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História Nunca mais sem você - Amor pleno


Escrita por: Constellation

Notas do Autor


Oi, gente! Bom dia a todos! Mais um capítulo do amor maior do mundo... :)
Muito obrigada aos revews da Shyna e da LadyKagome e aos favoritos! XD!

Espero que gostem. Boa semana a todos! u.u

Créditos ao autor da imagem utilizada.

Capítulo 18 - Amor pleno


Fanfic / Fanfiction Nunca mais sem você - Amor pleno

“Cavaleiros de Ouro, vocês são apenas almas sem corpos.”

“Mas isso não significa que nós, os deuses, perdoamos os seus pecados.”

“Somos Cavaleiros de Atena. Mesmo sem nossos corpos... Mesmo tendo despertado a ira dos deuses, ainda somos Cavaleiros de Atena e sempre seremos! Dedicamos nossas vidas a Atena!”

“Os Cavaleiros de Ouro são os mais poderosos entre todos os Cavaleiros. Mas, ainda assim, não passam de mortais.”

“Suas almas serão condenadas!”

“Como lição para a humanidade que continua traindo os deuses...”

“... Suas almas ficarão seladas aqui...”

“... E não conhecerão a paz por toda a eternidade...”

“Mesmo na morte, nossas almas estão com Atena! Mesmo presos em sofrimento eterno, nada mudará nossa decisão.”

“Vocês podem nos selar aqui, mas outros seguirão o mesmo ideal em nosso lugar.”

“Ainda que outros humanos...”

“... Sigam seus passos...”

“... Não serão páreos para os deuses.”

“Mortais, sejam humildes perante os deuses!”

 

Abri os olhos, mas era impossível ver... Me sentia estranhamente leve... Tentei tocar meu próprio braço, mas não me senti. Não sentia mais o ar fluir em minha respiração, parecia que ia sufocar... Mas, logo percebi que eu não precisava mais respirar. Nem meu coração batia...

Os deuses nos amaldiçoaram por toda a eternidade e selaram nossas almas em um lugar distante do Universo. Eu era só uma alma etérea perdida em meio à escuridão sem fim, sem sequer sentir meus pés fixos em qualquer superfície. Tentei falar, mas já não era capaz... Nenhum som saía da minha boca. Estiquei meus braços e andei para frente, mas mais parecia que eu flutuava como um fantasma... Vaguei por aquele vácuo pelo que pareciam ser horas...

Então, esse era o nosso eterno castigo e tormento. Nos tornarmos almas penadas, assombrações ou, simplesmente, nada... Mas não importava. Não me desesperei. Resolvi parar e controlar meu medo e insegurança... Sim, mesmo sendo almas sem corpos, nossos sentimentos e lembranças de vida permaneciam no que restava de nosso ser.

Comecei a sentir frio... Mas não físico, já que não possuía mais o meu corpo. Era uma sensação assustadora de vazio e solidão.

- ...

Não conseguia sentir o cosmo de Camus... Muito menos de nenhum dos outros Cavaleiros de Ouro. Os deuses... Os arrancaram de nós?! Os deixamos furiosos e despertamos sua ira... Não mais tolerariam que mortais interferissem em seus planos. Depois de tantas guerras e batalhas, tantas gerações, tantas eras, eles perderam a paciência.

Comecei a tremer e a bater os dentes... Os deuses fariam de tudo para que pagássemos com nosso sofrimento eterno tudo o que os Cavaleiros de Atena haviam feito para atrapalhá-los em suas tramoias... Doía muito... A dor mais lancinante que um mortal pode sentir é quando é atingido diretamente em sua alma... A minha estava completamente nua... Sem a proteção do corpo físico e da mente.

Resisti o quanto pude, mas meu espírito parecia que ia ser rasgado em pedaços...

“AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!”

Eu podia não gritar com a boca... Mas podia extravasar, mesmo que inutilmente, sentindo e pensando naquela dor imensa...

“AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!”

