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História O Anjo do Caos - O traje


Escrita por: LuizRyuzakiGui

Notas do Autor


Hey gente. Então eu não tenho um grande compromisso de postar em dias marcados, eu sei, peço desculpas aos que acompanham, mas é mais ou menos por isso que ainda não criei esse "compromisso", mas eu ou fazer o meu possível. Sempre. É o que gosto de fazer. ;)

Bom, espero que gostem desse capítulo. :3

Capítulo 7 - O traje


Fanfic / Fanfiction O Anjo do Caos - O traje


Faz alguns dias que Sandro foi preso, eu me sinto ótimo. Agora, em uma bela manhã de domingo, eu estou deitado no meu quarto. Eu me sinto mais motivado ainda agora. Caramba! Eu prendi um bandido! Algumas pessoas poderiam se sentir diferente, até ter algum trauma ou algo do tipo, mas eu não. Não vou mentir e dizer que foi tudo um mar de rosas, mas a sensação final foi maravilhosa. Talvez seja porque eu sempre tive esse senso de justiça, ou talvez eu seja louco. Enfim eu levantei, fui até o banheiro e fiz o que necessitava fazer, depois desci até a cozinha e tomei café com a minha família, eu sorria a todo momento. Era meio difícil não desconfiar.


— Parece que alguém teve uma boa noite ontem, não acha Moira? — Ele sorriu e perguntou a minha mãe.
— É o que realmente parece Jorge, mas não vamos ficar nos intrometendo na vida no garoto — Ela sorriu disfarçadamente e tomou mais um gole do seu café.
Eu dei um sorriso, meio cofuso. Até entender o raciocínio deles.
— Ah não, vocês não acham que... eu estava com uma garota. Acham? 
— Não sei, me diga você garotão — Falou o Sr. Jefersom.
— Ah eu não vou mentir, eu queria. Mas acho que não tem muita garota se interessando por mim no momento — Sorri e peguei a manteiga no centro da mesa.


Eu passei o resto do café da manhã com os dois me dizendo que, o que eu disse era besteira e que eu precisava me enturmar e sair para outros lugares além da academia. Após isso eu saí de casa e fui até  a margem do Rio Veridiano. Era a uns seis ou sete Km de distância do meu bairro,  meia hora de viagem, mas valia a pena. Era um lindo rio, que separava os três bairros nobres da cidade dos Glades, a classe que sofre. O rio Veridiano era bonito apenas por manter aparência dos bairros. A família Rubens fazia questão de manter a limpeza do rio e o saneamento ali por perto em ordem, sempre. Antes da margem tem um corrimão que se estende por toda a área em que o rio é visível na cidade. Ele foi construído a décadas, e era realmente bonito de se ver. Tinha algumas praças circulares de dois em dois km, e algumas entradas para o rio. Havia também as três pontes que davam para os bairros nobres. 

Eu estava encostado no corrimão curvado de uma das praças, próxima ao rio. Estava pensando no que meus pais disseram. Eu tenho dezessete anos e não tenho amigo nenhum, as pessoas só me conhecem por causa dos meus pais. Acho que a única pessoa que posso chamar de amigo é o John, meu treinador. Ele me ajudou bastante nesses meses. As vezes eu penso se isso é o certo, se eu vou ficar bem, e o principal. Quando eu vou contar aos meus pais, não vai dar pra esconder pra sempre. Pelo menos eles ainda não desconfiaram. Baguncei o cabelo, coçando-o só de pensar nisso. Eu me mantinha sempre bem arrumado, meu afro era muito importante pra mim, me representava bastante, e as pessoas sempre pareciam gostar quando olhavam. Minhas roupas também, É meio difícil não se vestir bem sendo filhos dos donos da melhor loja de roupas da cidade. 

