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História Novas Regras - O contato


Escrita por: Lu-fancy

Capítulo 2 - O contato



                                              WESLEY
Acordei antes do despertador soar. Eu estava animado com o primeiro dia de aula, esse seria definitivamente meu ano, eu iria me esforçar 100%. Assim que me levantei, olhei no celular e vi uma mensagem da Katarina, me desejando boa sorte e falando que iria me encontrar na saída. Conheci a Kat na igreja, nós éramos aquele casal que se completava, todos diziam que nós fomos feitos um para o outro, sempre imaginei meu futuro ao lado dela. 
Como eu havia visto no telejornal da noite anterior, o dia séria quente. Tomei uma ducha e me vesti com as primeiras roupas que eu vi, eu não ligava para esse papo de moda, estando limpa eu estou usando. Quando eu estava pronto, minha mãe apareceu na porta do meu quarto e perguntou se eu queria uma carona, claramente eu disse que sim e me dirigi a frente da casa onde meu pai estava dentro do carro nos esperando. Meus pais trabalhavam juntos na prefeitura da cidade, ambos eram assessores do prefeito, por ventura eles trabalhavam muito e mal ficavam em casa. Meus pais sempre trabalharam, então desde pequeno eu aprendi a me virar sozinho. O lado bom disso é que eu sempre tinha a casa vazia para fazer qualquer coisa, a Katarina adorava isso.
Enquanto mamãe trancava o portão, eu entrei no carro e meu pai disse:
- Você não está esquecendo nada?
-  Não, eu já chequei. - Disse enquanto observava os pássaros nos galhos dos ipês que ficavam na casa do vizinho.
- Podemos ir!. - Disse mamãe ao entrar no carro.
A viagem até o cursinho não demorou muito, fomos o caminho todo ouvindo Marília Mendonça, essa mulher não escreve músicas, ela escreve Hinos nacionais. Quando chegamos meus pais falaram ao mesmo tempo:
- Boa sorte coisa fofa!. – Apesar de ausentes eles eram muito bons para mim.
Eu desci do carro e fui adentrando o prédio. O lugar era bonito, na medida do possível. Antes de ser o cursinho, o prédio era uma fábrica têxtil que utilizava mão de obra semi-escrava de imigrantes de países do 3° mundo. Assim que foi descoberto a polícia fechou o local e levou a leilão, rapidamente a administração do cursinho comprou o lugar, reformou e fundou a fundação. Os resquícios da antiga fábrica ainda estavam lá, como o teto extremamente alto, as salas muito grandes e o chão de cera queimado. Embora as paredes estivessem pintadas de azul e branco, o lugar ainda passava uma aura esquisita.
Logo após as catracas estavam os murais com os papeis informando em que sala cada aluno estava , me aproximei daquele enxame de pessoas e com um pouco de facilidade, achei meu nome. Estava escrito meu nome completo,  Wesley A. Sales, seguido do que parecia ser meu número de identificação e logo na frente o número da minha sala, eu havia caído na 6.
Olhando as placas de informação eu achei o caminho para a sala, só precisei subir um lance de escadas que estavam com o corrimão desgastado e enferrujando. Ao passar pela porta eu avistei um lugar na primeira fileira, do lado de um garoto que estava estranhamente organizando, de forma simétrica, seu material sobre a mesa. Agradeci a Deus por ter espaço para que eu sentasse, seria um pouco constrangedor ter que pedir para os vizinhos de cadeira para irem um pouco para o lado porque o gorducho aqui não consegue sentar.
Me sentei e comecei a colocar as coisas no apoio da cadeira, enquanto isso o garoto das canetas estava me olhando intensamente. Confesso que achei estranho mas decidi falar algo.
- Oi, é seu primeiro ano aqui? 
Ele ficou me encarando como se estivesse tentando decorar cada detalhe do meu rosto, ele reparava em cada traço meu e os olhos tão atentos que me deixou um pouco envergonhado.
- Tudo bem? . - Perguntei para ver se ele parava de me encarar e falava algo.
- Me desculpe... - Disse ele estendendo a mão para me cumprimentar.
- Não têm problema. - Falei pegando na mão dele e dando uma risada falsa para quebrar o gelo.
- Meu nome é Enzo e já é meu 3° ano aqui. - Ele falou rindo da própria desgraça.
- Me chamo Wesley. Mas 3 anos? Me explica isso? Você quer medicina? – Falei, tentando entender como ele estava lá à tanto tempo.
- Não, mas eu entendo sua confusão. – Disse ele gargalhando como se fosse a melhor piada que já ouvira. – Eu vou prestar Química.