O desespero veio como um demônio... Ia ser assim para sempre?!

“AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!”

Era isso que a eternidade reservava... Espinhos perfuravam a minha alma... Fogo ardente queimava a minha pele... O frio imortal engolia a minha esperança e fé... Mas...

Uma mão me tocou...

“Milo...”

Aquela voz... Chamando o meu nome... Agarrei a mão que me tocava... A dor toda acabou quando senti seu toque e o ouvi. Toquei seu braço, até chegar a seu corpo etéreo, mas que eu podia sentir como ser ainda estivéssemos vivos. Estava deitado de bruços e com o braço estendido...

“Você tá aqui! Você veio...”

O puxei para mim, o abracei forte e afundei o rosto em seu pescoço. Ele me envolveu em seus braços e acariciou minhas costas.

“Você... Gritou de dor... Eu precisava te encontrar... Tinha que ser possível...”

“Eu posso te sentir... Ouvir sua voz... Mesmo nessa escuridão... E sem nossos corpos... ”

“Sim... Eu também.”

Tudo... Tudo de ruim que feria e destroçava minha alma desapareceu. Medo, solidão, dor, angustia, desespero... Se extinguiram por completo. Era como se nunca tivessem existido... Mesmo somente em alma, ele me trouxe seu amor, paz, esperança, calor... Camus conseguiu me encontrar em meio aquele vazio escuro e eterno, mesmo sem sentir meu cosmo... Somente escutou os gritos do meu espírito, mesmo que eles não tivessem nenhum som. 

Ficamos abraçados, sentindo nossos espíritos se tocarem, como se fossemos um. Agora que estávamos juntos, nada, nem mesmo os deuses, poderiam fazer algo que nos causasse dor. Nossas almas, mesmo condenadas ao sofrimento eterno, descansavam em paz agora que estavam unidas.

De repente, senti algo muito bom... Não sei se consigo explicar. Era como se todo o sofrimento, tristeza, angústia e dor que eu havia sentido em vida e carregava nos confins da minha alma estivessem se esvaindo. Um alívio imenso... Agora que nossas vidas haviam acabado, eu tinha certeza que nada mais iria tirá-lo de mim. Se estar assim com ele era o que a eternidade me reservava, eu descansava na mais plena paz.

Era tão bom... E perfeito. Minha alma ansiava desesperadamente por esse momento desde sempre... Fechei os olhos e o abracei o mais forte que pude, e ele fez o mesmo. Imagine, se puder, a sensação de um orgasmo beeeem demorado, impossível de ser alcançado por qualquer mortal... A plenitude que ansiávamos, talvez, desde eras mitológicas...

Senti nossos cosmos voltarem com toda a força e sentidos... Nossa ligação se tornou ainda mais estreita e forte... Estávamos voando agora em meio às estrelas de nossas Constelações. Sorri e segurei sua mão... Pela eternidade.

 

“Cavaleiros de Ouro! Guardiões das Doze Casas! Os mais poderosos Santos que protegem a Mim, a Terra e a humanidade! Shion de Áries, Mu de Áries, Aldebaran de Touro, Saga de Gêmeos, Kanon de Gêmeos, Máscara da Morte de Câncer, Aiolia de Leão, Shaka de Virgem, Dohko de Libra, Milo de Escorpião, Aiolos de Sagitário, Shura de Capricórnio, Camus de Aquário e Afrodite de Peixes! Acordem! Voltem à vida que lhes foi tirada em Meu nome!”

 

A luz cegou meus olhos recém-abertos. Ofeguei e gemi de dor ao sentir o ar preencher meus pulmões, que pareciam ser rasgados.

- Os Cavaleiros de Ouro! Eles voltaram à vida!

- A Saori... Atena conseguiu!

