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História O Acordo - Capítulo 23


Escrita por: DebStr

Notas do Autor


Aháaa, consegui chegar antes do que esperava!

Estamos na reta final da fic e só posso agradecer por cada um de vocês que viver essa história comigo :)

Estamos com 950 favoritos e isso faz meu coração imensamente feliz. Vocês são incríveis! Mas agora, vamos ver o que aconteceu com o nosso casal?

Boa leitura!

Obs: viram que estamos de capa nova? Essa coisa linda foi feita pela JulisBW e eu estou apaixonada por essa boniteza toda ❤️❤️

Capítulo 23 - Capítulo 23


- Itachi, aconteceu algo? – Sasori perguntou, vendo o moreno apalpar os bolsos de forma frustrada.

 

- Acho que meu passaporte caiu no carro de Sasuke. Droga! – Resmungou pegando o celular e ligando para o irmão, porém, sem sucesso.

 

Estremeceu sabendo que não tinha muito tempo antes do embarque. Tentou entrar em contato mais algumas vezes com o caçula e em seguida com Sakura, mas de nada adiantou.

 

- Terei que voltar. Mas acho que dá tempo, você me espera aqui? – Perguntou ao ruivo que logo assentiu.

 

- Vá logo. Não atrase! – Beijou-lhe os lábios e o Uchiha correu até o ponto de taxi mais próximo, dando o endereço final enquanto xingava o irmão por não atender o maldito celular.

 

Chegou até o apartamento de Sasuke e tocou a campainha inúmeras vezes antes de abrir a porta com sua própria chave reserva. Afinal, encontrar o irmão mais novo na cama com a namorada seria bastante constrangedor e ele só queria se privar de tal cena.

 

Porém, no segundo em que adentrou o apartamento, percebeu que havia algo de muito errado. Alguns móveis estavam tortos, como se tivessem sido mexidos, um vaso quabrado e cadeiras caídas. As luzes acesas e um celular destroçado logo aos seus pés.

 

Aquilo, definitivamente, não estava certo.

 

Itachi sentiu seus músculos tensionarem e o nervosismo apossar de sua mente e corpo. Avistou a bolsa de Sakura jogada em um canto perto da copa da cozinha e se aproximou, percebendo finalmente os fios ruivos caídos no chão branco.

 

Tayuya.

 

Ela havia estado naquele apartamento, só poderia ser. E com certeza, após as últimas semanas e todos os ocorridos, suas intenções não eram nem um pouco boas.

 

Bagunçou os cabelos lisos e negros em sinal de desespero. Onde diabos estariam Sasuke e Sakura?

 

Não pensou duas vezes antes de ligar para a polícia, que atendeu o chamado com rapidez e em pouco menos de uma hora já se encontrava no apartamento para investigar melhor a situação. Digitais foram coletadas e foi necessário aguardar os resultados do laboratório para confirmarem a presença da ruiva e de mais dois indivíduos.

 

O delegado Gaara sugeriu que o Uchiha tentasse alguma comunicação com a ex-namorada a fim de descobrirem seu paradeiro. Ele só precisava mantê-la na linha por 30 segundos. 30 segundos seriam o suficiente para que sua localização fosse rastreada com sucesso.

 

E assim ele o fez.

 

De acordo com a perícia, o casal havia sido sequestrado há aproximadamente quatro ou cinco horas, e como não chegaram a ter sequer um contato para resgate, imaginavam que a situação era ainda mais perigosa.

 

- Tayuya? – Itachi perguntou ao ouvir uma respiração do outro lado da linha.

 

Mas nada, apenas o silêncio e o ar entrando e saindo dos pulmões da pessoa.

 

- Olha, eu... só queria me desculpar. – Mentiu, tentando enrolá-la para que não desligasse. – Sabe? Tudo o que aconteceu entre nós, eu deveria ter sido honesto com você desde o princípio.

 

Olhou para Gaara, que junto de uma equipe estimulavam que o moreno continuasse.

 

- Eu nunca quis te magoar ou nada disso. Eu... sempre soube que você gostava do Sasuke, e ainda assim te usei para me esconder da minha própria família. – Falou com sinceridade, sentindo de fato o arrependimento por ter sido tão frio e calculista com alguém. – Espero que possa me perdoar, Tayuya. Realmente espero.

 

- O-obrigada. Eu acho. – A voz feminina se pronunciou pela primeira vez, de forma contida. – Mas agora é tudo passado e meu futuro é com o Sasuke. Seremos muito felizes, você vai ver. Por favor, não se meta. Adeus, Itachi.