- Que bacana, eu quero medicina. – Falei rindo daquela situação interessante.
Na mesma hora em que eu disse isso ele me olhou com compaixão e riu mais um pouco.
- Boa sorte amigo, boa sorte. – Falou ele com delicadeza.
Após ele terminar de falar, tocou o sinal e começava ali as aulas de apresentação.
Tão logo começou, já batia o sinal para o intervalo. Os novatos, incluindo à mim, ficavam na sala por não conhecerem ninguém para dar uma volta no pátio. O garoto das canetas se levantou e ficou olhando para minha mão, acho que ele estava olhando minha aliança de namoro que a Katarina havia me dado.
- Você quer descer? – Disse Enzo.
- Claro! – Respondi com convicção.
Então descemos as escadas enferrujadas e caminhamos ao pátio mais distante da entrada, onde ficavam as outras salas, uma do lado da outra, os banheiros aos fundos e no segundo andar ficava a cantina. Enzo fez uma verdadeira tour de apresentação, ele me levou a todos os lugares que existiam naquele lugar. Subimos e descemos as escadas da cantina na procura de algumas pessoas que ele conhecia. Quando estávamos voltando para a sala, no meio do caminho duas garotas se aproximaram e começaram a falar várias coisas da qual eu não estava entendendo.
- A professora de história é tão gostosa. Socorro que eu to tendo um AVC. – Disse a garota com o cabelo curto, enquanto a outra apenas concordava com a cabeça.
- Meninas, esse o Wesley. Ele é da minha sala. – Falou o Enzo me apresentando as meninas.
Cumprimentei-as com um beijo no rosto enquanto elas falavam seus nomes. A de cabelo curto se chamava Regina e a de cabelo mais longo se chamava Pâmela. Ambas incrivelmente bonitas, os três juntos pareciam aqueles adolescentes dos filmes estadunidenses, um grupo que parecia ter saído da tv.
- Você namora? – Perguntou Regina de supetão.
- Sim, à 2 anos. – Falei com um pouco de receio de revelar minha vida pessoal para estranhas.
- Então porque você está falando com ele? – Regina perguntou ao Enzo, que na mesma hora que ouvirá ficou com o rosto totalmente vermelho.
Após alguns segundos de silêncio constrangedor, a Pâmela começou a rir alto, não tivemos escolhas a não ser rir também.
Logo tocou o sinal informando que deveríamos retornar as salas  Enzo e eu fomos em direção da distante sala 6. Assim que chegamos na porta, o professor já estava a falar:
- Meu nome é Juarez, Juju para os íntimos, sou professor de Química. - Ele fazia um coração com as mãos enquanto proferia a última sentença. – Ele olhou para mim e Enzo e balançou a cabeça informando que podíamos entrar.
Nos sentamos e ficamos lá assistindo às aulas e rindo das piadas maravilhosas. Não pensei que eu gostaria tanto do primeiro dia dessa forma, já fiz uma amizade ( o que para mim era um pouco difícil, já que eu sou um pouco tímido) e Katarina estava vindo me encontrar.
O sinal bateu indicando o final das sessões de aulas, rapidamente me levantei e fui até a porta onde esperei o Enzo guardar suas coisas para então irmos embora. Fomos em direção das catracas, seguindo para fora do cursinho. Lá fora estava como um formigueiro até que senti um toque nas costas, era a Kat.
- Oi amor! – Disse ela me dando um beijo cheio de saudade.
- Oi – Falei retribuindo o beijo.
- Esse é o Enzo, ele tá na minha sala. – Falei apresentando-o a Kat.
Nessa hora reparei que a feição dele estava diferente, aquele olhos castanhos escuros estavam meio tristes, o sorriso que não saia do seu rosto estava agora escondido, seus braços estavam cruzados como quem buscasse refúgio.
- Você está bem Enzo? – Perguntei, já que ele havia mudado seu jeito quando saímos.
- Estou sim. Você deve ser a Katatina!. – Falou ele olhando para a Kat e mostrando um sorriso amarelo.
- Então você já falou de mim. – Disse a Kat olhando para mim e rindo.
- Como eu poderia não falar de você. – Falei dando um beijo na ponta do nariz dela.
- Vamos embora então? – Perguntou ela.
- Vamos sim. – Falei a abraçando – Tchau Enzo, até amanhã. – Disse estendendo minha mão.
-Tchau. Até amanhã. – Falou ele com pouca empolgação. Algo estava estranho
- Tchau Enzo. – Disse a Katarina sorrindo.
- Tchau. Foi um prazer te conhecer. – Proferiu ele dando as costas e entrando denovo no cursinho.



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