História O Amor da Minha Vida - Moto

Todo mundo olhou pra gente, com confusão no olhar.

- Ué... Vocês já se conhecem? – Naruto perguntou, olhando de um para o outro como se estivesse vendo uma bolinha de ping pong de um lado para o outro.

- Tá brincando? – arregalei os olhos para Naruto. – Esse cara tentou me estuprar!

- O QUÊ? – foi a resposta unânime de todos, inclusive o assanhado da escada.

- Você é louca, garota? – o tal de Sasuke exclamou, me encarando com aqueles olhos negros lindos. – Eu já disse que foi sem querer! Tá querendo sujar a minha imagem, é?

- Sem querer? Você quase arrancou o meu peito fora! – tá, eu sei. Exagerei. Mas é que quando eu fico nervosa, eu não meço muito as minhas palavras, sabe? O Sasuke apenas me encarou, incrédulo. Assim como todo mundo.

Okay, vocês podem achar que eu estava exagerando, mas é que eu estava bastante constrangida. Porque, acreditem, eu NUNCA tinha deixado homem nenhum pegar nos meus seios, nunca, nunquinha mesmo! Nem quando eu namorava o Sasori. Isso aí. Eu ainda era virgem.

Como eu já disse antes, eu era, sou e serei à moda antiga. Não gosto da modernidade atual. (Ignorem o pleonasmo aqui presente.)

Meio sem jeito, o Sasuke explicou a história toda. Para a sua sorte, todos da turma sabiam que eu era anormal, então ficou tudo bem.

- Então, Sasuke – Naruto limpou a garganta para quebrar o embaraço do momento. – Eu vou apresentar todo mundo. Essa é a Ino, o Gaara, a Temari, o Shikamaru, a Hinata, o Neji e a Tenten. – à medida que ele falava, cada um acenava para o tal Sasuke. – Ah, e essa é a Sakura, que você já conhece.

Com as bochechas coradas, apenas fiz um gesto com a cabeça para ele.

Tentamos continuar o nosso almoço tranquilamente, mas eu estava muito sem graça perto dele, até porque não é todo dia que um cara pega em seu peito, né? E mais sem graça ainda eu fiquei quando percebi o que tinha feito. Eu acusei o cara de tentar me estuprar. Alguém me enterre!!!

Quando o intervalo terminou, todos voltamos para as nossas salas. Adivinha quem me acompanhou durante o trajeto? Isso mesmo, o Sasuke. Fomos o caminho todo assim, calados. Ele não disse um “ai”, e nem eu. Eu acho que ele estava irritado comigo.

Bom, eu sou uma pessoa de coração mole, muito mole. Quero dizer, nem tanto. Mas eu não gosto de ver ninguém irritado comigo, ainda mais quando eu sei que a culpa era toda minha. Por isso, deixei todo mundo passar na frente e peguei na mão de Sasuke, puxando-o um pouquinho para trás. Ele tinha uma mão grande e quente. Posso defini-la como confortável.

- Sasuke – comecei, sentindo o meu rosto corar. O mal de ser branca demais é isso: você cora por tudo! – Eu queria pedir desculpas por ter te tratado daquele jeito. É que eu fiquei meio constrangida, sabe? E quando eu fico assim eu não presto muita atenção no que eu falo...

Ele apenas deu um sorriso de canto – muito sexy, por sinal– e disse:

- Tudo bem. Sem problemas, rosinha.

Fechei a cara para ele, de novo.

- Para de me chamar assim!

- Tá, desculpa.

- Tudo bem.

- Tá.

- Tá.

- É.

- É.

- Okay, então.

- Okay.

Um diálogo muito produtivo.

No final do dia, quando todos estávamos voltando para casa, Ino teve a brilhante ideia de nos encontrarmos de noite para bater um papo, tomar sorvete, ir ao cinema e coisa do tipo. Todo mundo topou, até porque queríamos enturmar o Sasuke. Marcamos de nos encontrar em uma sorveteria.

Mas havia um detalhe que a cachorra da Ino planejou de antecedência: seria, na verdade, uma espécie de encontro coletivo, sabe? E eu me lasquei, porque o único que sobrou para mim foi o Sasuke. Sim, pois a Ino já namorava o Gaara, assim como o Shikamaru já era propriedade da Temari. O Neji convidou a Tenten e Naruto fez o mesmo com a Hinata.

