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História O amor de João Guilherme - Capítulo X


Escrita por: Iury_2002

Notas do Autor


Antes de tudo, desculpa pela notificação errada. É que eu estava só aprontando as notas iniciais e finais, e sem querer eu enviei. Me desculpem.

Aqui está um capítulo que acabou de sair do forno para vocês.

Aí no capítulo vão ter alguns termos que eu acho que vocês não conhecem que são sobre vozes.

Desculpem se está meio exagerado se alguém não gostar pode falar que eu dou um jeito, só coloquei assim pq vai ser necessário para uma treta que vem por aí.

Capítulo 10 - Capítulo X


P.O.V João


O sinal indicando que o intervalo havia chegado ao seu fim havia tocado dez minutos após, acabando parcialmente com o meu momento romântico, Pedro ficou um pouco irritado, ele disse que era pra que eu terminasse de o compensar, pois eu havia deixado o mesmo esperando em sua casa ontem a noite quando o Thomaz chegou, mas o sinal não nos impediu de nos separarmos, continuamos abraçados, igual aquelas cenas clichês de filme que um é maior que o outro e o menor fica abraçando o pescoço do mais alto.

As pessoas começaram a entrar e nos ver abraçados, as caras não mudavam e tinham a mesma expressão de confusão. Quando o professor entrou também não foi diferente, mas ele fingiu que relevou e esse foi o sinal que eu e Pedro deveríamos voltar aos nossos lugares de origem, quando estávamos andando e sorrindo as pessoas ainda olhavam pelo canto dos olhos, eu estava quase gritando para que eles fossem cuidar de suas vidas, mas me controlei pare que isso consequentemente não me afetasse mais tarde.

- Bem… antes de falar o que eu tenho que falar, eu queria dar um bem-vindo ao aluno novo. - O professor foi à frente da sala e disse, logo o mesmo fechou a cara quando viu um olhar seco e debochado do Pedro, que também fechou a cara ao receber um tapa desferido por mim em sua nuca, o mesmo resmungou baixo, só que eu ouvi e desferi outro tapa e o mesmo entendeu o recado, logo recebendo alguns olhares de canto de olho da sala.

- Fica quieto e escuta ou não vai ter um prêmio mais tarde. - Eu disse baixo e calmo.

- Bem… Como já é do conhecimento de muitos ou quase todos, a escola vai promover um show de talentos e cada sala terá um representante. Vai participar somente o ensino médio, ou seja, serão somente 18 participantes eu fui o professor escolhido para escolher o representante desta sala e não vai adiantar tentar escapar porque todos irão cantar, aqui na frente e à capela! - Affs… não estou com a voz muito boa pra cantar e nem quero. Primeiro que eu nem sabia que nessa escola teria show de talentos.

- Mas professor… Qual será o prêmio? - Larissa proferiu com sua voz fina e enjoativa.

- Ainda bem que você perguntou Larissa! O prêmio vai ser uma surpresa, somente os jurados e o diretor do colégio sabem qual é, mas voltando ao assunto… Quem será o primeiro que vai cantar.

Corri meus olhos pela sala de aula e a enjoada, burra, falsa e mesquinha da Larissa levantou uma mão decididamente. Terei que tampar meus ouvidos, pois isto será um ataque a todos os tímpanos desta sala.

Larissa foi andando em direção ao lugar que o professor usou para explicar sobre o show de talentos. Ela começou a cantar uma música de uma artista muito conceituada e maravilhosa que eu admiro bastante, Camila Cabello, o nome desta música era “Never be the same” uma das melhores músicas do planeta e que ela estragou ao tentar fazer o falsete do pré refrão. A mesma além de cantar em um tom desconfortável para si, cantou a música totalmente errada, se a cantora da performance original estivesse nesse momento aqui, mandaria que alguém prendesse a Larissa por um atentado terrorista a todos os que naquela sala estavam.

Olhei de relance para o professor e o mesmo fazia uma expressão extremante engraçada de vergonha com dor.