Aquelas vozes eram conhecidas e incomodavam meus ouvidos, ecoando na minha cabeça. Minha visão voltou a se adaptar à luz, e enxerguei, meio turvo de imediato, um teto de pedra bem familiar. Eu só podia estar em algum lugar do Santuário. Ergui meu tronco devagar e olhei em volta. Vi Atena ajoelhada sobre um tapete vermelho (só podia ser o da Sala do Mestre), parecia enfraquecida, mas sorria satisfeita e gloriosa. Ajoelhados ao lado Dela, preocupados, estavam Seiya e Shun. Atrás deles, estavam as Pandora Box das Armaduras de Ouro, enfileiradas em ordem, tanto que a de Escorpião se encontrava de frente para mim e ao lado das de Libra e Sagitário.

Meio confuso, olhei para as minhas próprias mãos, revestidas pela armadura. Eu estava sentado sobre um tipo de pedestal... Olhei para a esquerda e vi Dohko, que me encarou com um meio sorriso. Retribui e olhei para a direita, e vi Aiolos. Ele estava com a mesma aparência de quando encontramos a morte no Muro das Lamentações, parecendo estar com a idade de vinte e sete anos que não pode alcançar naturalmente, já que morreu aos quatorze. Aquilo era estranho... Esses meus dois vizinhos sempre foram tão ausentes... Hehehehe.

É, nossa Deusa havia nos ressuscitado sem mais dúvidas. Suspirei e olhei para baixo, não estando contente com aquela nova vida. Eu... Havia encontrado a alegria e a paz eternas no outro mundo e estava certo de que a eternidade que me aguardava seria plena e cheia de amor, mesmo na escuridão sem fim. As lembranças e expectativas que eu tinha dessa vida na Terra não eram nada boas... Óbvio que não foi de toda ruim, tive momentos de alegria, glória e tinha cumprido o meu dever para com Atena. Mas... Dos meus vinte anos, treze foram incompletos... Alguns dias foram perfeitos e felizes, mas... O último mês foi como um pesadelo dos mais temíveis, cruéis e dolorosos, tirando alguns minutos antes da morte.

Atena se levantou e olhou para todos nós com um grande sorriso. Nos levantamos e nos ajoelhamos perante Ela. Sei que Suas intenções foram as melhores e mais puras. Sei que carrega em Si uma grande culpa de nos privar de uma vida normal e calma, mas está tudo bem, minha Deusa. Nós aceitamos nossos destinos de sermos seus Cavaleiros e de vivermos o necessário para Te protegermos, assim como a paz na Terra, o amor e a justiça. Isso até depois de nossa morte...

- Cavaleiros de Ouro, fico muito feliz que estejam de volta a esse mundo. – disse Ela, sem deixar de sorrir – Estou sem palavras para expressar minha satisfação de tê-los conosco aqui no Santuário e na Terra.

- Sim, nossa Deusa. – respondemos todos juntos.

Ela fez uma reverencia e, com a ajuda de Seiya e Shun, se virou e caminhou até o Trono do Mestre e se sentou, cansada. Seiya olhou para nós, deslumbrado. Caminhou de volta até onde estávamos e disse:

- Nossa, pessoal, vocês são incríveis! – nos levantamos, e vi que todos o olhavam sorrindo – Como conseguiram?!

- Como assim, Pégaso? – disse Shion.

- Conseguimos o que? – perguntei. Como sempre, estou no meio dos questionadores ¬¬.

- Não fizemos nada, Seiya. – disse Deba, já rindo.

Todos se olhavam com cara de “ele é maluco” ou “não entendi a do pônei alado”. Olhei por detrás de Aiolos e Shura e vi que Camus fazia o mesmo. Abri meu primeiro sorriso dessa nova vida quando o vi. Também sorria para mim. Fiz uma careta zoando o Seiya para ele, que balançou a cabeça negativamente tipo “sempre zoando” sem deixar de sorrir. Lindo... Me aguarde...

- Hã?! Vocês... Não sabem o que fizeram?! – disse Seiya com vários “?” em volta.

- Desembucha logo! – disse Máscara da Morte, impaciente.

- Vocês QUEBRARAM o Selo dos deuses! A Saori... Digo, a Atena trouxe seus corpos de volta, mas foram vocês que libertaram suas almas!

