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História O Amante do Tritão (AMOSTRA) - Capítulo 11


Escrita por: rbmutty

Notas do Autor


Espero que gostem deste capítulo <3

Capítulo 11 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction O Amante do Tritão (AMOSTRA) - Capítulo 11

Segui o mordomo ao quarto do Michel, que terminava de anotar nas bordas de um livro grosso, em sua mesa de estudos. Ele havia trocado para camiseta e calças casuais, e usava um óculos fino que combinava com seu rosto.

Quando me viu, Michel deixou os óculos na mesa e dispensou o mordomo. Ele me cumprimentou com um sorriso adocicado, que por algum motivo me deixou desconfortável.

"Sabia que você iria aparecer. Mas tão cedo?" Michel avistou o céu azul pelos janelões do terraço, além da piscina. "Senta aí, vou te explicar sobre a vaga que temos em aberto."

Eu sentei na beirada da cama, enquanto Michel nos servia de whisky. Eu rejeitei minha dose.

"Não estou aqui pelo emprego. É pelo Alisson."

Michel quase engasgou na bebida. "Alisson? O que tem ele?"

"Preciso que a empresa do seu pai patrocine ele, ou ele não terá como competir no Havaí."

Michel franziu a testa e andou pelo quarto, pensativo. Eu aguardei com o coração na mão que ele respondesse.

"De quanto dinheiro estamos falando?" Perguntou ele.

"D...dez mil dólares." Eu baixei o rosto, avermelhando. "Para daqui duas semanas."

Pensei que Michel fosse rir, ou soltar um grito surpreso, mas ele nem piscou.

"É perfeitamente possível. Conseguir dez mil dólares, quero dizer." Michel afinou os olhos para mim, e lambeu os lábios molhados de whisky. Algo em seu olhar me fez recuar na cama, enquanto ele dava passos na minha direção. "Mas você sabe o que Alisson fez, não sabe?"

"Ahm, não?"

"Quando Alisson ganhou fama, o papai insistiu em patrociná-lo através da nossa pequena lojinha de surfe. Mas Alisson sempre fez o que bem queria. Aceitou o patrocínio daquele otário viciado em milho, e com ele ganhou fama nacional até conseguir patrocínios melhores, mas temporários. A vingança veio quando a Surfe Somos Nós se tornou uma mega corporação, e agora o papai não quer nem vê-lo."

Eu suspirei, frustrado. Não fazia ideia, mas claro que Alisson não me contaria algo assim.

"E agora? O Alisson batalhou demais para se classificar, não é justo." Falei.

Michel sorriu com o canto do lábio por um breve segundo.

"Ah, o Alisson... sempre foi tão dono de si, desde que eu era até mais novo que você."

"Vocês se conhecem há tempo?" Perguntei, meu desconforto aumentando quando Michel se aproximou de mim, com uma expressão de desdém. Ele terminou o whisky dele, e depois bebeu o meu.

“Bastante tempo.” Ele sentou ao meu lado, girando os gelos no copo vazio. “Desde que Alisson era o líder do grupo e eu era apenas um adolescente trouxa, que babava para as manobras dele.”

Eu arregalei os olhos. Meu irmão foi o líder do grupo, antes do Michel? Eu ignorei a sensação pesada no clima e sorri, me empolgando.

“Deve ter sido demais, vocês acompanharem o Alisson se tornar uma estrela do surfe. Tenho certa inveja, ele é meu irmão e ainda assim todos conhecem ele melhor do que eu.” Eu dei uma risadinha. “Aposto que com o Alisson o luau era mais comportado, sem essa coisa de bebedeira e jogo de dados.”

A última parte fez Michel gargalhar alto. Ele deixou os copos sobre a estante e segurou a barriga, chorando de tanto rir.

“Sèrio? Você acha isso mesmo? Quem você acha que inventou o jogo dos dados?”