Quando a senhorita Larissa acabou de tentar acabar com nossos ouvidos ele foi o único a bater palmas, apesar de não ter gostado de sua apresentação.

- Quem será o próximo? - O professor questionou quase dizendo que era pra cantar de verdade e acalmar seus tímpanos.

Olhei para a minha frente e para os lados e ninguém se manifestou. Quando olhei para o professor ele apontou para o Pedro, que logo o olhou com uma cara de total descontentamento. Pedro andou em direção ao lugar que Larissa cantou e começou a cantar uma música, só que ele não olhou para ninguém na sala a não ser para mim.

“Eu quis escrever uma canção

Que pudesse te fazer feliz.

Pra te mostrar que o meu coração

Ele só bate por ti.


Como uma bela melodia pra dizer,

O que eu não consigo te falar.

Como uma bela melodia para dizer

O que eu queria te falar.


E dizer

Que é você

Que pode me mudar,

Que pode me salvar


E eu vou

Te esperar,

Aonde quer que eu vá

Te levou comigo”


A voz do Pedro era linda e calma, com um alcance de notas de um barítono¹, sua voz era doce e angelical, maravilhosa de se ouvir. A sala bateu palmas razoáveis para ele e eu bato palmas com todo o coração. Pedro voltou para a sua cadeira a minha frente e me deu um selinho, dizendo que foi homenagem para mim.

- O próximo? - Tomei coragem e fui a frente, andei pela sala e vários olhares estavam sobre mim. Parei no lugar que todos estavam cantando e comecei. Reproduzi alguns melismas² e vibratos³ com uma sequência de notas bastante tranquilas de serem reproduzidas, recebendo vários olhares de admiração e surpresa, então comecei a música fechando meus olhos por conta do nervosismo.


“Why am I so emotional
This is not a good look, gain some self-control
And deep down I know this never works
But you can lay with me so it doesn't hurt

Oh, won't you stay with me
'Cause you're all I need
This ain't love, it's clear to see
Oh, won't you stay with me”


Terminei alcançando a nota mais aguda que eu conseguia e prolongando a última palavra até onde eu me sentia confortável com a respiração, o que não era pouco, recebendo vários olhares e palmas de pessoas totalmente boquiabertas eu voltei para a minha cadeira depositando um selinho no Pedro e dizendo que algumas partes da música eram pra ele, as mais bonitas e românticas. Meus amigos que estava no fundo estavam inteiramente boquiabertos e não conseguir proferir nenhuma palavra.

- Nem vai ser mais obrigatório depois dessa. - O professor disse voltando ao lugar onde todos cantavam. Estou extremamente insatisfeito com o que o professor acabou de falar, eu fui cantar tão somente porque eu queria cantar logo, não queria ser decretado o vitorioso. Olhei pela sala e todos ainda estavam encantados com algo que não sei o que é, continuei correndo os olhos e vi Larissa totalmente insatisfeita, se isso irrita ela estou feliz. Olhei pelo canto do olho uma mão um pouco nervosa se levantando. - Parece que tem alguém que se garante, não é mesmo Edward? - Edward se levantou, visivelmente nervoso, e andou em direção ao local onde cantamos. Ele procurou forças para começar e então abriu sua boca e começou.


Bitter sweet memories
That is all I'm taking with me
So goodbye, please, don't cry
We both know I'm not what you, you need
And I will always love you
I will always love you, oh
I hope life treats you kind
And I hope you'll have
All you've dreamed of
And I wished you joy
And happiness
But above all this, I wish you love
And I will always love you
I will always love you
I will always love you
I will always love you
I will always love you
I, I will always love you, you
Darling, I love you
I'll always
I'll always
Love you”


Ele tinha uma voz totalmente encantadora, com um pouco de rouquidão, no começo. Após ter começado o refrão ele aumentou algumas oitavas até chegar na mesma nota que a diva Whitney Houston cantou, suas notas eram reproduzidas com total perfeição e os alunos ao redor da sala (Me incluindo) estavam totalmente boquiabertos. Ninguém conseguiu bater palmas direito, pois todos estavam tão boquiabertos que nem sem concentraram em palmas. Sinceramente não acredito no que ele acabou de fazer, ele quebrou o que dizem “Homens não reproduzem notas femininas com qualidade.” Ele conseguiu fazer isso com um destreza e perfeição enorme.

