História Nunca quis te arranjar alguém... - Se não fosse você, eu não seria

Sentiu Gabe o abraçar forte assim que chegaram na casa do rapaz. Subiram e Gabe despiu Diego despiu o rapaz deixando-o apenas de cuecas.

– Anda, preciso lavar isso antes que infeccione ! – falou nervoso e levou Diego para debaixo do chuveiro.

Começou a lavar os ferimentos na testa do rapaz e um corte pequeno na boca.

– Droga Diego ! Até quando vai deixar ele fazer isso ?  – falava sem parar, porém não recebia resposta alguma – E se tivesse pego no olho ? – continuava – Eu ia matar ele – completou.

Depois de dar banho no moreno que só sabia ficar em silêncio, o secou e vestiu uma blusa sua e uma calça no mesmo.

Levou o rapaz para a cama e o colocou sentado ali. Pegou o kit médico e tirou os cacos que ali estavam ainda.

– Ai – Diego reclamou e Gabe parou para fitar os olhos do amigo que também o olhou.

– Eu preciso limpar Di, você sabe disso.

Diego assentiu com a cabeça e tocou o rosto de Gabriel acariciando sua bochecha.

– Obrigado – murmurou baixo.

O loiro concordou e continuou o trabalho.

Depois de terminar o curativo da testa limpou por completo o corte perto da boca e olhou para Diego.

– Pronto – falou sorrindo fraco.

– Eu não vou mais voltar – Diego disse baixinho.

– Não quero que volte também – Gabriel disse sincero e fechou os lábios os mordendo de leve.

Diego o fitava o rapaz com certo carinho.

– Obrigado por cuidar de mim, de novo.

– Eu sempre vou cuidar de você – falou baixinho e fechou os olhos sorrindo fraco.

Diego se deitou na cama de Gabe e o loiro logo o acompanho. Deitou ao lado do menor, não quis invadir seu espaço naquele momento. Colocou um braço por cima dos olhos fechados e tentou se concentrar em descansar.

Diego não sentiu vontade de ficar sozinho.  Ou melhor, de deixar o rapaz longe dele. Foi rolando na cama aos poucos e por fim abraçou Gabe que tapava o rosto, mas não o sorriso que deu.

O moreno se esticou um pouquinho e depositou um beijo na bochecha do loiro, que tinha um sorriso bobo nos lábios.

***

Pov. Narrador – visão Chris

Estava completamente perdido. Queria se jogar na frente de algum carro e torcer pra que tudo tivesse logo um fim.

Fechou os olhos ainda deitado em sua cama. O sol já estava lá fora e precisava arrumar um novo emprego urgente.

Procurou sua mulher pela casa, porém nem ela, nem sua filha estavam lá. Já seu pai, estava sentado no sofá, com uma lata de cerveja em uma mão e o controle remoto da televisão na outra.

Passou direto pelo mesmo indo buscar o jornal na porta da frente. Olharia os classificados atrás de um emprego.

– Finalmente se demitiu ? – seu pai zombou de certa forma.

Não respondeu e passou para a cozinha. Encheu uma caneca com café, pegou alguns biscoitos salgados e sentou em um banco da bancada.

Pensava em como arrumaria um emprego tão bom quanto aquele, tinha medo de nunca arrumar e acabar fazendo com que sua família passasse fome como seu pai havia feito por tanto tempo.

Sentia raiva quando pensava em Diego e em Gregory.

***

Pov. Narrador – Visão Gregory

Acordou com uma extrema dor de cabeça. Tateou para achar onde estava. Vestia apenas a cueca e uma blusa de Diego. Procurou por ele na cama. Não se lembrava ao certo do que havia acontecido, apenas alguns flashes.

Se lembrava de ter tacado a garrafa em alguém, porém não sabia quem estava na frente do caminho do objeto.

Respirou e voltou a procurar por Diego.

– Di – o chamou – Você já chegou ? – perguntou tentando andar pela casa.

Percebeu que haviam muitas coisas quebradas. Cacos de vidro, roupas jogadas pelo quarto. Olhou alguns band-aids em sua pele.

Andou pela casa chamando por Diego. Pelo visto eles haviam brigado e ele nem se quer lembrava de uma discussão.

Fez algo pra comer e pegou o celular. Mandou algumas mensagens para o maior e nenhuma resposta foi recebida.