Eu franzi a testa. Percebendo minha desconfiança Michel desmanchou o sorriso e se aproximou de mim ainda mais, me encurralando contra o docel da cama. Cheguei a sentir o hálito de whisky vindo dos seus lábios.

Michel afinou os olhos pra mim, com o rosto avermelhado pela bebida.

“É natural que você coloque Alisson num pedestal. O irmãozão esportista famoso, todo sério e responsável. Mas adivinha também quem foi a primeira vítima daquele jogo idiota?”

Eu pisquei rápido, sem acreditar. “Você?”

Michel deu outra gargalhada e com o susto eu escorreguei, caindo deitado na cama. Antes que eu me levantasse Michel já estava sobre mim, seu corpo musculoso de surfista me prensando sobre os lençóis de algodão e seda.

“Consegue imaginar? Um garoto de quinze anos recebendo do seu ídolo um tipo de atenção que ninguém mais recebia? Aliás, eu só pensava ser especial, é claro. Como eu disse, eu era meio trouxa.”

“Michel, sai de cima de mim.” Pedi. O rosto dele quase grudava ao meu, me forçando a virar a cabeça para não tocar nossos lábios.

“Quinze anos se passaram, e vejam só como o destino é louco. Você tirou os mesmos dados que eu. Mas eu não sou o vilão dessa história, Gabe. Eu deixei que escolhesse seu alvo e olha só que linda história de amor, isso ocasionou.”

“Você tá mentindo.” Rosnei, empurrando seu corpo sem conseguir movê-lo. “Não vou deixar inventar besteiras sobre o Alisson!”

Minha raiva pareceu satisfazer o Michel, porque ele saiu de cima por conta própria e levantou da cama. Ele alisou o cabelo para trás com um sorriso contente.

“Se não acredita, tudo bem. O grande Alisson nunca brincaria com um fã adolescente, nem o descartaria de uma hora para a outra, deixando que descobrisse o motivo ao receber um convite de casamento.” Michel deu de ombros. "Ele não me procurou nem quando precisou de um ombro pra chorar, depois do divórcio." Completou ele, com uma voz sussurrada.

Eu sentei na cama e ajeitei minha camiseta, bufando de raiva. Pensei que Michel me ajudaria, mas pelo visto só apareci para ouvir mentiras.

Michel pareceu surpreso quando o empurrei e avancei em direção à porta. O que ele esperava, que eu agradecesse por ele ser um completo inútil? Agora eu fedia a whisky de novo, e Dylan pensaria besteira.

“O Alisson está prestes a perder o sonho da vida dele. Se você pode ajudar e não quer, então ele fez certo em te esquecer.”

Eu girei a maçaneta, e duas mãos bateram na porta, uma de cada lado da minha cabeça.

Com o susto eu dei meia volta e me vi prensado por Michel, que quase grudava seu peito ao meu. Me aterrorizei pensando que ele fosse me beijar, embora meu corpo parecesse não desaprovar a ideia. Michel era lindo, musculoso e viril, mas prometi lealdade ao Dylan.

“Já disse que não sou o vilão.” Michel roçou o lábio no meu ouvido, me causando arrepios. “Não posso te conseguir um patrocínio, mas posso propor... uma troca.”

Pela forma que Michel beijou meu rosto, quase no canto do meu lábio, eu logo entendi que ‘troca’ seria aquela. A forma como estremeci fez Michel sorrir.

“Pensa bem, Gabe. Dez mil dólares.” Ele aproximou os lábios dos meus. “Não sou o único que pode ajudar o Alisson.”

Eu apertei os olhos e ergui as mãos para empurrá-lo, mas um estrondo me fez gritar. Michel sumiu da minha frente, e houve uma confusão de copos quebrando, e coisas colidindo, e os janelões do terraço se esmigalhando.

Demorei a entender o que acontecia. Michel estava no chão, com alguém esmurrando a cara dele. O som de socos e gritos me aterrorizaram, e eu não consegui me mover.

