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História O amor obscuro - Cap. 16


Escrita por: DanGomez

Notas do Autor


Boa leitura, babies!

Capítulo 16 - Cap. 16


Fanfic / Fanfiction O amor obscuro - Cap. 16

James Rodríguez:

Desço as escadas apressadamente, para fugir dali, fugir dele, fugir de todos. Vago por entre as pessoas rumo a saída. E antes que eu atinja a porta, olho para um certo casal em dos cantos da casa. A música está alta, as pessoas agitadas, tudo é um tumulto.

Mas quando paro pra olhar bem quem é o homem aos beijos com a garota, percebo que se trata de nada mais nada menos que Sergio Ramos.

Incrível como as pessoas tem facilidade em me enganar, penso, deixando o local de uma vez por todas.

Quando chego ao meu carro, há alguém recostado sobre ele. Queria que fosse alguém que eu gostaria de ver alí. Mas não. Tinha de ser Morata!

— Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece! — Digo, encarando-o com o pior dos semblantes.

— Posso garantir que sou a pior das assombrações. — Ele fala.

— O que você quer, idiota?

— Só quero te mostrar minha gratidão pela cena que me fez passar.

Ele avança para cima de mim e acerta um soco diretamente em meu nariz. Cambaleio para trás, sentindo o sangue pingar.

— Eu disse pra ficar longe dele, disse pra você não me subestimar, disse que poderia ser agressivo. Mas não! Você simplesmente teve que ficar cercando ele, me desafiando! — Ele grita, e aproveio seu momento de desabafo pra acertar um soco em seu olho. Ele geme.

— Desgraçado!

Ele vem pra cima de mim, dessa vez um pouco mais agressivo, distribuindo socos e chutes. Chego a cambalear novamente, a ponto de cair. Porém não Caio, eu revido. Não irei deixar que ele me bata. É uma questão de honra.

Ele chega mais perto, socando meu estômago, algo que me faz estremecer de dor, mas consigo levá-lo ao chão com uma cotovelada na cabeça.

Em poucos instantes há algumas pessoas ao nosso redor, nos olhando transtornados. Um deles, Nacho, pega pelo meu braço e me arrasta para longe dali.

Assim que adentramos novamente na festa, ele me leva pro andar de cima. Eu deveria estar longe daqui, que droga!

Toni está junto de Isco no corredor, estavam alegres até nos verem. Isco ergue uma sobrancelha e Toni parece estar transtornado.

— Oh meu Deus! James, o que houve com você? — Toni vem até mim.

— Me meti em uma briga de rua. — Respondo, um pouco constrangido. Eu devo estar estragando o aniversário dele agora.

— O que você tinha na cabeça, James? Brigar com o Morata? — Nacho inquiri, com o tom de voz alterado.

— Você o quê?! — Hesita Toni, assustado.

— Foi ele quem veio pra cima de mim. — Me defendo.

— Álvaro? O mesmo cara que joga em nosso time e que tem cara de nocivo? — Isco se intromete provavelmente discordando do que falei. Ele é um cético.

— Se não quiser acreditar em mim, não acredita, está bem? Não importa! Meu dia já está estragado de qualquer forma. — Falo e ele leva as mãos ao ar em rendição.

— O que ele fez com você? — Toni pergunta.

— Esquece isso! Não quero estragar seu aniversário mais do que já estraguei.

— Não estragou, seu louco! — Ele dá um leve soco em meu ombro. Sorrio fraco. — Vem comigo! Precisamos limpar o sangue desse seu nariz.

Deixamos Nacho e Isco para trás e adentramos diretamente em seu quarto. Luxuoso e ao mesmo tempo aconchegante.

Ele abre a porta de seu banheiro pessoal e eu adentro no local. Tem uma pia com um grande espelho, onde vejo os hematomas que a briga me proporcionara. Ligo a água da torneira e lavo meu rosto, molho também minha cabeça afim de esfriá-la, já que a mesma parece ferver.

Quando acabo, Toni me entrega uma toalha branca, que uso para me secar. Olho pelo espelho ele me encarando.

— Quê? — Inquiro.

— Por que não me conta o motivo de você ter brigado com o Álvaro?

— Não quero falar dobre isso! — Falo, saindo do banheiro, mas ele segura meu braço.

— Você confia em mim?

Assinto. Respiro fundo.

— Não quis brigar com ele, você me conhece.

— Sim, eu conheço. Você, Álvaro, Cristiano... Todos. — Seu olhar está firme, sério. — Sabe de uma coisa, James? Espero que essa briga entre você e Álvaro tenha sido apenas um desentendimento qualquer.

O seu olhar está triturador agora, posso ter certeza de que vi sua pupila saltando.

Ando até a sua cama e me sento, ele me imita, sentando ao meu lado. Permaneço em silêncio, buscando as palavras necessárias para começar e quando às encontro, conto-lhe tudo. Tudo sobre mim, Cristiano e Álvaro, sem omitir um detalhe sequer.

— Então? Ainda gosta de mim ou agora vai querer me expulsar daqui, me socar e dizer que sou uma aberração? — Pergunto, fitando o teto.

Tão derrepente seus lábios encostam minhas bochechas, deixando um beijo casto.

— Claro que não, bobo! — Ele sorri, me tranquilizando. — Eu não vou te odiar por isso. Pelo contrário, gosto ainda mais de você agora que conheço o seu verdadeiro James.

— Obrigado.

Ele entrelaça os seus dedos nos meus.

