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História O Armageddon em Overlord - Capítulo 10: "Velhas memórias II"


Escrita por: CHADGIGA e Giga_black

Capítulo 11 - Capítulo 10: "Velhas memórias II"


Capítulo X



Uma coisa perturbava minha mente, onde estava a pequena filha do meu oficial? Foi quando um dos soldados que tinha entrado na residência antes de mim, veio de outro cômodo da casa, dizendo que tinha achado uma criança, rapidamente mandei que ele me levasse até onde estava a criança, ele me levou até um pequeno quarto, quando entrei no local, inicialmente não via criança alguma, ele então me dizia que ela estava debaixo da cama, eu então me abaixei e vi debaixo daquela cama feita de madeira, uma pequena menina de cabelos loiros dormindo, um cheiro forte de urina vinha dela, provavelmente provocado por medo e necessidade já que ela deveria está escondida por muitas horas. Mas agora, dormia profundamente como se nada tivesse acontecido, ordenei que o soldado retirasse ela dali e a leva-se,então saímos da casa e logo depois do vilarejo, indo rumo à capital.



- Um Conselho pós-guerra?


Assim que regressei para a capital, fui surpreendido pelo patriarca da casa Raeven, um nobre da facção da nobreza, não muito leal ao rei, mas o que o Marquês do território E-Raebel estava fazendo na capital? ele então, me deu a notícia de que um conselho pós-guerra havia sido formado pelo rei, para calcular os danos da guerra e que alguns nobres, comerciantes influentes e o alto escalão do Exército tinham sido convocados. Após receber a notícia, rapidamente ordenei que os meus homens tomassem conta da pequena filha do meu falecido oficial chefe, então prossegui até o Castelo real. Assim que cheguei no Castelo, fui direto para a sala de guerra, onde alguns nobres já marcavam presença, A sala de reunião, era digna do castelo real, o salão era marcado por 8 colunas de sustentação, o chão era liso e espelhado, no centro da sala uma grande mesa feita de bronze envelhecido havia sido colocada na horizontal, ao redor da mesa 20 cadeiras também de bronze, lustres ou luminárias não haviam sido acesas no salão, mas uma grande janela com quase 20 metros de altura, iluminava todo o salão, através da luz solar, de frente para a mesa, uma esplêndida poltrona feita de belos tecidos e revestida com bronze chamava a atenção. Assim que entrei, alguns dos nobres vieram em minha direção me cumprimentar, assim que os cumprimentei, sentei na cadeira que ficava ao lado esquerdo, de onde estava a poltrona real, tinha se passado poucos minutos, quando um guarda anunciava a chegada do rei Ramposa III, assim que o rei adentrou o salão, o clima se tornou tenso, os generais, os comerciantes e eu, nos levantarmos para cumprimentar o rei, mas o Marquês Raeven e os nobres da facção nobre, não se levantavam para cumprimenta-lo. O rei, então, caminhou pela sala e se sentou em seu assento real, dando início ao Conselho pós-guerra.



Rei: - Obrigado a todos por terem vindo, iniciaremos agora uma discussão para escolher o melhor método, para estabelecer um tratado de paz com o Império.



Marquês Raeven: - Sua majestade, considero um absurdo, cogitar um tratado de paz!



Antes que sua majestade o rei, pudesse continuar sua fala e finalizar sua linha de raciocínio, o marquês o interrompeu, aquela simples atitude demonstrava para quem estivesse presente, a força dos opositores perante ao rei e sua incompetência em diminuir o poder da facção dos nobres.



Comerciante Rhodolfo: - Não interrompa sua majestade,  marquês, por acaso acha que está acima do rei para interrompê-lo?!



Eu estava tão cansado, minhas pálpebras estavam pesadas, tínhamos vencido uma guerra que durou um ano, perdemos centenas, como meu filho e o oficinal royal, mas os homens discutiam ali sobre quem era mais influente, de um lado marquês Reaven, um homem sábio, mas que sempre teve dificuldade em ficar quieto quando era necessário e do outro o velho, gordo e bajulador comerciante Rhodolfo, um homem muitíssimo rico, envolvido em tráfico humano e prostituição infantil, o debate fútil que se iniciou, não teria fim, então, vendo que iríamos perder o rumo da reunião, eu estrategicamente comecei a falar:


- Meu rei, sendo assim, proponho que o Império pague pelo menos, uma grande indenização pelos nossos soldados mortos em batalha.



Rei: - Se for assim, nós também teremos que pagar uma grande indenização para o Império, pois eles perderam inúmeros soldados, assim como nós.



Com a fala impensada e sem lógica do rei, um alvoroço entre os nobres e comerciantes começou, enquanto os generais do exército ficavam calados e acuados. Isso fez com que o comerciante Rhodolfo falasse suas ideias, recomeçando o debate entre o marquês e o comerciante.