 

- E-espera, Tayuya! O Sasuke está b... – A ligação foi cortada antes que pudesse terminar.

 

Virou-se para o delegado com os olhos arregalados e sentiu a adrenalina percorrer todas as suas células no instante em que o homem falou:

 

- Conseguimos! Vamos, eles estão em uma casa afastada daqui, precisamos correr.

 

Itachi foi atrás de Gaara, se recusando a não participar do resgate do irmão e da namorada. Na viatura que ultrapassava qualquer limite de velocidade, o Uchiha mais velho se permitiu finalmente entrar em contato com os pais.

 

Imaginou que a mãe surtaria de preocupação, mas sabia que o pai não queria mais sequer lembrar de sua existência. Ainda assim, tentou ligar para o patriarca antes de Mikoto, a fim de poupar a mãe do desespero inicial.

 

- Itachi. Você... não deveria estar em um avião? – A voz grossa e surpresa surgiu do outro lado da linha. – Eu não...

 

- Pai, nossas desavenças terão que esperar. Tayuya sequestrou Sasuke e Sakura. Estou com a polícia e já localizamos o paradeiro. Darei notícias assim que estiver com eles, sãos e salvos, eu prometo. – Jurou firme, sabendo que faria de tudo pelas pessoas que amava.

 

- Traga seu irmão e Sakura de volta, Itachi. – Fugaku pediu com a voz séria.

 

- Certo, não se preocupe. E desculpe ter te ligado. Não queria preocupar a mamãe, sabe como ela é desesperada.

 

- Você fez o certo. Me dê notícias assim que possível, estaremos prontos para encontra-los onde for. E não faça nada imprudente, você ainda é meu filho independente de qualquer coisa. – Pediu, com a voz levemente envergonhada.

 

- Pode deixar. Obrigado. – Agradeceu verdadeiramente antes de desligar a ligação e atualizar Sasori sobre os acontecimentos.

 

O ruivo o desejou boa sorte e pediu para que não fizesse nenhuma besteira. Em seguida, disse que o aguardaria no apartamento do caçula, onde ele se prontificou a ajudar a polícia no resto das provas encontradas no local.

 

O moreno agradeceu e guardou o aparelho no bolso, ansiando para que chegasse a tempo.

 

---


Demorou cerca de 40 minutos até que as viaturas chegassem no local detectado através da ligação. A equipe especializada e comandada pelo delegado verificaram o perímetro e o interior da casa, coletando o máximo de informações possíveis sobre os suspeitos e as vítimas a fim de não terem qualquer surpresa ou perda no meio do resgaste por conta de um vacilo.

 

Viram que um homem grande caminhava pelas redondezas do terreno afastado. Era uma casa pequena, porém confortável e moderna, além de ser mais distante das outras moradias que haviam perto daquele local.

 

Checaram de longe e perceberam que o tal homem estava armado e não descartaram a ideia de haver outros capangas prontos para atirar. Precisariam ser muito cautelosos para evitar qualquer baixa.

 

Gaara chamou três policias para que o acompanhassem na entrada de trás da residência. Itachi insistiu para acompanha-los, mas o delegado proibiu que o mesmo fosse junto. Afinal, ele nada mais era do que um civil e não poderia permitir que o moreno ficasse no meio do fogo cruzado, caso houvesse um.

 

Pediu para que um membro de seu esquadrão ficasse com Itachi ao lado das viaturas, que até então estavam escondidas atrás das grandes árvores e arbustos pertencentes à floresta alí perto.

 

Itachi resmungou e não pôde evitar o soco em um tronco ao seu lado. Prometera ao pai que resgataria Sasuke, prometera a si mesmo que não deixaria nada acontecer ao seu irmão e Sakura, que faria o que fosse preciso para salvá-los sem nenhum arranhão. Mas se sentia incapacitado, um inútil, um mero espectador.

 

Não poderia deixar tudo nas mãos da polícia. Ele precisava agir, precisava fazer sua parte. E com esse pensamento, sua razão o deixou por um segundo e um plano mirabolante começou a se passar em sua cabeça.

 

- Preciso ligar para meus pais, fiquei de dar notícias. – Disse ao policial energético que o acompanhava.

 

- Claro, não se preocupe! Eu irei protege-lo com minha força da juventude, faça sua ligação tranquilo que nada nem ninguém chegará perto de nós. – Garantiu com um sorriso aberto e o polegar levantado.

