História O amor de um alfa, pelo seu ômega. ABO - Chapter two.- Minha essência.

 Jeon Jungkook 

Pra alguns, ser cego é uma deficiência que te faz anormal das outras pessoas e eu não concordo. Como sempre falo, ter deficiência é ter sua própria essência e sua originalidade. Não é porque eu consigo ver o mundo ao meu redor que não vou aproveitar a vida. É claro que em alguns momentos é ruim, afinal, tudo tem seu pós e contra. Isso é o equilíbrio da vida humana. Porém, não me menosprezo por isso. Eu sou uma pessoa incrível sendo ou não cego, tenho orgulho da pessoa que eu me tornei e que sigo sendo. Muitos dizem e me julgam como doente e tals, mas eu não acho. Somos apenas pessoas com sua essência diferente do normal, normal é chato. Apenas aceite!

Sra. Jeon- meu amor? Tudo bem? Não vem comer?.-apenas pelo timbre de sua voz e da distância, suponho que ela está encostada no batente com o seu famoso sorriso encantador no rosto.

Jungkook: Já vou mamãe.-falei guardando a máquina de escrever que eu dedilhava para escrever em papel, sentindo mamãe sair do quarto.

Peguei minha bengala, me levantando da cadeira em frente a pequena mesinha do lado do closet do meu quarto onde escrevo e sinto o vento bater em meu rosto por estar do lado da janela também.

Sr. Jeon: Ah, oi filho. Quer ajuda?.- se pronunciou ao me ver entrar enquanto eu respondia mexendo os olhos para qualquer lado com um sorriso mostrando os meus dentinhos de coelhinho, no qual eu nunca vi, mas sempre comparam quando eu sorrio e eu tenho uma mania de confiar em tudo que me dizer. Claro, me chamando de inocente.

Jungkook: Não, pai. Eu estou bem. Sou muito inteligente para chegar até a mesa sozinho.- falei, não para parecer arrogante ou soberbo, é apenas uma realidade minha. Sei que sou inteligente e já andei tanto pela casa que eu sei onde cada coisa fica e posso chegar até ela. Claro, mamãe e papai junto com minha Noona e meu Hyung exageram um pouco. Sim, tenho dois irmãos e ambos são mais velhos do que eu.

Jeon Minah (irmã velha): a gente sabe que você é inteligente, maninho. Mas todo cuidado é pouco e não queremos que nosso doegsaeng se machuque. Vem, eu te ajudo.- sua pronúncia doce soa perto de mim, fazendo o seu timbre suave se destacar junto a sua gentileza de pegar em minha mão e me conduzir até a mesa.-viu? Muito mais seguro.-fala se sentando ao meu lado, arrastando a cadeira para frente logo após.

Jungkook: Minah, eu não sou um bebê. Sei me locomover em segurança. Eu sou original, mas sei os detalhes de casa pedacinho dessa casa e sei o que comem pelo café da manhã. Eu não vejo, mas sinto cheiro e meus outros sentidos são muito apurados.

Sra. Jeon: a gente sabe meu amor, mas você tem que ter cuidado. O bebêzinho da família não pode se machucar.

Jungkook: Mãezinha, eu não sou mais um bebê! Tenho quase 17 anos. Sou quase um adulto!

Jeon Jugyeom: Omma, esquece. Jungkook é muito cabeça dura. Não vai convence-lo tão fácil.- diz meu irmão do outro lado da mesa, ao meu lado pegando sua torrada com geleia de cereja como todas as manhãs.

...

Depois de uma longa tarde na escola para os deficientes, fiz uma escassez em meu quarto. Não, só porque eu sou cego que eu vou deixar minha mãe fazer tudo. Não sou tão irresponsável assim...

E, depois da limpeza feita, eu tomei um belo banho e deixei meu celular de lado carregando em meu criado mudo. Ao sair do banho, com a ajuda da minha Omma que me ajudou a me vestir. Não sei porque, mesmo sendo minha Omma, eu me sinto muito envergonhado e tímido por ver meu corpo nú. Minhas bochechas sempre ardem, queimando de vergonha e não conheço muito do vermelho, mas sempre comparam com um pimentão.

Jungkook: obrigado, Omma. Mas eu já falei, eu posso tomar banho sozinho e me vestir sozinho. Eu tenho vergonha!.-falei ainda tímido, sentado na cama enquanto eu sentia seus dedos dedilhando com a toalha em meu cabelo, assim os secando.

Sra. Jeon: Amor, meu amorzinho. Sou sua mãe, não tenha vergonha. E além do mais, acha mesmo que eu ia deicar meu menininho no banheiro com piso molhados e sabonetes? Não não não. Essa irresponsabilidade eu não cometo!

Jungkook: É, mas eu fico todo corado Omma! É constrangedor ver meu corpinho peladinho. 