Um cara de sunga... Dylan?

"Seu desgraçado!" Dylan desceu outro soco, com tanta velocidade que o ar chiava. "O que ia fazer com o meu predestinado? Eu vou te matar!"

Vencendo o pavor, eu me joguei no Dylan e segurei seu braço. De onde ele veio? Como me achou? E... o que houve com os olhos dele? Era a luz, ou suas pupilas se afinaram como as de um gato?

Com o rosto ensanguentado, Michel tentou escapar, mas Dylan o agarrava como um urso abatendo a presa. Aquilo não era uma briga, era um massacre, nem nas lutas da televisão eu via algo tão feroz.

Dylan golpeou com a mão aberta, descendo um arranhão profundo no braço do Michel, e mordeu com força seu pescoço, enquanto Michel gritava em desespero, completamente indefeso. Os dentes do Dylan se enterraram como navalhas pontudas.

"Já chega, Dylan! Vai matar ele de verdade!" Eu gritei, mas Dylan estava fora de si, rugindo e atacando como uma besta selvagem.

Usando toda a minha força, eu consegui conter os braços do Dylan para trás. Michel o chutou para longe e nós dois patinamos para trás e deslizamos nos cacos de vidro.

De repente, deixei de sentir o chão atrás de mim. Agarrado ao Dylan eu caí, e nós dois mergulhamos na piscina do terraço.

 

****

 

A água gelada envolveu meu corpo, me forçando a nadar para cima. Puxei Dylan pela mão antes que se afogasse.

“Você é louco?” Eu gritei, assim que emergimos. Os olhos dele me fizeram estremecer. Definitivamente pareciam os de um gato, só que verdes e cintilando ódio.

“Ele pretendia macular nosso vínculo, e é como me agradece?” Dylan livrou a mão, e jogou para trás os cabelos molhados. “Como meu predestinado, você deveria…”

Dylan se interrompeu ao ver o temor e a palidez no meu rosto. Ele seguiu meu olhar aterrorizado, e avistou a própria cintura.

“Gabe, eu posso explicar.”

Eu cobri a boca, sentindo minhas lágrimas quentes se misturarem à água fria dá piscina.

Não podia ser real.

Do quadril para baixo, as pernas de Dylan desapareceram. Em seu lugar, uma longa cauda de escamas verdes e iridescentes balançava sob a água, refletindo o sol nas cores do arco-íris e despontando em uma larga barbatana, igual à cauda de um golfinho.

“O que é você?” Perguntei, querendo fugir e assustado demais para isso. Meus olhos procuraram por socorro.

Dentro da casa, Michel havia perdido a consciência e vertia sangue pela dentada no pescoço. Uma poça vermelha se formava ao seu redor.

“Eu... eu pressenti o seu medo e então... Não faz essa cara, Gabe. Eu contaria no momento certo.” Falou Dylan, com a voz tremendo e um profundo temor no olhar, que enfim retornou à aparência normal.

Eu mal conseguia respirar, com o olhar fixo naquela… coisa verde abaixo dele.

Para completar o meu horror, as coisas que nunca fizeram sentido começaram a se encaixar.

“Dylan… eu estou mesmo grávido do seu filho?”

“Nosso filho.” Dylan nem hesitou. “Gabe, pela milésima vez, você é o meu predes… Gabe?”

Com o ar travado na garganta, eu estremeci e minha visão escureceu. Dylan gritou meu nome, remando até mim com aquela coisa anormal, mas minha consciência se apagou completamente.

 


Notas Finais


Obrigada por acompanharem e por todos os comentários, gosto muito de saber a opinião de vocês. Por favor continuem comentando <3

Sobre o tamanho dos capítulos, alguns serão mais curtos que outros, então por favor não se chateiem, também haverão capítulos mais longos para compensar.



O próximo capítulo será o último...... do primeiro ato (hah, peguei vocês).

Como Gabe reagirá, agora que a verdade enfim se revelou?


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