História O amor que guardei (SasuSaku) - Declaração.

Capítulo  9 - Declaração.

Ele fechou a porta atrás de si e então viu Sakura tirar o grosso casaco o qual usava, ficando apenas com sua roupa vermelha usual, mas enquanto o fazia, ela não afastava os olhos dele.

Sasuke abriu a boca, pois a sentiu salivar. Era estranhamente bom aquela sensação, devia confessar. Olhar para Sakura daquela forma, como um homem olha para a mulher que deseja, o fazia ter certeza de suas decisões. 

- Irei ligar o aquecedor, hoje teremos mais uma noite fria - a ninja médica se virou e foi até o aquecedor. - Por favor, fique à vontade, Sasuke. E agora eu falo sério.

O Uchiha notara o tom carregado de algo mais e não pode deixar de pensar em como aquilo o atraía. Já experimentara o poder causado pela atração antes, porém de um jeito diferente. Quando Orochimaru deixara a marca da maldição em seu pescoço, Sasuke não conseguiu evitar ser atraído até o Sannin em busca de poder. Entretanto, aquela atração pela sua ex companheira de time era inteiramente diferente, Sasuke não buscava ficar mais forte, não queria se superar ou ser supremo ali, Sasuke queria se entregar no acalento daqueles braços magros e tão poderosos, queria sucumbir sem hesitar naquele calor vultuoso que emanava dela.

Sakura se aproximou novamente do namorado e fez menção de tocar-lhe o peito, porém ele a deteve.

- Está tudo bem, Sasuke. Só quero tirar a sua capa para que você fique mais confortável.

Soltando a mão dela, Sasuke a observou desamarrar o nó que prendia a capa até tirá-la e deixá-la cair no chão.

- Bem melhor assim, não é? - a kunoichi falava e suas maçãs da face ficavam coradas. - Se quiser, podemos nos sentar no futon, é muito macio e...

Sem pedir dessa vez, ele a segurou pela nuca, puxando-a para um beijo quase truculento. Um gemido abafado saiu da garganta de Sakura, deixando-o com mais vontade de provar aquela boca tão saborosa. Ela cingiu o pescoço dele com os braços, sentindo a mão masculina descer por suas costas até chegar na sua cintura e apertá-la. 

Sasuke enfim era seu, pensou Sakura, totalmente inebriada pelo gosto, pelo cheiro e pelo toque dele.

Seus corpos se apertavam num roçar cálido e ela podia sentir como Sasuke reagia ao seu beijo, ficando muito excitado, o que a deixou um pouco nervosa, pois jamais presenciara aquilo antes, mas não foi o bastante para afastá-la do desejo de se entregar ao homem que queria dolorosamente.

- Sasuke… - Sakura pronunciou o nome do amado sensualmente - podemos ir para o meu quarto…

- Quarto..? - ele mal conseguia raciocinar ou sibilar algo direito.

- Sim - as mãos dela desciam pelos ombros de Sasuke, depois pelo peitoral, pelo tórax até pararem na altura dos quadris dele. - Prefere que façamos aqui?

- Hã? O quê?

- Venha, meu amor.

A Haruno estava resoluta, por isso o puxou pela mão na direção do quarto.

- Sakura, espere!

Ela o encarou intrigada e se deparou com o olhar ponderado do Uchiha.

- Você… não quer?

- Não é isso - Sasuke suspirou e se forçou a ser racional. - Eu quero muito. Eu quero você mais que qualquer coisa que já quis antes, agora eu posso sentir isso, mas…

- Mas? - recuando tímida, Sakura cruzou os braços na frente do corpo. 

- Mas não quero que seja dessa forma, não podemos fazer assim.

- Por que não? Não somos mais crianças ou adolescentes, Sasuke, somos dois adultos que se desejam, não é?

- Sim.

- Então não há problema e eu não desejo ser de mais ninguém além de sua!

- Eu também quero ser seu, Sakura - ele acariciou o rosto da namorada com as pontas dos dedos - mas… para que isso aconteça nós precisamos estar casados.

- Casados? - incrédula, Sakura teve um leve sobressalto. 

- Sim, eu quero que seja a minha esposa.

- Sua esposa?

- Sakura, você me aceita como o seu marido mesmo depois de tudo que eu lhe fiz? - pegando a mão dela, Sasuke beijou-lhe na palma de um jeito carinhoso. - Você me aceita com as minhas falhas, com todas as minhas cicatrizes? Eu sei que não sou o homem que você merece, mas eu prometo que farei da minha missão de vida tentar protegê-la, cuidá-la e amá-la. Serei somente seu e serei leal ao amor que você tem por mim. Você aceita esse Uchiha insípido que passou a maior parte da vida na escuridão e que agora tenta resgatar o afeto das pessoas que ama?

Engolindo em seco, Sakura chorava ao ouvir a sincera declaração e por instante ficou sem palavras.

- Em uma das suas cartas, você me perguntou sobre o toque que dei em sua testa quando parti da última vez - ele tornou a tocá-la na testa com os dedos e sorriu. - Foi a forma de dizer que o meu coração já pertencia a você.