Depois de tomar uma água de coco eu reparei em uma conversa, eu não queria ser mal educado, mas era impossível não notar. Dois homens falavam sobre o homem que entregou as provas de Sandro para a polícia.
— Tô te falando, ele foi à casa do Traficante e arrancou a resposta sem ele nem perceber. Ele se disfarçou — O homem com um cabelo meio caído falou.
— Nossa esse cara é louco. Com certeza Sandro sabe que foi ele.
— Não sabe, os policiais contaram outra versão de como o acharam. Mas na verdade a ida dessa pessoa lá pode ter feito ele considera a possibilidade. Esse rapaz ou homem fez algo muito bom, mas Sandro não vai demorar na cadeia, e depois disso, não sei se essa pessoa misteriosa vai repetir o ato. — O de cabelo caído respondeu.
— É verdade, ele deve estar com medo. Mas seria bom ter um salvador nessa cidade, o Brasil tem que começar por algum lugar.
Polícia e Política não resolvem mais nada.


Eu me afastei e comecei a pensar no assunto. Por um lado me senti mais aliviado pelo ato da polícia, mas isso poderia passar mesmo pela cabeça de Sandro, e isso, seria eu. Desvinculei-me logo disso, Sandro não é o único problema da cidade, preciso fazer o que planejei desde o começo. Eu preciso ser um vigilante. Preciso fazer uma ronda pela cidade e saber dos crimes na hora certa, Mas eu não posso fazer isso sendo reconhecido. Eu preciso de um traje. 
Imediatamente eu saí da praça com pressa, com essa ideia na cabeça. Estava me dirigindo a loja de roupas dos meus pais, afinal se eu preciso de roupas ou um traje, onde mais eu poderia ir?


~~Minutos depois~~


Não, não pode ser na loja dos meus pais.
Eu estava lá, mentindo outra vez pra eles. Dizendo que era só uma visita, vasculhei atrás de algo pra me deixar irreconhecível, mas era apenas uma loja de roupas de diversas marcas. Não tinha um traje de super-heroi prontinho esperando pra ser comprado por qualquer um. Eu desanimei, mas não desisti. Eu sabia que tinha uma loja de roupas especiais no centro da cidade. Sem pensar duas vezes, fui até lá.
A viagem de ônibus não foi tão ruim, estava quase vazio. O risco de assalto sempre era grande, mas geralmente os motoristas sabiam identificar os marginais, eles paravam só pra quem fosse confiável. Acho que estava na hora de ter ao menos dois seguranças armados em cada ônibus. A viagem não demorou, logo eu estava na -JJ Roupas especiais-. Na vitrine eu via três roupas que de longe eram mesmo incomum. Uma de nadador, um kimono de judô e uma de eletricista. Eu não sabia se desanimava ou não desanimava. Não parecia ter o que eu queria, eu nem sabia o que pedir, mas dentro da loja eu encontrei uma barba grisalha e uma pança conhecida. 


— Típico, JJ. Só podia ser mesmo — Falei debochando do nome para John, meu treinador.
— Olha quem acabou parando aqui na minha loja — Ele riu, não ligando para as minhas brincadeiras. Parecia feliz pela minha presença, e eu me sentia igual.
— Mas então filho, quer uma roupa especial? — Ele me olhou arquando a sobrancelha.
Agora tudo ficou mais difícil, eu já não queria desconfianças por parte das pessoas que não conheço, agora eu teria que cauzar isso em uma pessoa que conheço. Era o único jeito.
— Sim, só não sei bem como falar. Eu quero algo que...  me camufle no escuro, um tecido forte contra qualquer coisa que me atinja, ahn, de curto alcance. Se puder ter algum tecido ou placa extra, vai ajudar — Falei, meio tímido e olhando pra baixo. — Ah e, se por um acaso tiver alguma máscara, seria bom — Tentei sorrir.


O velho não parecia nada surpreso, mas também não parecia algo normal. Por um momento até achei que ele estava fingindo estar impressionado. A loja em que estávamos era pequena, um balcão separava nós dois. 


