Rose, assim como eu, olhou para Lily, esperando que ela aceitasse meu pedido de desculpas. Mas ela apenas olhou para cima como se não tentasse pensar que eu estava ali e ignorasse todas as minas palavras.

- Lily, não precisava ter enforcado ele. – Rose disse por fim.

Lily olhou para mim. Encarar aqueles olhos castanhos foi difícil. Senti vontade de tossir novamente e o fiz, passando a mão pela garganta.

- Não espere que eu fique com pena de você. – ela falou olhando para mim. Por eu ainda estar no chão e, consequentemente, ela estar mais alta do que eu, seu olhar pareceu ser de desprezo. – E não me olhe assim, Rose. Não vou pedir desculpas pra ele. Já estou cansada dele e... Pode me largar?- ela gritou. Scorpius voltara a segurar os ombros dela. Ele a soltou depois do gritou, mas ficou observando-a com cautela. Lily deu um passo a frente e olhou para mim. – O Darwin é mil vezes melhor que você! Em todos os sentidos! – gritou na minha cara.

Senti a raiva crescer dentro do meu peito enquanto ela se afastava a passos fortes para pegar a varinha, que ainda estava no chão a alguns metros dali.

Ele não era melhor que eu.

Ele não era o melhor para ela.

- Quero ver – me levantei e falei com o resquício de voz que ainda em restava – ele ser tão bom quando seu pai descobrir que você está namorando escondido!

- Hugo... – Rose disse.

- Você não se atreveria! – ela gritou.

- E eu não duvidaria se fosse você! – gritei também.

- Eu te odeio! – ela gritou. As lágrimas escapando agora.

O momento seguinte pareceu passar em câmera lenta. Eu só me lembro de ter visto Rose ser puxada para longe de mim por um Scorpius com uma cara engraçada. Depois disso, tudo ficou muito vermelho e eu tive a sensação de estar flutuando.

***

- Uma espada. Isso sim seria ótimo. – ouvi alguém sussurrar.

- Ah, claro. Seria perfeito. Tirando o fato de que eu não posso levar uma espada para a arena, Alvo. – alguém sussurrou de volta.

- Ele já vai usar o feitiço convocatório para a vassoura. – outra voz sussurrou – Mas não acho que seja o suficiente. Precisamos de mais uma... Olha, ele está acordando.

O rosto da minha irmã entrou em foco aos poucos no meu campo de visão. Tudo parecia estar flutuando ao meu redor. Inclusive eu mesmo. Senti minha cabeça doer e uma sensação refrescante na minha garganta.

- Hugo... – Rose deu um beijo demorado na minha testa.

- O que houve? – perguntei. Minha voz soou muito estranha. – Onde estou?

- Na Ala Hospitalar. – Rose respondeu – Você bateu a cabeça na queda.

- Queda? Que queda? – perguntei confuso.

- Não se lembra? – Rose disse.

- Não. Não muito... – falei.

- Você foi estuporado. – Scorpius apareceu ao meu lado com as mãos nos bolsos. Alvo estava ao seu lado. – Ontem a noite.

- Pela Lily. – Alvo falou cruzando os braços. – O que, em nome de Merlin, exatamente você disse a ela? Por que ela está chorando por você agora, sabia? E é de raiva.

- Não fale assim com ele, Alvo. – Rose me defendeu. – Ele acabou de acordar.

- Ei! Não vão brigar, né? – Scorpius ergueu as mãos. – Por favor. Já basta os irmãos de vocês.

- Por que vocês estão aqui? – indaguei. A última coisa que eu queria naquele momento era um bando de chatos ao meu redor. – Cadê a mamãe?

- Quer a mamãe, bebezão? – Alvo fez uma careta para mim.

- Alvo. – Rose lhe lançou um olhar mortífero, digno de um basilisco. Aquilo fez com que ele se calasse. – Ela e o papai saíram há alguns minutos. – minha irmã explicou. – Eu fiquei aqui com você. E os meninos, bem, estávamos tratando de umas coisas...

- É mesmo? Pra onde pretendem levar uma espada e uma vassoura? – perguntei.

- Quanto você ouviu? – Alvo arregalou os olhos.

- Não muito. – dei de ombros.

- Não pode contar isso a ninguém, cara. – Scorpius disse. – É para o torneio. Se souberem eu...

- Está ferrado. Sei. – completei. – Podem sair?

- Só vamos sair quando a mamãe chegar. – Rose informou. – Ordem dela.

Revirei os olhos e me virei para o outro lado para não ter que encará-los. Se eu fingisse que estava dormindo eles me deixariam em paz por algum tempo.

