1. Spirit Fanfics >
  2. O barulho do silêncio >
  3. Confusão de sentimentos

História O barulho do silêncio - Confusão de sentimentos


Escrita por: JeChaud

Notas do Autor


Olá amores, tudo bem com vocês? Como anda o frio por ai? Aqui em SP tá frio demaissssss...
Gente, vocês são tão maravilhosos *-*
Quero agradecer muito pelo carinho e amor que vocês depositam em cada comentário e curtida ♥ De coração mesmo sou muito grata ♥
Trouxe um capítulo um pouco tenso hoje, espero que gostem ♥
Amo vocês ♥

Capítulo 52 - Confusão de sentimentos


Fanfic / Fanfiction O barulho do silêncio - Confusão de sentimentos

– Eu faço isso para me vingar Fabio, ninguém me da um fora e sai ileso. O Cebola foi o primeiro cara que se atreveu a isso, tenho que fazer ele se arrepender. Nunca havia tido a oportunidade e agora ela apareceu bem na minha frente, não vou deixar que ele fique bem com a menina que gosta, nem que pra isso tenha que quebrar outros coraçõezinhos. E você devia fazer a mesma coisa, esqueceu que ele está tomando seu lugar com seu pai? Já foi para o evento empresarial mais importante do ano ao lado dele, jajá estará assumindo os negócios da família e você bobão será deixado para trás – Ela envenenou sorridente.

– Você é louca sabia? – Ele se assustou pensativo. – E nem precisa escalar o Toni pro seu plano, ele já está investindo pesado.

– Eu sei! E outra, ninguém ultrapassa minha popularidade aqui no colégio, não vou perder tudo que conquistei pra uma novata sem graça – Ela concluiu de braços cruzados – O Cebolácio ainda vai implorar minha atenção.

--

Monica caminhou para o ensaio daquela noite totalmente contra sua vontade. Ainda com sua mochila a tira colo, guardou seu caderno de desenhos e o estojo que estava usando minutos antes.

O caminho até o local pareceu mais longo naquele dia, como se cada novo passo confirmasse o quão difícil seria contracenar com ele depois de tudo que havia acontecido. Sentia um calafrio por toda sua espinha com a brisa leve do inverno que se aproximava, podia sentir os pelos do seu braço se eriçando por baixo das mangas grossas do casaco do colégio.

Não precisou muito mais do que dois passos dentro da sala de ensaio para seus olhares se cruzarem. Ela teve certeza que todo mundo percebeu o estranho clima que se instalou no momento em que parou na porta com medo de entrar, mas só saiu do transe quando ouviu seu nome ser chamado pelo professor.

Pensou em inventar uma dor de cabeça ou algo do tipo para não comparecer ao local, mas sabia que não podia e nem devia, era a atriz principal, sem ela as cenas simplesmente não aconteciam e uma hora ou outra teria que lidar com aquela situação, preferiu então encarar de uma vez.

 Trocou de roupa totalmente em silêncio observando de canto de olhos os movimentos de todos os outros integrantes do grupo ao seu redor, eles como sempre animados, riam e conversavam sobre coisas diversas. Ela aguardou um tanto impaciente serem chamados e assim que anunciada sua cena, subiu ao lado dele no palco, respirando fundo, buscando auto controle, para finalmente ensaiarem.

- Prontos? – O professor perguntou sob a atenção de todos os outros da sala e uma vez confirmado, continuou – Cena VIII ato 167.

Um silêncio ensurdecedor se instalou no local, os segundos percorridos entre a última fala do diretor e a primeira do personagem pareceram horas diante da tensão em que a menina se encontrava.

A cena não era difícil, Romeu havia passado o dia com sua amada, escondidos sob o peso do amor impossível e naquele momento precisava ir embora, antes que fosse descoberto pela família de Julieta. Seria tudo realmente fácil de encenar, se não lhe soasse tão verdadeiro aquele roteiro.

- Preciso partir ó Julieta!!! – Cebola soltou a voz, encarando-a nos olhos, cortando como espada aquele breu de palavras não ditas, segurando seus dedos delicados em suas grandes mãos.

- Tens mesmo que ir! – Monica afirmou engolindo em seco.

- Sim, tenho. Embora não queira, prefiro teus braços – Ele continuou, sem desviar um segundo do seu olhar, a mão gelada dela contrastava com o calor que o contato de ambos emitia.

- Mas, se ficares, morres, e eu não suportaria tal acontecimento – A menina continuou, sentindo sua respiração acelerar a cada nova palavra.

- Longe de ti sou apenas um andarilho sem vida – Cebola pronunciou decidido, sob um assobio empolgado do professor que assistia a interpretação com um sorriso no rosto.

- Vá! – Monica tornou a pedir, soltando de suas mãos, sentindo que podia chorar a qualquer momento.

- Não vê o que me pedes? Eu a amo – Ele tornou a segurá-la improvisando a cena, esquecendo-se por um instante do roteiro.

- Por favor, peço-te – Ela insistiu apertando um pouco o enlaço de suas mãos – Sei que é difícil, mas faça isso por nós.