 

Itachi assentiu e se afastou com o celular em mãos, observando o tal homem, que parecia animado demais para o seu gosto, começar alguns polichinelos enquanto fitava a casa e dizia algo sobre se preparar para o que der e vier.

 

Com a distração do policial, não foi tão difícil sumir entre as folhagens, rodeando a floresta e se pondo em uma direção mais à lateral da casa. A janela mais próxima deveria estar há uns 15 metros. Ele precisaria correr e correr muito rápido para que não reparassem seu sumiço.

 

Se preparou para tal, mas o som de um tiro o despertou e todos os seus pelos se arrepiaram. De onde havia saído aquele som? Alguém se machucara? Seria... Sasuke? Não, não poderia. O barulho fora alto demais para ter sido detro da residência.

 

E logo viu que quem disparava era o homem grandalhão, que naquele momento se portava na frente da casa com uma metralhadora nem um pouco humilde. Ele acertava os policiais que se aproximavam e logo o verde da grama se tornava vermelho pela chacina.

 

Viu que era sua chance. Sua chance de adentrar a casa e ir até Sasuke e Sakura. E, por isso, não se refreou quando suas pernas correram o mais rápido possível, socando o vidro da janela e adentrando o cômodo da sala sem se preocupar com os arranhões e machucados da mão.

 

Se surpreendeu rapidamente ao se deparar com Tayuya saindo de uma porta às pressas choramingando desnorteada.

 

- Você não tinha o direito, você não tinha. Ele não merecia isso, eu não merecia isso. – Ela balbuciava balançando a cabeça com os olhos apertados.

 

Não pensou duas vezes antes de puxá-la e jogá-la no chão, mas não sem antes desarmá-la e portar a pequena pistola entre seus longos dedos. Em seguida, viu um homem de cabelos brancos saindo pelo mesmo lugar e apontou a arma para o mesmo.

 

- Onde estão meu irmão e Sakura? – Rosnou e Tayuya tremeu, se assutando com o tom raivoso que nunca pensou que o ex-namorado tivera.

 

- Lá embaixo! – Ela disse rapidamente com uma feição desesperada. – Chame uma ambulância, rápido. Ele não tem... muito tempo. Me desculpe, eu não queria que ele... eu... eu o amo e nunca quis... eu não, eu não, eu não...

 

- Tayuya, quieta! -  - Kimimaro rugiu de repente. - Esqueça ele, é o fim!. -  Não queria que o Uchiha tivesse alguma chance de salvação. Sempre sentiu uma enorme inveja de Sasuke pela devoção que a ruiva tinha com ele. 

 

Conhecia a garota há anos, fizeram universidade juntos e desde então ele havia se apaixonado. Mas ela nunca lhe deu bola, Sasuke era o único que vivia em seu coração e aquilo o fazia se remoer de raiva. Mesmo com aquele namoro ridículo que ela tivera com o irmão mais velho, era somente sobre o outro que ela falava. Queria-o morto, livre de seu caminho para sempre. Aliás, gostaria dos dois Uchiha fora de suas vidas. 

 

A ruiva começou a se debrulhar ainda mais em lágrimas, encostando o rosto no chão enquanto Kimimaro ainda fitava Itachi com o cenho franzido pela situação vulnerável em que se encontrava e pelos pensamentos assassinos que rondavam sua mente. 

 

O moreno pegou o celular com as mãos trêmulas e ligou para a emergência, pedindo uma ambulância com urgência e passando o endereço. Seu desespero por não saber o que havia acontecido com o irmão era tanto que sequer percebeu quando Kimimaro pulou em cima de si, tomando a arma de suas mãos e o acertando em cheio no ombro esquerdo. Xingou-se mentalmente por errar o coração, mas na próxima vez acertaria em cheio, tinha certeza. 

 

Itachi soltou um palavrão, estancando o sangue quente que escorria de sua carne e viu a arma mais uma vez apontada para si, diretamente para sua cabeça, sem chance de erros dessa vez. 

 

Fechou os olhos temendo o fim. E como esperado, o som da arma disparando ecoou pelo lugar.

 

De repente, o barulho de um corpo caindo ao chão o despertou. O homem que atirara em si agora estava esparramado no carpete, uma mancha de sangue se formando ao redor de sua cabeça e os gritos apavorados de Tayuya o deixando quase surdos.

 

Olhou para frente e viu Gaara o fitando com reprovação.