- Eu já vou. Vou ver como a minha irmã está. – Alvo falou, enfatizando a palavra irmã. Provavelmente estava me culpando por Lily estar chorando. Mesmo que fosse de raiva.

É claro. Até porque foi ela quem foi estuporada, bateu a cabeça e passou a noite no hospital.

Ouvi passos e logo depois uma porta batendo indicando a saída de Alvo. Logo após, cadeiras foram arrastadas e sussurros incompreensíveis começaram. E perduraram por um longo tempo, sempre com algumas lacunas de silêncio. Mas não tardou muito para que os familiares sons de desentupidores de pia começassem.

- Ah, fala sério! – agarrei o travesseiro mais próximo e joguei neles, acertando em cheio em suas cabeças. – Respeitem a minha doença.

- Achamos que estivesse dormindo. – Scorpius falou enquanto Rose tentava esconder o rosto vermelho.

- Coisa nenhuma! Saiam daqui! – gritei apontando a saída.

Nesse momento a porta se abriu e eu avistei minha mãe entrando. Vestia blazer e saia cinza com o emblema no Ministério. O cabelo estava preso num coque. Ela tinha uma expressão preocupada.

- Mãe! – chamei. – Mande eles saírem. Eles não respeitam a minha doença. – apontei para os dois.

- Podem deixar comigo. – mamãe suspirou ao se aproximar da minha cama.

- Ele é mesmo um bebezão... – Scorpius sussurrou para Rose quando segurou e mão dela. Os dois dirigiram um ultimo olhar para mim e saíram.

Mamãe esperou a porta se fechar e se sentou ao meu lado, passando um braço pelas minhas costas. Deitei a cabeça em seu ombro e fechei os olhos, feliz por ela estar ali.

- Como você está? Eu fiquei preocupada. E o papai também.

- Eu estou legal. – fiz uma careta. Porque embora dissesse que estava tudo bem, por dentro tudo estava uma bagunça.

- Está mesmo? Não me parece muito bem? Quer conversar sobre ontem.

- Foi a Lily. Ela... – comecei.

- Eu sei querido. Sua irmã já me contou essa parte. – ela acariciou meu cabelo. – E a Lily também.

- Ela está com muita raiva de mim? – Olhei para minha mãe em busca da resposta.

- Sim. – ela afirmou com a cabeça. – Mas vai passar. Tenho certeza.

- Tomara que a senhora esteja certa. – falei deitando agora em seu colo. Como sempre fazíamos desde que eu era criança e assistia desenho animado com ela no sofá de casa enquanto lhe contava meu dia.

- Ela disse que você falou mal do amigo dela, dizendo que ele...

- Amigo? – a interrompi.

- Sim. Amigo. Foi o que ela disse.

- Certo. – revirei os olhos. – Continue.

- Ela disse que você o xingou.

- Eu não menti. – falei sinceramente.

- Você acha que ele é isso que você disse?

- Sim. E olha que eu não disse nem a metade.

- Não acha que dizer essas coisas deixa a Lily magoada, querido?

- Acho. Mas ela precisa ouvir. Antes que seja tarde.

- Antes que o que seja tarde, Hugo?

- Ele é um idiota mãe. – me sentei olhando para ela. – A Lily não o merece. Ele não é uma boa companhia para ela.

- E por que você acha isso? – ela afagou meu cabelo.

- Porque eu sei. Eu vejo como ele é! Todo... – eu ia dizer pirado como o irmão dele. Mas aí as palavras de Lily vieram a minha mente. Ela pareceu insinuar que a havia uma história por trás da... excentricidade... de Callum Hansworth. Então eu simplesmente me calei.

- O que Hugo? Todo o quê?

Abaixei a cabeça envergonhado. Não queria responder essa pergunta.

- Lily disse – a ouvi dizer, mas não olhei para seu rosto – que você o chamou de pirado. E ao irmão dele também. E que foi por isso que ela lhe estuporou.

- Ela é louca... – comecei a dizer, mas ela me interrompeu.

- Eu não concordo com ela ter lhe estuporado, querido. Você é meu filho e quero vê-lo bem. Mas quero, ou melhor, preciso que saiba, que não foi nada legal o que você disse sobre Callum e consequentemente sobre Darwin. Você conhece a família deles?

Balancei a cabeça em negação.

- Então não deveria dizer essas coisas. Eles passaram por coisas muito difíceis, você sabia?

- Não, senhora. – falei baixinho. Estava envergonhado na verdade. Mas mesmo assim minha curiosidade me fez perguntar. – O que houve?

Minha mãe acariciou meu rosto.

