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História Nunca é o fim - Do KyungSoo EXO - O começo de tudo


Escrita por: _lyssaa

Notas do Autor


Boa leitura 🌼💌 espero que gostem!!

Capítulo 1 - O começo de tudo


Fanfic / Fanfiction Nunca é o fim - Do KyungSoo EXO - O começo de tudo

Estou terminando de arrumar minhas malas, uma nova etapa está começando e eu não vejo a hora das coisas ficarem bem novamente. Dou uma última olhada no espelho e desço as escadas do apartamento, minha mãe já está me esperando no carro e bom, é graças à ela que estou saindo de Busan o lugar que nasci e cresci à caminho do Texas.

- Pegou tudo S/N ? Não quero preocupações no caminho. 

- Sim mãe eu peguei, e a nossa vida já é uma complicação -Digo olhando pela última vez que a partir de agora será minha casa antiga

- Não fala assim filha, dê graças a Deus por estar viva. -Ela diz séria ligando o carro e metendo o pé na estrada.

Eu até havia me esquecido como Busan é bonita, eu quase não aproveitei nada desse lugar pois metade da minha vida eu passei em hospitais, clínicas, em cirugia.. é, da pra ver como minha vida é um tanto quanto deprimente, pelo menos é como eu me sinto todos os dias por não poder fazer nada e nem comer nada do que eu gosto. Eu tenho uma doença chamada "doença de Gesf", é basicamente uma doença que afeta os rins fazendo com que eles percam a função totalmente, no meu caso já é avançado e irreversível, então, dependo de uma máquina de hemodiálise para sobreviver e de um transplante de rim para continuar viva ou pelo menos chegar aos 30 anos sem complicações gravíssimas. 

- S/N não esqueça que amanhã é sua primeira consulta com o Dr. Choni, por tudo que é mais sagrado não se atrase 

- Eu sei mãe, já é a milésima vez que a senhora me lembra disso só nesses 20 minutos que estamos no carro. - Reviro os olhos voltando a admirar a vista da estrada, que por sinal está repleta de flores 

Finalmente chegamos ao aeroporto e mal cheguei e já sou cercada de olhares de curiosidade das pessoas que provavelmente estão se perguntando o por que de eu estar usando luvas e máscara, e bom a resposta para isso é simples, a minha doença deixa meu sistema imunológico tão ferrado mas tão ferrado, que eu não posso de forma alguma ter muito contato com multidões e lugares consideravelmente sujos. 

Atenção vôo 775 com destino ao Texas EUA comparecer a cabine de embarque, o vôo acontecerá em breve 

- S/N vamos, temos que achar nossos lugares ainda filha. 

É a primeira vez que vejo minha mãe nervosa com algo, pelo menos tão nitidamente. Não sei se fazia parte dos planos dela se mudar para outro país e recomeçar do zero, mas devido as minhas condições ela não teve muita escolha. Ela me criou sozinha sem ajuda de ninguém, meu pai faleceu quando eu tinha apenas 3 anos e bom eu não me lembro dele, mas eu sei o quanto ele era incrível com minha mãe. E sei também o quanto a minha mãe foi forte e guerreira, muitas vezes quando eu estava internada ou me preparando para alguma cirurgia de colocação de cateter eu via ela da janela, sempre com postura séria e se mantendo forte por mim.

- Vamos mãe, estou logo atrás de você - dou um sorriso para ela e subo as escadas do avião, avisto nossos lugares e me acomodo nele, agora serão 12h de viajem até nosso destino final.

               

                            Uma semana depois...


Já fazem exatamente uma semana que chegamos no texas, eu não fazia ideia que eu amava o interior até me mudar para um, é tudo tão calmo e as pessoas por aqui parecem estar sempre alegres. Estamos morando em um chalézinho bem rústico e adorável, cercado de árvores frutíferas e muita montanha ao redor, o céu está sempre bem azul e o vento é como um remédio natural para os meus pulmões. E bom, minha rotina já voltou ao normal e como sempre meu coquetel de remédios pela manhã, vitaminas e claro as consultas semanas e a hemodiálise três vezes na semana. 

- Filha como se sente hoje ? -minha mãe invade meu quarto se sentando na minha cama cheia de ursos espalhados.

- Eu estou bem mãe, confesso que ainda é tudo muito novo para mim 

- Mudanças nunca são fáceis, você e eu sabemos disso como ninguém mas você também sabe o quão importante elas são 

- huhum .. - murmuro abaixando a cabeça e me sentando do lado dela 

- Vou te levar para consulta hoje mas não vou poder te acompanhar tudo bem ?

- Claro mãe, eu sei que você precisa trabalhar 

- Hoje o doutor Choni vai verificar a lista do transplante de novo .. e 

- Que ? Mãe, eu sei que ta mais ansiosa que eu mas nós duas somos cientes que essas coisas demoram anos, para de botar pressão no Dr.Choni toda vez! - A interrompi nervosa e brava, eu entendo que minha mãe quer que eu viva mas eu não estou preparada para nada disso no momento e queria que ela respeitasse isso.