- Julieta!!! Onde estas? – A atriz que interpretava a ama da casa a chamou, por trás das cortinas.

- Precisas ir e logo Romeu, não suportarei que sofras – A morena apavorou-se dando vida a personagem.

- Adeus, adeus doce Julieta!!! – Cebola por fim soltou-se, caminhando para o outro lado do palco.

- Adeus meu Romeu, aguardarei notícias suas, estaremos juntos novamente, em breve – Monica comentou com sinceridade, podia sentir o nó lhe atingindo a garganta.

- Não tenhas dúvidas meu amor, acredite-me – Ele concluiu, sumindo por entre as cortinas.

Monica agradeceu mentalmente pela cena seguinte ser de choro, não precisou esforçar-se para as lágrimas saírem realmente, aplaudida pelo professor, que logo após algumas cenas entre Julieta e sua mãe, finalizou a encenação, ela desceu do palco acompanhada dos outros e parou para as considerações finais do ensaio, enxugando um pouco o rosto.

Não ficou para ajudar a guardar o figurino, alem de não estar com cabeça para tal, seu estômago pedia ferozmente por comida. Caminhou rapidamente em direção ao prédio dos dormitórios, passou pelo jardim, e assim que avistou as meninas já dentro do refeitório pela parede de vidro, pode ouvir duas pessoas conversando sobre um assunto que lhe interessava atrás de uma das pilastras que sustentavam a parte superior da biblioteca. Parou de imediato, e voltou alguns passos apurando os ouvidos.

- Sim claro que vou, ainda mais agora que os pares estão completos, eu e o Léo, a Nadi e o Cebola – Carmen comentou sorridente, um tanto baixo para seu parceiro – Estou tão feliz pela minha amiga.

- Eu também, sei o quanto ela queria isso!!! – Toni respondeu igualmente animado. – Acho que finalmente reatarão, já não era sem tempo!

- Pois é, não vejo a hora de irmos procurar as roupas, estou super disposta a ajudá-la, se ela quer reconquistá-lo, assim fará, escolherei as roupas mais lindas. O primeiro passo já foi dado! – A loira tornou a tagarelar, demonstrando teatralmente toda sua animação pela Nadine.

- É, mas lembra que ela fica muito ansiosa, por isso pediu pra especularmos o menos possível a respeito – Toni reforçou cruzando os braços.

- Claro! É que não me contenho de tanta empolgação, mas também quem resiste a Nadine? Linda daquele jeito? – Foi a última coisa que Mônica a ouviu pronunciar antes de sair com o coração disparado para dentro da área de refeição. Sem ao menos imaginar a realidade, a menina não especulou nada diferente daquilo. Em sua cabeça só rondava o óbvio, era claro, ele tinha aceitado o convite, por que recusaria? A Nadine era maravilhosa, inteligente e não tinha complicação nenhuma para se envolver com ele. Não colocava empecilhos, não o ignorava, muito pelo contrário, estava sempre disposta.

Encontrou as meninas e abriu um sorriso amarelo tentando esconder toda a agitação que passava dentro de si diante da recente informação, empurrou a comida a força para dentro tentando nutrir de certa forma seu corpo e sem ao menos interagir na conversa da mesa, ao final de sua refeição, levantou-se alegando dor de cabeça. Antes de sair da sala olhou instintivamente para trás e foi de imediato que encontrou o olhar dele, pode perceber que ele pedia por explicações, mas ela apenas abaixou a cabeça e tornou a seguir seu caminho até o quarto.

Entrou no aposento pisando fundo, ignorou toda e qualquer pessoa que ultrapassou seu caminho durante o percurso e somente parou quando encontrou a porta para seu refúgio.

Ele queria explicações, mas ela também as precisava, não conseguia entender em qual parte de tudo aquilo, cabia um encontro romântico com a Nadine. Em meio a toda aquela confusão de sentimentos embaralhados, ele aceitou ir ao baile romântico com sua melhor amiga.

Um tanto revoltada, Monica jogou tudo que tinha em suas mãos em cima da cama, soltou a mochila no chão e com raiva começou a chorar, lutando contra aquele aperto que estava sentindo no peito. Passou as duas mãos sobre o rosto, tentando conter o manancial de lágrimas que escorriam pela sua face, num ato totalmente em vão, sentindo-se desanimada.

Sua respiração forte se fundia as batidas descoordenadas de seu coração, era profundamente confuso o que estava passando em seu interior, ao mesmo tempo em que desejava ver a Nadine feliz, ela não suportava a ideia de vê-lo com ela, a possibilidade lhe doía muito mais do que imaginara.

Ainda com raiva, Monica jogou seu travesseiro e o urso de pelúcia que repousava tranquilamente em sua cama, no chão, tirou o arco que envolvia seus cabelos e o arremessou para longe, a tempo de ver com um susto uma sombra se aproximando da janela.

Já ia gritar quando percebeu para seu desespero quem era, rapidamente enxugou algumas lágrimas do seu rosto e tentou voltar a seriedade para encará-lo.