- Eles tinham uma filha.

- Tinham?

- Sim. Tinham.

- O que houve com ela? – perguntei confuso.

- Ela era gêmea de Callum. Seu nome era Caileen.

- O que... – minha voz saiu rouca. Então precisei começar de novo, mesmo estando com receio da resposta. – O que houve com ela?

- Ela morreu querido. – mamãe falou. – Foi um acidente.  Aconteceu pouco tempo antes de ele entrar em Hogwarts. Ela e Callum brincavam perto de um rio. Os poderes dela estavam começando a aparecer na época. Ela brincava com a água e se divertia com o modo com o qual conseguia controlá-la usando magia. Então ela se desequilibrou e caiu no rio. Callum viu tudo. Ele nunca mais foi o mesmo depois daquilo.

Senti uma coisa estranha. Como se alguém estivessem espremendo meu estomago. Eu me senti horrível.

- Eu fui um idiota.

Mamãe não disse nada. O que só confirmava o quão idiota eu havia sido.

- Mas eu não queria dizer que o... Darwin... ou o Callum... Eles... Eu... Mãe...

- Eu sei, filho. Eu sei. – minha mãe me abraçou. Fiquei com vontade de chorar. Primeiro pela história da garota. Fiquei me imaginando perdendo minha própria irmã e como eu ficaria. Depois por ter falado aquilo de Callum e Darwin para Lily. Não sabia bem porque eu tinha dito aquelas coisas. E estava me sentindo péssimo agora. – Eu sei que você não queria dizer aquilo. A sua prima é muito importante pra você não é?

Assenti, sentindo meu peito doer.

- Quando nós amamos muito uma pessoa – mamãe falou devagar – fazemos algumas besteiras por causa dela, não é?

- É bem assim. – funguei.

Aquela era a minha mãe. Ela me conhecia bem demais. E sempre tinha a coisa certa para dizer. Assim com a minha avó. Senti falta dela naquele momento também. Principalmente por conta dela ser a única pessoa no mundo para quem eu tinha contada coisas sobre mim mesmo, as quais nem eu sabia entender.

- Queria que a vovó tivesse aqui. – confessei deixando escapar uma lágrima. – Sinto falta dela.

- Eu também amor. – mamãe passou as mãos pelo meu cabelo. – Vocês conversavam muito, eu sei. Mas ela não está aqui e temos que continuar. Então se quiser, pode me contar. Qualquer coisa. Qualquer uma. – ela beijou minha bochecha.

- Não sei bem... O que eu tenho que te contar.

- Como assim, filho?

- Eu estou confuso. Não é que eu não queira. É só... – suspirei e cobri os olhos com as mãos.

- Não tem problema Hugo. Apenas espere. Não precisa ser agora. Quando souber, o que quer que seja, pode me contar se quiser.

Assenti.

- Eu te amo. – ela me abraçou com força.

- Eu também, mãe.

E nós ficamos ali. Minha mãe só ficou me abraçando enquanto eu tentava entender o burburinho e a confusão que estava dentro do meu peito.

***

Uma semana. Foi o tempo que passou depois do meu... incidente. E faltava também uma semana para a primeira tarefa do Torneio Tribruxo. Rose, Alvo e Scorpius andavam de um lado para o outro carregando livros e estudando o que quer fosse que eles deveriam fazer. Embora eu achasse que os livros não ajudariam muito numa prova tão complexa quanto a do Torneio Tribruxo.

De qualquer modo, aqueles três achavam que sim e estavam quase morando na biblioteca. Eu tentava segui-los, mas eles sempre me despistavam e iam para Merlin sabe onde e só reapareciam para a hora do jantar.

E como Lily se recusava a falar comigo eu estava mais sozinho do que nunca. Minha melhor amiga, ainda que estivéssemos bem, só andava com o namoradinho dela. Eu tinha ficado oficialmente de lado. Ou quase de lado.

Meu maior problema era Rose. Em seu tempo livre, ela estava me perturbando para que eu convidasse Louise para ir ao baile comigo. Mesmo eu dizendo que não queria ir ao baile. E quando eu lhe disse isso, ela contou à mamãe, que praticamente me obrigou a ir, argumentando que o baile é um marco na vida de qualquer estudante.

Claro, como se eu fosse um garoto trouxa de um filme colegial americano.

Então eu tinha que me virar para achar um par. Par esse que Rose havia designado como sendo Louise. E eu até já teria convidado-a, mas depois do incidente com um garoto da Lufa Lufa que levou um tapa por olhar por tempo demais a parte traseira de uma garota de Beauxbatons, que era metade Veela, e quase foi incinerado, eu fiquei com receio do que poderia me acontecer.