Comerciante Rhodolfo: - Muito bem falado meu rei, sua sabedoria é como de nenhum outro, proponho um acordo de livre comércio entre o reino e o Império, assim eles veriam que o que nós queremos é paz, se me permitir, me ofereço para ficar responsável pelo avanço do tratado, caso aceite minha ideia. 



Marquês Raeven: - Você está louco? isso é um absurdo! Como podemos ter negócios com uma nação que acabou de derramar o sangue do nosso povo? E mesmo que isso aconteça, é muito poder para um homem repugnante como você ficar responsável por isso! 



Rei: -  Basta! - Gritou o rei, tentando fazer com que todos ficassem calados - Ele então, continuou: - Eu já me decidi, iremos tentar o tratado de livre comércio com o Império, como o Sir Rhodolfo sugeriu, assim teremos paz e poderemos nos recuperar economicamente.



Eu não podia acreditar que o rei estava sendo manipulado tão facilmente por um mísero comerciante bajulador, eu então comecei a falar, tentando aliviar a amargura que estava presa em meu peito.



- Já que não haverá compensação pela guerra, deixo aqui clara as reclamações de meus homens, que também são as minhas! Durante um ano, estivemos em guerra, sua majestade não motivou as tropas em nenhum momento sequer, pelo contrário, desmotivou os homens criticando as táticas de guerrilha e os impediu de vingar seus mortos, por isso que vejo a necessidade da compensação de guerra, para que os homens vejam que foram reconhecidos por todos os seus feitos, e tenham certeza de que seu soberano é alguém digno.



Rei: - Seus soldados são indisciplinados, Ludwig! Soldados sem disciplina não passam de assassinos no campo de guerra.



Eu estava pasmo com a atitude de sua majestade, nunca pensei que iria me decepcionar com um soberano ao qual nunca esperei nada, daquele momento em diante,eu disse para mim mesmo em pensamento: Ramposa III, não era mais meu rei, meu juramento de cavaleiro tinha sido jogado fora, por causa de um homem covarde como ele, eu então decidi desistir de tentar viver entre nobres bajuladores e falsos na capital.



- Meu filho era um homem com disciplina! Não existe nenhum outro "bastardo" além de mim nesta sala que lutou tão bravamente como ele… pelo contrário, alguns aqui não fizeram nada, nada além de sentarem seus rabos nobres em suas belas poltronas e darem ordens… Eu,eu sempre amei esse reino e me sinto honrado com a posição que ocupo nesta mesa,mas já que sua majestade, vê a mim e aos meus homens como assassinos, infelizmente, não me resta outra opção, eu me demito do cargo de ministro e general supremo do exército do reino.



Me levantei de minha cadeira, em meio aos olhares perplexos dos nobres e comerciantes e das caras pálidas dos militares, mas nada se comparava ao rosto petrificado do rei que não esperava essa minha decisão, eu segui em direção a saída da sala do Conselho, já não havia motivo para me manter ali. Antes que eu saísse pela porta, me virei e gritei para que todos pudessem :



- Viva o reino! Morte a todos os traidores que levam essa nação ao declínio!



Não tinha mais nada que me prendesse na capital, eu havia deixado meu cargo, a fúria e a raiva consumia meu coração, o rei que eu servi durante anos, não passava de um imbecil, eu sempre soube que lhe faltava coragem, mas nunca imaginei que ele seria um completo covarde inútil, minha  vontade naquele momento, era de retornar a sala de reunião e desafiar o rei para um duelo, mas eu sabia que o simples fato de dizer isso em sua frente, iria me levar a morte. Meu amado filho estava morto, o meu oficial chefe estava morto, a mulher do meu oficial chefe violada e a sua salvação foi a morte, e minha reputação arruinada pelo rei, naquele momento, era como se todo o esforço que fiz a minha vida inteira, não tivesse servido de nada, eu me sentia um completo inútil. Meu único desejo antes de sair da capital, era me despedir dos subordinados, guerreiros que me serviram e me ajudaram a proteger o reino durante anos.

 Fui até o campo de treinamento, que ficava na parte detrás do castelo real, local esse cheio de recordações feitas ao longo do tempo. Assim que cheguei no campo de treinamento, vi dezenas de homens treinando, assim que me viram, pararam de treinar e prestaram continência para mim, eu então, comecei a falar:


- Primeiramente quero agradecer a todos pelos esforços, todos sabem que a guerra nunca é algo fácil e sempre tem sacrifícios, mas quero que saibam que só ganhamos contra o Império por causa de cada homem presente aqui, muitos de nós perderam suas vidas em batalha, como meu filho Kroif e o oficial chefe, sir Royal. Estou aqui para notificar a vocês que
Infelizmente a partir  de hoje, eu não estarei mais no comando do exército, portanto nenhum de vocês será mais meu subordinado.



