História O amor está em jogo (CAMREN) - Cap 29

       Point of view - Camila Cabello

Era finalzinho de tarde  estava terminando de assinar alguns papéis para fechar negócio com a empresa de Lauren, quando alguém bateu na porta do escritório, sinalizei para que Anne fosse até lá atender.

- Amor? Digo... srta. Jauregui? - Ouvi Anne falar em um quase sussurro. Lauren?

- Vim lhe buscar para o nosso jantar, vamos? - Levantei a cabeça e tentei enxergar Lauren.

- Algum problema, Anne? - Chamei atenção da secretaria que virou rapidamente pousando seu olhar sobre mim, Lauren tinha um buquê em suas mãos e me encarava também.

- Não senhora. - Respondeu um pouco assustada.

- Olá, srta. Cabello. Só vim buscar Anne. - Lauren sorriu. Cinica! - Creio que seu expediente ja tenha acabado.

- Anne poderia nos deixar a sós um momentinho? - A secretaria trocou olhares com Lauren e após isso, assentiu e saiu da sala, Lauren entrou e fechou a porta.

- Pois não? - Lauren não chegou muito perto.

- O que é isso? - Levantei e fiquei de frente para a mulher que agora tinha uma expressão confusa em seu rosto.

- Perdão. Sobre o que você está se referindo? - Podia sentir meu sangue ferver.

- Não se faça de idiota. Acha que aqui é algum ponto de encontro para você e sua namoradinha? - Cruzei os braços abaixo dos seios.

- Desculpe se sentiu ofendida por eu ter vindo buscar Anne aqui. - Arqueou a sobrancelha.

- É um local de trabalho srta. Jauregui, passe na casa dela outra hora. - Revirei os olhos.

- Eu realmente não estou entendendo seu chilique, mas se o problema é vir buscar minha namorada. - Deu ênfase na palavra “namorada”, engoli o seco. - Aqui no seu escritório então ok, não venho mais aqui.

- Gostaria que algo do tipo acontecesse em sua empresa? - Aproximei-me mais da mulher, ficando centímetros longe do seu corpo.

- Não. - Lauren encarava minha boca.

- Foi o que eu pensei. - Sorri e sai de perto dela, caminhando em direção a minha cadeira novamente.

- Agora você poderia liberar minha namorada para que nós possamos ter nossa noite em paz!? - Suspirei.

- Não, nós temos muito o que resolver aqui ainda. - Arrumei os papéis que estavam sobre minha mesa.

- Fala sério Camila. - Bufou.

- Você não tem essa intimidade toda, srta. Jauregui. - A fitei com os olhos semicerrados. - Agora deixe eu continuar meu trabalho.

Lauren saiu sem dizer nenhuma palavra, Anne voltou para sua mesa e assim continuamos. Na verdade estávamos no fim das assinaturas mas prendi minha secretária por mais alguns minutos ali comigo. Quando ja havia escurecido, deixei com que ela fosse, arrumei tudo em minha bolsa e dirigi rumo a minha casa.

- Chegou tarde, achei que iria dormir no escritório. - Shawn estava sentado no sofá tomando alguma coisa em sua xícara e assistindo Tv.

- Muitos formulários para assinar. - Depositei um beijo na testa de meu namorado e caminhei em direção a cozinha, tirando meus saltos e jogando em qualquer lugar da sala.

- Will vai ficar com a mãe esse fim de semana. - Shawn estava escorado no balcão agora. - Temos o final de semana livre.

- Eu me acostumei tanto com Will que não vejo mais nossos finais de semana sem ele. - Tirei meu blaser e desabotoei minha camisa social.

- Opa, vai ser aqui mesmo? - Shawn veio até mim agarrando minha cintura e colando nossos corpos, minha respiração falhou, ele não perdeu tempo e tomou posse dos meus lábios com um beijo necessitado. Admito que Shawn tem uma pegada de tirar o fôlego, e não era um homem ruim de cama.

- Amor... - Tentei encerrar o beijo, mas ele foi mais rápido, me colocou em seu colo e caminhou em direção ao balcão fazendo minhas costas colidirem no mesmo. - Shawn!

- Não estraga. - Falou ainda com seus lábios colados nos meus.

- Eu estou suja, deixe pelo menos eu tomar um banho. - Shawn bufou e encerrou o beijo.

- Nós nunca tivemos problema com isso, é só dizer que não está com vontade. - Negou com a cabeça.

- Não é isso, amor. - Revirei os olhos. - Eu quero sair hoje.

- Para onde quer ir? - Ele acariciava minha cintura.

- Vamos a algum bar, boate, não sei. - Arrumei o cabelo do homem a minha frente. - Quero me divertir hoje.