 

- Eu achei que tinha sido bem claro quando mandei que ficasse fora disso. – Brigou.

 

- Não há tempo pra isso, meu irmão precisa de ajuda. – O cortou correndo para a porta de onde a ruiva e seu capanga haviam saído anteriormente.

 

Pulou os degraus de forma afoita e perdeu o ar quando viu Sasuke desacordado no chão, sua pele extremamente pálida enquanto suava frio.

 

- Itachi, graças a Kami! Sasuke foi envenenado, ele precisa ir para o hospital imediatamente. – Sakura disse em meio a soluços de alívio e nervosismo.

 

O delegado e um policial desamarraram Sakura, liberando-a finalmente das correntes pesadas. Mesmo fraca, ela correu até Sasuke, que estava sendo carregado pelos outros dois homens do esquadrão.

 

- Por favor, não morra. Eu não posso ficar sem você, Sasuke. – Tocou-lhe a face com carinho, deixando que mais lágrimas escorressem por suas bochechas.

 

- Ele vai ficar bem. Sasuke é forte! – Itachi disse pousando a mão no ombro da garota, oferecendo e buscando apoio.

 

O som da ambulância já anuncianva o socorro e a passos rápidos os homens levaram o Uchiha mais novo até os médicos que já adentravam a casa em busca dos feridos.

 

Sakura finalmente se virou e percebeu a mancha de sangue na blusa de Itachi, que apertava o ombro com uma feição de dor.

 

- Itachi! – Gritou e apertou a própria mão por cima da do Uchiha mais velho. – Você está ferido!

 

- Não é nada, foi só no ombro. Vou sobreviver. – Sorriu brincalhão, tentando amenizar a dor,  mas não convenceu a garota, que já estava pedindo ajuda ao resto do esquadrão que adentrava o recinto.

 

Sasuke já estava a caminho do hospital mais próximo, enquanto a viatura de Gaara levava Sakura e Itachi para o mesmo destino. Fugaku, Mikoto e Sasori já tinham sido avisados e também corriam para onde os três haviam sido levados.

 

Tayuya, por sua vez, estava em outro carro indo diretamente para a delegacia a fim de depor sua confissão. Mas, aparentemente, a garota balbuciava palavras desconexas e nada fazia sentido para quem as ouvia. Os olhos arregalados e sem foco, como uma criança perdida em seu próprio mundo incoerente.

 

As mãos e pernas trêmulas, a cabeça pendurada para o lado e a gagueira constante mostravam que talvez ela houvesse perdido o último fio de razão que lhe restava. Por fim, só lhe restaria passar o resto de sua vida trancafiada em uma prisão por sequestro e tentativa de homicídio ou, do jeito que as coisas aparentavam, em um manicômio, dependendo do que o juiz achasse melhor. Mas, onde quer que fosse, a ruiva tinha seus dias de liberdade contados, e aquilo com certeza era um enorme alívio para Sakura e a família Uchiha. 

 

As horas no hospital foram angustiantes. Tanto Sasuke quanto Itachi haviam sido socorridos e estavam nas mãos dos médicos naquele momento. Sakura, mesmo fraca e com os pulsos e tornozelos machucados, não aceitou qualquer tratamento até que os médicos surgissem com notícias sobre os irmãos Uchiha.  

 

Sabia que o caso de Itachi não era tão grave, apesar de que lhe daria uma bela cicatriz.

 

Mas quanto a Sasuke, apesar de acreditar fielmente que tudo ficaria bem, não podia negar que vê-lo daquela forma tão frágil e debilitada não ajudava em nada em seu medo de perde-lo. Não poderia viver em um mundo onde o homem que amava não existia, não saberia lidar com tamanha perda. E somente o pensamento sobre essa possibilidade fazia com que seu corpo estremecesse e as lágrimas brotassem aos montes.

 

Aceitou de bom grado o carinho e palavras de Mikoto, que dizia o quão fortes eram seus filhos. Compartilharam a esperança de que ele se recuperaria completamente e permaneceram de mãos dadas até que tivessem novas informações.

 

Sasori permaneceu ao lado de ambas de forma quieta e tensa, apenas esperando pelas mesmas notícias.

 

Fugaku, por sua vez, passou as horas andando de um lado para o outro sem proferir sequer uma palavra, claramente preocupado com o estado dos herdeiros.

 

Quando o médico responsável apareceu, Sakura e Mikoto se levantaram em um pulo.

 

- Como eles estão, doutor? – A matriarca perguntou eufórica.