- Você está louco? – Ela perguntou vendo o garoto passar por entre o vão da janela e pousar tranquilamente em seu quarto.

- Pelo jeito, é a única forma de conseguir falar com você hoje – Cebola respondeu limpando o uniforme recém amassado.

- Você não pode ficar aqui! – Monica pediu cruzando os braços, fugindo dos seus olhos.

- Acho que eu estava certo em minhas teorias, você não está bem! – Ele concluiu olhando em volta do local, a bagunça que se encontrava.

- Eu to bem, só não quero conversar – A menina resmungou evitando encará-lo, ele sempre sabia o que se passava quando suas pupilas se encontravam. Era  como se lesse em seu interior.

- O que foi dessa vez? Não estava tudo ótimo desde sexta? – Cebola questionou com uma certa irritação na voz.

- Não foi nada Cebola, você pode me deixar sozinha, por favor? – Monica tornou a pedir mirando seus pés.

- Monica, você é muito estranha, cada dia está de um jeito diferente, nunca sei o que esperar. Uma hora está bem, outra hora não olha nem na minha cara – Ele resmungou com as mãos no bolso – Eu juro que não te entendo, e olha que eu tento muito.

- Tá, foram muito bons os momentos de sexta até ontem, mas passou não é? Não dá pra ficarmos juntos e pelo jeito você também já entendeu isso e seguiu em frente – Ela alfinetou tentando conter a revolta que estava sentindo.

- Como assim? Eu não estou entendendo nada, você me confunde inteiro. Como pode ser tão instável? Não consegue decidir por si própria o que quer da vida?! Tudo tem que levar em consideração a opinião dos outros?! – Cebola se irritou, passando as mãos sobre o rosto.

- É complicado Cebola e isso se chama empatia, caso você não saiba!

- É complicado, é sempre complicado! Tudo pra você é complicado, e eu tenho que ficar sempre a sua disposição. Desde o começo de tudo, quando você sumiu e me deixou sentado lá, por que estava o que? Confusa? Fiquei sozinho no banco Monica, esperei você por mais de uma hora e nem uma mensagem você mandou. Entrou no colégio, deu a entender que queria ficar comigo novamente, e de novo se afastou, me beija, se afasta, me beija, se afasta, o tempo todo – Ele disparou a falar, com uma ponta de estresse na voz.

- Você fala como se fosse fácil pra mim, tenta se colocar no meu lugar, por favor – Monica alterou a voz, o encarando.

- Que difícil não é? Quantos problemas você tem na sua vida! Nem consigo imaginar... Meu pai não me deixa ser quem eu quero, eu vivo preso nesse colégio há 11 anos, sou brigado com meu irmão, alias, tive que te ver namorar com ele, o que até hoje não entendi, e por fim, a única menina que eu gostei na vida, está perdida, me enrolando, usando a Nadine como desculpa, se você não quer, é só me falar, não me faz de trouxa! Odeio quando tiram uma com a minha cara! – Cebola disparou verozmente, a medida que sua indignação crescia, as palavras saiam a todo vapor de sua boca.

- Como você se atreve a dizer que uso minha melhor amiga como desculpa? – A menina gritou com a voz alterada.

- É a única explicação pra mim Monica! Se ela é sua melhor amiga mesmo, entenderá o que você sente... Agora ter que aguentar esses seus rodeios, essas indecisões, to cansado disso.  – Ele respondeu sustentando o tom alto da conversa. – Você tem que deixar de ser infantil e encarar isso de uma forma diferente, não se faça de coitada.

- O Jordan morreu em um acidente de carro, ta bom? – Monica berrou limpando as lágrimas que tornaram a escorrer sem o seu controle - Toda a carga desse acidente ficou nas costas da Nadine, que quase morreu também. Só ela saiu viva do carro Cebola, só ela o viu morrer enquanto esperava a ambulância. Depois disso, ela achou que não amaria mais ninguém, que nunca mais se interessaria por cara nenhum, e eu prometi que a veria sorrir de novo ao lado de alguém, que eu faria o que fosse possível pra que isso acontecesse. Você não sabe o que é ver um amigo seu nesse estado... Passávamos as noites de sexta chorando juntas... E aqui estamos nós, apaixonadas pela mesma pessoa, tive que a ouvir dizer que te amava... Sem poder falar nada! Eu já cansei disso, estou cansada de ter que lidar com essa situação.

- Então está esperando o que pra desistir? – Cebola questionou, mas foi interrompido por um barulho que os fez pular.

- Gente o que está acontecendo aqui? – Denise entrou no quarto ofegante com as mãos no peito.

- Da pra ouvir vocês do corredor – Magali arregalou os olhos assustada olhando ao redor – O que aconteceu nesse quarto?

 - É exatamente isso que eu gostaria de saber... – A voz do Fabrício sobressaiu-se. 


Notas Finais


Bom meus amores, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários e opiniões, elas são sempre lidas com muito amor e respondidas da mesma forma ♥ ♥ ♥
Obrigada,
Beijinhos no coração ♥
Espero vocês no próximo capítulo ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...