- Que?!

- Como?!

- Nos... Libertamos?! – disse Dohko – Mas... Será que... – olhou para Shion, que sorriu.

- É sim! – disse Shun – Atena recriou seus corpos e guiou suas almas de volta a eles. Mas isso porque já estavam libertas.  

- Atena, isso é... – disse Shion.

- Sim. – confirmou Ela antes que ele terminasse – Eu não seria capaz de libertá-los do Selo, mesmo sendo uma deusa. Vocês quebraram três Selos poderosíssimos que nem Eu tinha visto tão fortes. Quando senti a presença de seus cosmos, fiz o que pude para recuperar seus corpos. Se sentem bem?

- Sim. – respondemos.

- Que bom. Eles estão do mesmo jeito que antes de vocês morrerem. Agradeço infinitamente por tudo que fizeram por Mim e pela humanidade. – disse Ela, sorrindo - Shion?

Ele se ajoelhou perante Ela. Estava trajando uma túnica branca, já que a Armadura de Áries estava com Mu. Ao contrário de como estava durante a batalha contra Hades, com seu corpo jovem, Shion voltou a ter sua aparência de mais velho. Sinceramente, ele esta muito bem pra quem tem 261 anos. Aparenta uns quarenta, no máximo.

- Agora que está de volta, deseja reassumir este Elmo? – e pegou o Elmo dourado do Grande Mestre.

Shion abaixou os olhos por um instante. Olhou discretamente para Dohko com os olhos tristes, mas Libra retribuiu com um olhar carinhoso lhe deu um sorriso, acenando a cabeça. Shion sorriu, parecendo aliviado e seguro. Se voltou para Atena.

- Atena, há algum mal se eu – ele pareceu finalmente se decidir - recusar?

Todos se entreolharam não entendendo ou acreditando no que tinham acabado de presenciar, inclusive Shun e Seiya. Atena também parecia não esperar aquela decisão, mas olhou intrigada e sorrindo para o antigo Mestre.

- Não, de maneira alguma. – disse Ela.

- Bem, é que eu já estava para deixa-lo pouco antes de morrer, minha Deusa. – disse Shion.

- Sim. – disse Ela – Então... Quem irá assumi-lo?

Todos o olhavam com expectativa. Olhei para Camus de novo e sorri.

“Quem será?”

“Ouvi dizer que o escolhido por ele antes de morrer era Aiolos.”

“É mesmo. Não deve ter mudado de ideia.”

“Sim. Aiolos será um bom Mestre. É um homem de muita honra e dignidade.”

“E salvou Atena da morte, se sacrificando por Ela.”

Camus concordou com a cabeça e sorriu. Voltamos nossos olhares para Shion, que disse:

- Minha Deusa, minha decisão... – ergueu a cabeça e A encarou - ... É a mesma da Armadura de Gêmeos.

Todos olharam na direção da Armadura, trajada por Saga, que sorriu e olhou para Kanon, que olhou espantado para Shion.

- Sei melhor do que ninguém que a sabedoria e justiça das Armaduras de Ouro são indiscutíveis, e infinitamente maiores do que as de um simples mortal, como eu. Muitas vezes, elas decidem o destino de seu mestre. O que ela decidiu será feito. Mas digo que também é a minha vontade. – declarou Shion – E a Sua, Atena?

Ela sorriu e disse:

- Também é a Minha vontade. Saga?

Nós todos nos espantamos quando o suposto “Kanon”, trajando uma túnica azul marinho, deu uns passos a frente e se ajoelhou perante Atena.

- S-Sim, minha Deusa. – disse ele, com a voz trêmula.

- Você aceita a decisão da armadura que um dia foi sua? – disse Ela.

Mas... Se aquele de túnica era o Saga, então a Armadura de Gêmeos estava com o... Agora sim, todos entendemos o que Shion quis dizer. Muitos até hoje ainda não sabem diferenciar um do outro. Eu acho que já aprendi... Mas ainda erro, as vezes.