Assim que terminei de falar, o semblante dos homens transfigurou-se completamente, os soldados pareciam atordoados, rapidamente murmúrios começaram entre eles, alguns em seu momento de ira, diziam que o reino estava caminhando para um futuro caótico, outros ainda mais ousados diziam que o rei havia perdido sua sanidade mental e estava louco. De repente, todos pararam de murmurar e olhava para mim, os homens então, se curvaram me agradecendo por todos os dias que atuei como comandante deles. Não havia mais nada para eu falar, então me despedi dos homens, dizendo: "viva o reino" e me retirei. Eu estava caminhando pelos corredores do castelo em direção  a saída, quando ouvi alguém me chamando, era um jovem rapaz que eu não conhecia, ele veio correndo em minha direção para me cumprimentar:


Gazef: - Olá senhor, eu sou Gazef Stronoff. Eu sou um aprendiz de cavaleiro, senhor. Eu decidi me tornar um cavaleiro por sua causa general, o senhor é minha inspiração como guerreiro. Assim como o senhor, quero servir ao nosso rei.



Ver aquele jovem rapaz, completamente ingênuo achar que é algo bom servir diretamente ao rei, me irritou completamente, se ele continuasse com essa linha de pensamento nunca seria um guerreiro de verdade, sua força deve está a serviço do reino e não exclusivamente para o rei.


- Não pense que terá honra só por servir ao rei, um verdadeiro guerreiro deve pensar no reino, lealdade cega para com o rei ou a família real, vai fazer você enfrentar a morte de frente sem necessidade.


Gazef: - O que o senhor quer dizer com isso?! Servir ao rei e a família real é a maior honra que um soldado possui e morrer por eles seria um orgulho para mim.


As palavras daquele jovem, agitaram meu coração que já se encontrava em fúria pelos últimos acontecimentos, em meu momento de ira, levantei minha mão e desferi um tapa no rosto do jovem Gazef.


- Que honra em ser um cachorro do rei? Você pensa como uma pessoa fraca, semelhante ao rei que você tanto admira, sabe o que seu honroso rei vez na guerra? Nada! Agiu como um covarde e em nenhum momento foi para o campo de batalha.

Gazef - COMO VOCÊ PODE SUJAR O NOME DE SUA MAJESTADE O REI DESSA MANEIRA?! VOCÊ FOI SEU  COMANDANTE DURANTE ANOS!


O garoto levantava sua voz para me responder, gritando comigo. Eu então, acertei outro tapa no rosto do jovem aprendiz de cavaleiro, seu rosto já estava vermelho, mas seu entendimento continuava de um cego devoto ao rei, então talvez outro tapa o ajudasse a pensar melhor.


- Viu como foi fácil acertar esse tapa, assim como o anterior? Você não passa de um insignificante comparado a mim, eu e você somos um bom exemplo  de fraco e forte, essa é a visão que no futuro outros reinos terão de Re-kingdom, o nosso rei não passa de um homem fraco, e por causa dele eu tenho certeza que um dia nosso reino cairá… garoto, não entenda errado, eu não tenho nada contra você, você pode se tornar o homem mais poderoso do reino algum dia, caso se esforce para isso, mas se continuar pensando em ser um capacho do rei, então seu esforço será em vão!


Eu me virei, dando as costas para aquele jovem e me retirei, a realidade era cruel, eu espero que ele perceba a verdade em minhas palavras em algum momento de sua vida, talvez  eu tenha reagido de maneira tão bruta por ele me fazer lembrar de mim mesmo quando ainda garoto, mas isso não importava eu estava indo embora, então provavelmente nunca mais veria e ouviria falar desse garoto chamado Gazef.

 Quando saí do castelo, fui encontrar meus homens que estavam com a filha do oficial chefe e esperavam por mim em uma hospedagem na capital, quando cheguei vi a pequena menina, sentada em uma cadeira, comendo. Eu sabia que o reino não iria se responsabilizar pela menina que agora era órfã, então tomei a decisão  de levá-la junto comigo, para o meu condado que ficava dentro do território de Wien. Voltar para casa é sempre a alegria de um soldado que foi para guerra, mas dessa vez, não era, pelo menos não para mim. 



- Nosso filho... nosso filho está morto, Elisa. 