O professor não falou mais nada e saiu da sala rapidamente, quase correndo. Não sei o que ele foi fazer, mas até agora não acredito que conheci um voz absoluta⁴. Edward ficou ainda na frente paralisado pelo nervosismo de cantar na frente de várias pessoas, mas logo desparalizou-se e veio sentar em seu lugar.

- Agora você vai me contar o que foi isso! Não acredito que conheci um voz absoluta. Que dia, como, quando e o que você fez? - Perguntei a ele ainda estarrecido com o que acabei de presenciar.

- Bem… Quando eu era menor, tinha uma voz de sopranino. E minha mãe queria que eu conservasse aquela voz, então ela chamou vários professores especializados e me explicou o que era um castrato, e depois me perguntou se eu queria ser um. Logicamente eu respondi que queria, então treinei por anos, até a minha puberdade começar, o que não afetou a minha voz. Então até hoje eu treino e consegui mais notas. Agora eu chego até a última oitava do teclado, só que eu nunca tive nenhuma fama pra que me colocassem na lista das pessoas que alcançam mais oitavas no mundo. E a partir daí eu virei um castrati, contratenor e voz absoluta. - Ele comentou calmamente me explicando detalhadamente tudo. Você deve pensar que eu não sei nada sobre esses termos, mas eu entendo e acabei de conhecer uma das pessoas com a extensão assim, isso é uma honra!

O semblante dos meus outros amigos era de totalmente curiosos, pois eu tenho certeza que nenhum deles entendeu absolutamente nada. Logo mais explicarei para eles o que tudo isso significa, sinceramente acho que não tenho chance em ganhar esse concurso, ainda bem. Até porque eu nem queria entrar. A sala inteira olhava de olhos arregalados e totalmente boquiabertos para mim é o Edward. Ainda estavam sem acreditar no que acabaram de presenciar e sinceramente nem eu acredito direito.

- Depois eu quero saber o que significa tudo isso que vocês acabaram de falar. - O Pedro disse ainda curiosos e sem saber sobre o que nós estávamos conversando.

Alguns minutos após a sala voltou ao seu estado normal, e começaram a conversar sobre assuntos aleatórios entre si. Pedro, Edward, Thomaz, Guilherme e eu também entramos nessa e logo esquessemos o assunto. O professor ainda não havia adentrado a nossa sala, e eu realmente estava bem em não ter nenhuma aula.

Thomaz se levantou e foi para uma cadeira vazia a frente e me chamou para sentar atrás dele logo após, levantei-me e fei um selinho no Pedro, me dirigindo logo em seguida para a cadeira atrás de Thomaz.

- O assunto estava bom e tudo mais, mas preciso saber se você vai querer ir lá para casa, para saber o resto daquela história.

- Como eu já disse, se você estiver bem para me contar eu vou. Não quero te forçar a nada. - Eu respondi o mesmo segurando em sua mão que estava um pouco trêmula.

- Na saída do colégio então? - Ele me questionou, logo recebendo um aceno de cabeça indicando que sim.

Logo me levantei depositando um beijo na testa do mesmo e seguindo em direção a minha carteira.

- João Guilherme e Edward, me digam rapidamente. - O professor disse ao aparecer na porta. Logo sendo seguido na sua retaguarda por mim é Edward. Realmente estávamos nervosos, e Edward deixava isso realmente transparecer. Seguimos até a sala do diretor, e esperamos do lado de fora por um breve momento, mas logo recebemos um sinal do professor para que pudéssemos entrar.

A sala continha pintura de prédios no horário noturno, com várias estrelas nas paredes, que eram realmente da cor do universo, estrelas cadentes, cometas, meteoros e galáxias deixavam a sala com um ar bonito e maravilhosamente jovial. Duas janelas com maravilhosas cortinas, que deixavam a sala com uma luminosidade perfeita.