Ele sorriu


— Você tá querendo ir a uma festa a fantasia suicida ou tá querendo testar acampar nas ruas dos Glades? — Ele riu, me fazendo ficar mais incomodado, até que subitamente parou e me olhou. 
— Ou está querendo fazer justiça com as próprias mãos — Suas palavras me fizeram arregalar os olhos enquanto minha cabeça estava baixa.
Não tinha saída, definitivamente. Se eu enrolasse, talvez não teria nem um papelão pra usar como colete na minha primeira ronda. Mas se eu falasse, Jhon saberia meu segredo e tentaria me impedir. Eu poderia fingir que desisti, mas ele é meu único amigo em muito tempo. Isso valia mesmo essa perda? 


Não 
Suspirei


— É isso ai, Jhon. Eu quero fazer isso pela cidade — O olhei com seriedade. — Quero algo que me proteja, tenho vontade, mas não sou louco. Não adianta me dizer pra parar cara, é a minha escolha — Terminei.
Ele me olhou também sério, coçando o queixo.


— Não vou te empedir, não sou responsável por você. Se quiser ajuda, vai ser como mais um cliente aqui — Ele respondeu, frio.
Dava pra ver que aquilo o cutucou de um jeito estranho, o que eu diase havia despertado algo. Eu senti uma grande curiosidade, mas me foquei.
— Tudo bem, só me ajude como puder — Falei.
— Você sabe como é ser um Vigilante garoto? Eu conheci um. Não é fantasia de criança, é a sobrevivência, raiva, perda do controle e a dor todas juntas em um só pacote de viagem. Você sabe no que está se metendo? 
— Eu... Sim, eu sei. Só quero fazer o que ninguém vai ter coragem, pelo bem de todas essas pessoas que sofrem, sentem mil vezes mais do que eu vou sentir, e até morrem nessa maldita cidade.
Ela construiu um leve sorriso no rosto.
— Sabe, na época desse vigilante. Já existiam os heróis dos gibis, mas ele era muito focado, tão focado que nem quis saber de um nome, mas isso é importante sabia? As pessoas te conhecem e mais gente te apoia a fazer justiça — Ele disse.
Sem querer, me peguei imaginando diversos nomes. Fazendo ligações de alguns e já escolhendo, até que eu percebi outra coisa, era tão óbvio, pelo jeito que JJ falava. Ele era o Vigilante.
— Foi você. — Foi só o que consegui dizer.
— Humf. - Foi só o que ele "disse" sorrindo e olhando para o vazio, provavelmente tendo cenas nostálgicas em sua mente.
— Mas porque eu nunca ouvi falar de você? — Não me neguei a perguntar, era curioso.
— Não tem importância. Vamos — Ele pareceu incomodado enquanto levantava parte do balcão. — Eu consigo terminar hoje — Ele disse.
Nós entramos até os compartimentos dos fundos e eu me deparei com uma verdadeira sala de agente secreto. Armários prateados com algumas armas de fogo separadas das de curto alcance e várias roupas parecidas com as que  eu imaginava pra mim. Agora eu entendi o "Termino hoje". Eu sentei olhando tudo aquilo e imaginando como seria comigo após alguns anos, no velho cofre/QJ onde eu atualmente estava. Acabei por não esquecer também a história do velho, ele escondia algo, algo mais do que ser um vigilante.


Ele percebeu


— Olha garoto. Eu só vou dizer isso a você por que tem informações necessárias, nesse meio — Ele disse enquanto levava uma das roupas que julgava ser do meu tamanho, para cima de um balcão. (Homens não ligam muito pra isso. Não muito.)
— Eu não sou daqui. sou de Brasília. Eu comecei lá, e foi lá também que eu soube da família Rubens. Eles são nada mais nada menos do que parentes de Naldo Lhamar, o Presidente do Brasil! 
— O que? — Eu me ajeitei na poltrona em que estava sentado.
Naldo Lhamar. Então os boatos de que o novo presidente era corrupto e queria afundar o País só podia ser verdade. Ele provavelmente saiu espalhando seus parentes e amigos pelos estados do Brasil só pra espalhar também o seu veneno. Como pode? Já não bastava eles alvejarem o dinheiro com a corrupção, agora queriam que o País virasse um inferno. Libertando presos, corrompendo polícia, isolando as pessoas ricas e deixando a população cada vez mais a mercê de drogas e mortes. Qual seria o prémio? 
— Por que ele faz isso John? — Perguntei, visivelmente abatido.
— Ninguém sabe — Ele me olhou. — Mas podemos começar a mudar algo por aqui rapaz, bom, você pode. Comece algo, chame atenção e não desista. Quem sabe até você tenha ajuda algum dia. Um parceiro — Agora ele ficou abatido.
— Como você teve antes? - Perguntei.
— Você é muito curioso heim? — Ele respondeu. — Sim, eu tive uma parceira, minha mulher. Eu a tive, até ela levar um tiro na cabeça, de um Rubens. Sabe porque ninguém me conhece Damyan. Porque eles não querem lembrar do dia em que o seu "herói" matou um homem! Isso serve como dica, pra você. 


