História Novas cores - Imagine Yoongi - Novo: Momento

                          Terça, Manhattan - NY

— Então você quer sair mais cedo hoje? - Jeon argueou as sobrancelhas e cruzou os braços, balançando um pouco seu corpo na cadeira giratória que de seu escritório.— Posso saber o motivo?

— É... - cocei a nuca. — Claro que pode, você é meu melhor amigo, não é mesmo? - ri de nervoso. Eu não disse do Yoongi... Pelo menos não até agora. 

— Me diga! - riu cínico. 

— Kook, eu espero de verdade que você não ache que eu faço horário extra em um cabaré! - Ele riu e eu continuei seria. Eu estava falando sério, por acaso ele achou que estaria brincando. 

— Vai me contar ou me enrolar Naylu? 

— Vou te enrolar, trouxa! - Eu disse isso na minha cabeça e por isso só eu escutei. O que eu disse na verdade foi:  — Acho que já sabe a resposta. 

Eu respirei fundo umas cinco vezes e soltei entre dentes: — Estou saindo com um cara! 

— O que? - O jeito que eu falei, fez com que ele não entendesse. 

— Eu... - suspirei.

— FALA PORRA, você o... 

— ESTOU SAINDO COM UM CARA! - berrei e ele arregalou os olhos.

— Quem é o corajoso? - promulgou e eu revirei os olhos.

— Ninguém que precise saber agora... - Ele levantou, veio até meus ombros e apoiou uma de suas mãos em um deles.

— Mas não era você que disse que precisava se descobrir sozinha? - ele riu. 

— Os encontros que eu tenho com ele são necessários. Não estou transando com e muito menos... - meu coração falhou uma batida e parecia ter acelerado depois disso. — me apaixonando! 

— Então... - Ele me abraçou e disse rente à meu ouvido. — Quem quer que seja ele, espero que não se magoe. Pode sair! - Eu sorri e desgrudei o abraço. 

— Obrigada Kook! - lhe dei um beijo na bochecha.

— Por favor, quando descer, mande Lina vir até minha sala! - ordenou e eu assenti com a cabeça, batendo a porta logo em seguida.

Corri até meu escritório, pegando minhas coisas de qualquer jeito e saindo de encontro ao elevador.

Apertei o botão do térreo e aquela musiquinha chata emergiu em meus ouvidos. Eu balançava a perna em nervosismo, não sabendo o por que dele. Mordi o lábio como costume e as portas se abriram. 

Andei em passos rapidos até a recepção, onde apoiei sobre o balcão de Lina e passei o recado de Jungkook. Ela se levantou sorrindo, arrumou a saia e eu me despedi. "Esse Jungkook não vale o terno que usa" - Pensei dando risada.

Passei pela porta de entrada do meu local de trabalho e abri os braços, sentindo o vento contra minha pele. Eu usava uma saia branca super apertada e uma blusa roxa decotada para trabalhar. Estava calor e o fim da tarde era evidente. 

Peguei um táxi e pedi a ele que fosse o mais rápido possível para minha casa. Olhei o horário pelo meu relógio de pulso e cruzei as pernas no carro. 

Cheguei como um avião no meu apartamento e já fui tirando a minha roupa para tomar um banho, mais que merecido.

Depois de um banho gélido e rápido, tirei do armário um vestido florido que havia ganhado da minha mãe a uns anos atrás. Não usei ele muitas vezes, se eu contar três vezes é muito. Vesti ele, arrumei meu cabelo, mas resolvi deixa - lo natural e não passei a chapinha, ficou bonito porém estilo Moana. Fiz uma maquiagem básica e corri para a saída do prédio. Como estava meio sem dinheiro e o táxi é meio caro aqui em Manhattan, decidi ir ao metrô. Ele parava a uma quadra do Central Park e eu gastaria bem menos. 

Depois de ter andado algumas ruas e chamando um pouco de atenção, eu cheguei até a estação. Peguei o trem e me sentei, sentindo o meu coracao voar pelo meu corpo. Dei um riso aleatório ao lembrar de um filme de animação o qual, quatro animais foram pegos na estação principal de trem daqui de Manhttan. Madagasgar, acho que é o nome. Senti meu celular vibrar na bolsa e imediatamente o peguei. 

Era uma mensagem do homem que iria me encontrar 

Naylu?! Vou me atrasar por uns cinco minutos. Pode por favor me  esperar no primeiro banco na estrada do parque? 

"Claro". 

Não recebi resposta. Que cara doido.

Sai de dentro do veículo de metal e sai na estação principal. Subi as escadas do subsolo até chegar nas grandes calçadas na frente do Central Park. 

Andei um pouco até chegar no primeiro banco e sentei para esperar Yoongi, como ele pediu. 

