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História Nove meses para redescobrir, uma vida inteira para recriar. - Cicatrizes do passado.


Escrita por: FairyAsuna

Notas do Autor


Hello!! Como prometido, aqui estou eu! Como passaram? Gostaram do capítulo anterior?

Vou avisando que esse capítulo tá bem melancólico e mostra um pouco da história do nosso rosado, espero que gostem.

Não tenho muito que falar, eu acho, então, boa leitura e desculpem-me qualquer erro.

Capítulo 4 - Cicatrizes do passado.


Fanfic / Fanfiction Nove meses para redescobrir, uma vida inteira para recriar. - Cicatrizes do passado.

NATSU ON 

- N-Natsu, me diz que isso é uma brincadeira de muito mal gosto. -eu ia matar meu pai, era isso, ele estava pálido, suas mãos tremiam, mas nem eu fiquei assim (eu acho).

- Pai, se acalma, senta, isso, bonitinho. -falei ajudando-o a se sentar de volta em sua cadeira. -Não é uma brincadeira. Sinto muito. Eu nem consigo imaginar o desgosto que o senhor está sentindo de mim agora, mas me perdoa. -de todas as vezes que eu o decepcionei, essa com certeza havia sido a pior. Eu nem conseguia encará-lo, mesmo tendo a certeza que seus olhos não saim de mim.

- Natsu, não vou mentir. Dessa vez você realmente me decepcionou. A Lucy? Um filho? Que estabilidade emocional vocês dois tem pra isso? -completamente calmo. Seu tom de voz nunca se eleva, mesmo nessas situações. Eu sempre tive uma admiração imensa pelo meu pai, me apaixonei por advocacia por causa dele. Via ele mexendo em inúmeros papéis e ele sempre me explicava algumas leis. Ele me levou numa audiência uma vez, e esse foi o ponto máximo pra eu decidir o que queria. Eu queria ser como ele, e agora? Acho que no fim o Jude está certo, eu sou só um moleque. -Mas, sabe Natsu, de uma coisa eu tenho certeza. -ele se levantou e colocou a mão na minha cabeça bagunçando meu cabelo. -Você irá arcar com suas responsabilidades e se esforçará ao máximo para ajudar a Lucy e não sair do lado dela. Afinal, você é meu filho. E nada, pode mudar isso. -ele falou com um sorriso de lado (não, eu não estava olhando, mas o conheço o suficiente pra afirmar), saindo da sala em seguida.

Continuei ali sentado por alguns minutos assimilando tudo que estava acontecendo ultimamente. Me levantei, peguei as chaves do meu carro e sai da sala sem vestígios de Igneel ali fora. Resolvi voltar pro trabalho. Igneel sempre demonstrou um orgulho imenso pelo fato de ser meu pai, e eu nunca entedi o porquê, afinal, eu era apenas um garoto comum, e poderia ter sido qualquer outro no meu lugar.

No orfanato, a diretora nunca se deu o trabalho de me apresentar para nenhum casal, e não foi diferente com Igneel e minha mãe. Eu não era bagunceiro, evitava ao máximo que as pessoas ouvissem minha voz, nunca tinha sido aceito em nenhum grupinho de crianças, elas sempre me ignoravam, acho que pelo fato de não fazer questão em me enturmar, mas também não me importava. Quando eles chegaram ao orfanato, numa tarde quente de verão, eu estava no canto do pátio encarando o céu, que estava sem uma única nuvem no céu. Os olhei de relance, os cabelos dele me chamaram a atenção, eram ruivos, lembravam a cor de uma cereja estragada. Sim, ele ama esse apelido. Fiquei os encarando por um tempo, a moça ao seu lado tinha longos cabelos violeta, seus olhos azuis entravam em perfeito contraste com sua pele. Não me importei. Voltei à encarar o céu, e como de costume, a diretora passou direto por mim, como se eu fosse apenas uma sombra qualquer. Ele olhou pra mim, como todos os outros, mas dessa vez, ele veio até mim. Os dois.

- O que um rapaz tão bonito faz aqui sozinho? -a moça dos olhos azuis me perguntou se abaixando para ficar na minha altura. Seu rosto era gentil, o sorriso era doce, e de alguma forma meu coração se aqueceu com ele. O mais velho me olhava do mesmo jeito, terno, sorridentes, como se aquele ato fosse uma coisa maravilhosa. Como se eu fosse a mais bela das criaturas ali. -Que cabelo lindo! Lembra os seus, Igneel. -ela comentou acariciando as pontas espetadas e bagunçadas.