E quem sobrou nessa história? O Sasuke e eu.

Mas no fundo, eu dei graças a Deus por ele estar lá, senão eu iria virar candelabro essa noite.

Já no portão da faculdade, o Sasuke se virou para mim e disse:

- Você quer que eu te busque em casa? – que cavalheiro. Um fofo. Até corei um pouquinho, mas só um pouquinho.

- Tá, pode ser! – eu que iria rejeitar uma carona? JAMAIS!

- Então, tá.

- Tá.

Como sempre, nossos diálogos eram recheados de longas e belas frases.

Só que não!

- Ah... Me dá o seu endereço, então. – ele pediu.

- Tá. É pertinho daqui. – passei as coordenadas para ele.

- Ah, Sakura, só pra avisar. Eu vou te buscar de moto, okay? Oito da noite, tá?

- Certo.

Ele se despediu com um aceno de mão que foi retribuído. Voltei para meu apartamento (ou cubículo). Eu morava sozinha. Sempre quis morar sozinha, sabe? Ter independência, liberdade.

Eu achei o Sasuke um fofo, não vou mentir. Tudo bem que ele me derrubou de uma escada e pegou no meu peito, mas ele disse que foi sem querer. E eu acho que foi mesmo. Se bem que ele gostou, né? Quem não iria gostar de pegar em um seio feminino? Ah, vá! E existe seio masculino? Quero dizer, homens também tem mamas, não é? Só que não foram desenvolvidas como as das mulheres.

Poxa, eu sou uma futura Médica. Fala sério!

Ah, como eu dizia, eu achei o Sasuke um fofo. Ele era bonito, muito bonito, e aparentava ser gostoso. É. Falei mesmo. E ele era educado e cavalheiro. Um pouco bruto, é verdade. Mas eu também sou, então tudo bem! Certo?

Mas o que eu estava pensando? Eu não podia me dar ao luxo de achar um cara que acabei de conhecer “fofo”. Principalmente homem! Para mim, homens eram canalhas; todo e qualquer homem era um canalha, cachorro e safado. De mil escapava um. Por isso que meu coração estava fechado para o amor. Eu o havia trancado e jogado a chave fora.

Agora, anos depois, enquanto conto essa história, eu percebo o quanto eu era ingênua.

Tomei um banho bem longo, e fui me arrumar para encontrar os meus amigos. Usei meu hidratante de morango, para deixar minha pele bem macia, sabe? Adoro minha pele macia. E cheirosa. Depois, escolhi uma camisa rosa com renda nas costas, e uma calça jeans preta. Dei um nó na camisa, ficou bem legal. Peguei uma sapatilha nude, queria estar confortável. Fiz uma maquiagem básica e joguei algumas coisas na minha bolsa, como batom, espelho, celular e outras coisas que as mulheres não vivem sem.

Dei uma última olhada no espelho, daí lembrei que Sasuke disse que vinha de moto. Por via das dúvidas, peguei uma jaqueta.

Peguei o elevador, e durante o caminho, ia pensando no que ia dar esse “encontro coletivo by Ino Yamanaka”. Sendo coisa da Ino, eu tinha era medo. Do jeito que ela era doida, na certa já estava querendo que rolasse alguma coisa entre mim e o Sasuke.

Eu hein. Tenho é medo.

Logo que cheguei ao portão do prédio, ouvi um barulho de moto parando. E moto grande, sabe? Eu era apaixonada por motos (apesar de não saber pilotar, até hoje não sei) desde criança, e quando eu ouvi o ronco dela, me arrepiei.

- E aí, tio Hiruzen! – cumprimentei o porteiro. Eu tinha mania de chamar os mais velhos de tio e tia, não sei porque.

- E aí, mocinha. Onde vai toda arrumada?

- Ah, vou sair com meus amigos. Cuida da minha casinha.

Ele riu.

- Cuido sim, filha. Bom encontro.

- Obrigada, tio!

Ele era um cara muito simpático. Pena que já morreu. Ele fumava muito, sabe? Teve problemas nos pulmões. Tadinho.

Fica o alerta: não fumem, tá?

Quando saí do prédio, vi o Sasuke, e meu coração disparou.