Saga olhou para trás e para Kanon, agora definitivamente o Cavaleiro de Ouro de Gêmeos, já que a armadura o escolheu entre os dois irmãos. Estava corado e parecia suar de nervoso.

- M-Mas, Atena...

- Concorda ou não?

- Sim, mas...

- Cavaleiros de Ouro? – Ela se dirigiu a nós.

Todos nos entreolhamos, estranhando demais aquela decisão.

“SAGA para Mestre novamente?! Depois de tudo que fez?!”

“Hum... É muito estranho. Mas a Armadura, que deveria estar com Saga, já que era sua por ser o mais velho, o deixou.”

“E isso quer dizer que ela quer o Saga como Mestre?”

“Hu-hum. Ela quis dizer isso quando deixou Saga.”

“Ahhh... Não sei se concordo com isso, Camus.”

“Olha, Milo, o Saga aprendeu e mudou bastante depois da Batalha das Doze Casas.”

“Como você sabe disso?”

“Conversamos bastante durante... Dizer isso é muito bizarro... Depois que morremos pela primeira vez. E também acho que isso é bem evidente depois que ele concordou conosco em fazer o pacto com Hades para tirar a vida de Atena.”

“Hum... Mas mesmo assim. E se ele fizer de novo?”

“Não seremos tão tolos de ser enganados mais uma vez, não?”

“É... Você tem razão...”

“Hahahahahahahahaha!”

“Por que está rindo?”

“Morremos pela primeira vez... Pfffffff! Hahahahahahahahaha!”

Fiz uma cara triste... Não gostei.

“Não acho graça.”

Ele me olhou carinhoso.

“Desculpe. Não falo mais sobre isso, tá?”

Sorri e retribui o olhar. Ele não precisava explicar... Sabia que estava sendo divertido. Mas pensar que eu o perdi no passado e o tamanho da minha dor... Me deixava triste com essa nova vida. Mas ele estava ali comigo... A tristeza não tinha a menor chance. Meu coração pulava de alegria só de sentir seu cosmo.

“Tá.”

- Cavaleiros de Ouro, deem um passo à frente os que concordam. – disse Atena.

Alguns se entreolharam, mas Mascara da Morte, Afrodite, Shura, Camus, eu, Dohko e Mu demos um passo à frente no mesmo segundo. Já éramos a maioria. Shaka foi logo depois, juntamente com Aldebaran. Kanon estava tão espantado com a decisão que quase se esqueceu, mas também deu um passo quando se tocou. Aiolia e Aiolos foram os últimos, mas o Cavaleiro de Sagitário não deixou de sorrir e assentir com a cabeça.

- Seiya e Shun, onde estão Hyoga, Shiryu e Ikki? – disse Atena, sorrindo para nós – Shina, Marin e os outros Cavaleiros de Bronze? Quero que todos estejam aqui.

- Já chamei todos e expliquei tudo. – disse Seiya.

- Estamos aqui, Atena. – disse uma voz feminina familiar... Marin.

Passos... Olhamos para a entrada da Sala do Mestre. Todos os que Atena mencionou estavam vindo. Nos olharam espantados. Hyoga, Shiryu, que trazia Kiki nos ombros, e Ikki sorriram. Kiki pulou no chão e correu, já chorando, na direção de Mu, que abriu os braços, sorrindo.

- Mestre! – gritou com a voz de choro, e pulou no colo do Cavaleiro de Áries.

Todos olharam sorrindo para a cena.

- As crianças... – suspirou Shion -... Sempre tão espontâneas.

Seiya não podia deixar de soltar uma:

- Ei, Hyoga! Shiryu! – zoou ele – Por que não fazem isso também?! KKKKKKKKKKKKKKKKKKK!

Todos riram, sem exceção. Imaginem a cena... KKKKKKKKKKKKKK!

- Tinha que ser... ¬¬ - disse Hyoga.