- Olha sabemos dos riscos mas você tem que tentar S/N, não saímos de Busan para cá pra ficarmos sentadas olhando os dias, os meses e os anos passarem de novo

- Ok, obrigada pela carona mas prefiro ir andando. - saio de casa e vou em direção ao ponto de ônibus que por sinal é bem perto 

...

Odeio brigar com minha mãe mas as vezes as coisas ficam complicadas entre nós duas, chego ao ponto de ônibus e avisto um menino parado nele. Isso me leva a pensar se devo me preocupar ou ficar aliviada por ter alguém aqui, me sento no ponto de ônibus e observo o movimento da rua até que escuto meu nome.

- S/N ? .. oi, caramba lembra de mim ? - diz surpreso e extasiado 

Não reconheço a voz grossa então tomo coragem e olho para o menino parado agora na minha frente 

- É... oi ... Desculpa mas eu não lembro de você - sorrio sem graça tentando não parecer grossa ou mal educada, mas eu realmente não estava reconhecendo o tal menino, isso me faz pensar se minha doença já afetou minha memória também 

- Ah, tudo bem ... pensei que se lembraria afinal fui seu amigo de infância.. - agora cabisbaixo ele encara seu próprio tênis esfregando na areia do asfalto 

- O que, é você Chanyeol ? Minha nossa o que você faz aqui ? Tipo como você mora aqui também ? - é talvez eu tenha me empolgado com as perguntas, mas é que não caiu a ficha ainda que o menino que passei minha infância toda e que perdi contato depois que fiquei doente está parado bem aqui na minha frente.

- Hey calma ai S/N respira um pouco, bom eu moro aqui desde que te deixei em Busan com apenas 7 anos, eu fui na sua casa contar que eu ia embora da cidade mas nesse dia não havia ninguém na sua casa, fui nos próximos dias até um pouco antes de eu viajar mas também não te encontrei lá então eu fui embora sem me despedir mas em nenhum momento foi proposital. - seu sorriso ao dizer isso amolece meu coração e desde quando ele cresceu tanto assim - 

- Ah, nossa que.. nossa bom é.. - eu sinceramente não sei como prosseguir esse assunto, ele não sabe que estou doente e não é o tipo de coisa que eu saio contando por aí, odeio o sentimento de pena das pessoas sobre mim 

Antes que eu possa responder algo o meu ônibus chega e eu agradeço por não ter que continuar essa conversa deprimente sobre minha doença agora, agradeço também pelo chanyeol não pegar o mesmo ônibus, entro correndo e me despeço dele pela janela, ele sem entender nada apenas acena para mim.


                              Horas depois....


Enfim cheguei ao hospital, passo pela recepção e vou em direção a sala do Dr Choni que por sinal os corredores próximos da sala estão vazios. Me sento e aguardo ser chamada, o nervosismo já tomou conta de mim, eu nunca sei o que vai acontecer nas consultas exatamente.


- S/N entre. Feche a porta por gentileza


Fecho a porta e me sento em uma das cadeiras bonitas e confortáveis da sala 

- Bom S/N seu caso permanece estável, não houve melhora como já esperado, mas também não houve nenhuma piora o que já é um progresso para nós. Mas há certas coisas me preocupando, as vitaminas que passei logo quando chegou não mostrou resultado algum e isso é preocupante ao meu ver, como profissional a 40 anos e especialista em casos como o seu, quando o paciente chega em um estágio da doença em que os medicamentos são como nulos no organismo é um sinal que o corpo se acomodou a doença, e isso me preocupa pelo fato de que quando formos te preparar para um transplante seu corpo além de rejeitar os anti coagulantes, acabe rejeitando o rim.


Só consegui ficar parada sem saber como reagir a essa informação, as vezes a única coisa que me vem a cabeça com notícias assim sobre meu caso é, por que comigo ? 

-  E o que o senhor tem em mente nesse caso doutor ? 

Ele respira fundo o que me deixa mais apreensiva ainda, não quero outro cateter e nem outra cirurgia.

- Bom, eu vou aumentar a dose dos medicamentos ok ? E em vez de tomar só de manhã você passará a tomar três vezes ao dia e sem pular horário. Se realmente quiser que isso se prolongue por mais alguns meses, tem que seguir a risca.

Seguir a risca, isso é tudo que eu escuto durante minha adolescência inteira.

- Tudo bem doutor, tem minha palavra. - dou um sorriso preocupado

- Ótimo, amanhã você tem uma sessão de hemodiálise às 8hAM. - ele carimba e assina minha nova receita.


Me retiro do consultório e vou em direção ao ponto de ônibus novamente. Saber que os médicos estão fazendo o possível para me salvar e saber que todas as tentativas são um fracasso me faz sentir horrível, eu tenho 19 anos e já perdi minha adolescência pra essa doença, perder um futuro inteiro seria a gota d'água para mim. 




















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