O choque e desespero de minha esposa após saber da morte de nosso filho, foi o fim da Elisa que eu conhecia, ela sempre foi uma mulher forte e gentil com os outros, mas depois de perder kroif, se tornou uma mulher fria e amargurada, ficou obcecada em ter outro filho, acho que ela pensou que talvez assim sua dor iria diminuir, mas depois de finalmente engravidar novamente, ficou ainda pior, dessa vez não era um menino, mas sim uma menina, não sei o que se passava na cabeça de Elisa, porém de uma coisa eu tive certeza, no dia que nossa filha nasceu, o olhar que ela dirigiu a criança deixava claro que ela não a amava. Eu estava ocupado demais para criar outro filho, então deixei para que ela ficasse responsável por isso. Eu passei dias, semanas, meses e anos estudando, procurando uma maneira de ficar mais forte, eu buscava algo que me fizesse o ser mais poderoso do mundo, ou pelo menos mais poderoso que o maldito mago da corte imperial de Baharuth, durante minhas pesquisas dentro do território de Wien, descobri a existência de técnicas já extintas, que foram usadas pelos meus ancestrais e o primeiro duque de Wien, além de citações de um deus antigo, ainda mais antigo que os deuses daquela terra de idiotas que se julgam ser uma teocrática, porém o que achei sobre aquele ser não profetizava esperança, fé ou honra, mas sim poder, terror e dessespero, os papiros que achei contavam a lenda de um deus demônio: “Yamata no Orochi” uma serpente gigantesca com oito cabeças e oito caudas. Com olhos vermelhos brilhantes e uma barriga vermelha. Uma besta  tão grande que seu corpo cobria uma distância de oito vales e oito colinas. Abetos e ciprestes cresciam em seu dorso e seu corpo era coberto de musgo. A lenda dizia que o deus serpente dragão destruiu cidades inteiras e devorou milhares de humanos, mas foi morto após ser enganado por outro deus. Mas seu sangue foi guardado por aqueles que o adoravam e esses o bebiam para obter um grande poder amaldiçoado, porém percebendo que o grande poder não podia ser controlado decidiram escondê-lo para ninguém mais usá-lo… Assim que li sobre o deus demônio e o seu sangue, eu estava convencido de que era de um poder assim que eu precisava, comecei a Investigar sobre o mito do serpente dragão e descobri que há meio milênio atrás, existiu uma civilização que adorava ao deus antigo. Depois de mentir para minha esposa Elisa, dizendo que eu tinha assuntos a tratar fora do reino, juntei alguns servos leais a mim e segui até  às ruínas de uma antiga nação, que outrora adorou ao deus demônio, chegando lá, encontrei resquícios do que um dia foi um grande templo de adoração, após adentrar o local encontrei um altar feito exclusivamente de um amontoado ou melhor de uma junção de pedras que foi erguido a um metro e meio do chão e em seu centro um receptáculo, um frasco cilíndrico feito totalmente de prata, a tampa do recipiente era semelhante a uma moeda, feita de bronze escurecido.Correntes de ferro envolviam o recipiente e o prendiam no altar, aquilo deixava claro que não queriam que aquele frasco deixasse aquele local, e eu pretendia respeitar esse desejo, afinal de nada me servia recipiente, mas sim o conteúdo dentro dele, eu então usufruía de uma de minhas habilidades físicas chamada: “Pele de ferro” com esse aprimoramento corporal faz com que minha pele fique tão forte quando o ferro, diminuindo drasticamente os danos corporais e aumentando muito os meus ataques físicos. Assim que ativei minha habilidade segurei as correntes que envolviam o frasco e as arrebentei com força, depois de arrebentar as correntes, tirei a tampa do frasco prateado e observei o que havia dentro:O líquido dentro do receptáculo era um vermelho escuro quase preto, era sangue venoso, parte do mito do deus servente dragão era comprovado com a existia daquele sangue, agora só faltava provar que ele realmente tinha poder, eu então levei o frasco até minha boca e tomei todo o líquido que havia em seu interior.


- Isso... Não aconteceu nada? Como esperado, não passava de uma fraude!