- Sim. Mas, o meu, a cor lembra cereja podre -não falei? -, o dele lembra uma cereja nova, viva. -gargalhou com o próprio comentário. No momento eu não entendi, mas um tempo depois percebi que ele se sentia morto com tudo que o rodeava.

- E então rapazinho, qual o seu nome? -ela continou com as perguntas, mas eu não estava acostumado com isso, então tenho certeza que minha expressão estava assustada.

- N-Natsu. -respondi envergonhado.

- Que lindo! Estamos no verão também, que coincidência. -o cereja podre falou animado.

- Nee, senhor e senhora Dragneel, não querem terminar de olhar o orfanato? -a senhora diretora perguntou forçando um sorriso para eles, e me olhando de relance com uma certa raiva, certeza que ela odiava aquele trabalho.

- Acho que não será necessário. -o senhor Dragneel falou se levantando sem tirar os olhos de mim. -N-a-t-s-u, quer vir conosco? -eu poderia ter gargalhado com seu jeito bobão de falar meu nome, mas ele perguntou se eu queria ir com ele. Ele me escolheu? Mesmo com todas essas crianças aqui? Por que? Quando dei por mim, meus olhos estavam lacrimejando, e eles estavam me encarando assustados.

- Olha o que você fez, Igneel! Assustou ele. Deve ter irritado ele pelo jeito que o chamou. -a moça de cabelos violeta falava nervosa. I-g-n-e-e-l. Que nome difícil.

- Me perdoe, Natsu, não precisa respoder agora. E eu não fiz nada, Grandine! -ele respondeu a jovem senhora no mesmo tom. Eles pareciam se dar bem. Ao menos era o que eu achava.

- E eu estraguei isso... -pensei alto estacionando na garagem do prédio onde morava. Passei a tarde toda com essas coisas na cabeça, que droga! Mesmo que à todo momento ele dissesse que a culpa não foi minha, não tem como negar. Não queria ficar com aquilo na cabeça, inclusive passei minha vida quase toda tentando evitar que isso me atrapalhasse. Então, por quê estou com essas coisas na cabeça? Isso me lembra que eu não comi nada hoje, estou com fome.

Adentrei meu pequeno apartamento, larguei minhas coisas na poltrona e me joguei no sofá. Quando dei por mim já estava dormindo e só acordei com o barulho irritante do meu celular que estava tocando sem parar. Atendi a contra gosto sem nem mesmo ver quem era.

- Alô.

- Natsu! Graças à Deus! Onde você se meteu? Tô te ligando tem duas horas. -era a Lucy, desesperada como sempre. Droga, deixei ela preocupada.

- Desculpa, meu mel. Eu estava morto, nem vi quando dormi.

- Nem vem de bajulação. Eu realmente fiquei preocupada. -agora sua voz estava chorosa, pra quê tudo isso?

- O que posso fazer pra você me perdoar?

- O pessoal vem jantar aqui em casa hoje, você vem? -pediu manhosa. Eu conseguia negar alguma coisa para aquela garota?

- Vou pra onde você estiver sempre, gata.

- Sem graça. O que você tem? -seu tom de voz mudou novamente, passando para um tom preocupado e cuidadoso.

- Por que a pergunta?

- Estou preocupada com você, parece cansado.

- Nada fora do comum. Mas, é que hoje estive pensando em coisas que não gostaria. -a Lucy era uma das únicas pessoas que eu me sentia confortável para falar sobre esses assuntos. Sabia que ela não me julgaria.

- Sua mãe?

- Também. É que eu só queria entender as coisas.

- Natsu, eu entendo como se sente, mas precisa seguir em frente, por favor. -eu realmente pensei que estivesse fazendo isso, mas estava enganado. Hora ou outra isso voltava à tona.

- Eu sei. Me perdoe. Vou tomar banho e estou indo.

- Você comeu hoje?

- Vou tomar banho e estou indo. -ela ia me matar por eu ter feito isso, mas eu adorava irritá-la.

- Natsu Dragneel!

- Também te amo, Lucinda! Beijos. -desliguei antes que ela me batesse pelo celular.

Larguei o aparelho em cima da mesa, subi e tomei um banho demorado, estava exausto, mas um banho era sempre bom.

《°°°》

Estava a maior farra na casa da Lucy, e o assunto principal? Sua gravidez.

