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História O Altar de Sangue - Prólogo


Escrita por: Juca-Ohiboke

Notas do Autor


Este livro foi um escape da minha realidade e escrevi ele geralmente quando estava perturbada com minha vida, mas aos poucos eu fui gerando carinho por escrever. Então, ai está. Boa leitura.

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction O Altar de Sangue - Prólogo


               Sexta-feira, dia 03 de outubro. Seattle, Washington.
  

 Não acredito em fantasmas. Defuntos ficam em túmulos. Também não acredito em toda aquela baboseira que cartomantes inventam para ganhar o dinheiro das pessoas. Para mim, são dos vivos que devemos ter medo.
    Mas hoje, no meio do cemitério da cidade, com todos os sussurros, ecos e farfalhos que zumbiam em meu ouvido, eu acreditei. Um sopro de vento ártico arrepiou minha nuca. Por cima do ombro, lancei um olhar atento e desconfiado para a escuridão.
    Quanto tempo você ainda vai demorar, Carrie?! Eu tinha marcado de me encontrar ás dez horas com a minha melhor amiga Carrie no cemitério para irmos a uma festa de um conhecido dela. Mas eu já estava ali plantada passando frio a mais de quarenta minutos. Se você não chegar aqui em menos de cinco minutos eu juro que vou te enforcar!
    Dois minutos e meio depois eu ouvi passos no cascalho atras de mim .
    A Carrie estava estonteante. De coturnos pretos combinando com o vestido de alcinha até o joelho, sobretudo marrom, maquiagem e acessórios de marca. É claro , seus olhos azuis e seu sorriso porcelana ajudaram no requerimento de toda a sua produção.
    Meu queixo cai.
    __ Porquê você esta tão bem vestida?! Eu achava que era só uma festinha de um conhecido seu qualquer. ___ Esbravejo pra ela.
    Ela sorriu descarada.
    __ Na verdade , é conhecido de um conhecido meu. E que por acaso, é o prefeito Gorroway.
    De repente me senti muito mal vestida. Eu estava de botas de cano alto e um tubinho bordô, acrescente a isso delineador líquido, batom e uma bolsa chique que peguei da minha mãe e eu estava consideravelmente bonita. Mas nada comparado a Carrie ou a qualquer uma das pessoas que poderiam estar nessa festa.
    __ Desde quando você conhece o prefeito? Nas questões sobre filosofia politica do professor Mercer você sempre desenha uma careta de nojo.
    Ela desvia o olhar e morde os lábios do jeito que faz quando esta nervosa.
    __ Ah, é complicado. Mas, de qualquer forma, logo você vai descobrir __ E com isso me puxou pelo braço para mais fundo no cemitério.
    Reparei que suas mãos estavam suadas e o olhar triste. Algo está errado nessa história. Algumas horas antes, no telefone, ela aparentava estar feliz e empolgada, mas acho que era encenação. Decidi esperar chegarmos até o local da festa para questionar.
    Andamos mais alguns metros até que comecei a ouvir um tump, tump, tump sem sentido de uma música vindo de algum lugar mais a frente.
    Chegamos a um jardim enorme e muito bem cuidado no outro lado da rua da cerca do cemitério. Toda a melancolia do cemitério fora substituída por luzes de neon e guirlandas de flores brancas formando arcos na entrada de uma mansão.
    Mas a música não vinha dali.
    ___ Uau.
    Não parecia uma festa. Parecia uma cerimônia de casamento.
    ___ Tem certeza que você foi convidada? Sem querer ofender, mas todo o esplendor do ambiente não combina em nada com você.___ Disse no tom mais gentil que encontrei no meu interior. Eu simplesmente não conseguia acreditar que estávamos na casa do prefeito.
    ___ É, só não se esqueça de que é por minha causa que você esta sequer sentindo o cheiro de todo esse ''esplendor'' , como você mesma diz.
    ___ Okay ... Vai demorar muito para me explicar?___ Decidi que era a hora certa pra perguntar.
    Ela mordeu o lábio e parou de andar ___ a essa altura estávamos atravessando o gramado do prefeito___.
    ___ Tudo bem. Eu queria ter te contado antes, eu juro! Mas minha mãe me fez prometer que não contaria a ninguém antes dessa noite acontecer. ___ ela respirou duas vezes fundo antes de continuar. ___ Esse é o casamento do prefeito com .... a minha mãe.
    Nossa, por essa eu não esperava. A Srª Mosher e o prefeito, quem adivinharia? Eu com certeza não.
    A Carrie ficou me olhando, atenta, procurando qualquer sinal de julgamento em meu rosto.
    ___ Ei, não me olhe assim! Não sou eu que tenho que julgar qualquer coisa aqui. Esse cargo cabe a você, querida.
    ___ Eu sei. ___ Ela desabou na grama, caindo de costas. ___É que foi tudo tão repentino. Meu pai só faleceu a menos de um ano e ela já esta casando com outro. Acho que ela nem o amava. Porque se não, que outra explicação se dá para isso tudo? ___ Ela me olhou com expectativa.
    Não faço ideia. Me sentei ao lado dela de pernas cruzadas.
    ___ Sei lá. Ela pode ter seguido em frente... ___ Pareceu mais uma pergunta. ___ Quero dizer, sua mãe é uma mulher forte, ela só deve ter se apaixonado de novo.
    Ela me olhou com uma cara de '' até parece, né? '' . Levantei meus braços em rendição.
     ___ Então, o que você vai fazer agora?
    ___ Eu não quero entrar lá. Não quero fazer parte daquilo. ___ Ela se levantou abruptamente e me puxou junto. ___ Vamos dar o fora daqui.
    Foi só o tempo de darmos alguns passos que ouvimos três baques altos e estridentes, e em seguida gritos estéricos vindos da mansão. Tiros.    
    Nos entre olhamos assustadas.
    ___ Que diabos foi isso?! ___ A Carrie estava tão assustada quanto eu.
    ___ Não sei.
    Corremos de volta para o cemitério. Nos escondemos atrás de uma lápide antiga tomada pelo musgo e observamos.
    Uma penca de pessoas com trajes de gala saíram correndo e gritando da mansão.
    Estava todo mundo em pânico.
    Sem dizer nada, a Carrie saiu do esconderijo e correu na direção oposta da multidão, para a casa. 
    Apressei-me atrás dela e a segurei pelo braço com força.
    ___ Você esta louca?! Não posso acreditar que você esta correndo para o local de onde acabamos de ouvir tiros!. ___ Disse para ela.
    ___ A minha mãe ainda está lá, esqueceu? ___ Ela arrancou o braço da minha mão com um puxão forte e voltou a correr.
    ___ Ai, caramba. Mas não é melhor chamar a polícia?! ___ gritei correndo atrás dela. 
    Ela não respondeu.     