3...2...1... 

Um sentimento diferente me invadiu e eu não sabia o que era. Apenas sentia meu coração apertado e a sensação de que ele iria sair do meu peito e correr por aí, apareceu. Soltei um riso bobo ao balançar minhas pernas no banco pois, o chão eu não alcançava por conta do meu tamanho. 

De alguma forma eu me sentia ansiosa por estar ali e por esperar quem eu estava esperando. Como assim? Como isso é possível. Nem sei como encontrar Yoongi depois do que eu fiz na roda gigante. Senti meu rosto se aquecer ao lembrar da cena e eu bati bem devagar no mesmo. "— Pare de se lembrar disso, memória inútil"! - Eu disse a minha cabeça. Para minha surpresa uma voz diferente da minha, me respondeu dentro da minha mente dizendo:"— Você é tão sonsa assim ou só se faz? Se eu estou te fazendo lembrar é por que você se recusa a esquecer!" - Eu franzi o cenho e balancei a cabeça me negando a acreditar que minha mente tem "vida própria".

— Estou atrapalhando algo? - a voz que eu tanto ansiava emergiu naquele ambiente e me virei para olha - lo. — Olá Naylu! - complementou.

— Meu Senhor! - me surpreendi. Ele estava todo de branco, da cabeça ao pés. Parecia um anjo, tanto que pensei que estava num sonho ou talvez, que tinha morrido. Ele sorriu e eu retribui disfarçando meus pensamentos.

— Está tudo bem? - se sentou ao meu lado. — Nossa, você está linda! - elogiou e eu virei meu rosto para a frente, não o olhando.

— Obrigada. Está tudo ótimo agora! - Ele riu. — E você está bem bonito Hoje! - o moreno parou de rir e seu rosto ficou vermelho. Eu não pude deixar de rir.

— Vo - você gostou? - perguntou - me parecendo envergonhado.

— Se gostei? - fitei seu rosto. — caralho Yoongi, você está lindo! - sorri sem vergonha alguma, como se fizesse parte do meu cotidiano elogia - lo. 

Me levantei e ergui a mão à ele. 

— Mas e aí? Vamos ficar aqui sentados ou vamos aproveitar, hm? - ele pegou a minha mão e sorriu.

— Eu não te chamei para sair atoa! - se colocou ao meu lado e desse jeito fomos seguindo o caminho. 

                       ♧

— John te mandou alguma mensagem depois daquele dia na roda gigante? - me perguntou levando uma colherada de sorvete na boca.

— Não. Graças aos céus! - Ele riu e eu o acompanhei colocando um pouco do sorvete na boca também.

— Eu não queria estar no seu lugar. - soltou. 

— Hm? - perguntei com a colher na boca. — Por que disse isso?

— Sei lá. Só não gostaria que minha ex esposa ficasse no meu pé e ter fingir que eu estou apaixonado por uma desconhecida! - Ele riu, contudo, parecia triste. Mas e se eu não estiver mentindo estar gostando do desconhecido dessa história?

— Não precisa se sentir mal por isso. - queria cortar esse assunto. — Além do mais, esse sorvete está muito bom para ser degustado com esse tipo de assunto!

— Tem razão! - rimos e eu coloquei mais um pouquinho do doce na boca. — Naylu, tem um pouco de... - fez um sinal para eu limpar o canto da boca.

— O quê? - coloquei a mão para limpar. — Onde? 

— Aqui! - apontou.— Espere, eu limpo! - então aquela cena de filmes de romance clichê se repetiu. Ele passou o indicador no canto da minha boca enquanto eu fiquei imóvel, hipnotizada com a beleza dele. — Pronto! - sorriu e eu continuei ali. Imóvel, o olhando. Então outra coisa clichê aconteceu: Nossos olhos se encontraram e o sorriso da boca dele desapareceu. Ficamos nos encarando. Ele parecia me admirar, assim como eu fazia com ele. 

— É... - Ele cortou o clima e se levantou. Eu me retirei do transe e fiz como ele. 

— Sim, vamos continuar! - sorri em disfarce e seguimos mais um pouco. 

Andamos até o lago que fica no meio do Central Park e lá haviam várias pessoas fazendo piquenique, crianças brincando, cachorros correndo, casais de idosos alimentando pombos. Inclusive, um casal de velhinho sentou ao nosso lado no banco e eu fiquei me perguntando a quanto tempo eles estão juntos. Ouvi lembranças que eles mesmo faziam a questão de lembrar um ao outro. Aquilo era lindo demais. 

— Vocês são tão bonitos juntos, não é Alex? - ouvi a velhinha dizer e depois cutucar o senhor ao lado dela.