— Estou triste por você. Eu sou um péssimo amigo. Você tem sofrido tanto ultimamente e eu nem sequer percebi algo diferente em você.

— Não o culpo, às vezes consigo parecer mais forte do que sou. — Minha voz amolece, lágrimas "tolas" deslizam pelas minhas bochechas.

— Como agora? — Ele pergunta.

— Exatamente.

                     ***

Passou-se uma semana, tivemos o jogo da semifinal, mas não entrei em campo. Conversei com o meu agente, ele me aconselhou a deixar o clube. Essa realmente irá ser a decisão da minha vida, e se eu fizer uma escolha errada, possivelmente vou garantir minha infelicidade para sempre.

Toni tem estado mais próximo de mim e com isso, Isco veio incluso no pacote. Os dois são bem unidos. Mas não sou tão chegado assim a Isco, ele é da categoria broxante.

Não tive coragem de olhar pra Sergio nos últimos dias, a imagem que vi na festa não me sai da cabeça por nenhum instante. Também não tenho trocado nem mesmo sorrisos amigáveis com Cristiano, na maior parte do tempo ele está sério, sempre fazendo os seus magníficos gols. O admiro muito por isso, ele não mistura de forma alguma o trabalho com a vida pessoal.

                     ***

— Mentira que você faz isso! — Exclama Toni, sentado ao meu lado, à beira da piscina. Ele tem frequentado bastante minha casa agora.

— Acredite.

— Antes de qualquer coisa, sou da categoria broxante? — Ele arqueia as sobrancelhas.

Não me limito a sorri descontroladamente. Isso era tão íntimo meu e agora finalmente havia dito a alguém, justamente alguém que joga no time.

— Não, você não é. — Respondo, ainda com um sorriso bobo no rosto.

— Ufa! Menos mal. — Diz ele.

— Sua governanta sabe que você é...? — Ele para, como se estivesse procurando a palavra certa, e sendo a palavra certa algo que eu queira ouvir.

— Tudo bem, pode falar. — O tranquilizo. — Nós dois já sabemos o que sou.

— Mas então? Ela sabe?

— Provavelmente, ela já me viu beijando Cristiano no meu sofá. Mas mesmo que não tivesse visto, acho que ela deduziria, não trago muitas garotas para cá. Desde que ela trabalha pra mim, ela só conheceu a minha última namorada, a que fiquei noivo. Mas por que pergunta?

— Ela sorriu e piscou um olho para mim quando vim para a piscina junto de você.

Não contenho um outro riso.

— Ela deve pensar que você é o meu próximo caso. Que sou um pegador que fica com todos os caras do Real Madrid.

Agora, nós dois sorrimos. No instante percebo que Toni fica mais bonito sorrindo do que sério.

— Onde está a sua esposa? — Pergunto, sua expressão muda drasticamente.

— Ela foi passar um tempo com a família.

— Vocês brigaram? — Persisto em saber mais.

— Sim, talvez nós não nos damos mais tão bem. — Ele baixa a cabeça. — Eu sei que ela vai voltar. Espero que volte.

— Toni, posso te fazer uma pergunta?

— Ahn?

— Você, por acaso, é...? — Sinto a mesma precisão de encontrar a palavra certa como ele deve ter sentido instantes atrás.

— Gay? Não. — Faz um pausa. — Bissexual, talvez!

Seus olhos me encontram novamente, o azul maduro de um homem indecifrável. Nunca pensei em momento algum que Toni Kroos se relaciona com homens, quem o conhece bem como eu pensava que conhecia facilmente diria que é impossível.

Agora compreendo tudo. Não dá pra ser um jogador de futebol profissional e assumir abertamente que se é gay ou ao menos bissexual. Como Cris, Toni se casou com uma mulher e essa mulher lhe serve de álibi. Ninguém diria que ele se relaciona com homens tendo uma esposa, e, isto é o disfarce perfeito.

Penso em mim: eu já fiquei noivo, porém não me casei; não sou  visto ao lado de mulheres, o que pensam de mim?

— Preciso de uma esposa. — Falo.

— Está brincando? — Ele hesita.

— Não, Kross, não estou. Você tem um álibi para caso a verdade venha à tona. Já eu não tenho nenhum. — Tento explicar.

— Em minha mente isso parece bem menos obscuro. — Ele confessa.

— Eu sou obscuro.

— Faça o que quiser. Mas acho que não podemos esconder isso para sempre. — Ele me abraça de impulso.

É apenas um abraço de conforto ou ele realmente me intende?

— Nós somos bem ferrados. Não podemos ser quem somos de verdade porque somos escravos da sociedade. Isso tem que acabar. — Sussurra em meu ouvido.

Sim, ele me intende. É a única pessoa neste mundo que sabe o que realmente sinto.

Neste instante percebo a grande diferença entre Cristiano, Toni e eu. Eu amo Cristiano, mas ele quer esconder para sempre o que é de verdade, já eu e Toni vivemos tristes por sabermos que nossos mundos desmoronam com a verdade que sonhamos tanto em revelar. É como se fossemos eternos personagens, fazendo e falando apenas o que é permitido na história. Marionetes humanas.

Nós precisamos acabar com isto, antes que acabe conosco. — Digo por fim, cogitando um ato desafiador em minha mente.


Notas Finais


Isso é tudo, pessoal!
... Por enquanto. Até o próximo capítulo.
Ah! Não esqueçam de comentar, isso é tão excitante!
Beijinhos!


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