- Dá um tempo! – riu Shiryu.

Eu ria muito... Não podia deixar de zoar o Camus.

“Já pensou?!”

“Não. ¬¬”

“KKKKKKKKKKKKKKKKKK! Olha as costas! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!”

“Tisc... ¬¬”

“Ahhh! Você riu, que eu vi! KKKKKKKKK!”

 Depois que todos se contiveram, Atena continuou.

- Como Seiya disse, Shina e Marin, vocês como representantes dos Cavaleiros de Prata, concordam?

Ambas se olharam e depois se viraram para a Deusa.

- Sim. – disseram juntas.

- Cavaleiros de Bronze? – disse Atena.

Os cinco deram juntos um passo a frente. Os outros demoraram um pouco, mas também o fizeram.

Shion se levantou e entrou por uma porta. Atena se levantou e foi até Saga com o Elmo. O antigo Mestre voltou lá de dentro com uma veste longa e ombreiras douradas e se pôs diante de Saga, que se ajoelhou.

- Saga de Gêmeos – disse Atena – em nome da paz, amor e justiça, sob Meus olhos e o de seus companheiros, – Ela colocou gentilmente o Elmo na cabeça de Saga, depois que Shion o vestiu e lhe pôs as ombreiras - levante-se como Mestre do Santuário.

Saga se levantou devagar e todos nós, Cavaleiros, nos ajoelhamos ao mesmo tempo. Ele estava nervoso e corou. Ainda sustenta a culpa e o peso de todo o mal que causou, o que eu acho bom para que pense e tenha forças o suficiente para se controlar. Fora isso, eu gosto dele. Ele nos fez uma reverência e nos levantamos.

- Cavaleiros, devem todos estar cansados. – disse Atena – Se for de seu desejo, podem se retirar.

A reverenciamos e nos viramos para irmos em direção a nossas Casas em silêncio. Quando chegamos lá fora, a conversa começou a rolar em alta. Hehehe.

- Caraca, tu tá muito diferente! – disse eu para Aiolos e apertei sua mão.

- Já é um homenzinho! – zoou Deba – Huahuahuahuahua!

- Pô, é que eu e o Dohko – o Mestre Ancião, ao ouvir seu nome, chegou junto – estamos achando que o Milo tá muito tranquilo... Sem viziiiinhoss... Viemos te atormentar...

- Hahahahaha! – todos que ouviram riram, inclusive eu. Fiquei sério de sacanagem – Olha lá, hien?! Vai ter quebra-pau se rolar som alto, álcool a noite toda...

Todos me olharam.

- ... E não me chamarem!

- KKKKKKKKKKKK!

Depois da zoeira, fui dar boas vidas ao Kanon. Tava meio isolado e sem se enturmar. Pelo jeito que a maioria do pessoal o olhava torto, ia demorar um pouco até que fosse aceito.

- Fala, meu jovem! – dei um tapa nas costas dele – Parabéns aê.

- Valeu, Milo.

Fui rápido, já que os cinco Cavaleiros de Bronze chegaram ao mesmo tempo para lhe dar atenção. Olhei em volta para encontrar Camus, e o vi conversando com Dite, Deba e Shura. Fui até lá.

- ... Ahh, pô, mas a gente tem que combinar de sair pra beber! – dizia Deba, animado.

- Com moderaçãooooooo! – entrei no meio, já zoando.

- Hahahahahaha! – riu Deba – E você lá sabe o que é isso, peçonha de los infiernos! Falei certo, Shu?!

- Tá certo! KKKKKKKKKKK! – riu Shura do “Espanhol” de Deba.

- Aê, mas o que eu quero é voltar pra Sibéria, lá na casa do freezer! – riu Deba, já zoando Camus com um de mais de mil da lista de apelidos infames – Esse mané aqui tem um estoque de Vodka escondido lá! – deu um TAPA nas costas de Camus.

- Maaaass tem que ser... – disse Camus, entrando na zoeira.