Eu estava indignado comigo mesmo, tinha viajado metade do continente atrás de um poder citado em um mito idiota, me sentia frustrado quando de repente, algo estranho começava a acontecer com meu corpo, uma dor, uma dor intensa percorria todo meu corpo, era como se as fibras musculares de meu corpo tivessem começado a se romper, causando uma imensa dor. Além da dor, eu conseguia sentir algo, algo além da dor que percorria meu corpo. Era como um mar de negatividade, como se eu estivesse mergulhado em emoções de seres monstruosos, selvagens. Aquilo estava acima da raiva, muito além do desprezo, ódio e rancor aquilo não era um sentimento humano, aquilo não era minha emoção, era mais como se tivesse me escolhido como seu novo hospedeiro, era como se tivesse vida própria, como um novo ser dentro do meu próprio corpo. As dores no meu corpo aumentavam ao limite e sem perceber eu estava imerso em visões, talvez delírios, eu via criaturas inexplicáveis a minha volta, não possuíam face ou forma específica eram como a escuridão, como a noite, como se trevas e sombras se manifestassem de forma física, eu ouvia dezenas de vozes sussurrando ao meu ouvido, porém não conseguia compreender nada do que os sussurros me diziam, os murmúrios eram sem fim, mesmo que eu falasse, mesmo que eu gritasse dizendo que eu não era capaz de entender o que falavam, eles não paravam, isso continuou por muito tempo, eu já não tinha noção de tempo, talvez tivesse passado poucos minutos ou muitas horas, aquela situação agonizante me impedia de pensar, eu sentia  que iria ficar louco, quando inesperadamente as vozes e visões sumiram, e com o sumiço deles um novo cenário havia se estabelecido, eu estava do lado de fora das ruínas do antigo templo e ao meu redor sangue e vísceras. Todos os meus servos estavam mortos, todos eles com seus corpos dilacerados e irreconhecíveis! Não era possível saber quem era quem, nem saber de quem era o que, eles haviam sido completamente despedaçados. Talvez alguma besta tivesse feito aquilo. Eu havia participado de muitas guerras e nunca havia visto tanta brutalidade, tanta crueldade, no campo de batalha existia um mínimo de conduta de ética e honra, até os monstros irracionais que os aventureiros caçavam, que eram conhecidos por sua selvageria fariam algo como aquilo. Foi quando percebi que eu estava coberto de sangue, sangue pingava dos meus cabelos e vestes, porém eu não estava ferido. Eu tinha pele humana abaixo das minhas unhas, miolos cerebrais abaixo dos meus pés e o gosto de morte na minha boca.
Não, não pode ser! Eu tinha feito aquilo, eu matei, e dilacerei todos os servos que tinham ido comigo, homens fortes que me serviram fielmente, porém triste, foi a única coisa que não fiquei, sucedia que eu com minhas próprias mãos rasguei corpos como papel, e disso eu realmente... gostei. Eu me sentia mais poderoso, me sentia mais implacável, me sentia mais eu, porém ao mesmo tempo me sentia diferente, eu estava mais bestial, bárbaro e perverso.



- Inumano.