- Sasuke… - sem mais aguentar, ela caiu de joelhos e abafou o pranto nas mãos.

- Por favor - o Uchiha também se pôs de joelhos, segurando-a preocupado - não desejo que você derrame mais lágrimas por mim, eu não quero fazê-la sofrer de novo.

- Eu… - Sakura fungava na tentativa de falar - eu não estou… chorando de tristeza… minhas lágrimas agora são de felicidade.

- Sakura… -  ele ergueu o queixo da namorada e enxugou-lhe as lágrimas.

- Sim, eu o aceito, Sasuke! Em mil vidas eu o aceitaria, eu o esperaria. Sempre foi você, nunca jamais deixei de amá-lo, eu continuo o amando tanto quanto na noite que você foi embora pela primeira vez.

- Ah, Sakura! - os olhos de Sasuke ficaram marejados, mas ela não pode ver, pois o mesmo a abraçou com força. - Obrigado.

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Os dois se encontravam deitados no confortável futon da sala de Sakura. Ela depositara a cabeça no seu ombro, por cima do seu meio braço, enquanto que as pernas dele se entrelaçaram nas dela. Ambos desfrutavam da companhia um do outro, conversando por algum tempo.

- Então você foi até a Alameda que morava? - Sakura disse impressionada.

- Kakashi me informou que as terras e propriedades foram restituídas ao meu clã, ou melhor, voltaram para mim.

- Então isso quer dizer que você tem a herança dos Uchiha de novo?

- Sim.

- O que pretende fazer com ela? Acredito que deve ser uma fortuna.

- O que você deseja fazer? 

- O quê? - Sakura levantou a cabeça e o encarou pasma. - Eu?

- Sim, você será a minha esposa e terá direito a tudo tanto quanto eu.

- Mas… é muita coisa, Sasuke, e eu não acho justo decidir por você.

- Eu confio no que você decidir - ele disse tranquilamente.

- E o que você quer?

Pensativo, Sasuke desviou os olhos para o teto.

- Eu não tenho vontade de ser um senhor de terras, para mim isso não tem importância. Não conseguiria me encaixar nesse papel.

- E o que pretende fazer com a Alameda Uchiha?

- Pensei em doá-la para Konoha, assim com as terras, elas serão muito mais úteis para a Aldeia do que para mim.

- Entendo. Seria uma atitude muito bonita - ela sorriu compreensiva e orgulhosa.

- Podemos comprar uma casa, você pode escolher do jeito quiser e onde quiser - Sasuke a observou arquear a boca num imenso sorriso. - Podemos fazer um casamento do jeito do Naruto e Hinata, se você quiser também.

- Sasuke… - emocionada por vê-lo dizer tais coisas, Sakura se sentou - você faria isso por mim?

- Claro, se o dinheiro que restou do meu clã for fazê-la feliz desse jeito, eu também ficarei feliz.

- Você seria capaz de socializar com todas as pessoas só para se casar comigo numa imensa cerimônia?

- Bom… acho que posso fazer esse sacrifício por você - sorrindo de lado, ele também se pôs sentado. - Quero tentar retribuir tudo o que fez por mim.

- Obrigada.

Sakura então o beijou ternamente.

- Mas eu não desejo ter uma cerimônia de casamento como a de Naruto e Hinata, na verdade, eu ficaria feliz se fosse só nós dois e o sacerdote, pois o que realmente me importa é estar com você.

- Achei que quisesse escolher um vestido com as suas amigas igual fizeram com a Hinata.

- Não, eu não quero nada suntuoso, podemos fazer uma cerimônia simples com nossos amigos como convidados.

- Faremos o que você quiser.

- Podemos guardar uma parte do dinheiro numa poupança para o futuro, quem sabe um dia a nossa família cresça - Sakura comentou e logo se arrependeu ao ver a mudança no rosto dele. - Quero dizer…

- Você está certa - voltando a sorrir, Sasuke a puxou para mais perto de si. - E com o que sobrar, iremos usar na nossa viagem.

- Viagem?

- Eu havia prometido que a levaria comigo na próxima vez, não se lembra?

- Sim, me lembro.

- Quero mostrar o mundo a você, Sakura. O mundo que eu vi e andei, há tantos lugares onde quero levá-la.

- Ó, Sasuke… - ela estudava o semblante do amado quase desacreditando em tantas promessas. Ele havia mudado bastante. - Eu adoraria.

- Mas primeiro - Sasuke levantou a sobrancelha - preciso falar com os Haruno e pedir sua mão formalmente.

- Nossa, isso é tão antiquado - achando graça, Sakura mordeu o lábio inferior.

- É o que o meu pai me faria fazer, se estivesse vivo, meu clã era muito conservador e gostava de seguir as tradições.

- Então honraremos a memória do seu pai e do seu clã. Marcarei um jantar com os meus pais.

-Ouvi-la dizer em honrar o clã Uchiha, encheu o coração de Sasuke de confiança e esperança. Sim, Sakura traria a honra ao seu clã outra vez, pois ela também carregaria o sobrenome Uchiha.