-... Beeeeeemm GELAAAADAAAA! KKKKKKKKKKKKKKKKKK! – completaram e riram os três.

Menos eu.

- Que foi, Milo?! – se espantou Dite - Que cara é essa?

- Nada... – disse eu, olhando pra baixo – Vou descer. Valeu, gente.

Me virei e comecei a descer as escadas rapidamente. Eu ainda... Não me sentia bem ao me lembrar de certas coisas e fatos do passado. Só o fato de Deba ter mencionado a palavra Sibéria já acabou com o meu ânimo. Era como se as minhas feridas tivessem sido reabertas e voltassem a sangrar e a doer. Como eu disse, tava perfeito enquanto estávamos só eu e ele, mesmo na escuridão. Tinha muito medo do que poderia acontecer agora que estávamos de volta...

Passei por Peixes e estava desci em direção à Aquário. Já estava quase na porta da Casa quando alguém-que-não-pode-esconder-nada-de-mim passou na velocidade da luz e se colocou na minha frente, apoiado meio caído em uma pilastra de braços e pernas cruzados.

- Aonde pensa que vai? – disse ele, erguendo uma sobrancelha e me encarando com um meio sorriso.

O olhei dos pés a cabeça. Se meus olhos fossem câmeras, teria tirado umas dez fotos pra ter uma em cada cômodo da minha Casa para poder admira-lo o tempo em que não estivesse comigo. Abaixei os olhos, sem sorrir e fui na direção dele. Lembra que eu disse que ganhamos o título de Matadores de Dragões há seis anos? Ele já ostenta um desde o dia em que nasceu, o de Encantador de Escorpiões. Melhor dizendo, do Escorpião que vos fala. Fico mais inofensivo, vulnerável e manso do que qualquer animal de estimação quando ele me olha assim.

Me aproximei devagar, o encarando profundamente. Ele sabia muito bem o que eu queria, e foi chegando pra trás, sem manter o contato visual comigo. Continuo até chegarmos ao corredor que levava aos cômodos da Casa. Ele parou, mas eu continuei até encostar meu queixo em seu ombro. Fechei os olhos e sorri. Eu sempre pedi carinho pra ele assim, desde criança. Ele acariciou meus cabelos... Deitei a cabeça em seu ombro e relaxei meu corpo. Ele me abraçou e foi me levando a um lugar que eu não fazia a menor questão de saber. Qualquer um, desde que ele estivesse junto, tava bom.

Mas, não. Ele nos deitou na cama de seu quarto... Arregalei os olhos e me ergui, ofegante. Aquela cama me trazia lembranças dolorosas de despedidas, do dia de sua morte...

“Não...”

“Calma... Vem cá...”

O encarei. Minha respiração estava acelerada e eu tremia... Todas as lembranças dali passavam na minha cabeça...

“...”

“Vem...”

Ele me encarava carinhoso, e estendia os braços para que eu me deitasse sobre seu corpo, já sem armadura. A minha também me deixou quando me entreguei e repousei minha cabeça em seu peito. Eu estava muito tenso e tremia... Tudo que eu havia passado ali foi muito doloroso e intenso... As marcas e feridas que ficaram eram profundas...

“Tudo aqui... Doeu tanto...”

Ele me olhou tão profundamente que atingiu minha alma.

“Isso dói?”

E acariciou meu rosto. Fechei os olhos e ofeguei por seu toque, que desceu ao meu pescoço. Um frio gostoso desceu pela minha espinha e me arrepiei todo. Aos poucos, eu voltei a relaxar cada parte do meu corpo. Senti que pesei mais sobre ele... Passou a acariciar minhas costas e a massageá-las.  Seu coração batia intensamente... Agora, eu sempre o escutava dizer o meu nome...

“Não ouço mais o tum-tum...”

Abri os olhos e o encarei... Meu próprio pensamento os havia enchido de lágrimas... A lembrança de quando ele estava deitado sobre aquela mesma cama, mas sem vida... Eu procurava desesperadamente o som e não escutava...