Mas não por causa dele, óbvio.

- UMA HORNET! – gritei, colocando as mãos na boca e dando pulinhos. Há quanto tempo eu não via uma Hornet! A última vez foi quando eu tinha uns dezenove anos, e um amigo meu me levou em um encontro de motoqueiros. Era a minha moto preferida!

Sasuke olhou para mim e sorriu.

- Você tem uma Hornet, sério? É a minha moto preferida!

- Sério? Legal! Ela é minha sim. Então, você gosta de motos? – ele perguntou, me entregando um capacete.

- Amo! Me ajuda a colocar isso, por favor.

O capacete era meio grande pra minha cabeça, e ainda assanhou meu cabelo todo. Droga.

Sasuke subiu na moto e a ligou. Eu subi e o segurei pela cintura. Ele tinha um tanquinho perfeitinho, viu?

- Pronta? – ele perguntou.

- Uhum!

E aí, ele cortou giro. ELE CORTOU GIRO! CARALHO!

Não resisti e soltei um grito de empolgação. Ouvi sua risada, então ele deu uma arrancada ma-ra-vi-lho-sa.

Ah, esqueci de dizer que o Sasuke tava muito bonito, com uma camiseta branca, uma jaqueta de couro preta e uma calça jeans também preto. Além de lindo, se vestia bem.

Fomos em uma velocidade até que normal, pois não seria muito seguro correr em alta velocidade a uma hora dessa. Mas de vez em quando, Sasuke ficava se exibindo, acelerando mais forte e fazendo aquele barulho maravilhoso que só essas motos fazem!

Enfim, chegamos a sorveteria. Desci da moto com as mãos tremendo.

Eu andei de Hornet!

Sasuke me ajudou a tirar o capacete, e num ato totalmente impensado, pulei em cima dele e dando um abraço, agradecendo por ter me levado naquela maravilhada chamada motocicleta. Só que ele ficou meio corado, tadinho.

Pelas barbas do profeta, ele era cheiroso!

Tive a esquisita sensação que estavam todos olhando para nós. E bem, sensação correta. Todo mundo da nossa turma estava olhando, uns com olhares divertidos e outros com olhares maliciosos.

Senti minhas bochechas ficando quentes, e tratei logo de dizer:

- Não é nada disso que vocês tão pensando!

- HMMMMMMMMMMMMMMMMMMM! – foi a resposta unânime. Filhos da mãe.

Coitado do Sasuke, também ficou todo sem graça. O bichinho, mal chegou nessa turma de candidatos ao hospício e eu tinha certeza que ele já tava querendo sair. Ainda bem que ele era inteligente e tratou logo de quebrar aquele clima estranho, perguntando se já tinham pedido os sorvetes.

- Sim, o Naruto pediu de menta pra você. – Tenten respondeu. – E eu pedi um de chocolate suíço pra você, Sakura.

Agradecemos a gentileza dos nossos amigos, e sentamos ao redor das duas mesas que eles juntaram. Eu sentei entre Sasuke e Naruto, que estava do lado de Hinata. E pela graça de Deus, ele estava flertando com ela. Tal como Neji e Tenten, que por um milagre, não estavam brigando.

Eu sentia que havia algo de diferente ali.

- Ah, amiga, depois eu quero falar com você, tá? – Tenten me disse.

EU SABIA! Com certeza iria dizer que estava enrolada com Neji. Coitada. Já via até o seu futuro. Ia ser enganada e enrolada com falsas juras de amor, depois ia casar, ter uma penca de filhos, e depois levar chifre até ficar sem espaço na cabeça.

Saboreamos nossos sorvetes e ficamos conversando até tarde. A gente não foi para uma balada ou coisa do tipo porque no dia seguinte tínhamos que apresentar seminários e trabalhos, então precisávamos acordar cedo.

- Ei Sasuke! – Ino chamou a atenção do nosso novo amigo, enquanto estava abraçada com o Gaara. Fofos. Eu só via o chifre que ela ia levar depois. Se bem que o Gaara não parecia ser do tipo de homem que trai, mas o Sasori também não parecia, e olha só o que aconteceu, né? Eu sempre dizia, homens não eram dignos de confiança! O sexo masculino era amaldiçoado! – O Naruto te falou sobre os nossos fins de semana? Acho que não. Ele é “abestado” demais. Então, todo domingo a gente se junta na casa de um da turma para almoçar ou jantar e fazer muita folia. Esse domingo é um jantar na casa de Sakura.