-  E não estava boa nossa diversão aqui? - Beijou minha clavícula.

- Claro que sim, mas faz tempo que não saímos e... para aproveitarmos que Will não está aqui, seria uma ótima ideia. - Sorri.

- Me convenceu. - Puxou meu corpo para que eu ficasse em pé. - Mas no banho você não escapa. 

      Point of view - Lauren Jauregui

Meu namoro com Anne estava indo muito bem, ela me fazia feliz como eu não sentia a muito tempo. Me permiti sentir algo por ela, mesmo que difícil no começo agora estava tudo bem, eu a amava ou achava isso.

- Abriu uma nova boate na cidade. - Anne tinha sua mão sobre a minha, ela acariciava com o polegar. - Por que não vamos dar uma olhada?

- Acredite, já frequentei muitas boates. Hoje em dia não sinto vontade de ir. - Fiz um bico com os lábios.

- Você fala como se fosse uma velha Laur. - Gargalhou. - Vamos sair um pouco da rotina, por favor!?

- Sabe que não recuso seus pedidos e fica fazendo chantagem barata. - Neguei com a cabeça. - Tudo bem, mas não ficaremos mais que dez minutos.

- Diz isso agora. - Sorriu. 

Anne me guiou para onde ficara a tal boate, era enorme e infelizmente dessa vez tivemos que enfrentar uma fila ja que em Manhattan eu não era privilegiada como em NY. Após longo minutos na fila, eu estava quase desistindo daquele lugar quando chegou nossa vez e entramos.

Não era nada mal, o lugar era grande, estava lotado os quatro cantos de pessoas, se bem que senti falta de quando saia com o pessoal para ir a Lavo.

- Quer beber alguma coisa? - Perguntou Anne me tirando dos meus pensamentos.

- Acho que não. - A mulher me repreendeu com o olhar. - Porque ainda pergunta se vai me obrigar?

- Falando assim até parece que te forço a namorar comigo. - Gargalhou. - Vamos ao bar.

Anne era três anos mais nova que eu, sei que não tem muita diferença mas nessa idade é quando queremos jogar tudo a merda e apenas viver assim como nos dezoito quando saímos da escola. Eu gostava do seu jeito extrovertido mas eu sempre fui muito tímida, mesmo não parecendo nenhum pouco, algumas coisas eram desconfortáveis para mim.

- Apenas um martini por favor. - O Barman assentiu, engraçado que um martini deu início a uma reviravolta na minha vida.

- Martini é uma boa escolha para o clima que está essa cidade. - Anne sorriu. - Uma bebida quente.

- S-sim. - Engoli o seco.

- Quero um martini também por favor. - O barman entregou nossos drinks, aquilo estava se repetindo novamente.

- Quer dançar? - Perguntou levando a taça até sua boca.

- Vamos. - Suspirei.

As memórias de tempo em que ficava com Camila vinheram átona, me sentia mal por Anne não ter nada a ver e ter que aturar minha troca de humor quando coisas do tipo aconteciam, agora eu estava com a cara fechada e só queria sair dali.

- Está tudo bem? - Anne estava imóvel a minha frente com uma expressão de preocupação no rosto.

- Cansei, vamos sentar um pouco. - Minha namorada assentiu.

- A não. - Resmungou, desviei o olhar para o local onde ela encarava, era Camila acompanhada daquele branquelo. - Nossa noite estava boa demais para ser verdade.

- Quer ir para casa? - Sugeri.

- Acha mesmo que vou embora por conta dela? - Debochou. Acredite Anne, eu iria. - Vem vamos beber um pouco mais.

Não tive tempo de protestar e já estava sentada no banco do maldito bar. O clima não estava agradável como antes, não estava me sentindo bem ainda mais com Camila que não colaborava nada com aquele namorado gigante dela. Quando perceberam nossa presença eles vinheram até nós, tenho que admitir a latina estava linda aquela noite, um vestido de cetim preto alças finas, um delineado que destacava seu olhar e os cabelos ondulados caindo como uma perfeita cascata.

- Boa noite Anne. - Disse animada. - Boa noite srta. Jauregui. - Cumprimentou.

- Boa noite srta. Camila. - Anne forçou um sorriso.

- Acabou de se tornar péssima noite. - Murmurei levando a taça aos meus lábios.

- Hoje pode me chamar apenas de Camila, estamos fora daquele lugar. - Riu.

- Anne você cresceu. - O homem bagunçou os cabelos de minha namorada.

- Você quem esqueceu da existência de sua prima. - Anne revirou os olhos rindos. Prima?

- Prima? - Falei em voz alta nem percebendo que havia falado, todos voltaram seus olhares para mim.