Esconder a morte de meros servos era fácil, difícil era me manter “humano”, já fazia algum tempo quando notei que depois de tomar o sangue do demônio deus, de pouco a pouco minha natureza humana ia sumindo, com o tempo fui perdendo a capacidade de sorrir genuinamente, incapaz de sentir alegria ou paz, embora tivesse perdido essas coisas inúteis, eu havia obtido algo muito melhor: Poder! E era apenas disso que eu precisava, para chegar aonde minha cobiça e ganância clamava para eu alcançar, eu desejava o trono real. Depois de pensar e pensar, eu tinha chegado a conclusão que para que Re-Estize não sucumbisse eu precisava estar no trono, eu sabia que:  “um fraco Rei faz fraca a forte gente”, então bastava que alguém forte se tornasse o rei, homens poderosos existiam no reino, isso eu sabia, mas qual deles teria a coragem de tentar o que nunca antes foi tentado? Qual deles teria a ousadia que nenhum antes deles tiveram? Enquanto eu me questionava, o número de pessoas que teriam essa capacidade para se tornar o pilar deste reino foi diminuindo até não sobrar ninguém. Afinal, todos eram homens e o homem está fadado ao fracasso e a falha, porém eu não! Eu havia me tornado algo diferente, entretanto o que eu tinha me tornado? Com o poder que tinha obtido eu estava evoluindo e superando minha própria raça, chegando ao nível de um deus? Ou eu estava regredindo ao nível de um inseto, por me tornar menos humano?  Dependia de mim provar o que eu era, um deus ou um reles inseto?  Certamente eu provaria para mim mesmo que não era um inseto, o trono seria meu, mas primeiro eu precisava me tornar um duque. Meu gentil e doente irmão Wilhelm, embora um homem sem pulso para criar o filho, ele era alguém que eu realmente admirava, seus conselhos para comigo era algo que lembrava de forma vívida em minha mente, mas eu precisava do seu título para conseguir chegar onde eu desejava e assim comecei meu plano. Existem diferentes tipos de formas de se ter poder: físicos, políticos, status e o que todos mais desejavam o dinheiro e foi com ele que comprei soldados, guardas, cozinheiros, empregados e médicos dentro do território de Wien, aos poucos fui ganhando ainda mais influência, claro que o fato de meu irmão ainda estar vivo impedia que eu me movesse livremente dentro do ducado, mas pelo menos eu conseguiria impedir o avanço e crescimento de seu filho Aaron, Aaron sempre foi uma criança inconsequente, sem modos e mimado, tudo isso devido a morte prematura de sua mãe e a falta de pulso firme do seu pai. Ele cresceu com arrogância, achando ser o rei do mundo, desprezando e maltratando servos e empregados, porém na adolescência que ele mostrou-se de verdade o que se tornaria, seu interesse por mulheres começou e com isso o início de vários abusos para com às servas, nunca um estupro, mas assédios eram constantes além de seu prazer em machucar as servas, wilherm embora sem pulso, ainda era um homem honroso, quando soube "parcialmente" que seu filho batia nas servas o reprendeu, castigou, restringiu sua saída do palácio, mas nada adiantava não demorava muito para Aaron voltar a fazer suas bizarrices, meu irmão então teve a brilhante ideia de reduzir o número de servas mulheres que serviam ao garoto, e claro que o garoto não gostou, ele afirmava que tinha mudado e que se seu pai não ia confiar nele, quem iria? Com isso, meu irmão deu ao mordomo Alfred a responsabilidade de escolher uma serva pessoal para o pirralho. Porém, se antes acontecia com várias servas, agora toda sua atenção doentia estava direcionado apenas para uma única empregada e com isso toda serva escolhida para servir o moleque pedia demissão não muito tempo depois de começar a trabalhar foi aí que eu tive a ideia de controlar e tirar vantagem isso, eu lentamente ia fazendo os leais servos da casa habsburgo virem para meu lado, Aaron nunca terá a capacidade de ser um duque, todos percebiam isso, ele iria destruir o legado da família e assim começou meu plano para matar o inútil do filho do meu irmão, sem um herdeiro de Wilhelm, eu seria o próximo duque. Meu maior obstáculo dentre os funcionários do palácio era o mordomo chefe Alfred, ele antes de ser mordomo chefe, foi o servo pessoal de meu irmão, sua lealdade era grande para com o Duque, eu respeitava isso, o pai de Alfred serviu ao meu pai e o seu avô serviu o meu avô, acho que essa proximidade entre ele e o meu irmão, fez com que ele escondesse ou melhor ocultasse de seu senhor o que Aaron fazia, Alfred era como Wilhelm e perdoava as atitudes do maníaco garoto, tendo em mente que Alfred não contava para meu irmão que as empregadas pediam demissão constantemente, apelei para seu lado cavalheiresco e o influenciei a deixar que uma de minhas servas mais capacitadas e leais, ficasse responsável em dar assistência ao Aaron. A jovem Amélia Royal, filha de um antigo oficial meu, Amélia foi crescendo sobre minha tutela, claro que não diretamente, deixei que meus servos cuidassem da garota e que não faltasse nada para ela, com isso eu havia criado desde a infância uma pessoa que possuía uma "dívida" de gratidão, uma das melhores formas de lealdade genuína, mesmo que jovem, ainda uma garota ela já era excecional nos serviços domésticos e etiqueta básica, só faltava uma coisa: " Influencia mental". Aquela jovem moça que já possuía seus traumas devido ao passado miserável, ainda era boazinha demais, portando ordenei que meus servos falassem, sussurros, soltasse informações "sem quererem", sobre o rei, meu irmão e Aaron, propositalmente fiz meu servos falarem para garota que a morte de seu pai e a desgraça da sua mãe era culpa de Ramposa III , também fiz os servos deixarem claro o quão meu irmão era aliado ao rei e que não criticava nenhuma atitude do soberano de Re-Estize Kingdom com essas informações fixadas em sua mente, ela começou a trabalhar para Aaron e como eu imaginava, ele começou a machucá-la de diferentes formas, porém diferente de todas as servas, com ela o pirralho era muito irregular, Amélia era uma bela garota branca, com cabelo loiro castanho e olhos verdes, pequena e tímida, talvez isso chamasse a atenção daquele lunático, ele estava obcecado por ela, seus limites sempre aumentavam, sua mente doentia parecia apodrecer a cada dia e a cada dia a garota se sujeitava aos experimentos daquele animal, porém ela nunca reclamava, nunca vinha a mim pedir ajuda, nunca falou que gostaria de deixar de servir Aaron, sua gratidão para comigo era exemplar! mesmo que ela se rastejasse e pedisse para deixar de ser a empregada pessoal, eu não permitiria de qualquer forma, mas ver que ela acatava minhas ordens e sofria calada com as consequências, me fez começar a apreciar Amélia de pouquinho em pouquinho, eu corrompia sua mente dizendo que o reino precisava de um salvador, e com o tempo fiz com que Amélia acreditasse no meu ideal. Ao mesmo tempo eu fazia com que os médicos comprados por mim, não dessem um tratamento efetivo para meu irmão para que assim sua saúde não melhorasse.