Sra. Jeon: Bebê, seu corpo é maravilhoso! E também, você logo arranja um rapaz muito bonito pra namorar. Ele vai ver você nú, ele vai te amar e te dar carinho. Vai se acostumando em...

Jungkook: Omma! Não quero namorar pra transar. Eu só... quero amar mesmo. É claro que eu vou ter esse tipo de... relação...  mas é amorzinho que eu vou fazer. Não quero transar, quero fazer amor e... aish, vamos parar de falar desse assunto. Eu to me sentindo constrangido! Aigoo...

Sra. Jeon: Ta bom, meu amor. Agora se deite. Amanhã você tem aula bem cedinho.

Jungkook: Ta bem, Omma.- minha mãe guarda minha bengala, me ajuda a deitar antes de selar minha testa em um beijo molhadinho e acolhedor.

Sra. Jeon: Bom noite, amor.

Jungkook: Boa noite.- a respondi antes de me virar para o lado oposto e sentir meu sono me dominar.

...

Em mais uma daquelas rotinas, onde não havia uma resposta da escola que eu fiz a prova para entrar nela. Não leve a mal, adoro minha escola. Ela é tão acolhedora e cuidadosa conosco, porém sua baixa renda mal nos dá um ensinamento sórdido e o meu sonho é ser um professor. E na escola, na qual eu fiz minha inscrição e uma prova para entrar, tinha essa solidez de ensinamento e uma renda de ótima qualificação para me dar uma ótima oportunidade. E melhor, era uma escola particular que abriram um projeto para que os deficientes pudesse estudar lá e os mais inteligentes pré selecionados seriam das aulas mais avançadas. Não sei se me qualifiquei, nenhuma resposta veio até agora. Porém, a prova na qual eu fiz, parecia ser fácil. Escrevi tudo em braile e teve uma prova oral na qual respondi com a resposta ponta da língua. Eu tinha estudado muito! E ainda nada... agora eu estou na casa do Hoseok, meu melhor amigo que por acaso já estuda lá. Digo, ele não possui deficiência como eu ou o Taehyung que é outro dos nossos melhores amigos e cadeirante. Ao contrário de mim, Tae não quer se formar em uma escola de riquinhos e snobes. Eu não ligo muito pra opinião alheia, nunca liguei. 

Mas enfim, esse é o julgamento até então. Sem nenhuma respostas até agora...

Tae-hyung: Apenas... esqueça isso. Eles não vão responder. O povinho de lá é muito babaca e não te aceitariam por ser cego.

J-Hope: nem todos são assim! Jungkook, apenas... se acalme. Ok? Eles vão responder. São muito alunos.

Jungkook: Eu sei, Hyung. Vou continuar esperando.-falei otimista, muito otimista pra falar a verdade. Eu sentia que sim, eu tinha chance de entrar principalmente quando o barulhinho se aclamou no computador e eu pedi.- Hobi, leia. É da escola?

J-Hope: É sim, Kook. Perai, deixa eu ler. A escola School Way Study (sei, 0 criatividade) temos a honra em anunciar que o aluno, Jeon Jungkook está confirmado para entrar na escola. Esperamos sua resposta, encarecidamente Sr. Choi.- Como esperado, Hobi foi o primeiro a gritar de felicidade comemorando tudo que se vê pela frente e me abraçando fortemente enquanto eu comemorava internamente e tirando a felicidade alheia, Tae comenta mau humorado:

Tae-Hyung: Se tivessemos na rua, eu fingiria que não te conhecia. Hobi, para de passar vergonha alheia.

J-Hope: Ai, me deixa. Sai pra lá com esse humor. Agora temos que comemorar que o Kook passou. 

Tae-hyung: Calma ai oh senhor comemoração. Jungkook ainda tem que contar para os pais dele.

J-Hope: mas hoje você ta que ta ne? Oushi, quanto mau humor.- ri, embora eu saiba que é verdade. Precisava contar para os meus pais e eu tinha medo da reação deles.

...

No jantar, criei coragem assim que todos estivessem reunidos, minha mãe estava colocando comida para todos da família como sempre e eu suspirei antes de falar:

Jungkook: Omma e Appa, preciso contar uma coisa pra vocês. 

Sra. Jeon: Claro, meu amor. Mas antes, deixa eu colocar comida pra todo mundo ta bem?.-fala de forma gentil, esperando uns segundos antes dela se sentar e falar com o seu timbre carinhosa novamente.-pode falar meu amor.

Jungkook: Então... lembra da escola que tinha feito um projeto que permitiria os deficientes entrar?

Sr. Jeon: Ah, lembro vagamente de você ter mencionado isso umas semanas atrás, por que?

Jungkook: Eu entrei.-joguei a céu aberto, não disfarçando minha alegria sentindo um clima tenso ao revelar que logo se desfez e minha família, nem todos me parabenizar começando com a Noona e meu Hyung.

Jeon Minah: Oh, que incrível maninho. Fico feliz por você. Você sonhou tanto em entrar naquela escola, parabens meu maninho.

