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História Nuvens de Algodão-Doce Cor-de-Rosa - Capítulo 2 - Lágrimas de Cristal e um Coração de Lata


Escrita por: Holly_Blue

Notas do Autor


Aqui está o segundo capítulo (também postado no Wattpad). Como eu não tenho muito a dizer ou a agradecer, boa leitura.

Capítulo 2 - Capítulo 2 - Lágrimas de Cristal e um Coração de Lata


Enquanto caminhava debaixo do manto cinzenta que chorava sobre sua cabeça, Holly achou divertido a possibilidade de que aquele dia fosse ser bom, mas havia se iludido novamente porque sua manhã começara parcialmente boa com os holofotes dos valentões jogados sobre outro infeliz. Nem tudo se mostra bom pata todos, alguém precisa "completar o ciclo" mesmo que não tenha nada a ver. Mas Holly tinha outras coisas para se preocupar, coisas como a chuva que parecia se intensificar, suas roupas que estavam encharcadas e o risco por acabar se resfriando. Mas, para a sua sorte, a sua salvação estava mais próxima do que imaginava e ela vinha "montada" em um garanhão um tanto peculiar.

Virando a esquina em que se localizava a casa azul turquesa com pequenos e murchos crisântemos, Holly já se via cada vez mais próximo de sua casa, mesmo que ela ainda estivesse tão longe de si. Chegando em frente ao parquinho onde jovens de sua escola geralmente se encontravam para fumar, matar aula ou encher a cara com bebidas que geralmente seu pai impedia sua irmã de comprar as escondidas, Holly parou momentaneamente para amarrar seus sapatos ali mesmo, debaixo do montaréu de água que jorrava sobre a sua cabeça coberta inutilmente pelo capuz de seu moletom azulado de tecido fino. Sorte não era uma palavra comum em sua vida. Suas mãos estavam trêmulas e molhadas por conta da chuva gelada que caía, seus cadarços não colaboravan em a deixar serem amarrados e insistiam em afrouxarem-se toda vez que Holly os apertava firmemente. Dado por vencido, levantou-se e voltou a seguir seu rumo com a aparência decadente em que se encontrava naquele momento, com os cadarços desamarrados e com as roupas ensopadas.

Não muito longe dali, enfurecido por algo que não era de grande relevância para quem pertencesse seu círculo íntimo, estava o belo príncipe de cabelos limão e armadura comprada em alguma loja de grife apenas para se mostrar melhor que os demais alunos. O pequeno projeto de valentão mimado era Marcell Eaton, uma das dores de cabeça de Blue que insistia em importuna-lo nos momentos mais constrangedores ou abusar do jovem para fazer seus trabalhos e deveres. O exemplo típico de valentão clichê de comédias e romances colegiais.

Assim que Holly sobressaltou-se ao ouvir o som da buzina do carro que parou ao seu lado, caindo no chão encharcado com o susto que levou, reconheceu imediatamente a lataria reluzente do automóvel vermelho escarlate. Olhou para o par de olhos verdes e tóxicos como veneno do jovem loiro que atormentava a sua vida sempre que colocava os pés na escola.

- Veio me enfiar dentro da caçamba de lixo também? Já não basta enfiar a minha cabeça dentro das privadas e o meu corpo nas lixeiras, vai me atormentar na rua também? - dizia ele com a voz levemente irritada e embargada pelo choro pela situação em que se encotrava naquele momento bastante inoportuno.

- Quanto ódio em um coração tão pequeno. Eu só queria saber se aceita uma carona, mas como você parece preferir a chuva... - Antes de terminar sua frase, a voz do garoto de cabelos azulados se entrometeu no meio da fala e o cortou. Era óbvio que até aceitar uma carona dele seria melhor que caminhar na chuva, mas isso ainda era algo muito suspeito.

Com um sorriso presunçoso nos lábios, o loiro destravou a porta do carona e indicou que Holly entrasse e sentasse ao seu lado. Ao dar a volta no veículo, Blue adentrou, pôs o cinto de segurança e fechou a porta do carro com uma cara mista entra nervosismo e desprazer. Aquila não era a situação mais confortável do mundo para o pequeno ser de olhos azuis.

- Espero que não se importe que eu molhe o banco, mas você viu que eu estava caminhando na chuva. - Mantinha uma distância segura dele, mas não tão distante da mão boba que foi de encontro com sua coxa.

- Você sabe que eu não mordo, certo? Se bem que eu iria adorar tirar um pedacinho de você. - Disse depositando uma mão sobre a cocha do menor, dando um leve aperto em seguida.

Holly olhou-o, espantado com tal atitude, com as bochechas fortemente vermelhas pelo constrangimento que estava sentindo. Pousou sua mão sobre a que estava em cima de sua perna e a tirou cuidadosamente de cima de sua coxa para cessar a vergonha que estava sentindo.