 

- Ambos ficarão bem. – Avisou e Sakura suspirou de alívio enquanto pousava a mão no peito. – O mais velho já está acordado. Já o mais novo ainda está sob os efeitos do sedativo e deve acordar em uma ou duas horas aproximadamente. Por sorte o trouxeram rápido, então conseguimos rapidamente detectar os componentes usador e o antídoto funcionou sem muitos problemas.

 

- Obrigado, doutor. – Sasori agradeceu e permitiu sorrir aliviado.

 

- Colocamos os dois no mesmo quarto e em breve poderão vê-los. – Avisou e se afastou após o aceno de cabeça do patriarca Uchiha.

 

Mikoto e Sakura se abraçavam contentes, com as feições já suavizadas. Pela felicidade, puxaram os dois homens para o abraço, comemorando a saúde e recuperação daqueles que todos alí amavam.

 

Fugaku arranhou a garganta ao sair do aperto feito pelos braços das mulheres e fitou o ruivo, fazendo o mesmo engolir seco e esperar por qualquer atitude grosseira que o Uchiha mais velho pudesse ter consigo.

 

Mas, ao contrário do que esperava, uma mão aberta e receptiva se pôs à sua frente.

 

- Cuide bem do meu garoto. – Pediu, sem mudar a feição séria.

 

Sasori assentiu, ainda surpreso pelo gesto e apertou a mão do homem com firmeza.

 

- Sempre. – Prometeu.

 

---



Não demorou para que a família fosse chamada até onde os irmãos repousavam. Itachi, apesar de grogue, estava consciente e foi recepcionado com abraços e beijos.

 

Mikoto se permitiu agarrar o filho por incontáveis minutos, até dar a chance de Sakura fazer o mesmo e, em seguida, Sasori, que com a presença de Fugaku beijou apenas a testa do namorado como uma forma cautelosa de não deixar o patriarca desconfortável.

 

- Itachi. – O Uchiha mais velho se aproximou do leito do filho, enquanto Sakura e Mikoto se se acomodavam no sofá ao lado de onde Sasuke dormia.

 

- É bom vê-lo, pai. Já faz um tempo. – Falou com um meio sorriso triste.

 

- Eu... me desculpe. – Quebrou o contato visual, sentindo-se constrangido. – Não foi... fácil pra mim. Achei que com a distância seria como se não fosse... real.

 

- Eu sei. – O filho respondeu, pegando a mão no pai e a apertando contra a sua. – Mas é real, e nada vai mudar a forma como me sinto em relação ao Sasori. – Olhou para o ruivo, oferecendo-lhe um sorriso sincero. – Mas entendo caso precise de mais tempo.

 

- Eu não... – Fitou o filho deitado, vendo as bandagens que escondiam seu ferimento. – Você não mudou. Continua o mesmo Itachi de sempre. Meu filho. Meu filho que daria a própria vida pela família, meu filho que poderia ter morrido hoje tentando resgatar o irmão achando que eu não o amo mais...

 

- Pai. – A voz de Itachi saiu terna, tentando provar que estava tudo bem, que ele bem ou mal o entendia, mas foi interrompido.

 

- Não é como se eu pudesse me acostumar de um dia pro outro. Mas... vou me esforçar para... – Arranhou a garganta se virando para Sasori. – ...aceitar e vivermos em harmonia novamente. Você ainda é o meu garoto.

 

- Já é um começo. Obrigado. – O filho agradeceu com um sorriso sincero e satisfeito, sentindo o patriarca Uchiha apertar uma última vez suas mãos.

 

- Agora é melhor que descanse, você precisa recuperar suas energias. – O ruivo alertou, vendo o namorado concordar e sorrir.

 

Fugaku e Sasori ficaram de resolver todas as papeladas do hospital, enquanto Mikoto e Sakura permaneceram no quarto observando com carinho os irmãos dormirem tão tranquilamente.

 

A matriarca sentou-se na poltrona ao lado de onde o filho mais velho repousava e se permitiu cochilar após toda a adrenalina e preocupação que rodeou a família. Enquanto isso, Sakura se manteve acordada e alerta, aproveitando o silêncio do quarto para sentar-se no leito e acariciar os cabelos arrepiados de Sasuke, agradecendo aos deuses por tê-lo são e salvo ao seu lado.

 

- Quer dizer que você me ama mesmo eu sendo irritante, hum?! – Sussurrou divertida, passando a ponta dos dedos pelos lábios finos do Uchiha. – Mas ainda é muito mais fácil do que aguentar seu mal-humor matinal, senhor Uchiha. – Riu baixinho.