Jeon Jugyeom: Oh, meu maninho parabéns. Você com certeza merece! Vai chegar arrasando, se quiser uma dica.- ambos me abraçam e eu sorrio super feliz pelo o apoio e logo a mais era meu pai que me abraçou pronunciando:

Sr. Jeon: Oh, parabéns filhão. Que bom que conseguiu. Fico super feliz com isso, meu amor.

Jungkook: Obrigado, Appa. Vou trazer muito orgulho pra vocês.-falei desfazendo do abraço e minha Omma, que não tinha falado nada depois de revelar, fala primeira vez um tanto desgostosa com isso.

Sra. Jeon: como assim, filho? Como você entrou?

Jungkook: Hoseok-Hyung me ajudou com a inscrição e eu só fiz uma prova em escrita e em braile. Faz duas semanas.

Sra. Jeon: E por que não contou pra gente?.-desfiz um pouco do meu sorriso com a entonação da mamãe que não era nenhum pouco apoiadora.

Jungkook: Ah, eu queria fazer uma surpresa.

Sr. Jeon: Deixa o menino, Hyana. Temos que comemorar. Nosso filhão entrou em uma das escolas mais prestigiadas da Coréia. Nossa filho é muito inteligente e...

Sra. Jeon: Jeon!.-falou ríspida e rude, mas recobrou uma posição de mãe que apenas queria conversa, mas na verdade ela não tinha gostado de nada daquilo que mencionei.- Amanhã, vamos a essa tal escola cancelar sua inscrição. Vamos dizer que não estamos interessados em tirar você da sua escola e que não será possível sua entrada.

Appa, Noona e hyung: O que?

Jungkook: Omma, mas eu quero. Eu estou interessado! Eu quero estudar naquela escola. Ela tem muito mais verba e será melhor pro meu futuro.

Sra. Jeon: Não acho! A escola que você ta, está ótima. Não precisa de outra. Os professores daquela escola são ótimas, não precisa mudar.

Jungkook: Sim, são ótimos. Eu adoro lá, mas eu quero tentar algo novo Omma. Quero entrar naquela escola para que eu possa ter mais futuro. Você sabe que eu amo estudar. Desde pequeno.

Sra. Jeon: Eu disse que não, Jungkook! Você não vai para aquela escola e pronto!.- pela primeira em 16 anos, minha mãe se exalta brava. Estava tão rígida que me assustou um pouco e minha garganta deu nó, pronto pra chorar. Não só pelo o apoio que eu não tive, mas também por causa da sua rigidez.- Agora, por favor coma antes que esfrie.-fala e escuto o balançar da cadeira antes dela sair da cozinha.

...

Tae-hyung: eu também não deixaria. Sua mãe está coberta de razão, Kook! Aquela escola só tem escrotos e mais escrotos. Não é pra alguém de caráter como você. São todos uns mimados!

J-Hope: Não, Tae. Pega leve. Eu estudo lá e não sou mimado ou escroto. Tem gente bem legal lá se você não ficasse julgando e tentasse entrar, você veria.

Tae-hyung: estou fora. Prefiro ficar em uma jaula com dois leões do que ir para aquele lugar. Eu em...

Jungkook: Tae, não é por isso que estou assim. Poxa, é uma oportunidade única e será melhor pro meu futuro. Sem contar que.-abaixo minha cabeça pra depois retornar ao seu posicionamento inicial enquanto caminhavamos de noite pela pequena praça que costumamos.- que eu sonho estudar lá desde criança. É meu maior sonho. Estudei todos esses anos para entrar lá e agora minha mãe não permite, é injusto! Poxa, eles tem que ver que eu sou tão normal quanto os outros e que vou ficar bem independente da minha cegueira ou não. Não sou mais um bebê! Quero ter minhas próprias decisões. 

J-Hope: Mas o que pode fazer? Sua mãe não quer porque ela tem medo que as pessoas pode fazer com você. Minha mãe também teve quando eu entrei na escola pela primeira vez.

Tae-hyung: acontece que você não é deficiente igual o Jungkook ou a mim. As pessoas nos julgam doentes por não nos semelhar a elas. São muito cruéis e sua mãe ta certa em não deixar. 

Jungkook: Ta, mas e o meu sonho? Tae, sempre, em qualquer lugar, vai ter pessoas assim. Se eu for depender da opiniões delas a cada vez que soltam seus pensamentos, eu nunca vou conseguir chegar aonde eu quero. Eu preciso ir pra escola e demonstrar que eu posso ser capaz. E além do ma..- interrompido pelo grito que Tae deu chamando meu nome e empurrando meu corpo pro chão, assustando a mim e fazendo Tae cair da cadeira quando o raspar de uma roda no asfalto foi ouvido por mim e um encontro de um batimento ecoado por meu ouvido quando senti o dolor em minha perna por ter torcido com o impacto do corpo com o chão.

Continua...