O tempo foi passado e Amélia começou a nutrir não ódio, mas desprezo por Aaron, desprezo para com aquele que lhe causava mal diariamente, isso era magnífico, "ele era um bastardo imundo que abusava de forma física e mental de sua serva e sua serva uma puta e miserável plebeia que suportava isso só para obter algum benefício", era o que os outros empregados e servos balbuciavam dentro do castelo. “Uma empregada que odiava seu mestre e o matou após sofrer por muito tempo em sua mão”, não seria essa a história perfeita para o fim de um patife como Aaron? Foi então que tive a ideia de envenená-lo, Amélia era responsável por preparar e levar suas refeições, era idôneo eu só precisava convencê-la de fazê-lo.



- Está feito! Finalmente ele está morto, agora só falta meu querido irmão.



Pelo menos foi o que eu pensei, depois de convencer Amélia a envenenar o vinho de Aaron, esperei para que a notícia da morte de Aaron explodisse, porém nada aconteceu, nem Amélia veio me ver para buscar refúgio, como havia sido combinado, o que aconteceu? Talvez ela estivesse esperando passar mais algum tempo? Talvez Aaron não tivesse morrido de forma imediata e estava em estado vegetativo? Aaron era alguém de comportamento impulsivo, tinha dias que ficava trancado no quarto e tinha dias que ia farrear na cidade, então era possível que os servos ainda não tivessem encontrado seu corpo, Aaron ainda era o herdeiro do ducado, então eu não podia pedir para que um dos meus homens entrasse em seu quarto. 

 Em meio a tudo isso, 2 dias tinham se passado, então fui visitar os aposentos de meu irmão, talvez fosse o pequeno lado humano que ainda existia em mim, mas eu estava ansioso, queria está perto de meu irmão, quando dessem a notícia de que seu filho havia morrido, isso com certeza iria ser um baque para ele, com isso eu iria conseguir administrar o ducado de forma interina já que meu irmão não teria como fazer isso, depois de perder seu filho. Eu estava no quarto do meu irmão, com ele deitado em sua cama, devido a doença, quando o inesperado aconteceu: Aaron entrou nos aposentados! O bastardo que eu pensei que estava morto, estava vivo! Quase não pude acreditar, Amélia havia falhado, mas onde ela estava, talvez ele a tenha matado? ele sabe que eu o quero morto? Algo estava estranho, Aaron estava de pé, nem mesmo parecia ter uma gota de veneno em seu corpo, talvez Amélia tivesse fraquejado, eu não podia ficar ali sem entender o que estava acontecendo, então me despedi do meu irmão e me retirei.



- Maldição! Onde está Amélia? 


Eu não podia ir atrás  de Amélia, eu não sabia o que estava acontecendo, mesmo que um de meus subordinados me notificou que ela foi vista andando pela cidade, eu não podia fazer nada, não até ter mais informações  do que aconteceu. 

Aaron começou a agir estranho, de vez ir farrear, resolveu ir para biblioteca ler, foi até a cidade comprimentou e conversou com os cidadãos e estranhamente se esgueirou em uma floresta e que de acordo com os soldados, simplesmente tacou fogo no lugar, mesmo para ele nada disso fazia sentido, meu irmão então, resolveu reunir toda a família para jantar, e lá estava Aaron exibindo em seu peito medíocres medalhas que não somavam em nada, mas algo estava estranho, Aaron agia diferente, se portava de maneira completamente “normal”, não se embriagava, não dizia impróprios e nem se gabava por nada e ainda se retirou logo depois do meu irmão da mesa, em vez de constranger os outros a saírem primeiro. A jovem garota, Amélia veio me encontrar pouco tempo depois, sua explicação era confusa, ela dizia que Aaron não era afetado pelo veneno, ela me afirmou que tentou envenená-lo mais duas vezes, colocando a substância em sua comida, como podia ser tão tola? Se o vinho não foi capaz de matá-lo, então  tentar acabar com ele usando o mesmo método não iria funcionar, quando e como aquele desgraçado se tornou imune a venenos? Porém, algo que Amélia disse, me deixou inseguro, ela viu um travesseiro com uma mancha de sangue no quarto do meu sobrinho, a mancha estava na parte debaixo, Aaron tinha virado o travesseiro, provavelmente para esconder a mancha de sangue  e Amélia viu quando foi arrumar seus aposentados. “Ele sabe de algo”, foi o que pensei, naquele momento senti fúria! As coisas estavam diferentes  do planejado, a empregada não conseguiu  cumprir sua missão, eu então em tom de ousadia, lhe dei um corretivo com bons tapas, embora arriscado o que os outros iriam pensar quando a vissem assim, logo iriam imaginar que o “maníaco dos habsburg” havia feito e com Aaron eu não precisava me preocupar, ele nem sequer iria notar, Amélia ainda me fez o favor de derrubar alguns vasos sem valor, o que acarretou em mais alguns tapas. 