Atrás de uma mesa de escritos preta, estava um homem jovem, aparentemente ele parecia estar apenas com seus 31 anos. Seus cabelos eram realmente pretos, com um rosto com uma expressão de alegria misturada com calma, estava em com uma blusa social preta com as mangas dobradas até quase o ombro, deixando a mostra seus músculos definidos, mas não igual aqueles caras que passam dia e noite nas academias, seus olhos eram azuis penetrantes, ele era realmente muito lindo, (Sou compromissado e não cego!) Nem parecia um diretor de colégio. Ele estava mexendo em seu notebook, mas logo o fechou e nos olhou com um sorriso perfeitamente branco e alinhado no seu rosto, o deixando realmente lindo.

- Então esses são nossos Sam Smith e Whitney Houston! Sentem-se as cadeiras não são tão confortáveis, mas não mordem. - Ele disse gentilmente. Olhei para o lado e vi Edward corado pelo fato de ser comparado com a Whitney Houston, ele agora estava mais calmo, acho que pela aparência do diretor ser calma. - O professor disse que não consegui decidir qual de vocês dois vai representar a sala no show de talentos que vai ser semana que vem. Então ele pediu que eu escolhesse. - Ele comentou gentilmente. - Então o Sr. Edward pode começar. Se não for pedir demais, faça  exatamente como na sala de aula. - Ele disse com um sorriso sincero em seu rosto, logo se ajeitando em sua cadeira.

Edward agora estava calmo e como o pedido, fez exatamente como na sala e novamente eu fiquei boquiaberto, o diretor também ficou, mas logo se recompôs e me pediu para que começasse gentilmente. Também fiz, ou pelo menos tentei, igual na sala de aula, vi que o diretor também ficou um pouco boquiaberto, mas logo também se recompôs.

- Depois de ouvir as duas partes já tomei minha decisão…


Notas Finais


Barítono¹ — Barítono é a voz masculina intermediária, que se encontra entre as extensões vocais de baixo e tenor. Trata-se de uma voz mais grave e aveludada que a dos tenores, porém quase nunca conta com a mesma agilidade.


Melisma² — Melisma em música é a técnica de transformar a nota (sensação de frequência) de uma
sílaba de um texto enquanto ela está a ser cantada. A música cantada neste estilo é dita melismática, ao contrário de silábica, em que cada sílaba de texto corresponde a única nota. A música das culturas antigas usavam técnicas


Vibrato³ — A voz humana tem um vibrato natural. Este vibrato está frequentemente ausente em cantores não treinados - aparecendo só durante o treino - mas é natural no sentido em que ele emerge sem ser ensinado explicitamente e não é causado pela variação deliberada do passo e também no sentido em que cantar sem o vibrato natural é relativamente cansativo para a voz (causando rouquidão)


Voz absoluta ⁴ — Vozes absolutas são vozes de cantores excepcionais que ultrapassam três oitavas .


Castrato — Castrato é um cantor cuja extensão vocal corresponde em pleno à das vozes femininas, seja de soprano, mezzo-soprano, ou contralto. Isto ocorre porque o cantor, quando criança, foi submetido à castração para preservar sua voz aguda


Sopranino — Sopranino é a designação da voz de soprano num indivíduo do sexo masculino que ainda não chegou à puberdade.
A voz de soprano em homens é raríssima na idade adulta. Depois da puberdade, mesmo que a laringe e as pregas vocais não se alterem, as demais características físicas do adulto fazem com que voz mude de tessitura e timbre. Nesse caso, a voz poderá assemelhar-se mais à dos
contratenores ou dos castrati.


Contratenor — Contratenor é um cantor masculino que canta, utilizando falsete, numa tessitura correspondente ou cujo alcance vocal é equivalente à da contralto ou mezzo-soprano. O contratenor não é um castrato igualar, nem no som, nem no alcance vocal.

Foi isso é espero que tenham gostado. Deixem seu feedback e até a próxima!

Bjs de luz 😘😚😍


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