S/n on
- Qual foi a sétima emoção? - pergunto enquanto ando pelo parque ao lado de Soobin
- Não tenho certeza. Não sinto nada... - ele fala olhando para frente
- O que é isso? O que quer fazer primeiro quando tornar-se humano? - pergunto parando de andar e me virando para ele
- Primeiro... - ele diz parando e olhando para mim também
Esperando ele falar, prendo minha atenção no mesmo mas algo me tira a atenção me fazendo olhar para longe notando que o exorcista estava no local, pronto para fazer seu trabalho.
Sem pensar muito eu puxo Soobin pelo braço fazendo o mesmo se encostar em mim envolvendo seus braços em minha cintura e eu envolvo meus braços em seu pescoço formando um abraço.
- Fique parado. É perigoso. - eu falo afundando meu rosto em seu pescoço - Ele já foi? - pergunto para o mesmo
- Ainda não. - ele fala e me aperta ainda mais no abraço.
Levanto minha cabeça e olho em direção aonde eu tinha visto o exorcista vendo de relance o mesmo rodar os olhos e sair do local bufando e batendo o pé igual uma criança.
- A primeira coisa que quero fazer quando me tornar humano... É ser seu amigo, s/n. - o mesmo diz ainda abraçado a mim
- Ah... amigos... - digo me separando dele enquanto mantia o olhar nos meus pés
[...]
- S/n, ficou acordada a noite toda? - escuto Sana me perguntar me fazendo acordar do transe
- Sim... - respondo sem prestar atenção no que minha amiga me perguntava
- Mas já quase acabou duas tarefas. - Ela retruca
- Sim. - a respondo novamente sem olhar a mesma
- Então porque ficou acordada?
- Sim.
- Enlouqueceu?
- Sim. - Falo suspirando pesado - Isso está me enlouquecendo. Sou repugnante, uma pessoa horrível. - falo sozinha enquanto me xingava mentalmente
- O que há com ela? - minh amiga se pergunta logo em seguida voltando sua atenção para o celular que tinha em suas mãos
A razão pela qual perdi o sono... é por causa de um Duende. O problema é que esse Duende é atraente.
[...]
- Levantou cedo! Eu ia acordá-la quando eu acabasse. - Soobin fala enquanto se concentrar no café da manhã que terminava de preparar
- O que está fazendo tão cedo? - pergunto me sentando em uma das cadeiras da mesa central da cozinha tomando um pouco de água
- Hoje, você tem aula no primeiro período. Deveria tomar café da manhã antes de ir. - Ele diz se virando para mim
- Sabe meus horários de aula? - pergunto confusa. Nem eu sabia de cabeça meus horários.
- Aulas no primeiro período nas segundas e quartas; aulas no segundo período nas terças e quintas. - ele diz voltando sua atenção à comida - Ah, você também tem aula à tarde na sexta.
- Você decorou mesmo! - falo desacreditada para o mesmo que apenas solta um sorriso
- Coloque esses pratos na mesa por favor - ele pede me entregando dois pratos e eu faço o que ele havia comandado - Pronto. Vamos comer? - ele diz se sentando na mesa se juntando a mim enquanto colocava uma panela de sopa de tofu ao centro da mesa - Coma um pouco. - ele fala sorrindo fofo para mim
- Certo. - falo colocando um pouco da sopa no meu prato - Obrigada pela comida! Uau, está delicioso. - digo assim que coloco um pouco da sopa na boca
- Esta bom mesmo? - ele pergunta e eu assinto - Não usei nenhum tempero artificial. Dizem que assim é mais saudável.
- Já dominou o trabalho doméstico, foi? - pergunto rindo - Sim, está delicioso. - falo comendo mais o fazendo sorrir
- Ah! Você gosta disso com ketchup, não é? - ele pergunta se levantando e indo até a geladeira.
Ele se senta de volta e coloca um pouco de ketchup no ovo cozinho que ele havia feito para complementar a sopa.
[...]
- Acho que devemos estabelecer algumas regras. - falo terminando de dar o último gole na cerveja que tomava
- Quais regras? - ele pergunta me olhando curioso
- Regras de convivência. Não devemos incomodar um ao outro enquanto vivemos juntos. - falo me sentando no chão e ele me acompanha se sentando no chão também porém do outro lado da mesinha
- Está incomodada? - ele pergunta confuso
- Não. Quero dizer, você ainda é um homem, mesmo sendo um Duende. Acha que é apropriado andar pela casa usando uma camisa, expondo seus braços e pernas? - falo elevando meu tom de voz mostrando que estava indignada
- E o que mais?