Ela respondia todas as perguntas um tanto irritada, mas eram nossos amigos e sabíamos que apesar de suas loucuras, eles nos dariam apoio. Ela estava me empanturrando de comida, mesmo que eu não tenha comigo durante o dia, se continuasse assim eu iria explodir. Como alguém consegue mudar seu humor assim? Uma hora quer me matar, outra hora quer cuidar de mim como se eu fosse um bebê. Pois é, a a Lucy tinha esse dom.

- Ainda não entra na cabeça que tenham sido tão irresponsáveis! -Gray falava em tom de revolta. -Mesmo com tantos métodos contraceptivos, você ainda engravidou!? -idiota! Isso é jeito de falar? Entre a gente sim. Não importa o assunto, mas a Lucy ficaria chateada.

- Desculpa. Fomos descuidados mesmo... É que eu nunca tive costume de tomar anticoncecional, então não sei, nem me preocupei. -ela respodeu um pouco cabisbaixa, mas em um tom calmo.

- E como sabe que o filho é dele? -o Gajeel queria morrer. E eu iria matar ele, como ele ousa desrespeita-la assim?

- Olha aqui seu imbecil, eu posso fazer muita merda nessa vida, mas eu me dou o valor. Eu sei muito bem sobre os caras que eu durmo. -seu tom estava mais elevado dessa vez, e eu me sinto honrado por isso, obrigado. Isso não é hora, eu sei.

- Foi mal, Bunny Girl, não sei da onde saiu isso. Desculpa. -ele realmente estava arrependido por ter feito a pergunta. Não é pra menos.

- Quando vai saber se é menino ou menina? -Juvia perguntou com os olhos brilhando.

- Acho que só daqui três meses. Nem perguntei nada pra médica ainda. -respondeu naturalmente. Acho que ela estava mais tranquila com isso. Ainda bem.

Não demoraram muito para ir embora, nos deixando à sós novamente. Eu estava recolhendo algumas coisas que estavam jogadas no chão, enquanto devolvia para seus devidos lugares. Quando fui jogar no lixo, aproveitei para lavar a louça que estava acumulada. A Lucy odiava fazer coisas relacionada à cozinha, então por quê não ajudá-la? Não estava fazendo nada mesmo.

- Não precisa. -ela falou ficando do meu lado e desligando a torneira. Ignorei sua atitude e liguei novamente continuando meu serviço. Ela desistiu e se sentou no sofá emburrada.

- Como foi o seu dia? -perguntei querendo anima-la de novo.

- Normal, e o seu? -respodeu sem interesse.

- Bem. Falei com meu pai. -contei calmamente recebendo um olhar curioso e preocupado.

- Ele ficou muito decepcionado? Ele deve ter perdido todo o respeito por mim.

- Relaxa. Ele não ficou tão chateado e não perdeu o respeito por você. Tecnicamente não fizemos nada de mais. Afinal, já somos maiores de idade, então não se preocupe com o que falarem, tá bom? -expliquei secando minha mão no pano e depositando um beijo em sua testa.

- Ok. -confirmou num tom baixo. -E você, por favor, evite pensar em coisas desagradáveis. Já passou. -eu sabia do que ela estava falando, então apenas assenti com a cabeça, peguei minhas chaves e meu celular e me despedi dela. No caminho, mais lembranças...

"- Me desculpe por não ter conseguido amar você." -foi a última coisa que Grandine me disse antes de sair pela porta de casa naquela manhã. Eu estava meio sonolento ainda, era apenas uma criança, mas hoje as coisas fazem sentido, hoje dói bem mais também. Só que hoje também, eu tenho minhas próprias preocupações, hoje eu preciso trabalhar para ser alguém melhor que ela para meu filho, preciso estar ao lado da minha loirinha de um jeito que ela não esteve ao lado do Igneel. Hoje eu deixo essa ferida para trás e sigo em frente com meus próprios passos.

"Mesmo que você não tenha me amado, eu cometi o mais belo dos erros lhe amando incondicionalmente"


Notas Finais


E então?

Não sintam raiva da Grandine, ela teve seus motivos, apesar de que eu não pretendo mostra-los, como eu disse, a fic não irá focar no passado. Mas, vou tentar deixar uma breve explicação em algum capítulo, ok?

Tio Ig é super protetor! Que fofinho!

Bom pessoal, espero que tenham gostado. Digam-me o que acharam e até a próxima!!! ❤


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