Eu fiquei pensativo sobre o assunto. 


— Mas vamos dar um passo de cada vez — Hoje é a sua primeira 
ronda pelo que me disse. Vamos trabalhar logo nesse traje antes que anoiteça.
Eu apenas assenti e fui até o Balcão.
Horas depois, já pela noite, enfim acabou o trabalho. Estava pronto e pelo que eu acompanhei, perfeito.
 
— A máscara é feita de um tecido elástico e fino, mesmo que rasgue fácil você terá várias e será mais fácil de respirar e olhar, as únicas aberturas serão nos olhos. Ela é preta com leves detalhes agudos de branco nos olhos.  A parte de dentro do trage corporal é um macacão de mergulho mais potente, mais expesso e preto, uma ótima malha — Ele disse, parando pra respirar. — Por cima do traje você pode usar o que achar melhor. Algo que seja uma marca pra você. Um sobretudo escuro vai vim por cima da camisa e calça a escolha, completamente cheio de compartimentos pra várias coisas. Incontáveis bolsos falsos e escondidos que só você e o velho JJ aqui sabem agora — Ele completou.


O cinto que rodeava o sobretudo, parecia não servir pra nada, mas ao tirá-lo fácilmente do sobretudo, ele se enrigeceu e se moldou em um pequeno bastão. 


— Okay, eu gostei disso — Sorri.
— Ah claro, o bastão negro. Ele pode ser dobrado, partido em dois e arremesado com facilidade. É tão leve, quase esqueci — Ele olhou para as armas de fogo e suspirou. — Você é muito novato ainsa garoto. Não vai usar armas de fogo, não é seguro, não sabe — Ele disse.
Eu sorri. Isso só podia significar uma coisa. Alguém me treinaria novamente.
— Venha aqui — Ele me chamou fazendo um gesto com a mão. Eu o segui.
— Vou te dar algumas coisas poucas de começo. Granadas de luz e facas pra emergência. Você sabe onde guardá-las. Nem preciso dizer — Ele  olhou para o sobretudo. — O seu estilo de luta de sobrevivência é sorrateiro garoto. Nunca vá frente a frente contra o inimigo a não ser que precise. Seja furtivo, pegue-os de surpresa e os tire da jogada. Sem mortes — Ele me passou os itens.
O tempo voou, já eram quase dez. Nesse horário todos já estavam em casa, com medo da morte que esquadrilhava cada canto de beco. As mortes, na verdade. Depois de mais algumas conversas sobre como JJ cosegue as armas (Amigos devedores militares), eu me preparei, me vesti no traje e olhei pela janela. 
— Está na hora — Falei. O som da minha voz mudava ao falar pela máscara, saía mais abafado.
— Hey garoto. já decidiu como será o seu nome? — Ele insistia nisso.
Pensei em tudo sobre mim até agora, ou minha outra face. Me chamavam de anjo, mas meus métodos não eram divinos. Eu não desci dos céus, eu nasci do caos, e é  isso que eu serei.
— Está na hora Jhon, hora da ronda do Anjo do Caos — Saí pela janela, agora aberta


Notas Finais


É isso, já escrevi o manuscrito do próximo capítulo, falta só desenvolver e olha, essa ronda promete. :3

Espero que gostem, Se gostarem peço que comentem, isso me motiva mais a escrever.

Beijos gente..


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