***

POV. Narrador  - Visão Diego

Acordou ouvindo o celular vibrar, Eram quase duas da manhã e haviam algumas mensagens de Gregory. Pensou em lê-las, mas sabia que se o menor pedisse para ele ir pra casa, ele acabaria realmente indo.

– Droga – falou baixinho.

Sentiu mãos grandes puxando-o de volta pela cintura e sentiu seu corpo arrepiar.

– Essa noite você é meu – ouviu a voz baixa e rouca, por culpa do sono, de Gabriel.

Grunhiu baixo e sentiu seu corpo tocar por completo no dele. Não era como se Gabriel substituísse Greg em algum momento. Ele era diferente. Era mais carinhoso, cuidadoso, se preocupava com tudo. Greg era o amor de sua vida, mas parecia que cada vez mais o menor não sentia o mesmo pelo mais velho.

– Eu posso ficar uns dias aqui ? – pediu baixo escondendo o rosto no peito nu de Gabriel. Ficou meio abalado pelo cheiro familiar que o invadiu.

– Quanto tempo quiser – ouviu sua resposta e sentiu um beijo em sua cabeça.

– Obrigado – falou baixo e deslizou os dedos pela lateral do corpo dele.

Sentiu o rapaz estremecer e riu daquilo.

***

Pov. Narrador – Visão Christopher

Katarina estava chorando no berço e ele logo se levantou da cama. Andou calmamente até o quarto dela e a tomou em seus braços.

– O que houve pequena princesa ?

Eram quase duas da manhã. A menor estava quente e suava bastante. Ele a envolveu em um cobertor e logo Diane estava ao lado dele no carro. A menor na cadeirinha de trás. A mulher ligava desesperada para o único médico em quem confiava,

– Ele não vai tocar na minha filha ! – Chris gritava dentro do carro enquanto dirigia.

– Cala a boca Christopher ! Eu não sei o que tem contra ele, mas ele quem vai vê-la e ponto final !

– Ele deve tá dormindo com aquele namorado podre dele ! Pra que envolver nossa filha com esse tipo de gente ?

– Como é ? – ela perguntou agora se irritando de verdade – Desde quanto você tem problemas com gays ? Ou melhor, desde quando sabe que Diego tem um marido, e que na verdade eles ficam ótimos juntos ?

Chris parou, estancou no volante.

– D-De lugar nenhum – falou baixo e continuou a dirigir com o olhar de Diane fixo nele. Podia sentir a raiva exalar do mesmo sem nem precisar olhá-los.

***

Pov. Narrador – Visão Diego

Ouviu o bipe que usava apenas para emergências. Atendeu e logo ouviu a voz chorosa de Diane.

– O que houve com a Katarina ? – perguntou ansioso enquanto Gabe tentava puxá-lo novamente pra cama.

Ouviu atentamente o que a mulher disse e logo acordou Gabe.

– Eu preciso ir ao hospital... Tem uma neném muito doente.

– Vou com você – ele murmurou ainda com sono.

Os dois se levantaram e Diego pegou algumas roupas do maior. Ficaram levemente grande, mas não se importou.

– Diego – Gabe murmurou sentado no banco do motorista enquanto o menor batia o pé ansiosamente.

– Oi – disse voltando seus olhos para o loiro.

– Você tá bem ?

– Sim – respondeu enquanto praticamente roía unha.

***

Logo estavam entrando na emergência. Normalmente, Gabriel teria que esperar do lado de fora, mas o moreno o arrastou junto dele sem se importar com reclamações.

– Diane – Diego disse logo que entrou no quarto.

Katarina estava deitada em uma cama um tanto grande pro seu tamanho. Caminhou calmo até ela, porém viu Chris o parar.

– Você não vai tocar nela – falou parado na frente dele.

– Poupe-me Christopher, sai da minha frente.

– Não – falou com certa raiva.

Gabe logo ouviu a discussão e entrou nela.

– Sai, ou você prefere continuar vendo sua filha se sentindo mal ? – perguntou calmo.

***

Pov. Narrador – Visão Chris

Assim que viu o rapaz loiro, não era Greg, pra início de conversa. Não o conhecia, mas algo nele dizia que estava com Diego.

– O que foi pequeno “Di” – disse de forma debochada – Está de namorado novo ? – perguntou mantendo o deboche a mil.