1. Spirit Fanfics >
  2. O bater de um coração >
  3. Conversa de mãe e filho

História O bater de um coração - Conversa de mãe e filho


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Olá gente, tudo bem?
Aqui estou eu, com um capítulo novinho em folha.
Agradeço a todos os que comentaram e favoritaram a fic, continuem acompanhando. :3

Capítulo 2 - Conversa de mãe e filho


Fanfic / Fanfiction O bater de um coração - Conversa de mãe e filho

Estava deitado na cama, a morrer de tédio.

Os meus pais estavam no piso inferior da casa, a arranjarem o grande salão e parte do jardim para mais uma das festas chatas onde eu não era autorizado a ir. Mesmo que fosse, não o queria, só estão presentes adultos sérios e profissionais. Pois é, porque estas «festas» são só uma desculpa para o meu pai conseguir consumar mais negócios.

Daí eu até compreendo como são importantes essas festas, mas não deixam de ser aborrecidas. Não posso sequer dar uma fugida para algum lugar interessante, porque tenho que receber os convidados, ser apresentado aos colegas de trabalho do meu pai. Depois, mandam-me subir para o quarto e ficar lá a fazer o que quer que seja.

Quase que dava em doido estas férias de Verão.

Nunca me importei com a solidão, na verdade, apreciava-a mais que tudo. Isso antes de ter feito de elfa doméstica a maldita da sangue de lama.

E porquê? Porque ao contrário de Crabbe e Goyle ela sabia conversar, não era só minha elfa, era quase como se fosse minha amiga, inconscientemente ou não. E agora, sob o peso das paredes da minha mansão, só posso admitir uma coisa: eu não sou tão anti social como pensava. Eu sinto falta de alguém que me faça companhia, sinto falta da minha elfa.

Nem precisava de ser ela, podia ser, nem que fosse o saco de pulgas do gato dela.

Essa foi outra que me desgostou. Temi como ao cinto de cabedal a reacção do meu pai quando notasse o desaparecimento da bola de pêlos. Esperei que ele perguntasse:

"- Draco, onde está o gato que eu te dei?"

Mas nicles, nada de nada, o meu pai nem sequer notou que o gato tinha desaparecido e, se por um lado fiquei aliviado, por outro senti-me um pouco abandonado.

O meu pai não notou o desaparecimento do gato, não me perguntou como foram os meus meses de aulas, só quis saber dos resultados escolares.

Felizmente os exames do segundo ano foram cancelados devido aos ataques do Basilisco, caso contrário, teria de mostrar ao meu pai um desfile de zeros na folha de resultados.

Para recuperar dos trabalhos que deveria ter feito (e que a Viviane foi obrigada a fazer no meu lugar) tive também de estudar afincadamente durante estas férias.

Mas o meu pai também não notou que eu já não saía mais para festas, nem viagens, nem passeios de barco. Passei o tempo todo trancado no quarto a estudar e o meu pai, como sempre, no escritório a trabalhar, convivendo mais com o ministro do que comigo que sou seu filho.

E... arg, como estou sentimentalista depois de meses trancafiado.

Subitamente, um cheiro familiar fez-me franzir o nariz.

Inspirei uma golfada de ar e de imediato todos os meus sentidos troaram em alerta. Aquele cheiro de rosas brancas que me inebriava estava a impregnar a mansão? Como é que isso é possível?

«Não é possível, Draco! Estás a imaginar coisas!»

Ignorei o lado racional da minha mente e apressei-me a descer as escadas com curiosidade a emanar de cada passo.

Entrei no salão onde vários elfos domésticos e criados penduravam faixas brancas e decorações prateadas e o cheiro ficou mais forte pelo que me deu a volta à cabeça e não pude deixar de dizer:

- Viviane?!

Arrependi-me de imediato por ter deixado escapar as minhas dúvidas em voz alta. A minha mãe chegara a casa com um enorme ramalhete de rosas brancas e era delas que provinha tão singular cheiro. O meu pai fuzilou-me do outro lado do salão ante as minhas palavras precipitadas.

Não compreendo o exacto motivo, mas o meu pai odeia a sangue de lama ainda mais que eu! E o mais engraçado é que nem a conhece!

O que importa é que ante o olhar desconfiado dos meus pais (que provavelmente deviam estar a achar que eu era desequilibrado) senti-me constrangido e impelido a subir de novo as escadas e me recolher à minha insignificância. E não neguei a minha vontade interior, fui a correr para o quarto e fechei a porta, repreendendo-me.

Ouvi batidas na porta.

- Draco?

Era a minha mãe. Engoli em seco, ponderei. Se me recusasse a abrir a porta ia ser bem pior para mim. Eu tinha que me explicar, mas explicar o quê? Que o cheiro daquela sangue de lama me põe louco ao ponto de imaginar que ela estaria cá em minha casa? De me fazer perder a razão?

Abri a porta. Ela entrou a passos firmes pela sala.

- Draco, precisamos de conversar sobre o que aconteceu agora há pouco.

- Não aconteceu nada! Eu simplesmente...