- Faremos uma exceção quando estiver em uma missão, porque não temos opção. Mas não acha que devemos manter um metro de distância? - falo gesticulando - Pode ser desconfortável quando nos tocarmos acidentalmente.
- Tudo bem. Então também farei uma sugestão. - ele diz me olhando
- Por quê? - pergunto curiosa
- Porque estou pagando o aluguel e fazendo os trabalhos domésticos. Eu também deveria dar ums opinião sobre isso.
- Certo! Diga. - ele realmente estava certo
- Seu cabelo! Seu cabelo está por todo lugar. Não importa o quanto eu limpe, ainda há traços do seu cabelo. Por favor, pegue seu próprio cabelo. E sabe, você também poderia me ajudar a dobrar a roupa. Sim, eu disse que faria tudo. Mas você entende como o trabalho doméstico é exaustivo? É tão difícil lavar a louça de vez em quando? - ele fala quase sem respirar me fazendo ficar boquiaberta
- Ei! Você sabe como tomar álcool? - pergunto vendo o mesmo virar uma latinha de cerveja que estava a sua frente em cima da mesa - Essa é a primeira vez que eu o vejo beber. - falo vendo o mesmo afastar a latinha de sua boca enquanto fazia uma careta um tanto quanto engraçada
- Não. Só estou passando por um momento difícil esse dias. - ele diz abaixando seu olhar
- O que está lhe preocupando? - pergunto
- De repente estou adquirindo todas essas emoções. É confuso. Eu estava fingindo ser legal e forte, mas choro ou fico sorrindo do nada assistindo televisão. - ele fala tristonho - E quando eu a vejo, apenas...
- Quando me vê? - pergunto confusa
- Eu apenas... eu sinto que... eu fico... emotivo. - ele diz parecendo confuso
- Você está bêbado? - pergunto olhando para o mesmo que expressava uma cara sonolenta
Vejo o mesmo sair do lugar onde estava sentado e o acompanho com os olhos até ver que ele se sentava ao meu lado.
- Eu apenas... continuo querendo ser legal com você. - o mais velho fala e tomba sua cabeça para o lado apoiando-a em meu ombro
[...]
- Sana. - chamo minha amiga que me responde sem nem tirar os olhos do celular
- Sim? - ela responde
- Eu tenho uma amiga. E ela está saindo com um cara muito bonito. - eu falo e ela olha para mim desconfiada
- Esta falando de si mesma? - Sana pergunta
- Não, estou falando sobre uma amiga minha. - retruco
- S/n, fala sério! A única amiga que você tem sou eu. - Ela diz voltando sua atenção ao celular
- Enfim, ela não sabe se gosta dele, porque ele é bonito ou se gosta dele como pessoa. - falo com uma expressão duvidosa
- Bem... há uma solução para isso. - Minha amiga diz largando o celular e olhando para mim - Eu uso esse método com frequência. Envie uma mensagem para ele agora mesmo. - Ela fala e eu coloco a mão no meu celular mas penso duas vezes antes de fazer
- Não... É minha amiga... - falo
- É mesmo? - Sana pergunta cínica - Enfim, você deve enviar uma mensagem para ele primeiro. Então você consegue descobrir se gosta dele ou não.
- Como sabe disso? - pergunto duvidosa
- "Ele viu a mensagem que enviei?" "Ele já respondeu?" - ela diz olhando seu celular que estava com a tela bloqueada - Se você se encontra constantemente verificando seu telefone, e se assim que ele responde, você se senhora em agonia pensando no que vai responder, se fica presa o dia todo no telefone por causa disso... então você gosta dele! - Sana fala sorrindo - Você não se importaria se alguém que você não gosta, responde ou não.
- Entendi. - digo pensativa e então pego meu celular vendo de relance minha amiga sorrir
Chat Soobin on
[You] - O que está fazendo?
[Soobin] - Estou dando uma volta.
Chat Soobin off
- Bem, essa foi fácil! - digo baixo largando meu celular
[...]
- Oh! Aquele é o cara bonito por quem eu não tenho sentimentos. - falo apontando para Soobin que andava a minha frente porém sem me ver
Eu estava pronta para me aproximar do mesmo porém paro ao ver que ele ajudava um garotinho a tirar seu balão que estava preso em uma grade alta.
Acho que tenho um grande problema.
- Oh! Olá s/n! - Soobin diz acenando para mim assim que me avista
O que eu vou fazer?
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