Ordenei que 3 soldados que tinham me servido na grande guerra e agora trabalham na guarda do palácio ficassem de olho em Aaron e me relatarem qualquer movimento peculiar de meu sobrinho, como eu já possuía um número considerável de subordinados dentro do palácio, outros empregados iam colaborar com os soldados no que eles fossem precisar. Porém, os meus subordinados desapareciam sem deixar rastros, eles foram vistos entrando, mas não saindo, mais tarde fui saber através de outro soldado sentinela, que aqueles três planejavam matar Aaron sem minha permissão, se eles queriam matá-lo, o que os impediu? Por qual motivo fugiram? Tudo estava saindo fora do meu controle, eu precisava tomar uma medida drástica.
Ordenei que o médico do meu irmão fizesse um movimento arriscado, ele iria dar uma infusão de ervas mesclado com uma poção do sono para o meu irmão, 10 vezes mais forte do que o necessário para um humano, isso não iria matá-lo, mas com total certeza iria deixá-lo em coma, eu teria que tirar o meu irmão da jogada primeiro, só assim eu iria conseguir ter êxito no meu plano: Eu iria juntar todos os soldados fiéis a mim e ocupar à força o castelo, a confusão e o caos seriam estabelecido temporariamente, e com isso, eu criaria uma história dizendo que espiões do Império se infiltraram no ducado e mataram meu irmão, seu filho e muito dos servos leais a casa habsburg , se iriam acreditar ou não, isso não interessava, até lá eu já teria o total controle do ducado em minhas mãos e com isso 1/4 do reino seria imediatamente meu, dessa forma logo o apoio político que me faltava seria suprido por diversos nobres que são contrários a facção real. Caso meu plano desse certo, eu estaria a um passo do trono.



- Não se preocupe Amélia, logo o incompetente do meu sobrinho estará morto, e você terá sua vingança pelo que ele fez com você, não só ele, mas todos que levaram a morte de seu pai.


A jovem Amélia parecia inquieta, como se algo a incomodasse, eu a perguntei o porquê dela estar tão estranha e para minha surpresa, ela respondeu algo que me deixou perplexo:


Amélia: - Senhor, o jovem mestre Aaron tem agido muito estranho, ele está mais gentil ultimamente e parece que está se tornando alguém melhor, talvez... Ele...  não precisa morrer, o senhor não poderia esperar mais um pouquinho?


Minha querida e manipulaveu Amélia, mesmo depois de sofrer nas mãos daquele idiota ela voltava a ficar confusa sobre mata-lo? "Nessa altura do campeonato", ela começou a demonstrar fraqueza. É uma pena, sempre a achei uma boa menina, alguém leal que obedecia ordens sem questionar, mas infelizmente ela demonstrava ser uma fraca assim como Aaron que a abusava, uma fraca como o rei que deixou seu pai morrer em vão, uma fraca como sua mãe que perdeu a vontade de viver apenas por ser violada, eu estava cercado de fracos! muito mais do que imagina. Eu não poderia permitir que falhas ocorressem, não depois de chegar tão longe. Utilizando da minha habilidade pele de ferro, fiz com que minha pele ficasse tão forte quanto o próprio ferro, aumentando assim minha defesa e aumentando meus ataques físicos, assim que ativei minha habilidade, em um rápido movimento com minha mão esquerda, segurei Amélia pela garganta e a levantei do chão pelo pescoço com muita facilidade, então com minha mão direita fechada, pressionei meu punho no lado direito de seu peito e a atravessei, a empalhando por um curto período, quase que imediatamente da sua boca, ela começava a vomitar sangue e parecia se afogar nele, de repente ouvi alguém gritar meu nome e quando olhei para trás, lá estava ele, sua expressão era de espanto e raiva, nunca tinha visto aquele garoto daquele jeito antes, Aaron estava diferente, o motivo de sua ira era pelo simples fato, de eu ter atravessado a serva com o meu braço, se eu estava perdendo minha humanidade e ficando sem emoções após tomar o sangue do demônio, então o oposto acontecia com ele, ele estava ganhando humanidade.



Aaron: - MALDITO! O QUE ESTÁ FAZENDO COM AMÉLIA?!



- Essa é a consequência de ser fraco, você é o próximo seu verme insolente.





--------Pov Aaron


- LUDWIG, SEU FILHO DA PUTA!!!


Ludwig: - Isso, assim parece mais você. Sempre soube que você era um boca suja, indigno de ser um nobre e membro da prestigiada casa Habsburg.


- FODA-SE TUDO ISSO, AQUI E AGORA, EU VOU TE MATAR!



Notas Finais


Olá, eu sou chad giga. Infelizmente passei algum tempo sem postar devido a problemas pessoais, mas estarei voltando a publicar novos capítulos, obrigado(a) por chegar até aqui, por favor continuem lendo minha fanfic.


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