- Simplesmente estavas a pensar na Viviane, a sangue de lama com quem implicas desde o primeiro ano.

Assenti em concordância.

- Mãe, onde arranjaste aquelas rosas?

- Comprei-as à tal Viviane de que andas sempre a falar!

Tive que me concentrar para não deixar o meu queixo pender. Como assim a minha mãe tinha conhecido Viviane? Em que mundo estou? Alguém me salve, o que será que a minha mãe pensou dela e está a pensar agora?

Tinha os meus pensamentos tão embaralhados e ansiosos, pulando uns em cima dos outros, que nem tinham qualquer coerência!

- Mãe, porque foste logo comprar as flores dela? É uma pobre que nem sequer se consegue auto-sustentar. Ganhaste solidariedade agora, é?

Ela olhou-me como se eu a tivesse insultado.

- É claro que não! Eu fiquei digamos que impressionada pela menininha que a acompanhava, uma tal de Maria. Ela tem um talento para negócios que excede todas as expectativas para alguém da idade dela. Só decidi, meio que, recompensar o seu esforço.

Maria? Onde eu tinha ouvido esse nome? Ah, claro, a irmã ranhosa da sangue de lama.

- Maria é a irmã Muggle da sangue de lama, mãe. Deve ser tão detestável e tão insuportável e tão inútil quanto ela!

- É, mas podes crer que não é tão bonita!

Corei. Que raios, deu para a minha mãe ler pensamentos agora?

- Realmente estou impressionada pelo teu auto controlo, vais-me dizer que não deste em cima da Viviane nem uma única vez?

Eu abri e fechei a boca sem saber o que dizer. Melhor, eu sabia o que dizer só não conseguia forçar as palavras a saírem da garganta.

- Ela... ela... é apenas... uma sangue de lama... desprezível!

- Draco, eu sei reconhecer quando uma rapariga faz a cabeça dos rapazes por onde quer que passa e ela, decididamente, tem o perfil. Mas eu confio em ti, filho. Sei que não tentarias nenhuma aproximação com uma descendente de Muggles. – Deu-me um beijo na testa e logo de seguida fixou os olhos nos meus. – Certo?

A última palavra soou quase como uma ameaça.

Mesmo a minha mãe sendo super meiga comigo, sentia-me como uma presa encurralada.

- Certo, mãe! – Respondi, com a indiferença que consegui reunir.

Antes de sair da sala, a minha mãe voltou-se.

- Draco, nunca mais menciones o nome da Viviane na frente do teu pai!

- Mas porquê? Eu só digo mal dela!

A minha mãe retorquiu séria:

- Mal ou bem, já reparaste que andas sempre a rondar o tema? Desafio-te a ficar uma semana sem mencionares o nome dela!

Ponderei.

«Será que falo dela tanto assim? Mais do que do cabeça de cicatriz, da rata de biblioteca e do idiota de cabelo ruivo?»

- Ah mãe, - Reclamei. – Eu ainda não percebi o que fiz de errado! Vocês sempre me ensinaram a odiar sangues de lama e Muggles. Eu tenho um ódio imenso dessa sangue de lama em particular, o que desagrada ao meu pai?

A minha mãe suspirou.

- Draco, vem cá! – Eu aproximei-me e ela começou a acariciar os meus cabelos. – Percebeste tudo errado, filho. O teu pai e eu criámos-te para que achasses esses seres inferiores, insignificantes. Todos eles como um só, algo a evitar! Algo que não é digno dos teus pensamentos, nem do teu ódio! Inimigos só de sangue puro!

E só então eu percebi! Mesmo o ódio mostra que damos importância a algo! Eu não devia odiar sangues de lama, nem Muggles. Eu devia achá-los um «nada», algo que não devia existir, algo a ser eliminado.

- Mesmo assim... não é algo tão errado, pois não mãe? Ódio sempre é um sentimento negativo afinal. Viviane é minha inimiga, é inferior a mim...

A minha mãe virou-me para que ficássemos frente a frente.

- Draco, não devias ter sequer estabelecido qualquer relação com essa rapariga. Mesmo que involuntariamente criaste um laço com ela!

- Um laço?

- Sim, ela tornou-se parte da tua vida! – Voltou a endireitar-se e, com um olhar um tanto quanto que frio, despediu-se do seguinte modo: - Não interessa se é tua amante, amiga, inimiga ou elfa... eu e o teu pai queremos-te longe dela!

E deixou-me sozinho na divisão que se tornara horrivelmente silenciosa. Parecia tão... definitivo e incontestável. E eu não devia sentir-me triste por isso!


Notas Finais


Música capitular: Um segredo e um amor (Sandy)

Próximo capítulo: data indefinida!
Sabem como é, né? Nem sempre temos inspiração para escrever e há capítulos que nos custam mais e temos que os ir fazendo por partes, outros que se fazem de uma vez, parece que as palavras fluem.
Lembrem-se... comentários estimulam a imaginação do autor.
Kissus e eu prometo que vou tentar não demorar... : )


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...