Eita merda. Era mesmo. Nem me lembrava!

- Ah, legal. – foi a resposta dele. E eu comecei a maquinar o que iria fazer nesse bendito jantar. Maldito seja aquele que teve essa ideia de jantar na casa dos amigos! Ops, lembrei que fui eu. Bendita seja aquela que teve essa ideia! Errr...

- Você vai, né? – a loira perguntou de novo.

- Né.

Lasanha. Eu ia fazer lasanha. De frango ou à bolonhesa?

Oh, dúvida cruel que me assolava o coração! Com presunto ou sem presunto?

Achei que seria melhor sem presunto. Hinata não gostava de presunto. Mas o jantar era meu, não? Então iriam comer o que eu quisesse! Mas a Hinatinha era minha amiga e não gostava de presunto. Então não podia fazer ela comer algo que não gosta, isso seria maldade da minha parte.

Dane-se. Ia ser com presunto mesmo.

E lá estava eu, vagueando nos meus pensamentos, e nem percebi que Sasuke estava o tempo todo só olhando para mim. Provavelmente admirando a minha beleza sem fim, os meus lindos e curtos cabelos rosa, ou os meus brilhantes olhos verdes.

Meu Deus, eu estava virando uma narcisista!

Quando me dei conta, Temari já estava levantando com o celular na mão, avisando que iria tirar a “selfie da noite”. Ela posicionou-se à frente da mesa e ligou a câmera frontal do celular. Todo mundo sorriu para a foto.

- Prontinho! – a loira linda disse.

- Me manda pelo WhatsApp, Tema. – pedi. Ela fez “uhum” e me mandou a foto, recebi na mesma hora. Tinha ficado bonitinha. Eu toda sorridente ao lado de Sasuke. Misericrubias.

Quando chegou a hora de voltar pra casa, eu pedi ao Sasuke pra me levar na moto dele. Ele apenas assentiu com um breve sorriso, e me entregou o capacete folgado.

- Me ajuda a colocar isso! Eu não sei!

Ele gargalhou e me ajudou a colocar, ajustando a fivelinha. Todo mundo se despediu, e cada um foi com seu par para casa. Isso mesmo, seu par. Subi na moto de Sasuke e agarrei sua cintura (um tanquinho maravilhoso, diga-se de passagem, durinho e pelo que parecia, com quadradinhos. MARAVILHA!).

- Sasuke, corta giro! – pedi. Então, ele acelerou e eu gritei, empolgada, ouvindo sua gargalhada. Ele tinha uma risada bonita.

- Tem medo de velocidade, Sakura?

- Não! E você? – pergunta idiota, eu sei.

- Hahaha, muito menos. Segura!

Ele acelerou, e corremos em uma velocidade BEM alta! Meu coração quase saía pela boca, de tão empolgada que tava. Eu estava tão colada ao Sasuke que o coitado quase subiu em cima do tanque!

- Sakura, no sábado tem um encontro de motoqueiros aqui. Eu vou. Você quer ir? – acabamos de chegar em meu apartamento, quando ele perguntou isso.

Era sério?

- É sério? – dei um pulinho, animada. Ele fez “uhum”. – Quero, quero, quero! Eu sou louca por motos! Desde criança, sabia? Meu primo tinha uma moto grande, não me lembro qual, mas eu era louca por ela! Já participei de um encontro uma vez, e foi tão legal!

- Haha. Motos são realmente legais. É difícil encontrar uma mulher que goste tanto de motos esportivas.

- Eu não gosto, eu amo! Amo, amo, amo!

Ele riu mais uma vez.

- Então tá, depois eu te confirmo tudo com você, tá bom?

- Tá! Aiiiii, eu vou a um encontro de motos! – exclamei, dando pulinhos de empolgação. – Isso é ótimo, ótimo, ótimo!

- Ah, me passa aquela foto.

- Como? – pergunta idiota de novo.

- Pelo Whats...

- Não tenho teu número.

- Não seja por isso, Rosinha.

- Não me chama assim.

- Tá, desculpa.