- Você tem que convidar logo. – Rose disse na hora do café da manhã na segunda feira – Vai que a garota já tem um par?

- Ela não tem um par. – falei abrindo meu jornal e correndo os olhos pela página de esportes.

- Como você sabe? Ela pode ir com um garoto de Beauxbatons que já conhece, sabia?

- Ela não vai com nenhum garoto de Beauxbatons. – falei.

- Como sabe?

- As garotas de Hogwarts já pegaram todos.

Rose me olhou como quem dizia “Como você sabe disso?”.

- Era o papo que estava rolando no Salão Comunal ontem à noite. Você saberia se passasse menos tempo com seu namorado cara de doninha.

- Não fale assim dele. – ela fez uma careta.

- E você? Se alguém está namorando precisa mesmo fazer um pedido para ir ao baile?

- Não necessariamente. Mas seria legal. – ela disse pensativa enquanto enrolava o cabelo no dedo. – Se bem que estamos tão ocupados estudando a primeira tarefa que sequer tivemos tempo para falar de baile. – suspirou. – Ele deve estar muito ocupado. – deu de ombros.

Eu ia dizer que ela era louca por pensar que Scorpius a convidaria para um baile quando ela já era a namorada dele, mas ela não me deu chance.

- Mas e você? Hugo, é sério. Tem que convidar logo. Me prometa que quando voltarmos ao salão comunal hoje, já vai ter uma resposta da Louise?

Eu ia abrir a boca para responder que ela não deveria controlar a minha vida, mas Lily chegou correndo e tomou totalmente a atenção da minha irmã. Tentei fingir que lia o meu jornal, mas estava mesmo era prestando atenção no que ela tinha a dizer.

- Advinha? – disse eufórica.

- O que? – Rose falou. – Se acalma Lily.

- O Darwin... – falou quase sem ar.

- O que tem ele?

- Ele me convidou para o baile.

- Mesmo? – Rose falou animada.

- Mesmo! – ela respondeu mais animada ainda.

Não pude deixar de olhar para ela. Seus olhos estavam brilhando. E ela estava radiante. E linda. Como sempre fora.

Senti uma pontada bem no meio do meu peito. Era estranho vê-la tão feliz por conta daquele cara. Saber que ela estava com ele era como vê-la partir.

Me lembrei da minha avó, em uma de nossas últimas conversas. Ela foi a única pessoas para quem eu contava minha vida amorosa.

- Como vou saber se a amo mesmo? E se eu estiver enganado? – perguntei deitado no carpete da sala de estar. Vovó tricotava em uma poltrona.

- Ora, Hugo. – ela riu. – Há muitos sinais. Você vai saber.

- Mas... E se quando eu perceber for tarde demais? – falei mirando o teto.

- Ah, querido. Lamento, mas se isso acontecer... Doerá.

- Como? Tipo... dor de dente? – me sentei rapidamente.

- Tão forte quanto. Mas... aqui. – ela se inclinou e tocou meu peito. – Dói muito saber que se ama uma pessoa quando ela está indo embora.

- E o que eu faço se isso acontecer?

- Não a deixe ir. – ela sorriu e afagou minha bochecha

 

Desculpa vovó. Eu acho que a deixei ir. E agora estou sentindo a dor.


Notas Finais


Own, tadinho do meu Huguinho! (ele é muito fofo!) Ele está sofrendo. Mas, eu prometo que vai ter mais Huly por aí, principalmente nesse baile. Eu tô com umas super ideias e acho que vocês vão curtir muito.
Mas eu gostaria de esclarecer: A paixão do Hugo pela Lily é quase platônica (só não é totalmente porque eu vou fazê-los ficarem juntos rsrs) Eu vou desenvolver isso mais para frente, mas vou adiantar aqui que ele tem os mesmos receios da Rose: a família. O que eles vão pensar? Já viram como o Alvo ficou né? Imagine o Harry? E ainda tem o Tiago! A Lily também é uma princesinha. Então ele vão ter que suar a camisa pra poder ficar junto com a Lily. Mas antes ela também vai te que admitir o que sente por ele. Porque num primeiro momento ela vai negar.
Enfim, vou parar por aqui senão falo tudo rsrs
Próximo capítulo, mais sobre a primeira tarefa. E a Rose está esperando um convite. O Scorpius tem que fazer jus ao cavalheirismo mesmo que ela já seja namorada dele.
Bem, acho que é isso.
Quero saber o que vocês acham também. Então comentem aí! Isso é importante.
Beijos no core!

Mal feito, feito.


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