Ele enxugou minhas lagrimas carinhosamente e me deu um beijo... Ahhh, sim... Aquela boca deliciosa e macia... Aquela língua gostosa... Subi meu corpo para senti-lo melhor, e este começou a pedir por mais... Meu membro respondeu no mesmo segundo aos toques e ao beijo...

Ele me atrai muito fisicamente... O acho lindo, perfeito... Cada parte dele... Mas quase todo tesão que eu sinto por Camus nada mais é do que uma manifestação do meu corpo ao seu amor, que alcança até a mais profunda parte do meu ser. Essa foi a primeira vez que percebi isso... Ele me ama tanto, e manifesta isso de todas as formas... Me sinto tão amado, importante, querido, desejado, tão... Bem... E tudo que ele faz, diz, sente e pensa é tão intenso. É... Perfeito... Ele é tudo e somente o que eu preciso...

Aquele calor gostoso tomou conta do meu corpo... O beijei mais e mais intensamente... Ele me empurrou... Respondi sentando e tirando minha calça e cueca... Ele fez o mesmo...

- Saudade da sua boca...

Ele me olhou, seus olhos cheios de desejo... Me inclinei pra trás... Gemi, arqueei meu corpo e virei os olhos de prazer quando ele deslizou a língua e os lábios pelo meu membro, que estava melado de tesão... Me pegou forte pela cintura e o abocanhou deliciosamente, subindo e descendo devagar...

- Ahhh... Ahhnnn... Ahhnnn...

Ele sugava e passava sua linga quente... Acariciava minhas coxas, minhas nádegas e me dominava, agarrando meu quadril... Eu apertava as mãos no lençol e mordia os lábios... Meu membro cada vez mais duro...

- Unn... Sssss... Ahh... Eu... Não vou aguentar assim...

Ele parou e começou a me masturbar... Gostoso demais... Eu gemia mais e mais, arfava de prazer... Ia gozar na mão dele em mais alguns segundos...

Mas o que eu mais queria era senti-lo todo... Poder abraça-lo e tê-lo o mais perto de mim possível... Meus corpo gritava desesperado por ele...  O encarei, sôfrego e o trouxe para pra mim...

- Camus...

Ele sorriu maliciosamente... Se ajoelhou e deixou minhas pernas entre as dele... Segurou meu membro forte o encaixou devagar em sua entrada apertada e quente... Gritei de tesão e o agarrei com toda a força... Não me controlo muito bem nesse estado... Eu já estava todo dentro dele, que gemia e arfava gostoso... Fico louco... LOUCO!

Ele o olhava hipnotizado... Seu rosto corado... Seus olhos mareados... Sua boca entreaberta... Seus cabelos colados no corpo pelo suor... Não resisto... Quero mais!

- Quero mais... Mais!

Ele se inclinou e sussurrou no meu ouvido com aquele hálito quente e aquela voz grave...

- Tudo que você quiser...

E movimentou-se mais rápido... Eu agarrei seu membro e o dei prazer... Mais gemidos, cada vez mais incontroláveis e altos... O agarrei forte e afundei o rosto em seu peito... Gritei... Cheguei ao clímax e gozei demorada e deliciosamente dentro dele, que também expeliu seu líquido quente...

- AAaaaaaaaaahhhhhhhhh...

Ofegávamos e tremíamos... Abri os olhos e comecei a beijá-lo e lambe-lo em todos os lugares que eu alcançava... Meu amor, meu vício, minha paixão eterna, meu tudo... O deitei e fiquei ao seu lado, admirando-o... Até o último... Fio de cabelo de fogo do mestre do gelo...

Ele estendeu seu braço para o lado... Deitei minha cabeça nele e o abracei, suspirando de alegria e satisfação... As lembranças ruins? Existem, mas... Não mais me afetam. Ele acabara de curar uma grande parte da minha alma com seu amor...

“Te amo tanto... Tanto...”


Notas Finais


Ahhh... O amor. @.@ S2.S2


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