 

- Você sempre exagera. – A voz extremamente rouca a surpreendeu. – Mas posso relevar dessa vez. – Um meio sorriso surgiu em seu rosto no mesmo instante em que os olhos negros despertaram.

 

- Sasuke! – Ela o abraçou forte antes de selar seus lábios nos dele. – Como se sente?

 

- Vou ficar bem. – Passou as mãos pelos braços de Sakura e em seguida fez um levo carinho na bochecha rosada. – Você não está machucada, não é?! – Perguntou vendo-a negar a cabeça.

 

- Você quase me matou de susto. – Admitiu pousando a mão pequena sobre a dele em seu rosto. – Pensei que ia te perder. – Mordeu o lábio inferior em uma tentativa falha de controlar o choro.

 

- Tsc... você se esqueceu? – Sorriu limpando as lágrimas que caíam dos olhos verdes. – Você está acorrentada a mim. – Segurou gentil o pingente que adornava o pescoço da garota, as pequenas algemas que representavam o relacionamento deles. – Nunca vou te deixar, Sakura.

 

A garota assentiu, temendo que seu coração transbordasse de tanta emoção que ocupava todo o seu corpo. Estava feliz, aliviada, um misto de emoções que a deixavam à flor da pele. Ele estava bem, e ai, consigo. Ele estava são e salvo e ela não poderia desejar nada mais do que isso.

 

Se entregou aos sentimentos bons e o beijou de forma apaixonada, acreditando fielmente nas palavras do Uchiha. Ele nunca a deixaria. Assim como ela jamais o permitiria partir. Eles eram um só, parte um do outro e ninguém é capaz de viver pela metade.

 

- Arrãm. – Uma garganta sendo arranhada os despertou de seu momento à dois. – Será que os dois pombinhos podem deixar os amassos para quando estiverem sozinhos? – A voz divertida de Itachi fez Sakura corar violentamente ao perceber que tanto o Uchiha mais velho quanto a matriarca os fitavam em seu momento íntimo com sorrisos debochados nos rostos.

 

Sasuke estalou a língua, mas logo se permitiu um repuxar de lábios enquanto pegava a mão de Sakura e deixava um pequeno beijo na pele macia.

 

Fugaku e Sasori chegaram em seguida e apenas se reuniram ao resto da família que já comemorava o fim daquele pesadelo.

 

E, claro, o início de uma nova vida. Para todos. 


Notas Finais


Aiii, meu coração tá apertadinho porque estamos na reta final :(

Mas não vou me despedir ainda! Ainda temos mais 2 capítulos pela frente + um extra de Saino que estou preparando pra vocês sobre o Louco do Telessexo.

Bom, Tayuya ficou doidinha de vez. Para aqueles que queriam que ela apanhasse, bom... só posso dizer que o futuro dela não é dos melhores. Ficar trancafiada num manicômio completamente perdida dentro de si me parece algo extremamente angustiante e digno do final dessa chata de galocha. Kimimaro tentou matar o Sasuke, mas acabou perdendo a própria vida nesse sequestro maluco. As coisas realmente não deram certo pra esses dois hahaha ainda bem, né?!

Sasuke e Itachi estão bem e vivíssimos! E Fugaku finalmente deixou o orgulho e preconceito de lado e prometeu se esforçar para mudar a cabeça fechada. Sasori com certeza ficou feliz com isso, e Itachi nem se fala :)

Nosso casalzão está firme e forte, morro de amores por eles! E pelo visto agora poderão aproveitar o namoro sem nenhuma praga para atrapalhá-los \o

De qualquer forma, estou meio nervosa pra ser sincera. Quem me conhece sabe que eu sou apaixonada por clichês e meu objetivo dessa história era exatamente ser algo clichê e previsível de certa forma, mas gostoso de ler e acompanhar. Ainda assim, espero que eu tenha surpreendido vocês com algumas coisas e que tenham de verdade gostado desse enredo que escrevi com muito carinho.

O Acordo foi e está sendo uma surpresa maravilhosa pra mim e todos os comentários e carinho que ando recebendo me trazem uma alegria sem tamanho.

Não sou nenhuma escritora profissional e nem tento ser. Mas confesso que tenho o maior prazer em escrever e isso é graças a cada um de vocês.

Então, fica aqui meu enorme OBRIGADA! E nos vemos na semana que vem com o próximo ;)

Beijão


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