Ele me passou o seu número e mandei a foto.

- Prontinho. Tchau, Sasuke, obrigada de novo!

- Por nada. Tchau, Rosinha.

- Não me chama assim!

- Tá, desculpa.

Mas antes de entrar, virei para ele com um olhar fofo e fiz o último pedido:

- Corta giro?

E ele deu aquela acelerada linda e maravilhosa antes de sair.

Mal entrei no meu AP, liguei para Tenten.

- E aí filha, me conte.

- AMIIIIIIIIIIGA! Você não vai acreditaaaaaar! – vou sim.

- O quê, mermã?

- Neji e eu! Eu e Neji.

- O que tem? – é bom você se fingir de lesada de vez em quando, sabe?

- A gente ficou! A gente ficou! E ele foi super fofo comigo, Sakura! Ele disse que gosta de mim! O NEJI GOSTA DE MIM, CARALHO!

- Amiga, fico feliz por você, mas acho que a África não quer ouvir isso não.

- Ah, tá, desculpa.

- Mas e aí, o que mais?

E aí ela me contou que ele foi super fofo, que o Neji era romântico, um príncipe encantado. Tsc. Ela ainda acreditava nessas coisas. E o pior é que eu disse isso em voz alta!

- O quê? Como assim, Sakura? Eu ainda acredito nessas coisas? Você sabe de algo que eu não sei? – ela me interrogou.

- Não, Tenten. É que, bem, você sabe. Eu não acredito muito em amor e essas coisas.

- Amiga... Olha, eu queria poder dizer, sei lá! Eu queria realmente que você encontrasse um amor verdadeiro, Sakura! Eu sei que você se decepcionou muito com o seu pai e o seu ex, mas só porque um fez, não significa que todos façam a mesma coisa! Eu realmente me preocupo com você, minha amiga. Você não tem ideia de como eu estou feliz em saber que alguém gosta de mim de verdade. E fico mais feliz ainda porque eu também tenho sentimentos por ele. Quero dizer, se você abrisse o seu coração ao menos uma vez, eu tenho certeza que você não iria se arrepender. Olha, o Sasuke mesmo! Ele é um fofo, lindo e educado! E ele demonstrou estar interessado em você! – demonstrou? Sério? É isso mesmo, produção? – Tipo, eu sei que a gente conheceu ele hoje e que primeiras impressões nem sempre são as certas. Mas ele me pareceu uma boa pessoa. Sakura, se você tentasse ao menos uma ver abrir o seu coração e deixar essa ideia idiota de que o amor não existe, eu tenho certeza de que você não iria se arrepender. Amiga, nem todo homem é canalha. Ainda existe alguém que presta. Poucos, mas existem.

A essa altura, os meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

- Tenten, você não devia falar isso! Você não sabe o que eu passei!

- Sim, eu sei! E é por isso que estou te dando um conselho de melhor amiga. Ouça se quiser. Beijos, fica com Deus.

- Você também.

Fiquei pensando no que ela me disse. Sasuke realmente havia se interessado por mim? Será mesmo? Além disso, Tenten falou para eu dar uma chance para o amor.

Será que o amor realmente existia?

Lá na sorveteria, eu pude ver os olhares entre Ino e Gaara, ou Shikamaru e Temari. Eram olhares cheios de ternura, de carinho, de... amor. Naruto estava abraçando a cintura de Hinata, e ela, mesmo tímida, o olhava com carinho. Assim como Tenten olhava para Neji.

Isso era o amor? Era ter carinho e ternura?

Os únicos que eu amava eram minha mãe e meus amigos. Eu não queria me apaixonar, não queria abrir meu coração para o tal de amor. Eu não queria me decepcionar de novo.

Mas às vezes, eu sentia falta de ter alguém para conversar. Não como eu conversava com amigos, mas uma conversa mais íntima, mais romântica, não sei. Às vezes eu sentia falta de ser abraçada, beijada e ouvir palavras bonitas. Às vezes eu me sentia carente de carinho e atenção. Às vezes eu queria poder confiar em um homem de novo.

Mas só às vezes.

Peguei meu celular e fui ver a foto que tiramos. Eu estava tão sorridente ao lado do Sasuke.

Será que um dia, eu poderia confiar em alguém de novo? Amar alguém de novo?