- Mantenha suas mãos no volante, por favor? Queremos evitar acidentes, certo? Não estou pronto para passar o começo do meu ano letivo em uma cama de hospital.

Dado por vencido, Marcell deu partida em sua carruagem prateada de lata e seguiu em direção a casa de Blue, obviamente sem deixar de lançar alguns olhares pelos cantos de seus olhos enquanto o pequeno admirava a paisagem através da janela do veículo. Deveria admitir que ter aceitado a carona fora algo ótimo e também ajudaria a evitar um possível resfriado e noites em claro com o nariz escorrendo, olhos vermelhos e inchados, indisposição, espirros e uma garganta inflamada. O paraíso. A passagem do lado de fora era um completo borrão cinza por conta da chuva e do céu cinzento que tomava conta de toda região até onde os olhos alcançavam.

- Estamos perto da minha casa, caso queira saber. Você pega, me deixa e nós podemos fingir que nada disso nunca aconteceu para evitar futuros constrangimentos. - Disse Holly, aflito e temendo o que poderia acontecer a ele caso contasse para alguém que o garoto que tanto o importunava, o mesmo que tinha o status de mais desejado pelas meninas e respeitado pelos meninos, havia dado-lhe uma carona até sua casa. Talvez a ira maior fosse por parte do garoto que estava a dar-lhe a carona pois ele poderia não gostar que essa informação se espalhasse por aí.

Parecia que ele estava dirigindo propositalmente de vagar apenas para atiçar a raiva e a impaciência de Holly. Apesar de já estar próximo de sua casa, graças a caminhada inicial, estava aflito para chegar logo e evitar os sermões de sua mãe em seu ouvido, ou a gentileza e o impulso de convidar qualquer pessoa que acompanha seu filho para entrar em casa. Holly olhava ocasionalmente para o relógio do visor do rádio do carro, controlando o horário.

- Vai demorar muito? Minha mãe deve estar preocupada com a minha demora excedente. - Sua voz de soava falha, demonstrando o seu nervosismo e desconforto pela "saia curta" em que se encontrava no momento. Podia perceber o sorrisinho irônico no rosto do rapaz e como ele parecia estar se divertindo com a situação.

Assim que o carro parou, Blue olhou através da janela e viu que haviam chego em sua casa. Satisfeito, tentou abrir a porta do carona a todo custo, mas ela estava trancada.

- Calma aí, apressadinho, tem algum compromisso? Já disse que eu não mordo, não precisa ter medo de mim. - A voz do rapaz soava tranquila, macia e até sedutora, na opinião de Holly. O loiro aproximou-se vagarosamente, formando um pequeno bico em seus lábios levemente rosados. Seu rosto estava próximo ao do menor, perigosamente próximo, quase colado. Apesar de ter se afastado, Holly foi impedido pela porta do carro, então não teria mais saída para o que estava por vir a seguir. Fechou os olhos, formou um pequeno bico e sentiu o selar de lábios proporcionado por quem ele julgava seu maior inimigo. Exaltado e de volta a realidade, empurrou o corpo de Marcell com as duas mãos e o afastou de modo exasperado com as bochechas coradas e a respiração levemente ofegante, sentindo um misto de confusão e raiva que tomou seu ser momentos depois do ocorrido.

- Qual o seu problema!? Você faz isso por gosto ou o quê!?

Assim que achou o botão para destravar a porta, abriu-a e saiu as pressas do veículo enquanto os olhos de sua mãe, dentro da casa, e os olhos de Marcell o acompanhavam até a porta onde ele sumiu assim que abriu a mesma e a fechou violentamente. Passou por sua irmã que estava na sala de estar, que lhe lançou um olhar curioso pelo modo como havia entrado em casa.

- Aonde é o incêndio? - Holly apenas a ignorou e continuou seguindo em direção ao seu quarto, pisando firmemente sem se importar com as palavras de Sinthea lançadas ao seu encontro.

Assim que se viu no segundo andar e de frente para a porta do seu quarto, adentrou o amplo cômodo com os olhos já marejados e o desejo por desabar debaixo das cobertas tomando conta de si. Tirou seus tênis encharcados de mal jeito e, sem nem sequer trocar de roupas ou qualquer coisa, jogou-se na cama com a cara em seu travesseiro azul-bebê. Em instantes lágrimas grossas começaram a escorrer por seu rosto, encharcando sua face angelical e o travesseiro junto as gotas d'águas que estavam impregnadas em seus cabelos. Era um choro baixinho, seguido por fungadas e lábios trêmulos, baixinho como seus gritos por socorro.

Por que ele tinha feito aquilo? Brincar com os seus sentimentos daquele jeito por qual motivo? Testa-lo? Magoa-lo? Ou apenas provocar o mais novo? Holly nunca saberia, só sabia que o coração de lata de Marcell não valia nada e só servia para magoar outras pessoas.


Notas Finais


Outro capítulo, outras notas finais. Foi isso então, sem muito a acrescentar.

Beijinho, beijinho.


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