- Sim amor, Shawn é meu primo. - Sorriu.

- Oh, um prazer conhecê-lo Shawn. - Sorri sem mostrar os dentes. Agora só o que me faltava Shawn ser primo de Anne.

- Tem algum problema se ficarmos com vocês? - O tal Shawn perguntou. Tem sim, muito problema se vocês ficarem conosco.

- Claro que não tem, nenhum incomodo. - Anne respondeu. Obrigado terei que aturar esses dois patifes a noite toda.

- Tem uma mesa ali, vamos para lá. - Camila chamou, Anne entrelaçou nossos dedos e saímos em direção a mesa.

- Srta. Jauregui, assinei todos os formulários para começarmos a distribuir os móveis. - Camila falou empolgada.

- Isso é bom. - Sorri. Sinceramente não estava nenhum pouco de conversar sobre negócios principalmente com camila.

- Vocês são como aliadas? - Shawn perguntou. Ele tem algum problema mental?

- Lauren tem uma rede de imóveis, tanto hotéis como condomínios e está semana assinamos um contrato para distribuir nossos móveis para as hotéis dela. - Camila explicou e o homem assentiu.

- Foi por isso que prendeu Anne por tanto tempo no escritório? - Camila desfez o sorriso.

- Amor... - Anne cutucou meu braço.

- Tem dias que não são tão fáceis em um escritório Srta, creio que você também passe pelo mesmo as vezes. - Chupou o liquido da taça em um canudo.

- Sim, mas não dou chiliques por isso. - Arqueei a sobrancelha.

- Chiliques? - Shawn perguntou desentendido.

- Va-amos dançar um pouco, estou sentindo o clima muito parado. - Anne me puxou e mais uma vez não tive tempo de protestar contra.

Na pista de dança Camila estava o tempo todo rebolando naquele homem, aquilo me dava ansia de vomito e não por ciúmes ou algo do tipo, mas fala serio casal hétero em pleno século 21? Só meus pais e avós mesmo. Anne enlaçou seus braços em volta de meu pescoço e começamos um beijo ardente, quando aqueles beijos começavam ja sabia onde iria parar e naquele momento ela estava desejando. 

Nossas línguas brigavam por espaço, apertei a cintura de minha namorada e deixei ela dominar o beijo, quando a ar faltou colamos nossas testas e rimos. Senti algo me empurrar pelos ombros, olhei para o lado Camila passou como um foguete, isso era demais.

- Vou buscar mais bebida. - Anne assentiu.

- Volta logo, quero terminar isso. - Sorriu maliciosa.

Shawn ficou com Anne na pista de dança e eu fui atrás de Camila entre as pessoas, essa mulher só podia estar testando minha paciência e hoje eu não estava com um porcento dela. Avistei a mulher sentada no bar e atravessei a pista da boate sentando ao seu lado.

- Qual o seu problema? - Quase gritei.

- O meu problema? Não sei do que está falando. - Virou uma dose de tequila na boca. - Outra por favor. - Pediu ao barman ignorando minha presença.

- Não se faça de idiota, o que diabos eu te fiz? - Meu sangue fervia.

- O que você me fez Lauren, quer mesmo que eu diga? - Ela continuava com a voz suave.

- Se você for mulher o suficiente fala. - Passei as mãos arrumando meu cabelo. - Você disse naquela noite que nós havíamos nos resolvido, se houver algum problema então resolva aqui e agora!

- Ela, Lauren! Ela é o problema! - Camila gritou.

- Ela quem? - Camila virou o rosto fitando Anne que dançava no meio das pessoas. - Eu não te entendo Camila, eu realmente não te entendo. - Neguei com a cabeça.

- Você é uma... idiota. - Falou com a voz embargada, ela estava alterada.

- Para de beber, você está alterada. - Tentei tomar o pequeno copo de suas mãos mas ela recuou.

- Nem ouse! Está me ouvindo? - Fiz sinal de rendição.

- Não vou perder meu tempo tentando lhe entender. - Falei agora quase colada na latina.

- Eu não preciso que faça isso. - Camila me encarava seria. - Mas no dia que você me entender, me explique pois eu também estou perdida em um poço de dúvidas sobre mim. - Bebeu uma ultima dose, nós trocamos olhares intensos aquele momento, nossos corpos se chamavam assim como nossos lábios, Camila estava com sua respiração pesada e a minha ja havia começado a falhar. Camila deixou o copo sobre o balcão, limpou o canto da boca e saiu dali.

E mais uma vez minha mente estava a me torturar, o que Camila quis dizer com aquilo tudo? Eu não sei. Mas eu teria que dar um fim em toda essa palhaçada.