       
    Do lado de dentro da mansão estava tudo assustadoramente silencioso. As persianas de seda dançavam com o vento frio de outono que vinha da janela.
    Sem diminuir o ritmo, continuamos correndo pela casa. Passamos por uma sala enorme e seguimos para uma sub-sala ainda mais grande. Essa sala devia ser o local da cerimônia , pois haviam várias cadeiras brancas desorganizadas e jogadas em frente a um arco de flores brancas como os que haviam na entrada da casa.
    ___ Onde ela está?___ A Carrie perguntou para si mesma.
    ___ Será que ela não saiu junto com as outras pessoas?___ Perguntei.
    ___Eu não sei... Não tenho certeza. Vamos procurar por ela lá em cima e se ela não estiver lá, damos o fora daqui. ___ Confirmei com a cabeça.

 


       Subimos e entramos em um cômodo iluminado. Perdi o fôlego quando meus olhos focaram o rastro vermelho que manchava o carpete. Marcas vermelhas de mão tingiam as paredes e levavam para a mesma direção... para um quarto escuro mais à frente. Nas sombras difusas, só pude distinguir o contorno de uma cama... e o corpo do prefeito caído ao lado.
 


Notas Finais


Dedico esse livro a minha melhor amiga que sempre me incentivou e em grande parte, foi a condutora da história, porque sem o apoio dela eu não teria escrito.
Você é a melhor, Anjo!


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