— Ah, sim. Um casal tão jovem, mas tão bonito! - Eu e Yoongi nos entreolhamos, mas os velhinhos estavam tão maravilhados ao nos ver um ao lado do outro que eu não quis desmentir e meu parceiro leu meu pensamento.— Devem ser muito felizes! 

— Obrigado. Sim somos muitos felizes! - pegou minha mão. — A quanto tempo estão juntos? desculpe a pergunta.

— Não se desculpe criança! - a senhorinha disse. — Já fazem sessenta anos! - Eu arragalei os olhos e sorri surpresa.

— Espero que nosso relacionamento dure como o de vocês! - Yoongi disse e nós nos levantamos. — Se não se incomodarem, vamos sentar ali na beira do lago! - Eu sorri e o casal se despediu fazendo um aceno com a cabeça.

Ao sentarmos num tronquinho de uma árvore, o sol já estava ao horizonte e batia um pouco em nossas faces, ele estava indo embora. 

— Eu fiquei meio constrangida em falar para eles que nós não éramos o que eles estavam pensando! - baixei a cabeça. 

— Eu sei... Por isso quis sentar aqui! - soltou um riso.

— Como consegue saber o que eu penso? 

— Ouvi dizer que pessoas ligadas são aquelas que dividem pensamentos! - fixou seu sorriso e suas orbes na água à nossa frente.

— O quê quer dizer? - ele levantou e pegou minha mão, para que eu fizesse o ato também. 

— Um dia vai saber... Posso te levar em um lugar secreto? - eu assenti meio confusa e animada ao mesmo tempo. Ao encostar minha mão na de Yoongi, meu corpo se enrijeceu e se arrepiou por completo, então ele me puxou com força e começamos a correr como crianças pelo parque mais famoso de Nova York. 

Batemos os pés com força no chão até chegar a uma parte onde, se haviam duas pessoas era muito, ficava afastado de tudo. Ele passou por várias árvores na mata do parque, até chegarmos em uma pedra  que tinha vista para o pôr do sol em NY.

— Por favor senhorita... Pode se sentar? - ele disse brincalhão e me ergueu para eu subir na pedra.

— Nossa..  Como aqui é lindo! - olhei em direção ao sol que já estava se pondo lentamente. Yoongi subiu na pedra e se colocou ao meu lado. — Mas por que me trouxe aqui?

— Você se lembra quando disse para mim que um dia me contaria o por que de sua pintura não ser aceita, achei que precisaria de privacidade para dizer... 

— Entendi. Você quer mesmo saber? - perguntei respirando devagar.

— Quero... Me conte! - virou seu corpo um pouco.

— Não era algo meu! - Ele arregalou os olhos.

— Você plagiou ou contratou alguém? - eu ri.

— Não, eu nunca faria isso. - estiquei os braços.— Só não era algo que vinha de dentro de mim.. Não era uma inspiração que viesse do coração! - Ele me olhou confuso.

— Como assim? 

— Bem... Foi apenas algo que eu pintei. Adeline me disse que aceitaria a minha próxima obra se ela viesse de dentro do meu coração e assim eu poderia coloca - lá no museu. Fiquei chateada, mas depois entendi o que ela quis dizer...

— E o que você entendeu? - se empurrou para chegar mais perto de mim. 

— Quer a verdade? - o olhei sorrindo e ele assentiu. — Eu não sei... Só acho que eu deveria sentir antes de refazer o quadro, algo tem que explodir para que eu o pinte. Só não sei o que sentir! - abaixei a cabeça e o olhei sorrindo de novo.

Por frações de segundos, meu sorriso foi embora e eu me senti totalmente atraída pelo moreno. Ambos se aproximaram um do rosto do outro e eu escutava meu coração bater mais rápido. "Boo'd up".

Não posso controlar minha ansiedade.

Nossos lábios foram se tocando até formarem um ósculo perfeito. Apoiei minhas mãos no rosto de Yoongi para podermos ficar mais confortáveis e ele me deitou devagar sobre e pedra.

Sentindo, como se eu estivesse tocando o teto. Quando estou com você não consigo respirar. 

Separei nossas bocas quase sem ar e ele encostou a testa na minha.

— Te trouxe aqui por que queria te falar mais uma coisa... - disse com o ar escasso ainda.

— Vai me dizer? - Sorri sapeca para ele.

— Não pare de falar comigo..  É que ja não posso mais esconder ou fingir. - eu acariciei seu rosto e nós ainda estávamos deitados. — Naylu, eu estou te amando!

Cara... Você faz alguma comigo.

Eu nunca vou te esquecer,

até que eu encontre algo novo. 

E isso me deixa bem com você!

Ouça meu coração 

batendo apaixonado... Boo'd up!